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OBRIGAÇÕES 3.1. Introdução, classificação e modalidades das obrigações A questão é interessante, pois demonstra como a solidariedade é um vínculo entre as pessoas de um mesmo polo obrigacional, não importando o objeto devido. A perda do carro (objeto devido) não afeta em nada a solidariedade passiva entre os diversos devedores, os quais continuam responsáveis pela totalidade do débito. Contudo, pelas perdas e danos adicionais (para além do valor do carro), somente o culpado responderá. É o que se depreende da regra estabelecida pelo art. 279 do Código Civil, segundo o qual: “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado”. A: correta, pois,até a tradição, “pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos” (CC, art. 237); B: incorreta, pois Lauro ainda não era proprietário do bem, sendo a entrega do bem a linha fronteiriça que marca a transferência da propriedade móvel (CC, art. 1.267); C: incorreta, pois tal divisão não encontra respaldo legal; D: incorreta, pois tal sorteio não tem previsão legal. A: incorreta, pois “O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores” (CC, art. 282); B: correta, pois Paula tem o direito de cobrar a integralidade do débito de Marcos, o qual terá regresso contra os demais codevedores solidários. A parte de eventual insolvente (Júlio) será dividida entre todos os devedores solidários, inclusive aqueles anteriormente exonerados pelo credor (CC, art. 283); C: incorreta no que se refere ao regresso, pois Júlio é insolvente e sua quota será dividida entre todos os codevedores (CC, art. 283); D: incorreta no que se refere à cobrança integral de Mirna, a qual foi exonerada da solidariedade e, como consequência lógica, só pode ser cobrada pela sua quota-parte. A questão envolve a obrigação de “restituir coisa certa”, na hipótese, o carro da marca Y. Se ainda estivéssemos dentro do prazo do empréstimo (por exemplo: no dia 1° de novembro), a perda da coisa sem culpa de Pedro extinguiria a obrigação, ou seja, Pedro não iria ter que pagar nada a Lúcio (CC, art. 238). Contudo, existe um elemento adicional na questão. Pedro estava em mora, pois não devolveu o bem na data, lugar e forma combinada. Com isso, amplia-se a responsabilidade do devedor e uma das consequências é justamente torná-lo responsável pela perda da coisa, mesmo na hipótese de fortuito ou força maior (CC, art. 399). Com isso, a única alternativa que obedece aos termos da lei é a alternativa A. A: incorreta, pois não é possível cobrar a totalidade da dívida de Ana, tendo em vista que não se pactuou a solidariedade passiva entre os devedores (CC, art. 265); B: incorreta, pois Felipe é apenas devedor de metade do valor (CC, art. 257); C: correta, pois trata-se de típica obrigação divisível. Segundo o art. 257 do Código Civil: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores”; D: incorreta, pois não foi estabelecida tal solidariedade e no nosso sistema ela só incidirá caso haja previsão legal ou contratual nesse sentido. A: incorreta, pois o dono do bem ainda era Antônio, tendo em vista que a tradição não havia ocorrido (CC, art. 1.267). Logo, é o dono que sofre o prejuízo pela perda e Joaquim terá direito de ressarcimento integral; B: incorreta, pois não existe tal previsão no ordenamento jurídico; C: incorreta, pois tal solução legal não encontra amparo na lei civil brasileira; D: correta, pois é a tradição que transfere a propriedade. Como ela não havia ocorrido, o dono ainda é Antônio, que responderá pela perda. A: incorreta, pois a exoneração da solidariedade de Paulo apenas impede que Fernando cobre a dívida por inteiro somente de Paulo, não fazendo com que Paulo deixe de ser responsável pela dívida, nem fazendo com que este tenha que ressarcir o devedor que tenha pago a dívida, no que lhe couber; B: correta, pois a exoneração da solidariedade de Paulo apenas impede que Fernando cobre a dívida por inteiro somente de Paulo, não fazendo com que Paulo deixe de ser responsável pela dívida, nem fazendo com que este tenha que ressarcir o devedor que tenha pago a dívida, no que lhe couber, sendo