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TRABALHO DE PRAXIS

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Prévia do material em texto

Trabalho e 
Práxis Social
Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Regina Inês da Silva Bonança 
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
5
 · Abordagem da categoria
 · Trabalho e o seu papel na constituição da vida social
 · Trabalho e a produção social da riqueza
 · Trabalho: transformação da natureza e constituição do ser social
 · Trabalho, natureza e ser social
 · Práxis: a síntese entre as dimensões objetiva e subjetiva 
do ser social
Abordar o trabalho que, na sua efetiva realização, é um ato de produção e 
reprodução da vida humana na transformação/satisfação das necessidades 
dos homens, as quais, devemos recordar, são historicamente determinadas.
Nesta unidade, abordaremos os principais acontecimentos que elevaram o trabalho a uma 
categoria central na constituição do ser social.
A compreensão desse conteúdo é fundamental para a atuação do profissional de Serviço 
Social, que atualmente se depara com a diversidade de manifestações do trabalho em nossa 
sociedade.
Diante desse cenário, leia o material teórico, interaja no fórum e realize as atividades. 
Vamos juntos construir novos conhecimentos!
Trabalho - Categoria Central na 
Constituição do ser Social
6
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, vamos ler a tirinha da Mafalda, escrita e desenhada pelo 
cartunista argentino Quino, que aborda a questão do trabalho e das nossas responsabilidades 
perante as instituições. 
Já que somos seres sociais e artífices de nossa presença no mundo, quando não estamos inseridos 
no mercado de trabalho, por diversas razões, nossa imagem social se altera, não é mesmo?
Então, proponho a leitura e reflexão da tirinha disponibilizada no link:
http://i74.photobucket.com/albums/i264/belablask/201.jpg
http://i74.photobucket.com/albums/i264/belablask/201.jpg
7
Abordagem da categoria
O trabalho é uma categoria central para o entendimento do ser humano em suas relações 
sociais e, por isso, o seu estudo é indispensável para auxiliar na compreensão do homem e de 
sua vida em sociedade. Ele é a base de toda atividade econômica, pois é o cerne da produção 
de bens e serviços, os quais se transformam em valores e formam a riqueza social.
Nesta unidade, abordaremos o trabalho que, na sua efetiva realização, é um ato de produção 
e reprodução da vida humana na transformação/satisfação das necessidades dos homens, as 
quais, devemos recordar, são historicamente determinadas.
A partir do momento em que o ser social busca no trabalho sua produção e reprodução na 
luta para sobreviver, ele também renova constantemente seu modo de realizar suas atividades, 
fazendo-as de formas diferentes ou criando formas facilitadoras em seu processo de trabalho.
 
