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Farmacologia das substâncias psicoativas

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Antes de falarmos das substâncias psicoativas (drogas), precisamos definir e relembrar alguns conceitos 
importantes... 
Impulsividade 
É a tendência a atuar prematuramente, sem previsão. Ou seja, é quando agimos sem pensar, geralmente buscando 
uma recompensa imediata. Ações feitas com impulsividade, tendem a ser perigosas ou inadequadas, muitas vezes 
apresentando consequências indesejáveis. 
É uma resposta rápida, não planejada, à estímulos, em que não levamos em consideração as consequências negativas 
dessas reações. 
 
Hábito 
É uma resposta, condicionada, à um estímulo ambiental, independente das consequências. É quando estamos 
acostumados a fazer algo, ou seja, quando a ação se repete com frequencia 
Essa resposta foi reforçada por experiências passadas de recompensa (reforço positivo) ou pela omissão de um 
efeito aversivo (reforço negativo). 
 
Adição 
É um padrão comportamental de uso abusivo de substâncias. É a necessidade de usar certa droga para desfrutar 
seus efeitos 
Caracteriza-se por: Envolvimento extremo com o uso da substância; Uso compulsivo (a pessoa persiste na repetição 
de hábitos); Obtenção de seu suprimento; Alta tendência à recaída após interrupção do uso. 
 
Compulsão 
É uma ação repetitiva inadequada, que frequentemente tem consequências negativas. Basicamente, é a repetição 
persistente de atos habituais 
 
Dependência Física 
É um estado que se desenvolve em consequência da tolerância (adaptação) produzida pelo reajuste dos mecanismos 
de homeostase em resposta ao uso repetido de uma substância. 
Nesse estado de adaptação, a pessoa precisa de uma administração contínua da substância para conseguir 
funcionar normalmente. Quando a administração da substância é interrompida do nada, instala-se outro 
desequilíbrio e os sistemas afetados precisam readaptar-se a um novo equilíbrio, sem a substância. 
Ou seja, o nosso corpo estava em homeostase, sem o uso de nenhuma substância. Começamos a consumir a 
substância e o corpo entra em alostase (se adaptou ao novo normal), adquirindo uma dependência. Caso a gente 
pare de consumir a substância, o corpo vai ter que se adaptar de novo para um novo normal, agora sem a substância; 
 
Tolerância 
É uma alteração na maneira como o corpo responde a uma droga com o uso contínuo. Ocorre uma redução da 
resposta à droga depois de sua administração prolongada. 
À medida que a dose aumenta, o seu efeito vai aumentando também. Porém, com o uso repetido, doses maiores são 
necessárias para produzir o mesmo efeito que antes era conseguido com uma dose menor. 
Quando administramos a substância de forma repetida, a dose que estávamos habituados a consumir, vai começar 
a produzir menos efeito, o que é chamado de tolerância. 
Olívia Lazotti XXVII 
Em outras palavras, a tolerância é quando doses cada vez maiores da susbtância precisam ser administradas para 
se obterem os efeitos observados com o uso inicial da substância. 
Existem muitos tipos de tolerância, que falaremos mais pra frente. Precisamos saber, resumidamente, o 
mecanismo por trás da tolerância: 
Em condições normais, quando a droga entra no nosso corpo, ela liga-se à receptores e assim, produz efeitos 
através de segundos mensageiros. No entanto, a administração repetida ou prologada da droga pode causar uma 
inativação do receptor, fazendo com que ocorra o desenvolvimento de tolerância. Ou seja, se o receptor tá 
inativado, a droga não vai se ligar, e vamos ter uma diminuição da afinidade pela substância! Assim, seu efeito é 
atenuuado. 
 
Abstinência 
Reação psicológica e fisiológica à interrupção abrupta de uma substância que causou dependência. A síndrome de 
abstinência é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas que evidenciam a dependência física. Esses sinais 
dependem da classe farmacológica da substância causadora de dependência, mas geralmente, são contrários aos 
efeitos da droga. 
Por exemplo, dentre os sinais de abstinência de uma substância estimulante, temos a sedação, que aparece com a 
interrupção do seu uso. Já no caso dos opióides, temos sintomas físicos, como náusea, vômitos e diarreia (efeitos 
contrários dos opióides) 
Os sintomas propriamente ditos não significam que a pessoa esteja fazendo uso ilícito da droga. Aqueles pacientes 
que usam medicamentos com indicações médicas e nas doses certas, também podem desenvolver tolerância, 
dependência física e síndrome de abstinência quando seu uso é interrompido abruptamente. 
 
Uso abusivo 
Autoadministração de qualquer substância não aprovada culturalmente, que cause consequências adversas. 
 
 
Desintoxicação 
É o tipo de tratamento para dependência química, que consiste em administrar doses progressivamente menores 
da substância para evitar sintomas de abstinência, e assim, fazer o desmame da subtância. Pode ser feita com 
qualquer fármaco da mesma categoria que causou a dependência. 
 
 
Com os termos definidos, precisamos voltar no conceito de tolerância, para detalhar melhor os tipos: 
Tolerância inata: É a falta de sensibilidade, determinada geneticamente, a uma susbtância, desde a primeira vez 
que ela é experimentada  ou seja, a pessoa já nasce “forte” pra determinada substância. 
Tolerância adquirida: Aqui se encaixam as tolerâncias que adquirimos com o consumo da substância. Elas envolvem 
3 subtipos (farmacocinética, farmacodinâmica, aprendida) 
 
 Tolerância farmacocinética: É o tipo mais comum, caracterizado por alterações da distribuição ou do 
metabolismo de uma droga depois do seu uso repetido, de forma que determinada dose produz 
concentrações sanguíneias mais baixas do que a produzida com a primeira dose da mesma droga. 
 