que, no caso, por ter um dos devedores ter se tornado insolvente, a dívida fica rateada apenas entre Paulo e Pedro, de modo que Paulo tem que ressarcir Pedro em metade do valor da dívida, no caso em R$ 3 mil (arts. 283 e 284 do CC); C e D: incorretas, pois, por haver um devedor insolvente, a dívida fica rateada apenas entre Paulo e Pedro, de modo que Paulo tem que ressarcir Pedro em metade do valor da dívida, no caso em R$ 3 mil, sendo que a exoneração da solidariedade de Paulo apenas impede que Fernando cobre a dívida por inteiro somente de Paulo, não fazendo com que Paulo deixe de ser responsável pela dívida, nem fazendo com que este tenha que ressarcir o devedor que tenha pago a dívida, no que lhe couber (arts. 283 e 284 do CC). A: incorreta, pois o instituto no caso é o da “obrigação alternativa” (art. 252, caput, do CC); B: correta (art. 252, caput, do CC); C: incorreta, pois se o contrato está claro a estabelece a quantidade de 50 unidades de cada uma das coisas, esse número obviamente tem que ser respeitado pelo devedor; D: incorreta, pois nesse caso Teresa ficará obrigada a pagar o valor da coisa que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar (art. 254 do CC). A: incorreta, pois a obrigação é de entregar coisa certa, que não pode, assim, ser substituída por outra, ficando resolvida a obrigação (art. 234 do CC); B: correta, pois, como a coisa certa se perdeu por culpa do devedor e este ainda não havia feito a sua entrega (tradição), o devedor responderá pelo valor da coisa (R$ 100 mil), mais perdas e danos, que no caso consiste ao menos na devolução do valor dos ingressos relativos à exposição, tudo na forma do art. 234 do CC; C: incorreta, pois a obrigação em questão é de “dar coisa certa” (art. 233 do CC); D: incorreta, pois na obrigação de dar coisa certa enquanto não houver a tradição o risco pela perda da coisa é do vendedor (art. 234 do CC). A: correta; o fato de haver obrigação solidária das irmãs permite que Ricardo cobre a totalidade da dívida apenas de uma das devedoras (no caso, Joana), mas as demais devedoras continuarão responsáveis pela dívida; a consequência prática disso é que se Ricardo somente conseguir que Joana pague uma parte da dívida, nada impede que acione as demais irmãs para cobrar o restante (art. 275, caput, do CC); B: incorreta, pois em relação à cota da irmã insolvente, esta será dividida igualmente por todas as devedoras, na forma do art. 283 do CC; C: incorreta, pois nesse caso nenhum dos dois herdeiros da devedora solidária falecida será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível, mas esses dois herdeiros reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação às demais irmãs devedoras (art. 276 do CC); D: incorreta, pois havendo solidariedade passiva o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum (art. 275, caput, do CC). A: correta, pois quando o devedor poder escolher, entre opções previstas no contrato, qual obrigação deseja cumprir, no âmbito das opções contratuais, tem-se a chamada obrigação alternativa (art.252, caput, do CC); B: incorreta, pois a questão não trata da solidariedade, pois não há referência à pluralidade de credores ou devedores solidários no enunciado; C: incorreta, pois nesse caso subsiste a outra obrigação que é alternativa (art. 253 do CC); D: incorreta, pois na obrigação alternativa, regulamentada na lei (art. 252 do CC) a escolha caberá ao devedor. A: incorreta, pois por tratar-se de obrigação propter rem o débito acompanha a coisa, de modo que a responsabilidade pela pagamento é de Ary, e não mais de Laurindo (art. 1.315 do CC); B: incorreta, pois Ary é o responsável direto pelo pagamento da dívida frente ao condomínio, ficando sujeito ao seu pagamento, não havendo que se falar em ação in rem verso contra Laurindo (art. 1.325 do CC); C: incorreta, pois Ary deverá arcar com o pagamento das cotas, uma vez que já possui direito real sobre a coisa, pois o bem já está registrado em seu nome (art. 1.245, caput, do CC); D: correta, pois de fato trata-se de uma obrigação propter rem, a qual sujeita o seu titular a arcar com todas as pendências que recaírem sobre