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COOPERATIVA DE ATENDIMENTO PEDAGOGICO DA BAHIA
MARINA FONSECA LAGO
MARINALVA SILVA DOS SANTOS
MÉTODO PSICANALÍTICO
SALVADOR
 2018.2
COOPERATIVA DE ATENDIMENTO PEDAGOGICO DA BAHIA
MARINA FONSECA LAGO
MARINALVA SILVA DOS SANTOS
SÍNTESE
Trabalho interdisciplinar apresentado como pré-requisito parcial para aprovação na disciplina de Método Psicanalítico, do curso Psicanalise Clinica na Consulcoop, sob a orientação do Professor Sérgio Brak, turma 01.
SALVADOR
 2018.2
O MÉTODO PSICANALÍTICO
 A Psicanálise é um método de tratamento psíquico e de investigação do inconsciente desenvolvido por Sigmund Freud (1856-1939). Freud iniciou seu trabalho usando o hipnotismo com o objetivo de fazer com que as pacientes reproduzissem as situações traumáticas que estavam na origem de seus sintomas. Posteriormente, descobriu que os pacientes não precisavam ser hipnotizados e que a recordação por meio da sugestão, era um método mais eficaz para eliminar, alterar ou diminuir os sintomas.
 O principal colaborador nas ideias de Freud é Joseph Breuer. Breuer, ao se encarregar de uma paciente histérica que entrará para os anais da psicanálise com o nome de Ana O. dá início ao Método Catártico, onde os sintomas são eliminados com a retomada de recordações traumáticas passadas. Ao ser provocado o sonambulismo hipnótico como tranquilizante, a paciente passa a narrar, durante a hipnose, uma série de fatos passados, profundamente dolorosos. Esses fatos não faziam parte do conhecimento consciente da paciente. Breuer introduz Freud em suas descobertas. Juntos publicam suas descobertas, e a colaboração durará até a ruptura ocorrida quando da elaboração da teoria da sexualidade infantil de Freud.
>. Consciente e inconsciente – o modelo topológico
 Atualmente é fácil aceitar a ideia da existência de processos inconscientes. Isto não era assim tão fácil nas etapas iniciais do desenvolvimento da psicanálise.
A descoberta do inconsciente vem para Freud por dois caminhos diferentes e paralelos. De um lado, a experiência clínica pioneira de Breuer. De outro, as experiências com sugestão pós-hipnótica de Bernheim.
 Com base em Bernheim; um paciente é hipnotizado e, durante o sonambulismo, dás-lhe a sugestão de que, ao acordar, deverá voltar ao seu lugar e tomar certa atitude. O paciente é despertado do sonambulismo e volta para o seu lugar. À medida que o tempo passa, ele vai se tornando cada vez mais inquieto até que por impulso toma a atitude sugerida ao estar sonâmbulo.
 O hipnotizador aborda-o questionando o porquê de sua atitude e o paciente não consegue recordar. A ordem faz parte de um processo que não percebe, que é subjacente à sua consciência e que, no caso específico, é dominante sobre a consciência.
 Fica então claramente definida a existência de dois processos psíquicos paralelos, um consciente e outro inconsciente, sendo que o inconsciente determina as ações do sujeito, sem que este o perceba.
 Além da caracterização do consciente e inconsciente, dois outros processos psíquicos devem ser considerados: o primeiro, o paciente não se lembra da ordem que o levou a tal atitude, se o hipnotizador rejeita suas explicações iniciais, mas, ao fazer um grande esforço de introspecção, ele de repente se lembra de tudo; o segundo, se a ordem ferisse profundamente os seus valores morais ele não teria cumprido.
 O segundo caminho do estabelecimento do conceito de inconsciente, e o que marca o início da elaboração da psicanálise, vem do atendimento clínico que Breuer propiciou a Ana O. A recordação consciente do trauma, com a correspondente descarga de emoções reprimidas, faz com que os sintomas desapareçam.
 Os Estudos sobre a histeria, publicados por Freud e Breuer em 1895, constituem o primeiro trabalho de repercussão da psicanálise. A teoria da origem da neurose, elaborada por Breuer, baseava-se nos chamados estados de “absence”. Julgava eles que as histéricas estariam sujeitas a estes estados, e, quando dentro deles, a capacidade de elaboração de eventos afetivos seria reduzida.
- Resistência e repressão
 A utilização do Método Catártico e Hipnótico de Breuer logo traz problemas para Freud. Há fracassos nos tratamentos e muitos pacientes não conseguem ser hipnotizados. Freud desanima com a prática médica há hipnose.
