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Alice Bastos Analgesia pós-operatória Métodos de administração da analgesia Ç Também conhecida como medicação de horário; O esquema regular deve prever doses adicionais para os períodos de exacerbação da dor; Devem ser prescritas em separado para serem usadas se ocorrer dor incidental; A via depende da condição do paciente e da intensidade da dor; Nos primeiros dois dias a medicação geralmente é administrada por via parenteral, e assim permanece até que o paciente possa ingerir medicamentos; O intervalo, o número de fármacos e a dose de cada um deles devem ser adequados à intensidade da dor, necessitando ser reduzida juntamente com a atenuação da magnitude da dor; Recomenda-se a avaliação da prescrição ao menos duas vezes por dia. Ç É um método (não rotineiro) que determina que o analgésico só seja administrado quando o paciente estiver com dor moderada ou intensa; Dessa forma, o paciente sempre experimenta um ciclo de exacerbações e remissões da dor, sofrendo desnecessariamente em virtude do tratamento inadequado; Considerando os aspectos (citados acima) envolvidos na realização desse método, seu uso é aceito apenas para o tratamento dos períodos de exacerbação da dor; Nesses casos, deve-se utilizar uma medicação potente e com início de ação rápido, de preferência por via parenteral, já que a via oral impões um tempo longo para o início da analgesia. Não deve ser rotineiramente utilizada em razão dos efeitos adversos; É uma técnica reservada apenas para pacientes internados em unidades de terapia intensiva, que não possam acionar uma bomba de analgesia controlada pelo paciente; O alívio da dor, com essa técnica, não é tão efetivo quanto o da analgesia peridural; Possui a desvantagem de não atender à variabilidade dos níveis de dor que os pacientes apresentam; A concentração plasmática deve se situar em uma faixa terapêutica analgésica, abaixo da qual a dor se manifesta e acima da qual ocorrem os efeitos colaterais; Como a infusão é feita em ritmo fixo, em determinados momentos pode ocorrer sobredose, com consequentes efeitos adversos; Em outros, pode haver subdose e, consequentemente, dor. É uma técnica muito eficiente; Consiste na injeção intermitente de opioides, associados ou não a anestésicos locais; O opioide mais utilizado é a morfina, cuja duração de ação após injeção peridural única geralmente é de 12 a 18 horas, podendo chegar a 24 horas, período após o qual deve ser repetida para manutenção; O fentanil também pode ser administrado, porém sua duração de ação é, em média, de apenas 4 horas; A conservação do cateter peridural permite a repetição da medicação nos intervalos necessários; A analgesia se manifesta quando o opioide atinge os receptores medulares, pela difusão por meio da dura- máter; A analgesia com opioides espinhais é de alta qualidade, no entanto, pode originar efeitos colaterais como Alice Bastos prurido, náuseas e vômitos, retenção urinária e depressão respiratória; Deve ser indicada para dor aguda de origem abdominal e de membros inferiores, que não cursam com alterações significativas da dinâmica pulmonar. A associação de anestésicos locais e opioides por infusão peridural constitui um dos melhores esquemas para o tratamento da dor aguda; A associação de anestésico local com opioide favorece a penetração do mesmo pela dura- máter, alcançando maiores concentrações no liquor e melhor efeito analgésico; O opioide mais utilizado é o fentanil, utilizado em concentrações de até 5 µg/mL, com infusão horária inicial de 15 µg/h, que é aumentada de acordo com a necessidade; Os anestésicos locais utilizados são: Bupivacaína; Ropivacaína; É uma técnica indicada normalmente para as operações do quadrante superior do abdome e do tórax; É recomendado colocar o cateter, sempre que possível, no tórax, pela menor interferência com a função gastrointestinal, a dinâmica pulmonar e a função cardiovascular. Analgesia controlada pelo paciente É uma modalidade terapêutica na qual durante a recuperação pós-operatória, há uma administração de analgésicos por demanda imediata do paciente em quantidade abundante, independente da via de administração e da droga utilizada; Toda terapia analgésica aplicada por qualquer via pode ser chama de analgesia controlada pelo paciente (ACP), desde que sua administração seja feita pelo próprio paciente, de acordo com suas necessidades, em dose e frequência suficientes para obter o alívio da dor. É um método que prevê e respeita a individualidade do paciente, que passa a decidir sobre o momento em que deseja receber a medicação analgésica por meio de autotitulação das doses; Vantagens: Melhor analgesia; Dá ao paciente a opção de decidir sobre o alívio de sua própria dor, o que traz grande satisfação psicológica; Possibilidade de titular a medicação analgésica de acordo com a necessidade individual (isso também fornece segurança ao processo da analgesia); Período de hospitalização menor; Menor consumo de analgésico; Os pacientes se sentem mais seguros por poderem usar a medicação para aliviar sua dor no momento que desejarem; Maior satisfação do paciente em relação ao seu atendimento; Os pacientes que mais se beneficiam da utilização da ACP são aqueles submetidos a cirurgias de grande porte ou cirurgias que cursam com dor pós-operatória de moderada ou grande intensidade; A modalidade mais utilizada é a venosa com opioides, sendo usadas: Morfina; Hidromorfona; Oximorfona; Fentanil; Alfentanil; Por via subcutânea utiliza-se: Morfina; Tramadol; Hidromorfona; Por via peridural, são utilizados os seguintes anestésicos locais (associados ou não opioides): Bupivacaína; Ropivacaína; Outras vias utilizadas são: nasal, oral e transdérmica. O equipamento consiste basicamente em uma bomba de infusão eletrônica que possibilita ao paciente a autoaplicação de uma quantidade predeterminada do analgésico; Alice Bastos Ao sentir dor, o paciente pressiona um botão acoplado ao aparelho que libera a dose estabelecida (bolus ou dose de demanda); O mecanismo do equipamento permite programar um intervalo entre doses, durante o qual não será infundida outra dose de demanda quando solicitada pelo paciente; Esse intervalo tem a finalidade de impedir que seja administrada uma sobredose da medicação analgésica, evitando efeitos adversos mais graves (ex.: depressão respiratória). Referências ASHMAWI, H. A. et al. Analgesia controlada pelo paciente. In: Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo. Tratado de anestesiologia SAESP. 7. Ed. São Paulo: Atheneu, 2011. p. 543-552. BASSANEZI, B. S. B.; OLIVEIRA FILHO, A. G. Analgesia pós-operatória. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 33, n. 2, p. 116-122, Mar./Abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S0100-69912006000200012. ROMANEK, R. M. Analgesia pós-operatória ambulatorial. In: Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo. Tratado de anestesiologia SAESP. 7. Ed. São Paulo: Atheneu, 2011. p. 553-576.
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