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Meninas e meninos na educação infantil - uma questão de gênero e poder

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Meninas e meninos na Educação Infantil: 
uma questão de gênero e poder 
Ana Paula Costa Tomaz 
Caroline de Sousa Anselmo 
Frederico Carvalho Bonsucesso 
Lara Oliveira Sousa 
Maria Eduarda Alves Pereira 
Belo Horizonte, 22 de maio de 2020 
Uma discussão acerca do artigo de Claudia Vianna e Daniela Finco 
• Pesquisas realizadas sustentam que há uma existência de uma 
anatomia cerebral específica para cada sexo: o cérebro de meninas 
e meninos processa de modo distinto a linguagem, as informações, 
as emoções e o conhecimento. 
• O artigo escolhido por nosso grupo questiona se é, de fato, possível, 
afirmar que as competências e os comportamentos delas 
decorrentes são configurados conforme cada sexo. 
• O que se entende por masculinidade e feminilidade? Refletir sobre 
estes conceitos no âmbito da Educação Infantil, exige indagar a 
respeito da interferência do papel e da cultura nos processos de 
socialização de meninas e meninos. 
• É possível comprovar que as diferenças no desempenho em 
matemática ou na capacidade da linguagem resultam de 
diferenças cerebrais de cada sexo – visto que mulheres possuem 
um maior corpo caloso - considerando inatas? No campo das 
relações e dos comportamentos infantis, podemos mesmo supor 
que meninas necessariamente preferem as bonecas e meninos 
os carrinhos? Elas foram feitas para brincar de roda e eles de 
futebol? 
• A perspectiva sociocultural permite 
centrarmos nosso olhar nas formas de 
controle do corpo infantil, um processo 
social culturalmente determinado, 
permeado por formas sutis, muitas 
vezes não percebidas. 
• As características tidas pela tradição como naturalmente masculinas ou 
femininas resultam de esforços diversos para distinguir corpos, 
comportamentos e habilidades de meninas e meninos. Pesquisadores 
nos ajudam a pensar no corpo como um lugar de inscrição da cultura. 
 