a coisa. O caso envolve o instituto da “obrigação de dar coisa certa”, regulamentado nos arts. 233 e seguintes do CC. O fato é que a coisa (carro) se perdeu antes da tradição (entrega), sem que houvesse culpa do devedor (Pedro), de modo que incide o disposto no art. 234 do CC, pelo qual fica resolvida a obrigação, ou seja, fica resolvido o contrato. Dessa forma, Pedro deverá devolver (restituir) o valor pago por Maria, a fim de que não haja enriquecimento ilícito. Vale lembrar, também, da máxima pela qual “a coisa perece para o dono”. Nesse sentido, como Pedro ainda era dono da coisa, já que a propriedade de um bem móvel só se transfere com a tradição (a entrega), ele não poderá ficar com a quantia recebida de Maria. O caso envolve o instituto das obrigações alternativas, regulamentado nos arts. 252 e seguintes do CC. Isso porque João (o devedor) poderia cumprir a obrigação de duas maneiras: a) entregando 4 cavalos da raça X; b) entregando 4 éguas da raça X. O enunciado deixa claro que João deve escolher entre apenas duas possibilidades. Ou cumpre do jeito “a” ou cumpre do jeito “b”. José (o credor) não poderia exigir que João cumprisse parte do jeito “a” e parte do jeito “b”. O art. 252, caput, do CC é claro ao dispor que compete ao devedor escolher qual das duas possibilidades de prestação pretende cumprir. E as duas possibilidades de prestação possíveis foram estipuladas de modo inconciliável (ou 4 cavalos ou 4 éguas), havendo indivisibilidade quanto à escolha, ou seja, não sendo possível dividir as prestações, executando parte de uma e parte de outra, como deseja o credor José. A: incorreta, pois, neste caso, nenhum dos herdeiros “será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível” (art. 276 do CC); B: correta, nos termos do art. 279 do CC (“impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado”); C: incorreta, pois todos os devedores irão responder pelos juros da mora, podendo, depois, os inocentes, cobrar tais juros do devedor culpado (art. 280 do CC); D: incorreta, pois, segundo o art. 281 do CC, “o devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor”. A: incorreta. Vide art. 246 do Código Civil. A respeito, assevera Senise que, tratando-se de entrega de coisa incerta, aplica-se “a regra genus non perit, ou seja, o gênero jamais perece, quando houver ilimitação de sua quantidade para que o devedor dele disponha em prol do credor (gennus ilimitatum). (...) antes da escolha, o devedor não poderá alegar a perda ou a deterioração do bem, mesmo sob o fundamento da ocorrência de força maior ou de caso fortuito, porque, como lembra Sílvio Rodrigues, não se pode cogitar de riscos sobre uma coisa indicada tão somente pelo gênero (gennus non perit), porém ainda não indicada mediante a concentração” (Roberto Senise Lisboa. Manual de direito civil. V. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil. 4. ed., São Paulo: Saraiva, 2009, p. 90); B: incorreta. Assevera Senise que “obrigação facultativa, também denominada obrigação com faculdade alternativa, é aquela conferida por lei ao devedor, caso ele não tenha condições de cumprir a obrigação pactuada com o credor. (...) As principais regras da obrigação facultativa são:(...) c) o perecimento da coisa devida importa na liberação do devedor do vínculo obrigacional, não se podendo dele exigir a realização da obrigação facultativa” (Idem, ibidem, p. 102); C: incorreta. Proclama Senise que “obrigação divisível é aquela que pode ser cumprida parcialmente, pois se torna possível o fracionamento da prestação até a completa satisfação dos interesses do credor”. Por outro lado, esclarece que obrigação indivisível é aquela que somente pode ser cumprida na sua integralidade, ante a impossibilidade de fracionamento da prestação. “São indivisíveis por lei, entre outras, as dívidas: (...) e) de coisa indeterminada, por faltar-lhe a indicação precisa pela parte interessada” (Idem, ibidem, p. 106); D: correta. Vide art. 234 do Código Civil. A respeito, assinala Senise que “as principais regras da obrigação de dar coisa certa são: (...) f) Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição ou mediante