O mecanismo mais comum desse tipo de tolerância é quando ocorre aumento na taxa metabólica da 
substância, ou seja, quando metabolizamos mais a substância. 
 
 Tolerância farmacodinâmica: É o mecanismo de mais importante de tolerância, causado por dentro dos 
sistemas afetados pela droga, de modo que a resposta a determinado concentração do fármaco é atenuada. 
Podemos ter alterações na interação droga-receptor. Por exemplo, a substância causa alterações na 
densidade dos receptores ou na eficácia do acoplamento do receptor às vias de transdução de sinais. 
 
 Tolerância aprendida: Diz respeito à atenuação dos efeitos de uma droga, devido os mecanismos 
compensatórios adquiridos por experiência anterior 
 
Como exemplo, temos a tolerância comportamental, exemplificada pelo aprender andar em linha reta, 
apesar da limitação motora produzida pela intoxicação por álcool. Ou seja, indica que as habilidades que 
podem ser desenvolvidas com experiências repetid as, servem para manter a pessoa funcionando, apesar 
do estado de intoxicação. 
 
 Tolerância condicionada: Ocorre quando indícios ambientais como luzes/odores estão relacionados 
consistentemente com a administração de uma droga. Se a droga for sempre ingerida na presença de 
determinados indícios ambientais, esses estímulos começam a pronunciar os efeitos da droga, e as 
adaptações começam a ocorrer antes mesmo da droga atingir seu local de ação. Se o uso da droga sempre 
for precedido dos mesmos estímulos, a resposta adaptativa à droga será aprendida, impedindo a 
manifestação plena dos efeitos da droga. 
 
Quando estamos esperando a substância, e nosso corpo já se prepara. Por exemplo, sempre que vou usar 
cocaína, sinto um cheiro x. Toda vez que eu sentir esse cheiro x, meu corpo sabe que vou usar cocaína e já 
se prepara, ou seja, adquire a tolerância. 
 
 Tolerância aguda: Se desenvolve rapidamente com o uso repetido em uma única ocasião. Por exemplo, a 
cocaína, que é usada frequentemente em festas nas quais é consumida doses repetidas em uma ou várias 
horas, resultando na redução da resposta à doses subsequentes ingeridas durante a festa. 
Temos que lembrar que a tolerância para os efeitos euforizantes da cocaína desenvolve-se de forma 
rápida, principalmenteno uso compulsivo. 
 
 
Com os principais conceitos definidos, vamos agora adentrar nos tipos das drogas 
DEPRESSORES DO SNC: Etanol, Benzodiazepínicos e Opioides 
*ps: nessa aula, vamos estudar apenas o etanol e opióides 
 
Drogas depressoras, são aquelas que diminuem o nível de atividade no cérebro, deixando o organismo mais lento! 
 
 ETANOL 
Como um depressor, causa os sintomas de sedação e sonolência. Porém, seus efeitos inicias tendem a ser 
percebidos como estimulantes, pois ocorre uma supressão dos sistemas inibitórios. Como está tão amplamente 
disponível, é combinado como praticamente todas as outras drogas 
 
Complicações médicas do abuso e dependência: As principais complicações associadas ao abus de álcool estão 
listadas à seguir: 
-Depressão, com risco de suicídio 
- Doença hepática e cardiovascular 
-Distúrbios endócrinos e do SNC 
-Desnutrição 
 
Alguns efeitos da dependência de álcool merecem destaque, devido sua importância, e são detalhados a seguir: 
 
-Depressão da memória recente: Pode ocorrer devido lesão cerebral causada pelas deficiências nutricionais 
comuns em alcoolistas (como a deficiência de tiamina.) Em altas doses, o indivíduo pode nem se lembrar do seu 
comportamento enquanto esteve intoxicado. A ingestão em grandes quantidades provoca tolerância, dependência 
física e síndrome de abstinência quando seu uso é interrompido. 
 
-Síndrome alcoólica fetal: O álcool atravessa facilmente a barreira placentária, podendo causar essa importante 
causa de deficiência intelectual. 
 
-Síndrome de Wernicke-Korsakoff: Caracterizada por uma constelação de sinais e sintomas neuropsíquicos que 
resultam de uma deficiência nutricional em tiamina (vit B1). 
 
Inicialmente surge a encefalopatia de Wrnicke, caracterizando a fase aguda da síndrome. Nessa fase aguda, 
temos uma tríade clínica clássica: 
(1) Estado confusional agudo (perturbação da atenção e do processamento de estímulos externos)  aqui 
temos lesões talâmicas mediais bilaterais 
(2) Oftalmoparésia (paralisia de um ou mais músculos extra-oculares)  lesões no nervo oculomotor 
(3) Ataxia (perda da coordenação motora)  degeneração em locais do cerebelo 
 
Com a progressão do processo patológico, a encefalopatia pode progredir para um quadro crônico, marcado por: 
(1) Amnésia anterógrada (paciente não consegue se lembrar de novas informações, que aconteceram 
recentemente) 
(2) Confabulação (erro de memória, em que há produção de falsas memórias) 
Esses sintomas ocorrem devido uma lesão nos corpos mamilares e terá como consequência a interrupção do circuito 
de Papez (responsável pelo controle das emoções) 
 
Essa síndrome tem um tratamento, feito em ambiente ambulatorial ou hospitalar, que consiste em administrar 
tiamina intramuscular nos primeiros 7-15 dias. Se não for feito tratamento, pode evoluir para esturpor, coma e 
até a morte. 
 
