Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Supositórios, óvulos e outras preparações retais, vaginais e uretrais No plano de ensino apresentado... Objetivos desta aula: • Conhecer a fabricação de: – Supositórios; – Óvulos; – Outras preparações retais, vaginais e uretrais; 02 10 UE – Processos industriais de obtenção de medicamentos • Supositórios; • Óvulos; • Outras preparações retais, vaginais e uretrais; Primeiros supositórios • Hipócrates (460 a 377 a.C.); • Supositórios de sabão e mel que são precursores dos atuais supositórios de gelatina e glicerina; – Suportes: pedaços de madeiras, chifres, raízes, esferas de metalPapiro de Erbs (1.500 a.C.) Relatos de preparações via retal • Manteiga de Cacau • Seu uso se popularizou após 1950, com o avanço da indústria farmacêutica e o uso da manteiga de cacau como excipiente; Supositórios • Formas farmacêuticas destinadas à inserção em orifícios corporais, onde amolecem, se dissolvem e liberam o princípio-ativo; • Efeitos locais ou sistêmicos; Supositórios • São preparações de consistência sólida, contendo cada unidade uma dose com um ou vários princípios ativos.; • São administrados como dose única, considerando sua ação local ou sistêmica; • A forma, volume e consistência são adaptados à via retal. Classificação • De acordo com a mucosa que é colocado em contato; • Formas e tamanhos diversos; • Devem ser facilmente inseridos no orifício corporal desejado sem causar distensão; • Devem ser retidos por um determinado período de tempo; Supositórios administração no reto Óvulos administração vaginal Velas administração na uretra 1. Supositórios • Aplicação via retal; • 32 mm de comprimento; • São cilíndricos; • Com uma ou ambas extremidades afiladas; • Forma de projétil, torpedo ou pequeno dedo; • Peso médio: – Adultos: 2g – Pediátrico: 1g Supositórios e óvulos: ação local e sistêmica • Depois de inserido, sua base amolece e se dissolve, distribuindo os fármacos para todos os tecidos da região; • Efeito local ou podem ser absorvidos para exercer efeitos sistêmicos Supositórios de ação local • Alívio da constipação intestinal; – Laxantes: supositório de glicerina; – Dor, irritação ou coceira na região do intestino; Supositórios de ação local • Inflamações associadas à hemorroidas – Associações de fármacos – Emolientes, calmantes, protetores, anestésicos locais, vasoconstritores, adstringentes, analgésicos Supositórios de ação sistêmica Analgésico e antitérmico Antigripal Analgésico, antitérmico e antiinflamatório - Clorpromazina e Proclorperazina: náuseas, vômitos e como tranquilizantes; - Cloridrato de oximorfona:analgésico e como narcotizante; - Tartarato de ergotamina: para alívio de enxaqueca’; Anti-vômito Vantagens da ação sistêmica retal X via oral • Não exposição a meios destrutivos como o pH do estômago e intestino; Vantagens da ação sistêmica retal X via oral • Fármacos irritantes para o estômago podem ser administrados via retal sem causar esta irritação; • Eficaz no tratamento de vômitos; • Conveniente para pacientes adultos e pediátricos incapazes e com dificuldade de deglutição; Absorção via retal • Pode ser maior ou menor que a dose via oral; • Depende de fatores como: – Constituição do paciente, – Natureza fisicoquímica do fármaco; – Capacidade do fármaco de atravessar as barreiras fisiológicas; – Natureza do veículo e sua capacidade de liberar o fármaco e torná-lo disponível para a absorção Circulação Retal Fatores que afetam a absorção retal de um fármaco em supositório: • Fatores fisiológicos – Conteúdo do cólon; – Via circulatória; – pH e falta de capacidade tampão dos líquidos