 Importante
Categoria, para ser considerada como tal, deve antes ter existência concreta, real, a fim de que seja 
possível a sua abstração no âmbito do pensamento.
Trabalho e o seu papel na constituição da vida social 
Propomos agora um pequeno estudo introdutório, sendo ele voltado para a explicação e 
compreensão da vida social atrelada ao conceito de economia política. Para isso, faremos uma 
breve referência à sua história. 
A expressão economia política tem origem no grego politeia e oikonomika, aparece pela 
primeira vez em 1615, quando Antoine Montchrétien (1575-1621) publica a obra Tratado de 
Economia Política (Traité de l’Economie Politique). Embora apareça em textos de François 
Quesnay (1694-1774), James Steuart (1712-1780) e Adam Smith (1723- 1790), a economia 
política só se constituiu e sistematizou como campo teórico a partir da entrada do século XIX.
O objetivo da Economia Política é o estudo das leis sociais que regulam a produção e a 
distribuição dos meios, os quais permitem a satisfação das necessidades dos homens, que são 
historicamente determinadas. Tais meios que, em seu conjunto, representam a riqueza social 
asseguram a satisfação, sem a qual a sociedade não pode manter-se e reproduzir-se.
Sendo assim, podemos entender que o objeto de estudo da Economia Política são as relações 
sociais próprias à atividade econômica, que é o processo que envolve a produção e a distribuição 
dos bens que satisfazem às necessidades individuais ou coletivas dos membros de uma sociedade.
8
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
A atividade econômica tem em sua base o trabalho. Por meio do trabalho, torna-se possível a 
produção de bens na criação de valores que formam a riqueza social. Dessa forma, o trabalho é 
muito mais que um tema ou um elemento da Economia Política, ele é uma categoria importante 
para a compreensão da atividade econômica e, também, parte integrante da maneira como o 
ser transforma a natureza e se constitui na sociedade.
Trabalho e a produção social da riqueza
As últimas décadas, em especial os anos 70 do século XX, estão sendo marcadas por 
profundas modificações em nossa sociedade. O capitalismo vive um quadro crítico e os elementos 
constitutivos dessa crise são complexos, permeados por mudanças econômicas, sociais, políticas 
e ideológicas – tanto no que se refere às formas de materialidade quanto às de subjetividade.
Diante da complexidade que se forma entre ser e existir nas relações sociais, muitos de nós – 
homens e mulheres – dependem do trabalho, o tem como única forma de sobrevivência e, com 
isso, acabamos nos deparando cada vez mais com situações instáveis, precárias de trabalhar e, 
quando não, de falta de trabalho.
A busca pela concorrência e produtividade vem se convertendo em um processo destrutivo 
que gera a precarização do trabalho e um aumento de trabalhadores desempregados.
Podemos afirmar que a satisfação material das necessidades dos homens e das mulheres que 
constitui a sociedade é obtida por meio de uma interação com essa sociedade. 
Trabalho: transformação da natureza e constituição do ser social
D
ario Sanches/W
ikim
edia C
om
m
ons
A sociedade composta por seus membros 
transforma materiais naturais em produtos 
que atendem às suas necessidades. Sabemos 
que atividades que atendem a necessidades 
de sobrevivência são praticadas em todas as 
espécies animais, podemos pensar no ciclo 
de vida dos insetos, roedores e pássaros e 
observar que as atividades realizadas por 
esses animais se originam e se apresentam 
na natureza de maneira estritamente 
instintiva. Podemos observar, por exemplo, 
na imagem abaixo, que o João de Barro 
constrói a sua moradia de forma instintiva e 
isso promove a sua sobrevivência, o protege 
de seus predadores.
9
Agora vamos distinguir o trabalho de qualquer outra atividade natural, para isso usaremos 
algumas reflexões de Marx:
[...] O trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em 
que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo 
com a natureza. [...]Não se trata aqui das primeiras formas instintivas, animais, 
de trabalho. [...] Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence 
exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do 
tecelão e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção 
dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto 
da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construi-
lo na cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no 
inicio deste existiu na imaginação do trabalhador e, portanto, idealmente. Ele 
não apenas efetua uma transformação da forma da matéria natural; realiza, ao 
mesmo tempo, na matéria natural, o seu objetivo. [...] Os elementos simples 
do processo de trabalho são a atividade orientada a um fim ou o trabalho 
mesmo, seu objetivo e seus meios. [...] O processo de trabalho [...] é a atividade 
orientada a um fim para produzir valores de uso, apropriação do natural para 
satisfazer a necessidades humanas, condição universal do metabolismo entreo 
homem e a natureza, condição natural eterna da vida humana e, portanto, [...] 
comum a todas as suas formas sociais (MARX,1983, p. 149-150,153).
Devemos observar que o trabalho se produz em uma ação mediada, entre o trabalhador que 
executa a atividade e o objeto necessário para a sua elaboração. Lukás acrescenta: 
Não precisamos repetir a definição que Marx ofereceu para constatar que todo 
trabalho seria impossível se não estivesse precedido por esse tipo de posição, o 
de determinar o processo em todas as suas fases (LUKÁS, 1980, p. 8-9). 
Então o trabalho é a transformação realizada no mundo por meio da atividade humana, que 
foi se desenvolvendo ao longo do tempo e rompeu com o padrão natural das atividades. Isso 
porque a natureza não cria instrumentos, eles são elaborados pelos homens e, dessa forma, 
consequência do próprio sujeito que trabalha. E o trabalho não se opera com uma atuação direta 
sobre a matéria natural, ele necessita de um instrumento (ou um conjunto de instrumentos) que 
torna a relação entre ambos mediada. 
vitruvius.com
.br
A criação de instrumentos para o trabalho coloca para o sujeito o problema dos meios e dos 
fins e, com ele, o problema da finalidade. 
A divisão social do trabalho e as transformações 
da arte e da técnica de produção.
O problema dos meios e dos fins postos 
pelo trabalho determina formas fundamentais 
para a sua efetivação. O fim (a finalidade) é 
antecipado nas representações do sujeito em 
uma intencionalidade prévia, que idealiza 
mentalmente o resultado de sua ação – devemos 
ressaltar que o trabalho é uma atividade 
projetada e teleologicamente direcionada. 
10
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
Segundo Lukás, essa prévia ideação é indispensável à efetivação do trabalho: a realização do 
trabalho só se dá quando essa prefiguração ideal se objetiva, ou seja, quando a matéria natural, 
pela ação material do sujeito, é transformada.
Dessa forma, o trabalho é uma consequência e se constrói na consciência do ser social e, 
sendo assim, não se faz presente no ser biológico dos animais.
Glossário
Teleologicamente significa uma ação conduzida segundo o fim proposto pelo sujeito.
Sendo assim, o trabalho propicia um movimento em dois planos: o primeiro é o plano 
subjetivo (arquitetado em seu cérebro); segundo, o plano objetivo (que transforma o material da 
natureza). Dessa forma, o trabalho constitui uma objetivação do sujeito, que o efetua gerando 
cada vez mais distanciamento entre aqueles que executam a matéria final.
Glossário
Objetivação – é a transformação de algo subjetivo em algo objetivo
 O trabalho, por atender a um número ilimitado e praticamente invariável de necessidades, 
requer um desenvolvimento constante para o atendimento de novas demandas. 
O trabalho não se realiza cumprindo determinações genéticas, ele exige habilidades e conhecimentos 
que se adquire, de modo geral, por repetição e experimentação transmitidas por meio do aprendizado.
O trabalho, então, precisa ser distinto de qualquer outra atividade natural. Como dito, 
devemos observar que ele se produz em uma ação mediada, entre o trabalhador que executa 
a atividade e o objeto necessário para a sua elaboração. Precisamos compreender que tanto 
os fins quanto os meios do trabalho solicitam determinadas exigências e condições aos sujeitos 
para sua realização. Nesse processo, o sujeito terá que realizar escolhas entre as alternativas para 
a concretização e efetivação dos resultados do trabalho – além das objetivações, nas quais o 
trabalho se transforma em produtos.
 As questões dos meios e dos fins do trabalho estão totalmente interligadas, pois sem elas o 
trabalho se torna inviável, sendo o conhecimento sobre a natureza e a coordenação múltipla de 
habilidades (como fazer?) necessários ao sujeito para a realização da atividade proposta. 
Podemos citar como exemplo da articulação entre o conhecimento e as habilidades o 
trabalho do homem sobre a pedra, que é caracterizada por sua porosidade ou dureza. Dessa 
forma, torna-se possível transmitir às outras pessoas seus conhecimentos, porque o sujeito se 
11
sente impulsionado e estimulado a generalizar e a universalizar o seu aprendizado. Começa-se 
então o processo de comunicação, gerado a partir dos fenômenos surgidos na esfera do ser 
que trabalha.
O trabalho necessita e possibilita a criação de linguagem específica, chamada articulada, é por 
meio dela que o sujeito do trabalho expressa as suas representações sobre o mundo que o cerca.
 