 
Intoxicação: Sintomas variáveis, mas incluem geralmente perda da coordenação motora e sonolência. A medida 
que os níveis sanguíneos aumentam, ocorre uma acentuação dos efeitos sedativos, podendo chegar até coma e 
óbito. 
 
Os sintomas da intoxicação variam com a dose e tolerância individuais: 
Baixos níveis de álcool no sangue: Descoordenação motora e sonolência. Em um primeiro momento, a pessoa pode 
estar estimulada 
Níveis maiores: Acentuaação dos efeitos sedativos 
Nível muito alto: Indivíduo entra me coma, e pode chegar à óbito. 
 
Tolerância: Tolerância inata pode estar presente em indivíduos relacionados com a história familiar de alcoolismo. 
O uso crônico está relacionado com a tolerância adquirida. 
As pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool, não desenvolvem apenas tolerância, mas também a 
dependência física. 
 
Abstinência: Os sintomas de abstinência (hiperatividade autonômica), podem ser bservados na interrupção 
abrupta do uso crônico. No entanto, frequentemente, não são gravesaté que comecem a ocorrer complicações. Um 
exemplo dessas complicações é o delirium tremens, caracterizado por alucinações, alterações no nível de 
consciência e desorientação. É considerado uma complicação grave de abstinência alcoólica 
 
Mecanismo de ação do álcool no organismo: O etanol age no nosso organismo por meio da inibição nas sinapses 
GABAérgiccas e diminui a excitação nas sinapses glutamatérgicas. 
 
Vamos relembrar os ratinhos, para entender esse mecanismo! O glutamato é um neurotransmissor inibitório, 
enquanto o GABA é excitatório. Sabendo disso, precisamos saber que o álcool, quando interage com esses 
neurotransmissores, vai realizar 2 ações: 
1- Torna o GABA ainda mais inibitório  nas sinapses gabaérgicas, o etanol vai bloquear os receptores 
GABA pré-sinápticoos e estimular os pós sinápticos, assim, há uma potencialização da liberação de GABA 
2- Impede a ação excitatória do glutamato  inibe a liberação pré-sináptica de glutamato 
 
 
 
Porém, além do GABA e do glutamato, o etanol também vai agir sobre a área do cérebro responsável pela 
recompensa, que é chamada de circuito mesolímbico. Essa área é formada principalmente pelo núcleo accubens, 
e seu funcionamento ocorre por neurônios dopaminérgicos. 
 
Nessa área mesolímbica, a principal ação do etanol é a de modular a liberação de dopamina, pois a administração 
do álcool eleva os níveis de dopamina no núcleo accubens. O mecanismo pelo qual esse aumento ocorre ainda não 
é bem compreendido, mas a principal explicação é por meio dos receptores opióides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explicando melhor... 
Essa via mesolímbica, é rica em receptores opióides, localizados em neurônios 
gabaérgicos e em terminais axônicos dopaminérgicos. Os opióides endógenos são 
liberados após o consumo de álcool, e atuam nos receptores opióides modulando a 
liberação de dopamina no nucleo accumbens (sistemas de recompensa ou inibição) 
 
Para entender esse mecanismo precisamos saber o que são peptídeos opióides 
endógenos! Eles são pequenas proteínas produzidas pelo nosso corpo que se ligam aos 
receptores opioides no cérebro, (responsáveis pela regulação normal da sensação de 
dor). Ou seja, os peptídeos opioides endógenos servem para modular esses 
receptores de dor. Temos que lembrar ainda, que esses receptores existem de 3 
tipos (μ, kappa e delta). 
 
Foi observado que compostos que inibem as ações dos peptídeos opióides endógenos, previnem os efeitos do álcool 
na liberação de dopamina (peptídeos opióides endógenos seriam responsáveis por aumentar a liberação de 
dopamina, sob efeito do álcool). Assim, concluímos que o álcool estimula a atividade dos peptídeos opióides 
endógenos, levando indiretamente à ativação dos neurônios dopaminérgicos 
 
Partindo do princípio que a ação do etanol nesse sistema ocorre por interação nas sinapses opióides do circuito 
mesolímbico, temos, então, 2 ações ocorrendo: 
1) Atuação direta do álcool sobre os receptores opióides μ 
2) Libera opióides endógenos, como a encefalina (aumenta dopamina) 
 
Sabendo disso, conseguimos entender como a naltrexona, um antagonista opióide, funciona para reduzir o consumo 
de etanol e o número de recaídas, pois bloqueia o receptor μ, impedindo efeito dopaminérgico, causando menos 
estimulação ou recompensa. Ela reduz a auto-administração de etanol sem alterar a atividade locomotora, se 
mostrando útil para tratar o alcoolismoo. 
 