condição suspensiva, a obrigação será extinta” (Idem, ibidem, p. 88). A e B: incorretas. Flávio poderia escolher qualquer devedor para a cobrança da obrigação por inteiro, por ter sido estipulada expressamente a solidariedade (art. 265 do CC); assim, não há que se falar “em sua parte na dívida”, pois a dívida de cada um é pela obrigação inteira; C: correta. O art. 277 do CC admite a remissão da dívida em relação a um dos devedores solidários; D: incorreta, pois se pode demandar apenas a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário (art. 276 do CC). A: incorreta. Nas obrigações solidárias, se a prestação for convertida em perdas e danos, subsiste a solidariedade (art. 279 do CC); B: correta (art. 621, parágrafo único, do CPC; arts. 499 e 806 do Novo CPC); C: incorreta (art. 481 do CC); D: incorreta. Exatamente por se tratar de obrigação de meio, e não de resultado, o advogado fará jus aos honorários advocatícios contratados independentemente do resultado da demanda. Art. 285 do CC. De fato, obrigação infungível é aquela que o devedor deve cumprir pessoalmente. A infungibilidade pode decorrer da vontade das partes ou da própria natureza da obrigação. A: correta (art. 235 do CC); B: correta (art. 237 “caput” do CC); C: correta (art. 238 do CC); D: correta (art. 234 do CC); E: incorreta (devendo ser assinalada), pois a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso (art. 233 do CC). A: incorreta, pois, caso não tenha sido estipulado de forma diferente, a escolha incumbirá ao devedor, e não ao credor (art. 252 do CC); B: incorreta, pois abrange também o que razoavelmente se deixou de lucrar (art. 402 do CC); C: incorreta, pois a dívida deve ser vencida e envolver coisa fungível também (art. 369 do CC); D: incorreta, pois o pagamento em consignação considera-se pagamento e extingue a obrigação (art. 334 do CC); E: correta (art. 304, caput e parágrafo único, do CC). I: Verdadeira (art. 249, caput, doCC); II: Falsa, pois Trácio, no caso vertente, não poderia abandonar e receber o preço indicando o sucessor. Constantino poderá requerer perdas e danos em razão do inadimplemento de Trácio, além de, se possível, mandar terceiro finalizar o serviço às expensas de Trácio (arts. 247 e 249 do CC); III: Verdadeira (art. 249, parágrafo único, do CC); IV: Verdadeira (art. 249, caput, do CC); V: Falsa, pois se trata de obrigação de fazer. 3.2. Transmissão, adimplementos e extinção das obrigações A multa de R$ 500 convencionada pelas partes é uma típica cláusula penal moratória, a qual tem como objetivo estimular a execução pontual e correta da obrigação contratual. Geralmente de valor bem inferior à obrigação principal, ela refere-se à inexecução “de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora” (CC, art. 409); nesse caso, “terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal” (CC, art. 411). A: incorreta, pois Caio poderá opor a Fábio a exceção de dívida prescrita que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra Bruno (art. 294 do CC). Logo, não há que se falar em preclusão; B: correta (art. 291 do CC); C: incorreta, pois pelo fato da cessão ser onerosa, Bruno, ainda que não se responsabilize ficará responsável pela existência do crédito com relação à Fábio ao tempo em que lhe cedeu (art. 295 do CC); D: incorreta, pois em regra o cedente não responde pela solvência do devedor. Apenas será responsável se houver estipulação em contrário (art. 296 do CC). A: correta (art. 287 do CC); B: incorreta, pois, em regra, o cedente não responde pela solvência do devedor. Tal ocorrerá apenas se houver disposição em sentido contrário (art. 296 do CC); C: incorreta, pois também é ineficaz a perante terceiros a transmissão de um crédito realizada por instrumento particular sem as devidas solenidades do art. 654, § 1º do CC (art. 288 do CC); D: incorreta, pois o devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente (art. 294 do CC). A: incorreta, pois falecendo o locador, a obrigação se transmite aos herdeiros (art. 10 da Lei 8.245/1991). Logo, a obrigação de pagar não será extinta; B: incorreta, pois apenas fala-se em imputação ao pagamento