 Importante
O trabalho é sempre uma atividade coletiva, seu sujeito nunca é um sujeito isolado, mas sempre se 
insere num conjunto com outros sujeitos. Para que essa inserção ocorra, é necessária a coletivização de 
conhecimentos. Esse caráter coletivo da atividade do trabalho é aquilo que denominaremos de social.
Trabalho, natureza e ser social
Podemos afirmar diante do acima exposto que é por meio do trabalho que a humanidade 
se constituiu como tal. O trabalho é uma atividade exercida por homens, membros de uma 
sociedade que transforma formas naturais em produtos que satisfazem suas necessidades. O 
trabalho, além de ser uma atividade específica de homens na sociedade, é também a constituição 
de um processo histórico que tornou possível o ser social.
A natureza transformada pelo trabalho é a facilitadora da manutenção da vida dos membros 
da sociedade. Podemos entender por natureza um conjunto de seres que conhecemos em nosso 
universo e que foram precedentes ao surgimento dos primeiros grupos de seres humanos. A 
natureza é agrupada em dois grandes níveis: 
• Natureza inorgânica – são aqueles que não dispõem da propriedade de se reproduzir;
• Natureza orgânica – são aqueles que dispõem da propriedade de se reproduzir.
Compreender a natureza diferenciada em dois níveis, inorgânico e orgânico, não significa crer na 
existência de uma dupla natureza; ela é uma unidade que articula seus diferentes níveis numa 
totalidade complexa.
O surgimento da espécie humana não é configurado como uma necessidade de evolução 
biológica e muito menos o desdobramento de uma programação genética. A espécie humana 
desenvolveu-se como “um outro” e por isso um novo tipo de ser, inexistente anteriormente e, 
por consequência, com peculiaridades que não se devem a uma herança biológica e genética. 
O ser social está dotado de uma complexidade muito maior do que pode ser constatada na 
natureza (orgânica e inorgânica).
12
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
O conjunto de esforços entre os grupos que buscavam sua sobrevivência, extraindo da 
natureza os meios e fins de manter e reproduzir a vida, o exercício dessas atividades permitiu 
transformações significativas que começaram a ocorrer e, com elas, o surgimento de relações 
de trabalho.
Com o passar do tempo, essas atividades com características especiais configuraram o que 
chamamos contemporaneamente de trabalho.
A sociedade, e seus membros, constitui o ser social e dele se constitui.
Podemos entender a sociedade como o modo de existir do ser social. É nela, na sua 
composição, que o ser social existe. Ele surge como resultado de um processo histórico que 
pode ser medido numa escala de milhares de anos, sem perder sua base orgânica natural – uma 
espécie antes majoritariamente natural se constitui como espécie humana.
 