 
 
 
 
 
Agora que já aprendemos o que o etanol causa no nosso corpo, precisamos saber como tratar de um paciente 
intoxicado, ou em dependência. Para isso, vamos ver à seguir as intervenções farmacológicas que podem ser 
feitas: 
Desintoxicação: É apenas a primeira etapa do tratamento, feita para suprimir os sinais e sintomas de abstinência, 
pode-se utilizar um benzodiazepínico de ação curta. Alguns médicos defendem o uso de anticonvulsivantes, como 
a carbamazepina, embora esses fármacos não pareçam atenuar os sintomas de forma tão eficaz quanto os 
benzodiazepínicos.Iniciamos o tratamento com medidas de suporte. A lavagem gástrica não é muito útil para desintoxicar, pois só é 
efetiva em caso de ingestão recente (1h) de grande quantidade de álcool, pois o álcool no estômago ainda não foi 
metabolizado, a intoxicação dá-se depois que ele é metabolizado (o que é muito rápido, em menos de 1h) 
Devemos fazer também o tratamento sintomático, em que administramos tiamina para prevenir a encefalopatia de 
Wernicke, antes de administrar glicose (que é feito em seguida). 
Em caso de convulsão, devemos administrar diazepam 
Depois da avaliação clínica, a abstinência alcoolica pode ser tratada em nível ambulatorial. Na presença de 
complicações, o tratamento deve ser hospitalar. 
 
Abstinência: Os casos mais graves exigem: 
-Avaliação geral. 
-Cuidados com a hidratação e com reposição de eletrólitos 
-Vitaminas (principalmente tiamina) e um agente sedativo com de tolerância cruzada ao álcool. 
 
Para tratar a abstinência, devemos reabastecer o controle inibitório, que foi perdido. Para isso, administramos 
agonistas do GABA, ou seja, benzodiazepínicos de ação curta, como oxazepom na dose de 15 a 30mg a cada 6 a 
8horas, de acordo com o estágio e a gravidade da abstinência ou um benzodiazepínico de ação prolongada, como 
o diazepam. 
Resumindo o que é importante saber do mecanismo: 
1) Alcool vai reforçar a inibição do GABA 
2) Vai inibir a excitação do glutamato 
3) Eleva o nível de dopamina no núcleo accubens 
via receptores opióides. 
 
Tratamento farmacológico: Para alcançar a abstinência total, o tratamento precisa incluir abordagens 
comportamentais. Existem alguns fármacos utilizados para ajudar a recidiva, como: 
 
Dissulfiram: Bloqueia a aldeído-desidrogenase, enzima que participa do metabolismo do álcool, resultando no 
acúmulo de acetaldeído, que é um composto tóxico. Quando o paciente está em uso desse medicamento e ingere 
álcool, ele fica com um rubor facial desagradável e náusea, o que desencoraja o paciente à consumir o etanol. 
 
Naltrexona: Como já falamos mais pra cima, a naltrexona é um antagonista dos receptores opioides. Sua 
administração crônica diminui o índice de recidiva da ingestão de álcool, sendo mais eficaz quando combinada com 
programas de terapia comportamental. 
 
Gabapentina: Melhora o sono 
 
Acamprosato: “álcool artificial” – É um inibidor competitivo do receptor de glutamato do tipo NDMA, alivia a 
hiperatividade glutamatérgica e a deficiência de GABA. 
 
 
 OPIOIDES 
Os fármacos opióides são usados principalmente no tratamento da dor grave. No entanto, alguns dos mecanismos 
do SNC que atenuam a percepção da dor também geram estado de bem-estar e euforia. Assim, são usados 
ilicitamente para produzir efeitos no humor. O opióide que estudaremos aqui é a heroína 
 
Os opióides podem ser: 
Endógenos  Produzidos pelo nosso corpo, como a encefalina 
Exógenos  Administrados externamente, como a morfina e cocaína 
Ambos atuam sobre receptores opioides, μ, δ e κ. 
 
Efeitos: Em superdosagem, os opióides acabam atuando como depressores da respiração, podendo até produzir 
coma. 
Com o tempo, pacientes tratados com opioides geralmente desenvolvem tolerância e, se o uso do fármaco for 
suspenso repentinamente, eles terão sinais de abstinência de opióides, que é o correspondente da dependência 
física. 
 
Abstinência: A duração e a intensidade da síndrome (que apesar de não ser tóxica, traz muitos riscos) varia de 
acordo com a droga utilizado. A síndrome começa 6-12h depois da última dose de um opióide de ação curta 
(heroína), e em até 72 a 84 horas para opioides de longa duração, como a metadona, que tem o inicío mais lento, 
mas é mais duradoura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento: O primeiro estágio do tratamento enfatiza a dependência física, e consiste na desintoxicação 
 Intervenções farmacológicas: Existem 3 abordagens diferentes para tratar os sinais e sintomas da 
abstinência de opióides, e fazer a seintoxicação. Essas abordagens são elucidadas à seguir 
 
1. Tolerância cruzada: É a abordagem mais adotada comumente. Consiste em substituir a droga por um opioide 
prescrito, e depois ir reduzindo progressivamente a dose. Um exemplo é trocar a heroína (curta duração) 
por metadona (longa duração). 
2. Utilização oral de clonidina: A clonidina é um fármaco usado para tratar hipertensão. Sendo um agonista 
alfa2-adrenérgico, ela reduz a transmissão adrenérgica. Assim, reduz sinais de sudorese, piloereção, 
formigamento, náusea e vômito. No entanto, possui pouco ou nenhum efeito em reduzir a fissura por 
opióides. Os dois principais efeitos colaterais do seu uso são a hipotensão e sedação. 
3. Ativação do sistema opioide endógeno sem fármacos: As técnicas propostas incluem acupuntura e vários 
métodos de ativação do sistema opioide endógeno sem fármacos. Sua praticidade não foi comprovada ainda. 
 
