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A água e suas particularidades Acadêmicas: Ana Clara, Daniella Nass, Eduarda Correa, Elizabete Ribczinski, Gabrielle Mota, Heloysa Cardoso, Marieli Medeiros e Rúbia Manenti Curso de Farmácia do período matutino Água 🡪 Recurso essencial para a vida, utilizada em diversos processos, tais como produção de alimentos e fármacos, envolvidos na manutenção do organismo, equilíbrio e vida do planeta, entre diversos outros processos 🡪 Encontrada sob formas sólidas, líquida e gasosas 🡪 Considerada um solvente universal 🡪 Composta por dois átomos de Hidrogênio (H2) e um de Oxigênio (O), unindo as moléculas por ligações de hidrogênio 🡪 excelente meio para solubilizar, absorver, adsorver ou suspender compostos (carreando substâncias/contaminantes) 🡪 alteram pureza e eficácia do produto farmacêutico 🡪 Sua utilidade para uso farmacêutica é de extrema importância e abrangente Água para uso farmacêutico 🡪 De acordo com a RDC 61 de 2017, a farmacopeia brasileira considera água para uso farmacêutico “os diversos tipos de água empregados na síntese de fármacos”; 🡪 Utilizados na formulação e produção de medicamentos, em laboratórios de ensaios, diagnósticos e demais aplicações que se relacionam à saúde, incluindo: limpeza de utensílios, equipamentos e sistemas; 🡪 Processo de purificação, armazenamento e distribuição devem garantir que as especificações estejam de acordo com a farmacopeia 🡪 A qualidade da água depende da sua finalidade e emprego 🡪 Os contaminantes e seu controle são extremamente importantes, divididos em dois grandes grupos: Químicos e microbiológicos Contaminantes Químicos Orgânicos e/ou inorgânicos de origem diversa: fonte de alimentação, processos de extrações, gases atmosférico, resíduos poluentes, processos de sanitização, produtos de limpeza, etc. Endotoxinas bacterianas, resultantes de microrganismos aquáticos gram negativos Avaliação dos contaminantes, principalmente pela aplicação de ensaios de carbono orgânico total – COT e de condutividade Maioria dos compostos orgânicos podem ser removidos por osmose reversa, mas as técnicas podem variar de acordo com o peso molecular dos contaminantes Eliminar contaminantes críticos dos sistemas de água na fase de pré-tratamento é importante, pois podem ser de difícil remoção após Contaminantes Microbiológicos Incluem as bactérias 🡪 grande desafio para a qualidade da água 🡪 desativam reagentes ou alteram substratos por ação enzimática, aumentar o conteúdo em COT, alterar linhas de base e produzir pirogênios (semelhante as endotoxinas) Origem principal: microbiota própria da fonte de água e dos equipamentos de purificação Outras causas possíveis, procedimentos de limpeza e sanitização inadequados A contagem de bactérias é dada pela interpretação das unidades formadoras de colônias (UFC/mL), e geralmente, aumenta com o tempo de estocagem da água Contaminantes mais frequentes: bastonetes gram – ( gêneros Alcaligenes, Pseudomonas, Escherichia, Flavobacterium, Klebsiella, Enterobacter, Aeromonas e Acinectobacter) Ausência de coliformes totais e termotolerantes, além de enterovírus, cistos e oocistos de protozoários em amostras de 100mL Desinfecção com cloro e agentes oxidantes Detectados por filtração combinada com gravimetria ou microscopia 01 Água Purificada (AP) 02 Água para Injetáveis (API) 03 Água Ultrapurificadas (AUP) Tipos de água para uso farmacêutico 04 Água Potável 01 Água Purificada - Produzida à partir da água potável ou da água reagente - múltipla destilação; - troca iônica; - osmose reversa; - eletrodeionização; - ultra filtração, entre outros - Utilizações: Excipientes de formas farmacêuticas não parenterais, formulações magistrais, lavagem de material, preparações não reagentes, meios de cultura, tampões diversos, microbiologia em geral, análises clínicas etc. 02 Água para Injetáveis - Utilização: excipiente de preparações enterais (pequeno e grande volume); princípios ativos de uso parenteral, de produtos estéreis, e outros demais que requerem controle de endotoxinas e etapa de remoção, utilizado na limpeza e preparação de processos, equipamentos e componentes que entrem em contato com as formas parenterais na produção de fármacos; - Destilação (processo de purificação 1ª