O ser social se constitui por meio das especificidades e exigências do mundo do trabalho. 
Quanto mais o ser social se desenvolve, mais diversificadas se tornam suas objetivações. Após 
um longo período histórico metamorfoseado pelo enriquecimento e pela intensificação que são 
proporcionados às novas objetivações, configura-se o ser social como conhecemos hoje.
O ser social constitui-se como um ser que, dentre todos os tipos de seres, diferencia-se na 
medida em que:
 
O ser social é
capaz de
Comunicar-se e expressar-se
pela linguagem articulada
Tratar suas atividades e a si mesmo
de modo re�exivo, conscientee auto consciente
Escolher entre alternativas concretas
Universalizar-se
Sociabilizar-se
Realiza atividade
teleologicamente orientadas
Objetivar-se material
e idealmente
Vale ressaltar que essa caracterização do ser social só foi possível quando ele pôde ser 
apreendido em seu mais alto nível de desenvolvimento. Ele surgiu do trabalho e sua evolução 
foi marcada pela diferenciação e complexificação.
13
Práxis: a síntese entre as dimensões objetiva e subjetiva do ser social
Agora vamos refletir sobre o trabalho como constitutivo do ser social – lembrando que o ser 
social não se reduz ou se limita ao trabalho. Quanto mais ele se desenvolve em seu trabalho, 
maior serão as suas objetivações, que irão transcender o espaço ligado ao trabalho. 
Nesse ser social desenvolvido, poderemos verificar a existência de esferas de objetivação 
que se autonomizaram em virtude das exigências do trabalho. Podemos citar as áreas do 
conhecimento da ciência, filosofia e arte. Em seu avanço, o ser social avoluma racionalidade e 
percepção e, na realização de suas atividades, cria objetivações próprias.
Então, o trabalho permanece também como modelo de objetivações do ser social, pois a 
atividade teleologicamente orientada e a tendência à universalização e à linguagem articulada 
são constitutivas da sua realização.
Temos agora uma categoria teórica chamada de práxis, ela se torna mais abrangente uma vez 
que o ser social é mais que trabalho, pois cria objetivações que transcendem o universo laborativo. 
 