 Freud então se recorda dos experimentos de sugestão pós-hipnótica a que assistira com Bernheim. Ele abandona a hipnose e inicia uma técnica sugestiva, onde afirma ao paciente que ele poderá se lembrar do acontecimento traumático sofrido, que ele conscientemente não sabe, mas que está guardado no inconsciente. O procedimento apresenta resultados satisfatórios.
 A utilização do esforço consciente para descoberta do inconsciente, levanta várias questões: como o sujeito não foi capaz de lembrar antes? O que impedia o acesso deste evento no inconsciente era uma força que se opunha a sua percepção consciente, chamada resistência. 
 Com a descoberta da resistência, se dá a descoberta da repressão, onde uma força mobiliza o indivíduo para que não seja ferido em seus ideais éticos e estéticos e tira da consciência a percepção de acontecimentos cuja dor o indivíduo não poderia suportar.
 A descoberta da resistência e da repressão marca a ultrapassagem de um modelo estático do trauma, para um modelo dinâmico, de jogo de forças. Marca, também, a introdução do mecanismo de defesa.
- As estruturas dinâmicas da personalidade
 Os conceitos de consciente e inconsciente não puderam responder a algumas questões levantas, cedendo, então, a três constructos psicanalíticos que constituirão o modelo dinâmico da estruturação da personalidade: Id, Ego e Superego.
. Id
 É o reservatório de energia do indivíduo constituído pelo conjunto dos impulsos instintivos inatos, que motivam as relações do indivíduo com o mundo. Suas características são: responsável pelo processo primário, funciona pelo prazer, inexiste o princípio de não contradição, é atemporal, não é verbal, funciona basicamente pelos processos de condensação (Agrupamento, dentro de uma imagem, de características pertencentes a vários processos inconscientes) e deslocamento (Processo onde as características de uma imagem são transferidas para outra), uma instância estruturalmente inconsciente.
. Ego
 Instância que se diferencia a partir do Id, servindo de intermediário entre o desejo e a realidade. Pode-se definir como funcionando pelo princípio da realidade e pelos processos secundários. Suas características são: dá juízo de realidade, funcionando pelo processo secundário; intermediário entre os processos internos e a relação destes com a realidade; setor mais organizado e atual da personalidade; domina a capacidade de síntese; domínio da motilidade; organiza a simbolização; sede da angústia.
. Superego
 O responsável pela estruturação interna dos valores morais. O superego se divide em duas partes complementares. A primeira é chamada de Ego Ideal e corresponde a internalização dos ideais valorizados e a outra face é a Consciência Moral, que corresponde a internalização das proibições.
- Mecanismos de Defesa
São os diversos tipos de processos psíquicos, cuja finalidade consiste em afastar um evento gerador de angústia da percepção consciente.
. Repressão
Impede que pensamentos dolorosos ou perigosos cheguem a consciência.
. Divisão ou cisão
 Um objeto ou imagem que possa representar duas faces: amor e ódio. 
Mecanismo normal das primeiras etapas da vida.
. Negação ou negação da realidade
Negação diante de aspectos que nos magoariam ou que seriam perigosos para nós.
. Projeção
Quando nos sentimos maus, ou quando um evento doloroso é de nossa responsabilidade, tendemos a projetá-lo no mundo externo.
. Racionalização
Abstraímo-nos das vivências afetivas e, em cima de premissas lógicas, tentamos justificar nossas atitudes. 
. Formação reativa
Caracteriza-se por uma atitude ou um hábito psicológico sentido oposto ao desejo recalcado.
. Identificação
Internalização pelo sujeito de características de alguém valorizado.
. Regressão
Retornar aos
níveis anteriores de desenvolvimento.
. Isolamento
Isolar um pensamento, atitude ou comportamento, das conexões que teria com o resto da elaboração mental.
. Deslocamento
Descarregar sentimentos acumulados em pessoas ou objetos menos perigosos.
. Sublimação
Desejos que não podem ser literalmente realizados e são canalizados pelo Ego para serem satisfeitos em atividades simbolicamente similares e socialmente produtivas.
- Sexualidade e Libido
Libido é a energia afetiva original que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento. Cada nova organização da libido, apoiada numa zona erógena corporal, caracterizará uma fase de desenvolvimento.
A sexualidade não é vista pela psicanálise em seu sentido restrito usual, mas abarca a evolução de todas as ligações afetivas estabelecidas desde o nascimento até a sexualidade genital adulta.
Ao organizar progressivamente em torno de zonas erógenas definidas, a libido caracterizará três fases de desenvolvimento infantil: fase oral, fase anal e fase fálica.
. Fase oral
Ao nascimento, a estrutura sensorial, mas desenvolvida é a boca. É pela boca que se mobilizará na luta pela preservação do equilíbrio homeostático.