escolha); - Sistemas de obtenção, distribuição e armazenamento da água, devem ser validados e apropriados impedir contaminação microbiana e formação de endotoxinas bacteriana; * Água para hemodiálise: tratamento que visa reduzir contaminantes químicos e microbiológicos Regulamento próprio 03 Água Ultrapurificada - ↓[ ] iônica, ↓ carga microbiana - É requerida em aplicações mais exigentes (laboratório de ensaios, para diluição de substâncias de referência, controle de qualidade e na limpeza final de equipamento e utensílios) - Ideal para métodos que exigem máxima precisão e exatidão e mínima interferência - Sua utilização deve ser imediata após o preparo - Utilizada em análises quantitativas de baixos teores de analitos e obtenção de resultados precisos - Outras aplicações: análise de resíduos (minerais e endotoxinas), preparações de calibradores, procedimentos enzimáticos,métodos em biologia molecular etc.. 04 Água Potável - Ponto de partida para qualquer processo de purificação para fins farmacêuticos - Sua obtenção deve atender os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e radioativos para um determinado padrão de potabilidade - Utilizada nas etapas iniciais do processo de limpeza e como fonte de mais alto grau de pureza - Utilizada também na climatização térmica e na síntese de intermediários - Manutenção e controle devem ser periódicos 05 Água Destilada - Evaporação seguida de condensação - Não é totalmente pura Processos envolvidos Eletrodeionização Osmose reversa Deionização Ultrafiltração Adsorção orgânica Radiação UV Filtros Microporosos ou Sub Micrônicos Filtros de carvão ativado Processos envolvidos Eletrodeionização: Processo que remove os íons da água combinando resinas de permuta iônica e membranas de seleção iônica com corrente contínua. Osmose reversa: Remove a maior parte das impurezas da contaminação iônica, orgânica e por partículas e contaminantes com menos de 1 nm de diâmetro. Usada para obtenção de água pré-purificada de alta qualidade para muitas aplicações rotineiras de laboratório. Deionização: As resinas de permuta iônica são grânulos que removem os íons da água, trocando-os por íons H+ e OH-. Geralmente, usada em laboratórios para produção de água purificada de consumo no dia a dia. Para se conseguir o grau de pureza de água necessário para pesquisa e análises de maior precisão e sensibilidade, deve-se combinar a desionização com outros processos de purificação. Ultrafiltração: Tecnologia que consegue remover minúsculas partículas através de filtros de membrana com diâmetros de poros de 1 a 10 nm, além de bactérias e pirogênios. Processos envolvidos Radiação UV: Usada largamente como bactericida, além da utilização na decomposição e foto-oxidação de contaminantes orgânicos para espécies polares e ionizadas e posterior remoção através de troca iônica. Filtros de carvão ativado: Retira o cloro por quimissorção e as substâncias orgânicas dissolvidas por adsorção. Geralmente, colocado antes da osmose reversa e da deionização, por terem, respectivamente, membranas e resinas de troca iônica sensíveis ao cloro que podem ser colmatadas pela matéria orgânica dissolvida. Se não for colocado antes delas, o cloro se mantém na água e impede a proliferação microbiana nas resinas. Hoje, estão sendo substituídos por filtros de carvão sinterizado (compactado), que são mais resistentes e dificultam a liberação de partículas para a água. Adsorção orgânica: Remove contaminantes orgânicos. O cartucho de adsorção orgânica é posto normalmente nociclo de polimento (pós-tratamento) do sistema de purificação. Filtros Microporosos ou Sub Micrônicos: Utiliza fibra oca com poros de 0,2 micrômetro que evitam a passagem de contaminantes de maior diâmetro. Retêm partículas do filtro de carvão ativado, fragmentos de resina da deionização e bactérias que tenham penetrado no sistema. RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007 RDC 67/2007 – Pontos importantes - A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água potável, devendo as instalações e reservatórios serem devidamente protegidos para evitar contaminação. - Água Potável: A farmácia deve ser abastecida com água potável e, quando possuir caixa d'água própria, ela deve estar devidamente protegida para evitar a