. 
Tratamento a longo prazo: O tratamento que vimos agora referia-se à desintoxicação, ou seja, é mais de curto 
prazo. Aqui estamos tentando evitar a recaída, a longo prazo. 
Quando o paciente sai do hospital depois de tratar a síndrome de abstinência, a chance dele voltar à consumir a 
droga é alta. Para evitar que isso acontece, o tratamento é feito da seguinte forma: 
 
1. Fazemos a estabilização com a metadona, em uma dose que seja suficiente para evitar os sintomas 
de abstinência por 24h. 
As doses de manutenção mais altas da metadona resultam em menor uso da heroína, por conta da 
tolerância cruzada (quando usam a heroína na sua dose habitual, os efeitos são atenuados). Pacientes 
tornam-se tolerantes aos efeitos sedativos da metadona, e conseguem frequentar aulas ou trabalhar. 
 
Podemos também usar buprenorfina, um agonista parcial dos receptores opioides, que irá produz 
sintomas mínimos de abstinência quando seu uso é interrompido, e tem baixo potencial de overdose. 
Aação prolongada e capacidade de bloquear os efeitos da heroína. Podemos usá-la em combinação com 
naloxona. Pacientes que recebem esse tratamento não apresentam os altos e baixos produzidos pela 
heroína, e o desejo de usar a droga pode desaparecer. 
 
 
Tratamento feito com antagonistas: Essa é uma outra opção de tratamento disponível. Podemos tratar a 
abstinência de opióides com a naltrexona, um antagonista com grande afinifade pelo receptor μ e bloqueia 
competitivamente os efeitos da heroína. Porém, não é capaz de satisfazer o desejo de consumir a droga e nem 
atenuar os sintomas de abstinência prolongada. Por isso, esse tipo de tratamento é mais útil apenas para aqueles 
pacientes motivados para permanecerem livres da droga 
 
O modelo de opióide pelo qual estudamos é o da HEROINA, então muitas coisas vistas abaixo estão repetindo 
conceitos acima, mas é só pra saber que a heroína encontra-se dentro de tudo falado aqui sobre opióides no 
geral! Ela é só um tipo específico, mas os mecanismos são os mesmos 
 
HEROÍNA 
 
 
Amplamente utilizada, devido sua alta disponibilidade no mercado ilícito e ao início rápido de sua ação. 
É altamente lipossolúvel, atravessando rapidamente a barreira hematoencefálica. 
 
Efeitos: O principal efeito é a euforia, pois é a principal propriedade de reforço dessas substâncias (é em busca 
da euforia que usuários procuram a droga). Inicialmente, essa euforia é muito intensa (chamada de rush), e dura 
de 45segundos a alguns minutos, mas depois ocorre uma sensação de tranquilidade profunda por várias horas, 
seguida de sonolência, flutuações do humor, embotamento mental, apatia e lentidão dos movimentos motores 
 
A injeção de heroína produz sensações como entusiasmo e sabor ou prazer intenso e elevado. Após injeção IV, 
o início dos efeitos dá-se em menos de 1 minuto. Dentre esses efeitos, temos: 
- Euforia intensa; 
-Período de sedação e tranquilidade, que se estende por até 1 hora 
Esses efeitos regridem dentro de 3 a 5 horas, dependendo da dose. Usuários experientespodem injetar de 2 a 
até 4 doses ao dia, oscilando entre o estado de mal-estar e o high. Essa oscilação causa problemas nos sistemas 
homeostáticos regulados pelos opioides endógenos  um exemplo dessa desregulação é a alteração de humor, 
em que os usuários ficam dóceis depois de usarem a droga, mas na fase de abstinência tornam-se irritáveis e 
agressivos. 
 
Tolerância e dependência: Como dito anteriormente, o efeito de euforia é um dos que se desenvolve a tolerância 
mais rápida. Porém, também há tolerância aos efeitos depressores respiratórios e analgésicos. 
A superdosagem é provável quando a potência da droga de rua (origem desconhecida pelo usuário) é 
inesperadamente alta, ou quando é misturada com um opióide muito potente, como a fentanila. 
 
Abstinência: A síndrome de abstinência de opióides, apesar de desagradável, não oferece risco à vida do paciente. 
A duração é curta (5-10 dias), mas é intensa. 
 
 Tratamento: (ver o tratamento na sessão opiódes geral, acima) O 1º estágio para o tratamento é a 
desintoxicação e controle da dependência física. 
 
Adição: A adição à heroína, assim como a outros opioides de ação curta, causa perturbações comportamentais que 
atrapalham a funcionalidade e produtividade do paciente. 
 