retais; • Fatores físico-químicos do fármaco e da base – Lipossolubilidade da base; – Coeficiente de partição ; – Tamanho da partícula Natureza da base • A base deve ser capaz de se fundir, amolecer ou dissolver para liberar os fármacos para a absorção. • Não deve interagir com o fármaco; • Não deve ser irritante para a mucosa do reto Bases para supositórios • iportante na liberação do fármaco; • Deve ser sólida à temperatura ambiente e fundir, amolecer e se dissolver à temperatura corporal; • Manteiga de cacau, gelatina glicerinada e propilenoglicol; Qualidades dos excipientes para supositórios: 1.Inocuidade e boa tolerância pela mucosa retal; 2.Devem possuir compatibilidade com os fármacos; 3.Consistência adequada: não devem ser mole demais ou quebradiço; 4.Liberação rápida e total do princípio ativo no reto, por fusão abaixo de 37oC ou por dissolução ou dispersão no meio líquido da ampola retal; 5.Boa conservação. Classificação dos excipientes • De modo geral, é conveniente classificar as bases para supositórios de acordo com suas características físicas: Bases gordurosas ou oleosas; Bases hidrossolúveis ou miscíveis em água; Manteiga de Cacau • Óleo de teobroma; • Funde-se rapidamente à temperatura corporal; • Temperatura de fusão 30 a 36º C • O óleo resultante é imiscível com os fluidos retais; • Boa liberação de fármacos nela incorporados; Classificação das bases • Bases gordurosas ou oleosas – Mais frequentes – Manteiga de cacau, óleo de dendê, óleo de algodão, ácido esteárico, ácido palmitínico; • Bases hidrossolúveis ou miscíveis na água – Bases de gelatina glicerinada e polietilenoglicol; • Bases mistas – Polioxila 40 Zaida M F Freitas Farmacêutica – FF/UFRJ Preparação de supositórios Os supositórios podem ser preparados por dois métodos: 1. Moldagem a partir de um material fundido; 2. Compressão. 1. Inicia-se pela escolha do excipiente e dos moldes de tamanho e forma adequadas; 2. Calcular a quantidade de excipientes, de acordo com as densidades dos fármacos em relação ao excipiente. Preparação por moldagem 1. Fusão da base; 2. Incorporação dos fármacos; 3. Envase do material fundido em moldes; 4. Resfriamento e solidificação; 5. Remoção do molde Pequena escala: fusão em banho- maria e controle de temperatura; Grande escala: máquinas especiais, possuem sistemas próprios de aquecimento e termostato. Moldes • Produção de peças isoladas ou em grandes quantidades; • Várias formas e tamanhos; • Moldes – Aço inox; – Alumínio; – Bronze; – Plástico; Molde parcialmente aberto, com capacidade para produzir 50 supositórios em forma de torpedo em única moldagem. Grandes tanques aquecidos para a fundição do material na produção industrial de supositórios por moldagem. Liberação do supositório dos moldes. Cuidados na limpeza • Qualquer risco em sua superfície interfere na uniformidade das preparações resultantes; • Riscos ocorrem mais com moldes de plástico; Lubrificação do molde • Facilita a remoção; • Gelatinas glicerinadas – Aplica-se fina camada de óleo mineral na superfície do molde Preparação por compressão • Compressão de uma massa base; • Para princípios ativos termolábeis ou com grande quantidades de substâncias insolúveis na base; • Menos comum; Acondicionamento e embalagem • Evitar umidade; • Manteiga de cacau – são embalados individualmente; – Separados em compartimentos para evitar contato e aderência; – Fármacos fotossensíveis deve ser mantido em material opaco como laminado; • Armazenamento em local fresco; • Manteiga de cacau: de preferência em geladeira; – Temperatura ideal de estocagem - 1°C em geladeira • Ambiente muito úmido: tendem