O seio é o primeiro objeto de ligação infantil. É o seu depositário de seus primeiros amores e ódios.
Neste momento a libido está organizada em torno da zona oral.
A incorporação é a etapa concreta da introjeção e a organização primitiva da identificação. Há duas etapas nessa fase: etapa oral de sucção e etapa oral sádico-canibal.
. Fase Anal
No início do segundo ano de vida, a libido passa da organização oral para a anal. A fantasia básica será ligada aos primeiros produtos, notadamente ao valor simbólico das fezes. Duas modalidades serão estabelecidas: a projeção e o controle. Abrahan e Freud subdividem a fase anal em duas etapas. A etapa inicial é biologicamente caracterizada pelo domínio dos processos expulsivos e a segunda é retentiva, o que propiciará a base para os mecanismos psicológicos ligados ao controle.
. Fase fálica 
Por volta dos três anos, a erotização passa a ser dirigida para os genitais. A tarefa básica deste momento consiste em organizar os modelos de relação entre o homem e a mulher.
. Fase genital 
Alcançar a fase genital, para psicanálise, indica atingir o pleno desenvolvimento adulto normal. As adaptações biológicas e psicológicas foram realizadas.
- A formação de sintomas
O inconsciente, como depositário básico da simbologia onto e filogenética, tem a capacidade de, por encadeamento de símbolos, propor fórmulas alternativas para expressar uma mensagem que conscientemente não pode ser percebida.
. Atos falhos ou para praxias
O ato falho é um modelo típico de formação de sintomas. Nem houve a agressão, nem a submissão. Se ele resolveu o problema no momento, não contribuiu em nada para o crescimento individual. Apenas retardou sua explosão.
. Os sonhos e o simbolismo
O sonho é um bom exemplo do simbolismo inconsciente. Além de concretizar imagens, o sonho é um fenômeno normal e universal. É também um bom exemplo da formação de sintomas. Do conflito entre dois elementos, o desejo e a repressão, surge uma solução simbólica intermediária que em parte satisfaz e em parte contraria a ambos.
Nos sonhos, Freud distingue quatro tipos de mecanismos:
1) Condensação: Acontece muito frequente quando esquecemos certas partes dos nossos sonhos. Geralmente são as partes mais importantes, elas levam diretamente à solução, pois é delas que vem a resistência e que provoca o esquecimento. O trabalho do sonho consiste em resumir numa fórmula telegráfica toda a complexidade do mundo interior do cliente. Algumas séries de problemas graves e complexos aparecem abreviadas no sonho: aos impulsos instintivos inconfessáveis à luz da consciência.
2) Deslocamento: é o processo pelo qual a carga afetiva que é libertada durante o sonho não recai, como seria natural, sobre o seu verdadeiro objeto: a carga afetiva desvia sua direção e vai recair sobre um objeto secundário, aparentemente insignificante. Esse é um dos mecanismos fundamentais e tanto ocorre nos sonhos como nos fenômenos psíquicos patológicos.
3) Dramatização: Esse fenômeno consiste no fato de que nunca sonhamos com ideias ou relações entre ideias. O conteúdo dos nossos sonhos é sempre constituído por imagens e associações entre imagens. A atividade mental do sonho se limita a imagens de origem sensorial: imagens visuais, auditivas, tácteis, etc. É uma atividade mental de tipo inferior ao pensamento racional. Em outras palavras, os sonhos traduzem as ideias em imagens e, por isso, a interpretação dos sonhos tem que percorrer o caminho oposto, ou seja, descobrir qual é o significado racional das imagens oníricas.
4) Simbolização: Se dá quando as imagens que aparecem nos sonhos estão em relação com outras imagens.
. Neurose e sintomas
O modelo de aparecimento de neuroses e psicoses é similar à formação de sintomas descritos nos atos falhos e nos sonhos. Durante todo nosso processo de desenvolvimento, enfrentamos angústias com as quais teremos de lidar. Se falhamos neste processo, a repressão desencadeada pelo Ego criará um ponto de fixação, ao qual estaremos sujeitos a retornar diante de novas crises, notadamente as crises que possuam relações com as fantasias ou desejos reprimidos.
Freud então desenvolve a técnica de trabalho do analista com o divã (o paciente deita-se no divã para que possa se sentir mais à vontade para falar livremente e ficar distante dos estímulos, por exemplo, o olhar do analista ou suas expressões faciais eventuais que ocorrem durante a sessão).