Morbidade e mortalidade O uso crônico de opióides não é tóxico, mas possui inúmeros prejuízos comportamentais, 
além do risco de superdosagem. Associado à esses riscos, temos: 
-Alta taxa de mortalidade e morbidade entre os usuários de heroína vendida nas ruas; 
-Infecções bacterianas causadoras de abscessos cutâneos e endocardite; 
-Infecções pulmonares (principalmente tuberculose); 
-Infecções virais (hepatite C e AIDS) 
Não precisamos saber especificamente disso, mas peguei o mecanismo de ação da heroína (do site dos ratinhos) pq acho 
que fica mais fácil de entender os opióides: 
1) Antes da heroína entrar no sistema, temos neurotransmissores inibitórios ativados, inibindo a liberação de 
dopamina 
2) Quando nossos peptídeos opióides endógenos ativam os receptores opióides, os neurotransmissores inibitórios 
param de agir. Sem essa inibição, a dopamina pode ser liberada 
3) A heroína imita nossos peptídeos opióides, e se conecta aos receptores opióides, desligando a inibição de 
dopamina. Assim, com a liberação de dopamina, sentimos os efeitos de desação e bem-estar 
Os neurônios com receptores opióides localizam-se em partes do cérebro responsáveis pela transmissão de sinais de dor, 
resposta ao estresse e controle de emoções. 
 ESTIMULANTES DO SNC: Cocaína, Anfetamina e agentes relacionados 
 
COCAÍNA 
É uma droga que apresenta alta frequência de abuso e dependência devido sua alta disponibilidade e preço 
relativamente baixo (crack). Normalmente usada via inalatória ou intravenosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos: Os efeitos reforçadores da cocaína relacionam-se ao seu bloqueio do transportador que remove dopamina 
da sinapse, que aumenta as concentrações de dopamina nas áreas cerebrais críticas. No entanto, a cocaína também 
bloqueia as recaptações de NE e 5-HT. Entre seus efeitos, temos: 
 Excitação exacerbada 
 Melhora do desempenho nas tarefas que exigem atenção e cautela 
 Sensação de autoconfiança e bem-estar 
 Doses mais altas: Euforia de curta duração, seguida do desejo de usar mais droga 
 Doses repetidas: Atividade motora involuntária, comportamento estereotipado e paranoia. Causam 
também irritabilidade e aumento do risco de violência. 
A meia-vida da cocaína no plasma é de cerca de 50min, mas os usuários da droga inalatória (crack) geralmente 
desejam mais cocaína depois de 10-30min. 
Alguns estudos demonstraram que a cocaína prolonga e intensifica o orgasmo quando é usada antes da relação 
sexual. Contudo, seu uso crônico reduz a libido sexual, além de relacionar-se com a depressão e psicose. 
 
Riscos associados ao uso - toxicidade: 
 Possibilidade de adição 
 Arritimias cardíacas, isquemia miocárdica e miocardite 
 Dissecção aórtica 
 Vasoconstrição cerebral 
 Convulsões 
 Trabalho de parto prematuro e descolamento prematuro da placenta 
 Mortes por traumatismo 
 
Tolerância, dependência e abstinência: A maioria dos usuários que desenvolvem tolerância, passam, 
posteriormente, por uma abstinência, que melhora entre 1 a 3 semanas, sem necessidade de tratamento. 
Usuários relatam uma resposta intensa ao ver a droga, mesmo antes de seu uso. Essa reação consiste em excitação 
fisiológica e acentuação do desejo de usar a droga com ativação simultânea das estruturas límbicas do cérebro. 
A sensibilização doi relacionada com manifestações psicóticas paranoides do uso dessa droga 
 
Sintomas de abstinência de cocaína: 
 Disforia 
 Depressão 
 Sonolência 
 Fadiga 
 Desejo intenso de usar a droga 
 Bradicardia. 
Não precisamos saber especificamente disso, mas peguei o mecanismo de ação da cocaína (do site dos ratinhos) pq acho 
que fica mais fácil de entender os conceitos envolvidos: 
1) Os transportadores de dopamina são responsáveis por remove-lá da fenda sináptica, depois que realizou sua 
função. 
2) A cocaína bloqueia esses transportadores, prendendo a dopamina na fenda, onde fica hiper-estimulando a célula. 
3) Como as outras drogas, a cocaína relaciona-se com a área de recompensa do cérebro. Mas além disso, ela também 
está relacionada com a parte responsável pelo controle de movimentos voluntários, e é por isso que seus usuários 
são incapazes de ficarem parados. 
Após a abstinência de cocaína, o paciente pode continuar com depressão, que caso persista, deve ser tratada com 
antidepressivos. A diminuição progressiva desses sintomas ocorre ao longo de 1-3 semanas. 
 
Tratamento da abstinência: Como a síndrome de abstinência de cocaína geralmente é vasta, o tratamento 
sintomático é desnecessário. O principal problema que enfrentamos nesse tratamento não é a desintoxicação, e 
sim o de conseguir ajudar o paciente a resistir ao forte desejo de usar a droga. Existe um programa de reabilitação 
que normalmente consegue melhoras na maioria dos usuários, e esse programa envolve terapias comportamentais 
e fármacos, que tratam os transtornos psíquicos coexistentes, como a depressão. 
Atualmente existem estudos referente ao uso de topiramato, que demonstrou redução significativa do uso da 
droga. Estudos demostraram também que a acentuação da inibição GABAérgica possa reduzir a recidiva de 
autoadministração de cocaína. Uma abordagem nova ao tratamento da drogadição da cocaína utiliza uma vacina, 
que produz anticorpos contra a droga. 
 