na hipótese de haver dois ou mais débitos de mesma natureza com o mesmo credor e o devedor indica qual débito pretende quitar (art. 352 do CC). No caso em tela não temos duas dívidas, mas apenas uma; C: correta, pois uma vez que o credor é desconhecido, João pode consignar o pagamento em juízo (art. 335, III do CC); D: incorreta, pois a dação em pagamento é utilizada quando o devedor paga a dívida com prestação diversa da que é devida e o credor concede anuência para tanto (art. 356 do CC), de modo que essa hipótese não se aplica ao caso em tela. A: incorreta, pois haverá extinção da obrigação por dação em pagamento (art. 356 do CC); B: incorreta, pois a transferência, nesse caso, importa em cessão e não em sub-rogação (art. 358 do CC); C: correta (art. 359 do CC); D: incorreta, pois negócios envolvendo direitos reais sobre imóveis com valor superior a 30 salários-mínimos devem ser feitos necessariamente por escritura pública, não cabendo escrito particular (art. 108 do CC). A: correta (art. 338 do CC); B: incorreta, pois, para a consignação ter força de pagamento, deverá preencher todos os requisitos da obrigação, inclusive, o objeto do pagamento (art. 336 do CC), que, no caso, é o dinheiro e não as máquinas de costura; C: incorreta, pois o depósito deve se dar no lugar do pagamento e não no lugar do domicílio do devedor (art. 337 do CC); D: incorreta, pois, na ação consignatória, é possível, sim, fazer essa discussão, sendo, inclusive, comum a análise da abusividade ou ilegalidade de cláusulas contratuais quando há recusa do credor em receber o pagamento e o juiz precisa decidir se há ou não justa causa nessa recusa (art. 335, I, do CC). A: incorreta, pois o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido AINDA que provado depois que não era credor (art. 309 do CC); B: correta, nos termos expressos previstos no art. 478 do CC; C: incorreta, pois a quitação poderá se dar por instrumento particular, mesmo que se trate de contrato firmado por instrumento público (art. 320, caput, do CC); no mais, deve constar da quitação o nome do devedor, ou quem por este pagou (art. 320, caput, do CC), e não necessariamente o nome do pagador; D: incorreta, pois o terceiro não interessado, que paga a dívida em nome próprio, tem direito de reembolsar-se do que pagar, MAS não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305, caput, do CC). A: incorreta. Assevera Senise Lisboa que “A sub-rogação pode ser objetiva e subjetiva. Sub-rogação objetiva ou real é aquela que se dá pela substituição do objeto da obrigação, sem a extinção do vínculo obrigacional. (...). Sub-rogação subjetiva ou pessoal é aquela que se dá pela substituição de uma das partes, sem a extinção do vínculo obrigacional” (Roberto Senise Lisboa. Manual de direito civil. V. 2: direito das obrigações e responsabilidade civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 138); B: incorreta. Observa Senise Lisboa que “(...) caso o sub-rogado não consiga receber a importância devida, não poderá cobrá-la do credor original” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 141); C: correta. Segundo Senise Lisboa, “aplica-se à dação em pagamento o regime jurídico do instituto dos vícios redibitórios (defeito oculto existente na coisa à época de sua aquisição) e o da evicção (perda da coisa em virtude de sentença judicial)” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 149); D: incorreta. Assinala Senise que “não há novação no oferecimento de nova garantia ao credor. A simples constituição de uma garantia ao credor constitui elemento acessório ou secundário do negócio jurídico. Como a regra impede que o principal, que é o negócio jurídico, seja modificado pela garantia, que é elemento acessório, não há como se conceber a novação” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 154). A: incorreta. Obrigação pura e simples é aquela que produz efeitos normalmente, por não estarem sujeitas a condição, termo ou encargo; B: incorreta (art. 302 do CC); C: incorreta. A cessão de crédito é o negócio jurídico bilateral pelo qual o credor transfere a outrem, a título oneroso ou gratuito, os seus