 Importante
O termo práxis provém do grego e diz respeito à prática. Ele costuma ser usado para fazer alusão ao 
processo pelo qual uma teoria passa a fazer parte da experiência vivida. O conceito tem uma grande 
importância para o Marxismo, essa corrente do pensamento sociopolítico defende que a práxis é 
um tipo de atividade prática própria do homem e que, a partir dela, o homem passa a conhecer a 
natureza e a sociedade.
A práxis envolve o trabalho, que na verdade é o seu modelo, e inclui todas as objetivações 
humanas. Devemos salientar dois pontos importantes dessas objetivações:
1º ponto – Existem formas de práxis voltadas para o controle e a exploração da natureza e 
formas voltadas para influir no comportamento e na ação dos homens;
2º ponto – Os produtos e obras resultantes da práxis podem objetivar-se materialmente e/ou 
idealmente.
A categoria práxis revela o homem como ser criativo e autoprodutivo: ser da práxis, o homem 
é produto e criação de sua autoatividade, ele é o que (se) fez e (se) faz.
Conforme as estruturas sociais em que se insere a atividade do homem, ele pode produzir 
objetivações nas quais ele não se reconhece, como algo que lhe é totalmente estranho e opressivo.
Entre os homens e suas obras, a relação real, que é a relação entre criador e criatura, aparece 
invertida, pois a criatura passa a dominar o criador.
O fenômeno histórico da alienação se caracteriza por essa inversão. De modo geral, a alienação 
advém da própria sociedade em que vigora a divisão social do trabalho e a propriedade privada 
dos meios de produção fundamentais. 
14
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
A alienação social está relacionada com um estado mental do ser humano. Nesse estado 
mental, ele não compreende que é o formador da sociedade e da política, aceitando tudo sem 
questionar. A alienação incapacita o pensamento independente do ser humano, ele passa a 
aceitar tudo como algo natural.
 
 Atenção
Alienação é quando a pessoa age sem saber das coisas, por exemplo: quando uma pessoa trabalha 
numa linha de produção, ela faz apenas a sua parte do trabalho e não sabe o que acontece depois 
disso, tonando-se alienada. No passado, as coisas eram produzidas individualmente, para fazer um 
produto, o seu criador procurava a matéria prima, confeccionava e finalizava o seu trabalho.
 
 Explore
Sugerimos que assita ao filme Tempos Modernos, de 1936, produzido nos Estados Unidos. Nele, 
o personagem de Charles Chaplin tenta sobreviver no mundo moderno e industrializado, ilustrando 
de forma, algumas vezes, cômica a alienação no ambiente de trabalho. 
• https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8
Cartaz do filme Tempos Modernos:
 
Wikimedia Commons
https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8
15
Com isso, a alienação penetra no conjunto das relações sociais, manifesta-se primeiramente 
nas relações de trabalho e marca as expressões materiais e ideais de toda a sociedade. Seus 
membros movem-se numa cultura alienada, deixam de promover a humanização do homem e 
passam a estimular regressões do ser social.
À medida que a sociedade se diferencia mais da natureza e se enriquece com novas 
objetivações, mais complexa se torna a relação entre os homens, tomados singularmente, e o 
gênero humano. Para que seja possível compreender essa complexidade, vamos entender duas 
ordens de razões:
1) Quanto mais rica em suas objetivações é uma sociedade, maiores são as exigências para 
a sociabilização de seus membros; 
2) O desenvolvimento histórico se efetivou até os dias de hoje em sociedades marcadas pela 
alienação.
16
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
Material Complementar
 
Para complementar seus estudos no tema visto nesta unidade, assista aos filmes 
indicados abaixo:
• 2001 Uma Odisseia no Espaço. Direção: Stanley Kubrick. Estados Unidos/
Inglaterra, 1968. Duração: 139min. 
• A Guerra do Fogo. Direção: Jean Jacques Anaud. Alemanha/Canadá, 1981. 
Duração: 97min.
17
Referências
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. São Paulo: Cortez, 2011.
LUKÁS, Georg. The ontology of social being: labour. Londres: Merlin Press, 1980. 
MARX. K. Teorias da mais-valia: história crítica do pensamento econômico. São Paulo: 
Difel,1983.
PAULO NETTO, J.; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução critica. v. 1. 4. ed. 
São Paulo: Cortez, 2012. E-book
18
Unidade: Trabalho - Categoria Central na Constituição do ser Social
Anotações

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