 
 
ANFETAMINA E AGENTES RELACIONADOS 
*ps: gente, tinha literalmente só 1 slide disso, então coloquei até a mais aqui do que foi falado em aula 
Produzem efeitos subjetivos semelhantes aos da cocaína (prazer intenso), embora a deterioração clínica possa 
progredir mais rapidamente. Os agentes relacionados à anfetamina incluem dextroanfetamina, metilfenidato e 
dietilpropiona. 
 
As anfetaminas aumentam os níveis sinápticos de DA, ME e 5-HT, pormeio da estimulação de sua liberação pré-
sináptica. A metanfetamina produz efeitos neurotóxicos, que se evidenciam por meio de alterações histológicas 
dos neurônios dopaminérgicos e serotoninérgicos. 
 
MDMA (metilenedioximetdianfetamina) e MDA (metilenedioxianfetamina): São feniletilaminas, caracterizadas 
como estimulantes e psicodélicos 
 
Mecanismo de ação (ratinhos): Os transportadores de dopamina são responsáveis por remover a dopamina da 
fenda sináptica. Como a metanfetamina imita a dopamina, ela é captada por esses transportadores e é levada para 
dentro da célula. 
Uma vez dentro da célula, a metanfetamina entra nas vesículas de dopamina, expulsando as moléculas de dopamina. 
O excesso de dopamina dentro da célula força os transportadores à agirem ao contrário, expulsando a dopamina 
da célula para a fenda sináptica. Esse excesso de dopamina fica preso na fenda sináptica, e fica se ligando ao 
receptor,hiper estimulando a célula. 
 
Tratamento para a adição: olhar os da cocaína, pois o tratamento é muito semelhante. 
 
 
 AGENTES PSICODÉLICOS- perturbadores do SNC: LSD, Canabinoides (maconha), Fenicilidina (PCD), 
mexcalina, psilocibina, MDMA e MDA (feniletilaminas com propriedades estimulantes e psicodélicas) 
 
Efeito psicodélico: São alterações na consciência, como alucinações, delírios, intensificação dos sentidos e da 
percepção sensorial. 
 
Existem principalmente 2 grupos de substâncias psicodélicas: 
1. Indolaminas: Envolvem o LSD, DMT (dimetiltriptamina – Ayahuasca) e psilocibina (cogumelos) 
2. Fenetilaminas: Envolvem a Mescalina (peiote), DOM (dimetoxianfetamina), MDA e MDMA 
Ambos têm afinidade alta com os receptores 5-HT2 
 
 
CANABINOIDES (maconha) 
Foram identificados até 61 canabinoides na fumaça exalada na queima da planta Cannabis spp. O principal composto 
ativo da droga, responsável pelos efeitos psicoativos, é o Δ9 -tetraidrocanabinol (THC). 
Existem também os canabinoides sintéticos, que trazem maior morbidade que os fitocanabinoides. 
 
Efeitos: Os efeitos do THC variam segundo a dose, via de administração, experiência do usuário, suscetibilidade 
aos efeitos e as condições de uso. Podem ter duração de até 2 horas. 
 Alterações de humor, percepção e motivação 
 Relaxamento 
 Embotamento das funções cognitivas, da percepção, do tempo de reação, aprendizagem e memória 
 Alterações comportamentais como tontura e fome exagerada 
 Reações desagradáveis: Pânico e alucinações (observados em doses mais altas) 
 
A maconha possui efeitos medicinais, chamados de antieméticos, que são efeitos relaxantes musculares e 
anticonvulsivantes, e pode reduzir a pressão intraocular elevada nos pacientes com glaucoma. 
 
Mecanismo de ação (ratinhos): Em condições normais, temos neurotransmissores inibitórios agindo na sinapse. 
Esses neurotransmissores impedem a liberação de dopamina. Quando ativados pela anandamida (canabinpoide 
normal do corpo), os receptores canabinóides liberam os neurotransmissores inibitório, e a dopamina é liberada. 
O THC da maconha imita a anandamida, e se conecta aos nossos receptores canabinoides. A inibição é desligada, 
permitindo a liberação da dopamina na fenda sináptica. 
 
A anandamina é conhecida por estar envolvida em remoção de memórias desnecessárias. É também responsável 
pela lentificação do movimento, promovendo uma sensação de calma e relaxamento. Diferente do THC, a 
anandamina tem uma meia-vida curta, por isso não nos deixa “chapados”. 
 
Tolerância: Pode se desenvolver rapidamente depois de apenas algumas doses, mas também desaparece em pouco 
tempo 
 
Abstinência: Os sintomas não podem ser detectados na prática clínica. A síndrome de abstinência pode aparecer 
em usuários diários da maconha (com sintomas leves) 
 
Uso abusivo e adição: Não existe um tratamento específico 
 
 
LSD 
É um produto semi-sintese obtido a partir do ácido lisérgico, uma substância obtida naturalmente do fungo do 
Claviceps Purpurea. 
Efeitos: O LSD interage com a maioria dos receptores cerebrais de 5-HT como agonista/agonista parcial e 
desencadeia distorções sensoriais (principalmente visuais) e alucinações com doses de apenas 1 μg/kg. 
Em doses usuais, causa: 
 Distorções de percepção e, em alguns casos alucinações 
 Alterações do humor (exaltação, paranoia ou depressão) 
 Hiperatividade intensa 
 Sensação de pânico em alguns pacientes 
 
Bad trip: ansiedade extrema ou depressão profunda e ideação suicida. 
 