direitos na relação obrigacional; há três figuras: o cedente (credor que transmite o crédito), o cessionário (terceiro que recebe o crédito) e o cedido (o que continua devedor); assim, não há que se falar em extinção da obrigação em relação ao devedor, que continua obrigado, agora para com o cessionário; D: correta. A obrigação de resultado é aquela em que o devedor se compromete a atingir determinado fim, sob pena de responder pelo insucesso; são exemplos, a obrigação do vendedor de entregar a coisa vendida, a obrigação do transportador de levar o passageiro são e salvo ao destino e a obrigação do cirurgião plástico em cirurgias de natureza estética; essa obrigação gera uma responsabilidade objetiva; porém, o caso fortuito ou força maior exclui o nexo de causalidade, e, consequentemente, a responsabilidade (art. 393 do CC). A: incorreta (art. 290 do CC); B: incorreta (art. 252 do CC); C: incorreta (art. 278 do CC); D: correta (arts. 290 e 294 do CC). A: incorreta (art. 263 do CC); B: correta (art. 356 do CC); C: incorreta (art. 299 do CC); D: incorreta (art. 352 do CC). A: incorreta (art. 1.425 do CC); B: incorreta(art. 449 do CC); C: correta (arts. 286 e 296 do CC); D: incorreta (art. 350 do CC). A: incorreta. No caso descrito trata-se de típica hipótese de novação; B: correta (art. 250 do CC); C: incorreta (art. 300 do CC); D: incorreta (art. 383 do CC). A: incorreta (devendo ser assinalada), pois a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada (art. 290 do CC); B: correta (art. 292 do CC); C: correta, pois o cedente apenas responde pela solvência do devedor ser houver expressa previsão contratual (art. 296 do CC). Logo, em rega a cessão é pro soluto; D: correta (art. 287 do CC); E: correta (art. 286 do CC). I: incorreta (art. 305 do CC); II: incorreta (art. 313 do CC); III: correta (art. 310 do CC). A: correta, pois, de fato, a novação é a conversão de uma obrigação por outra para extinguir a primeira. Assim, para ser possível a conversão é requisito essencial a validade da primeira obrigação (art. 367 do CC); B: correta, pois a novação subjetiva passiva ocorre quando a pessoa do devedor se altera, o que pode ocorrer de duas formas: por delegação ou expromissão. Na novação subjetiva passiva por delegação o próprio devedor indica uma terceira pessoa com a concordância do credor (art. 360, II, do CC); C: correta (art. 294 do CC); D: incorreta, devendo ser assinalada (art. 849, parágrafo único, do CC); E: correta (art. 850 do CC). 3.3. Inadimplemento das obrigações A: correta, pois a característica principal do inadimplemento absoluto é justamente a não utilidade da prestação ao credor, em virtude do cumprimento defeituoso. Logo, cabe a aplicação da cláusula penal compensatória prevista no contrato; B: incorreta, pois não há abusividade, uma vez que a cláusula penal não excede o valor da prestação (CC, art. 412); C: incorreta, pois a entrega fora do prazo fez a prestação tornar-se sem utilidade ao credor, razão pela qual configurou-se o inadimplemento absoluto; D: incorreta, pois esse teto refere-se à clausula penal para a hipótese de mora (CDC, art. 52 § 1°) e não para o caso de inadimplemento absoluto. A, B e D: incorretas, pois não há enriquecimento sem causa no caso, já que há título jurídico a justificar o enriquecimento de Ronaldo; o ilícito no caso é outro, qual seja, o falta do cumprimento da obrigação contratual de pagamento; C: correta, pois há no caso título jurídico a justificar o enriquecimento de Ronaldo (art. 885 do CC). A a D: somente a alternativa “D” está correta pois, como havia cláusula de irretratabilidade (ou seja, não havia o direito de arrependimento), não incide a proibição de indenização suplementar prevista no art. 420 do CC, prevalecendo a regra do art. 419 do CC, que admite que a parte inocente peça indenização suplementar; e, quanto à questão do corretor, este tem direito de ser remunerado pelo trabalho de aproximação e fechamento do negócio que fez, pouco importando seu desfazimento posterior. A: correta, pois essa é uma alternativa a benefício do credor (art. 410 do CC); B: incorreta; de acordo com o art. 416, parágrafo