a ficar esponjosos; • Ambiente muito seco: ficam quebradiços Alguns testes de CQ - Exame organoléptico: superfície lisa e homogênea, ausência de manchas; - Peso: são aceitáveis variações de 5% em relação a quantidade anunciada; - Dosagem dos fármacos: variações de 10% são permitidas; - Ponto de fusão e ponto de liquefação: informam a rapidez do efeito terapêutico desejável ao supositório; - Análises químicas: índice de acidez, iodo, peróxido, especialmente quando se usa excipiente lipossolúveis;- Ensaios de consistência e viscosidade; - Ensaio de absorção e tolerância Como funciona o supositório de glicerina? • Há distinção entre supositório adulto e pediátrico; • Ajudam a combater a prisão de ventre; • Provocam evacuação imediata; • Lubrifica o interior do reto – Isso previne qualquer tipo de irritação e o possível aparecimento de hemorróidas; – Amacia o bolo fecal Glicerina • Ação hidratante; • Retira água do intestino em direção á massa fecal endurecida; • Rapidamente alivia a constipação; • Facilitando a mobilidade fecal. • Aumentando a motilidade intestinal: – Estimulam os movimentos dos músculos intestinais Inserção • Inserir diretamente no reto, com o auxílio do dedo médio; • Aguardar 1 minuto; • Manter-se em repouso por 5 minutos; • Ficar deitado sobre o lado esquerdo do corpo; • Lavar as mãos após a aplicação Outras formas farmacêuticas retais • ENEMAS • Ou clisteres; • Volume de mililitros até 1 a 3 litros • CÁPSULA DE GELATINA MOLE • Veículo oleoso ou de polietilenoglicol • POMADAS RETAIS 2. Óvulos • Globulares, ovóides ou cônicos; • Peso médio: 5g Óvulos • Apesar de ter ação sistêmica, a maioria dos óvulos é indicada para ação local; • Contraceptivos – Nonexinol-9 (espermicida) • Anti-sépticos na higiene feminina – tricomonicidas; • Agentes específicos para o combate de patógenos invasores – Nistatina,clortrimazol, miconazol, sulfas e oxitetraciclinas Óvulos e vulvovaginites • Forma farmacêutica exclusivamente feminina; • Tratamentos associados; • Amolecem e dissolvem o princípio ativo no local da infecção; Óvulos • Fácil manipulação; • Fácil aplicação; • Dosagem única – O que favorece o cumprimento da posologia Preparação de óvulos • Por moldagem é mais comum; • Base de combinações de polietilenoglicóis, tensoativos e conservantes; Preparação de óvulos • Tamponados em ph em torno de 4,5, que é semelhante ao pH vaginal – Inibe organismos patogênicos; – Ambiente favorável para os bacilos produtores de ácido que fazem parte da flora vaginal normal Base para óvulos • Deve ser atóxica; • Não irritante aos tecidos; • Química e fisicamente inerte e estável durante o armazenamento; • Estabilidade frente a agentes externos; • Resistentes a microrganismos; • Consistência adequada Base para óvulos • Deve ter certa hidrofílicidade; • Fundir-se a 37ºC; • Solidificar-se rapidamente para assegurar a homogeneidade dos constituintes Exemplos de bases para óvulos • Lipofílicas – Manteiga de cacau • Hidrofílicas – Não apresentam problemas em temperaturas elevadas; – Podem causar irritação local; – Gelatina Glicerinada • Propilenoglicol – Polímeros – polietilenoglicol Velas uretrais • Uso local – Antibacterianos e anestésicos para exames na uretra • Forma de lápis; • Diâmetro de 3 a 6 mm; • Comprimento – Masculina:140 mm; – Feminina: 70 mm; • Peso médio: – Masculina: 4 g; – Feminina: 2 g; Outras formas farmacêuticas administradas por via retal, vaginal ou uretral • Comprimidos e cápsulas; • Pomadas, cremes e espumas aerossolizadas; • Géis e geléias • Esponja contraceptova • Sistema de liberação intra-uterina de progesterona; • Pós; • soluções
Compartilhar