A sessão de análise dura 50 minutos, sendo que certas escolas de psicanálise criadas depois de Freud usam outros parâmetros para o tempo de duração da sessão. São aconselháveis algumas sessões por semana para facilitar o trabalho. Um tratamento psicanalítico não possui uma duração prevista e, geralmente, avança por alguns anos.
O analista deve ouvir o paciente e manter a "atenção flutuante", interpretar a fala do paciente, suas atitudes na sessão, seus sonhos, quando necessário. O paciente realiza um trabalho de recordação, não só da origem dos sintomas, mas da sua própria história particular; e para isso ele deve falar.
Do princípio básico “tornar consciente o inconsciente” deduz-se a regra fundamental para o paciente, que é chamada de método de livre associação. É igualmente aceita por todos, embora existam algumas diferenças no modo de introduzi-la na situação analítica. 
Método de associação livre - este método substitui o antigo método catártico, tendo-se tornado, desde então, a regra fundamental do tratamento psicanalítico: o meio privilegiado de investigação do inconsciente. O paciente deve exprimir todos os seus pensamentos, ideias, imagens e emoções, tais como se apresentam a ele, sem seleção e restrição, mesmo que tais materiais lhe pareçam incoerentes, impudicos, impertinentes ou desprovidos de interesse. Tais associações podem ser induzidas por uma palavra, um elemento de sonho, ou qualquer outro objeto de pensamento espontâneo.
O respeito a essa regra permite o aparecimento das representações inconscientes e atualiza os mecanismos de resistência (CHEMANA, 1995).
Freud estabelece como equivalente da regra fundamental para o paciente- uma regra fundamental para o analista, designando-a com o termo atenção flutuante.
Atenção flutuante – regra técnica à qual tenta se conformar o psicanalista, ao não privilegiar em sua escuta, nenhum dos elementos particulares do discurso do analisando. A atenção flutuante é a contrapartida da associação livre, proposta ao paciente. Freud formula essa técnica em 1912, da seguinte maneira: “Não devemos atribuir uma importância particular a nada daquilo que escutamos, sendo conveniente que prestemos a tudo a mesma atenção flutuante”. Igualmente, determina que o inconsciente do analista se comporte, em relação ao inconsciente do paciente, “como ouvinte telefônico em relação ao microfone”. A atenção flutuante pressupõe, portanto, de parte do praticante, a supressão momentânea de seus
pré-julgamentos conscientes e de suas defesas inconscientes (CHEMANA, 1995).
A tarefa que o método psicanalítico se empenha em resolver pode expressar-se em diferentes fórmulas, que em essência, no entanto, são equivalentes. Pode-se dizer: a tarefa do tratamento é eliminar as amnésias. Preenchidas todas as lacunas da memória, esclarecidos todos os efeitos enigmáticos da vida psíquica, tornam-se impossíveis a continuação e mesmo a reprodução da doença. Pode-se ainda conceber a condição para isso da seguinte maneira: todos os recalcamentos devem ser desfeitos; o estado psíquico passa então a ser idêntico àquele em que todas as amnésias foram preenchidas. De alcance ainda maior é outra formulação: trata-se de tornar o inconsciente acessível à consciência, o que se consegue mediante a superação das resistências. Mas não se deve esquecer que tal estado tampouco se apresenta no ser humano normal, e que só raramente fica-se em condições de levar o tratamento a um ponto que se aproxime disso. Assim como a saúde e a doença não se diferenciam em princípio, estando apenas separadas por fronteiras quantitativas determináveis na prática, não se pode estabelecer como meta de tratamento outra coisa senão o restabelecimento prático do enfermo, a restauração de sua capacidade de rendimento e de gozo.
 Num tratamento incompleto ou havendo um resultado imperfeito, obtém-se sobretudo uma significativa melhora do estado psíquico geral, enquanto os 
Apesar de todas essas limitações, é extraordinariamente grande o número de pessoas aptas para a psicanálise, e a extensão trazida a nossos poderes terapêuticos por esse procedimento é, segundo Freud, muito considerável. Nos casos de doença mais branda, a duração do tratamento poderia encurtar-se muito, obtendo-se em ganho extraordinário em termos de prevenção para o futuro.
Baseada nessa relação de falantes é possível notar a importância da linguagem, pois ela está presente nas associações livres, as quais constroem o inconsciente, e produzem então o que Freud denominou de “recordações encobridoras”, que é a construção do passado sendo feita por essa linguagem, e aproximando o inconsciente da nossa realidade. 
Por fim, pode-se concluir que Freud deu início a uma nova ciência, singular em sua metodologia, e no modo com que se relacionava com seu objeto de estudo; assim ele deixou uma grande herança, e muitos seguidores pelo mundo, que fazem da Psicanálise uma ciência nova, que está se renovando.

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