único, do CC não é possível se exigir indenização suplementar à cláusula pena fixada, caso não haja convenção expressa nesse sentido, sendo que o enunciado da questão deixou claro que não havia qualquer outra cláusula adicional quanto ao inadimplemento da obrigação; C: incorreta, pois ou se escolhe cobrar a multa pela inadimplemento absoluto ou se escolhe exigir o cumprimento da obrigação, tratando-se de alternativa a benefício do credor (art. 410 do CC); D: incorreta; de acordo com o art. 416 do CC, “para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo”. A: incorreta, pois a não devolução do veículo no prazo não torna a sua entrega futura imprestável, diferentemente por exemplo se se tratasse da obrigação de entrega de um bolo de casamento, que, não entregue no prazo, tornaria imprestável a entrega depois do casamento; B: incorreta, pois o comodato mencionado na questão é com prazo certo e, portanto, a mora incorre de pleno direito, independentemente, portanto, de interpelação judicial ou extrajudicial; C: correta, nos termos do art. 399 do CC; D: incorreta, pois, estando em mora, essa alegação não procede, nos termos do art. 399 do CC, só havendo isenção de responsabilidade do devedor se este conseguisse provar que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. A: correta; tratando-se a biblioteca de bem indivisível, cada um dos devedores será obrigado pela dívida toda (art. 259, caput, do CC); B, C e D: incorretas, pois, conforme mencionado, por força de lei, os três são obrigados pela dívida toda (art. 259, caput, do CC). A: correta (art. 399 do CC); B: incorreta, pois, não havendo termo (data certa), a mora pode se constituir mediante interpelação judicial ou extrajudicial (art. 397, parágrafo único, do CC); C: incorreta, pois somente o devedor isento de dolo (“sem dolo”) fica livre de responder quando há mora do credor em receber a coisa na data ajustada (art. 400 do CC); D: incorreta, pois, combinada uma data avençada, o credor deve receber a coisa, não podendo alegar problemas próprios (no caso, ausência de espaço físico) para fugir de sua responsabilidade (art. 394 do CC). De acordo com o art. 235 do Código Civil “deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu”. Assim sendo, somente a alternativa “D” está correta, pois compete ao credor da obrigação escolher entre resolvê-la, recebendo o dinheiro que tiver pago de volta, ou pedir a entrega da coisa, com abatimento proporcional de seu preço. A: incorreta (art. 401, I, do CC); B: incorreta (art. 361 do CC); C: correta (art. 234 do CC); D: incorreta (art. 257 do CC). A: correta (art. 138 do CC); B: correta (art. 394 do CC); C: correta (art. 461, § 4.º, do CPC; art. 500 do Novo CPC); D: incorreta, devendo ser assinalada (art. 385 do CC). Remissão é a renúncia gratuita ao crédito. Já remição, é o pagamento. A: correta (art. 397, caput, do CC); B: incorreta (art. 399 do CC); C: incorreta (art. 400 do CC); D: incorreta (art. 405 do CC); E: incorreta (art. 395, parágrafo único, do CC). 3.4. Atos unilaterais, preferências e privilégios creditórios A e B: incorretas, pois é justamente o contrário, ou seja, o gestor de negócios tem direito de ser reembolsado, com acréscimo de juros legais (arts. 869, caput, e 870 do CC); C: incorreta, pois se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá sim pela falta do substituto (art. 867 do CC); D: correta (arts. 869, caput, e 870 do CC). A: incorreta (art. 857 do CC); B: correta. De fato, aquele que recebeu o pagamento que não lhe era devido, com base no princípio de vedação ao enriquecimento ilícito, deverá restituir o que recebeu; C: incorreta (art. 861 do CC); D: incorreta (art. 956 do CC). A: incorreta, pois responderá apenas pela quantia recebida pelo imóvel; o alienante só responderá por perdas e danos também, caso tenha agido de má-fé; B: correta (art. 854 do CC); C: incorreta, pois se trata de obrigação natural, obrigação essa que não tem que ser cumprida, mas, caso cumprida, não enseja repetição de indébito (art. 882 do CC); D: incorreta (art. 861 do CC); E: incorreta (art. 885 do CC).
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