CORPO ⇒ alvo das práticas disciplinares 
• Há um aparato instrumental e institucional que busca constantemente 
disciplinar os corpos quando estes buscam fugir e escapar, seja por 
meio de mecanismos repressivos, seja por um discurso que impõe às 
crianças uma imagem estigmatizada de si mesmas. 
• A influência dos processos de socialização sobre a cognição e 
comportamento de ambos os sexos vem sendo reconhecida por 
pesquisadores de várias áreas. 
• O caráter fixo e binário de categorias como feminino e masculino, 
contido nas explicações biológicas para as diferenças entre homens e 
mulheres, é uma construção social e histórica elaborada nas 
desigualdades fundamentadas sobre as diferenças físicas e biológicas. 
• Além disso, a desigualdade de gênero afeta as pesquisas sobre o 
desempenho e o desenvolvimento cognitivo de meninas e meninos. 
As afirmações biológicas sobre diferenças sociais nem sempre são 
cientificamente válidas, pois o conhecimento científico também é 
socialmente construído. 
Por ser menina no Brasil – Crescendo entre Direitos e Violências: 
Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 
• Em termos de brincadeiras 
e gênero, algumas visões 
culturais sobre brincadeiras 
de meninos e meninas até 
então tidas como 
dominantes não foram 
sustentadas pela maioria 
das meninas/adolescentes 
pesquisadas. 
Imagem: Reprodução da publicação Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos 
e Violências, da Plan International Brasil. 
Gênero e Educação Infantil 
• Na educação infantil as crianças podem passar a 
maior parte do tempo em contato com outras crianças. É nessa relação 
singular que o protagonismo da criança ganha destaque. Desse modo é 
necessário estudar as relações no contexto educativo da creche e pré- 
escolas onde confrontam-se adultos e crianças. 
• O direito a uma educação infantil de qualidade inclui a discussão das 
questões de gênero. A educação infantil não só cuida do corpo das 
crianças, com o educa: ele é o primeiro lugar marcado pelo adulto, em 
que se impõem à conduta dos pequenos os limites sociais e psicológicos. 
É o emblema no qual a cultura inscreve seus signos. 
Logo, o corpo é uma construção social que se dá 
nas relações entre as crianças e entre estas e os 
adultos, de acordo com cada sociedade e cada 
cultura. Ele é produzido, moldado, adestrado e 
adomado segundo parâmetros culturais. 
Como esses mecanismos de construção social se 
fazem presentes na educação de meninas e meninos? 
• Homens e mulheres adultos educam crianças definindo em 
seus corpos diferenças de gênero. 
• As características físicas e os comportamentos esperados para 
meninos e meninas são reforçados nos pequenos gestos e 
práticas do cotidiano na educação infantil. 
• O que é valorizado para a menina, não é, muitas vezes, 
apreciado para o menino e vice-versa. 
• O processo de feminilização e masculinização dos corpos, presente no controle 
dos sentimentos, no movimento corporal e no desenvolvimento das habilidades 
de meninos e meninas está relacionado à força das expectativas que nossa 
sociedade e nossa cultura carregam. 
• Esse processo reflete diretamente no tipo de brinquedos que lhes são permitidos 
e disponibilizados para que as crianças “aprendam” de maneira muito prazerosa e 
mascarada a comportar-se como “verdadeiros” meninos e meninas. 
• Os significados de gênero são socialmente configurados, impressos no corpo 
de crianças de acordo com as expectativas de uma determinada sociedade. 
• Se, por um lado, é possível observar o controle da agressividade na menina, 
o menino sofre processo semelhante, mas em outra direção: nele são 
bloqueadas as expressões de sentimentos como ternura, sensibilidade e 
carinho. 
• Os brinquedos oferecidos às crianças estão carregados de expectativas, 
simbologias e intenções. 
Todavia, pouco se questiona sobre o processo 
binário de construção social de gênero e afirmam- 
se que se trata de um um fato natural ligado ao 
sexo biológico. As transgressões que se 
apresentam, por mais numerosas que sejam, são 
consideradas exceções, e assim o preconceito não 
chega sequer a ser arranhado. 
O menino que se vestia de noiva e a menina 
que usava tênis de dinossauro 
Relatos de uma professora entrevistada pelas autoras 
Menino é expulso da escola por usar roupas de princesa 
O pequeno Romeo Clarke, de apenas 5 anos de idade, foi proibido de voltar a creche, em 
Rugby, na Inglaterra, por gostar de se vestir como uma princesa. A escola, católica, afirmou que ele 
confundia as outras crianças. 
Publicado em 13/05/2014 
• Os corpos de meninas e meninos passam, desde muito pequenos, por um 
processo de feminilização e masculinização, responsável por torna-los 
“mocinhas” ou “moleques”. Contudo, mesmo quando a disciplina insiste em 
fabricar corpos submissos e afeitos aos padrões tradicionais de gênero, esses 
corpos, mesmo ainda pequenos, insistem em resistir e rebelar-se. 
• Essas crianças nos mostram 
que é possível fazer educação 
produzindo diferenças, 
mesmo que isso se constitua 
de um grande desafio, pois a 
estranheza é o primeiro 
sentimento que as crianças 
transgressoras provocam nos 
professores. 
Ilustração: Dika Araújo 
• A criança transgressora desafia as normas pressupostas e 
coloca-as em discussão. O modelo binário masculino- 
feminino é apresentado diariamente a essas crianças. A 
manutenção desse modelo depende do ocultamento das 
masculinidades e feminilidades alternativas, do silêncio 
sobre elas e de sua marginalização. 
 
• É por meio dessas transgressões que a sociedade reforça a 
associação unívoca (homogênea) e supostamente natural 
entre sexo e padrões de gênero. Mas é também por meio 
deles que se convive com a diferença. 
Entretanto, frente às opressões que as crianças 
vêm sofrendo, meninos e meninas ainda exercitam 
habilidades mais amplas, experimentam, inventam 
e criam, nos lembrando que o modo como estão 
sendo educados pode contribuir para limitar sua 
iniciativas e suas aspirações,mas também para se 
tornarem mais completos. 
Sugestão de Filme: “Tomboy” (2011) - Céline Sciamma 
• O filme francês da diretora Céline Sciamma, relata a 
história de Michael, uma criança transgênero de 10 
anos que se muda durante as férias de verão com a 
família para um novo bairro. 
• Um dia ele vê um grupo de garotos brincando abaixo 
de sua janela e sai para ir brincar com eles, mas 
quando chega eles já haviam ido embora. Ao invés 
disso, ele conhece Lisa, por quem se apaixona. 
• Porém, o que os outros não sabiam era que Michael 
nasceu menina, e é apresentado as outras crianças 
do bairro. A partir deste momento ele passa a ter 
uma vida dupla, como Michael e Laura, pois seus pais 
desconheciam a sua real identidade.

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