Tratamento da agitação grave: Feito com diazepam ou através de uma conversa tranquilizadora com o paciente. 
Os fármacos antipsicóticos podem intensificar a experiência, e por isso, são contraindicados. 
 
Mecanismo de ação (ratinhos): O LSD age quase que exclusivamente nos neurônios de serotonina. Ele é um 
análogosa serotonina e manifesta seus efeitos quando se liga aos receptores de serotonina. 
Existem muitos tipos de receptores de serotonina no cérebro, e cada um e responsável por executar uma função. 
O LSD interage com receptores específicos, mas não sempre da mesma forma. Assim, as vezes ele pode inibir 
esses receptores, ou excitá-los. É por isso que o LSD tem efeitos sensoriais tão complexos. 
O LSD age no loccus ceruleus, área responsável por sentimentos de fraqueza e resposta à estímulos inesperados. 
 
 
 DROGAS ESTIMULANTES E PSICODÉLICAS 
 
MDMA e MDA 
Efeitos - doses usuais (1 ou 2 comprimidos de 100mg): 
Efeitos buscados: 
 Sensações de vigor 
 Percepção alterada do tempo 
 Experiencias sensoriais agradáveis com ampliação da percepção 
Efeitos indesejados: 
 Taquicardia 
 Boca seca 
 Contração dos maxilares e dores musculares 
Doses mais altas: 
 Alucinações visuais 
 Agitação 
 Hipertermia 
 Ataques de pânico 
 
Mecanismo de ação (ratinhos): Os transportadores de serotonina são responsáveis por remover as moléculas de 
serotonina da fenda sináptica depois que elas realizaram seu trabalho. O ecstasy mimetiza a serotonina, e se 
acopla aos transportadores de serotonina. A interação do ecstasy altera o transportador, que fica consufso e 
começa a fazer seu trabalho ao contrário. Ou seja, começa a jogar serotonina pra fora da célula. O excesso de 
serotonina fica preso na fenda sináptica, hiper estimulando-a. 
O ecstasy interage com as áreas do cérebro responsáveis pelo humor, soono, percepção e apetite, além de interagir 
indiretamente com a área de recompensa. O excesso de serotonina estimula a liberação de dopamina pela área de 
recompensa, o que explica o vício pela droga. 
 
 
FENCICLIDINA (PCD) 
É um agente anestésico dissociativo, com propriedades semelhantes às da cetamina. Era comercializado 
anteriormente para uso veterinário, e torou-se popular como uma droga de rua barata no final dos anos 60. Foi 
sintetizada em laboratórios e comercializada como agente anestésico e analgésico para uso na medicina 
veterinária. 
O seu uso em humanos foi interrompido devido seus efeitos alucinatporios e neurotóxicos 
 
Apresentações e formas de uso: É mais comumente fumada (associada à maconha), mas pode ser também inalada, 
ingerida ou injetada. O produto utilizado é um cloridrato e apresenta-se sob a forma de pó branco, com sabor 
amargo. Frequentemente é adicionada a drogas psicoativas ilícitas, como a maconha, a mescalina, e o LSD. 
 
Manifestações clínicas: 
1 a 5mg: 
 Sensação de embriaguez acompanhada de relaxamento 
 Sensaçãoo de desligamento da realisase 
 Incoordenação motora 
 Dificuldade de concentração e comunicação 
 Efeitos psicoterápicos: distorções temporo-espaciais e despersonalização 
 
5 a 10mg: 
 Paranóia 
 Angústia 
 Agressividade 
 Experiencia de morte eminente 
 Catalepsia 
 Crises delirantes agudas 
 Coma 
 
Intoxicação grave: Resulta em hiperatividade adrenérgica, incluindo: 
 Hipertensão arterial 
 Taquicardia 
 Diaforese 
 Diaforese 
 Hipertermia 
 Rigidez 
 Reações distônicas localizadas 
 Edema pulmonar 
 Convulsões 
 Coma 
 
Tratamento da intoxicação aguda: Não há antídoto para a intoxicação, assim, devemos tratar os sintomas. Para 
isso, usamos: 
1. Benzodiazepínicos: 1ª linha para o controle da agitação. 
2. Diazepam IV (10mg): Usado até o controle das manifestações. Pode ser usado em doses cumulativas de 
até 100mg. 
 
Devemos adequar a sedação, pois o paciente pode vir a desenvolver rabdomiólise, hipertermia, hipertensão e 
convulsões. Nas agitações psicomotoras refratárias ao uso de benzodiazepínicos, recomenda-se a utilização de 
barbitúricos ou propofol. 
O uso de haloperidol é controverso, mas geralmente é evitado por conta do risco de convulsão e hipertermia. 
Casos graves: Pode ser necessária a intubação orotraqueal e medidas de resfriamento corporal. 
 
Exames laboratoriais complementares: 
1. Teste de urina: Os testes de urina para drogas de abuso raramente são úteis. Um teste urináriode 
drogas positivo não fornece confiança que uma substância é a causa atual da apresentação do paciente. O 
quadro clínico é muito mais importante para isso. 
2. Teste quantitativo da droga no soro: É particularmente valioso, pois fornece valiosas informações sobre 
a gravidade da exposição em tempo real. 
3. Dosagem sérica de salicilato, acetaminofeno e etanol/metanol: É encorajada uma vez que as exposições 
são comuns e o tratamento será específico.

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