entrada de animais de qualquer porte ou quaisquer outros contaminantes, devendo definir procedimentos escritos para a limpeza e manter os registros que comprovem sua realização. - Caso se trate de caixa d'água de uso coletivo, a farmácia deve ter acesso aos documentos referentes à limpeza dos reservatórios, mantendo cópia dos mesmos. - A farmácia deve possuir procedimentos escritos para realizar amostragem da água e periodicidade das análises. - Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos, no mínimo a cada seis meses, para monitorar a qualidade da água de abastecimento, mantendo-se os respectivos registros. As especificações para água potável devem ser estabelecidas com base na legislação vigente. RDC 67/2007 – Pontos importantes Devem ser realizadas, no mínimo, as seguintes análises: a) pH; b) cor aparente; c) turbidez; d) cloro residual livre; e) sólidos totais dissolvidos; f) contagem total de bactérias; g) coliformes totais; h) presença de E. coli.; i) coliformes termorresistentes. RDC 67/2007 – Pontos importantes - É facultado à farmácia terceirizar os testes de que trata o item anterior, devendo estabelecer para o laboratório contratado as especificações para água potável, de acordo com a legislação vigente. - A farmácia deve estabelecer e registrar as medidas adotadas em caso de laudo insatisfatório da água de abastecimento. - Água Purificada: A água utilizada na manipulação deve ser obtida a partir da água potável, tratada em um sistema que assegure a obtenção da água com especificações farmacopéicas para água purificada, ou de outros compêndios internacionais reconhecidos pela ANVISA, conforme legislação vigente. - Deve haver procedimentos escritos para a limpeza e manutenção do sistema de purificação da água com os devidos registros. - Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos da água purificada, no mínimo mensalmente, com o objetivo de monitorar o processo de obtenção de água, podendo a farmácia terceirizá-los. -A água purificada deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção da qualidade da mesma, incluindo a sanitização dos recipientes a cada troca de água. -Sendo necessário o armazenamento da água, devem ser usados recipientes de aço inoxidável, herméticos e munidos de filtro de ar esterilizante. -A água utilizada na preparação de estéreis deve ser obtida no próprio estabelecimento, por destilação ou por osmose reversa RDC nº 17, de 16 de abril de 2010 Práticas de fabricação de medicamentos O objetivo principal é evitar e controlar contaminações, químicas, físicas e microbiológicas, garantindo a qualidade da água, dos equipamentos e do processo num todo RDC nº 17 Equipe treinada Matéria-prima de qualidade Controle dos Processos Controle de Qualidade Documentação conforme Farmacopeia Pontos principais: ✔ A água utilizada na fabricação de produtos farmacêuticos deve ser adequada para o uso a que se pretende; ✔ Deve ser aplicada por TODOS os fabricantes de medicamentos, inclusive aos medicamentos em desenvolvimento destinados a ensaios clínicos ✔ Exige especificações e controle de qualidade, com a adoção de revisões periódicas para manter o processo atualizado de acordo com os compêndios oficiais. ✔ Deve haver Programas de monitoramento, manutenção e validação periódica dos sistemas de produção e tratamento da água, Processos de sanitização nas tubulações por onde passam as águas purificadas e/ou para injetáveis ✔ Garantir a prevenção do crescimento de microrganismos, contaminações químicas ou físicas, durante todo o processo (produção, estoque e distribuição da água) Água potável: ❑ Deve ser fornecida sob pressão positiva contínua em encanamento sem defeitos que não apresente risco microbiológico ❑ Testes periódicos e adicionais (para garantir a qualidade dos padrões exigidos) ❑ Documentar e revisar resultados (quando a qualidade da água potável mudar significativamente) Água purificada: • Métodos apropriados, que considerem: a especificação da qualidade da água, o rendimento ou eficiência do sistema de purificação, a qualidade da água de alimentação e as alterações sazonais, e a confiabilidade e a robustez dos equipamentos de tratamento de água em funcionamento; • Devem impedir processos de recontaminação após o tratamento (isso inclui qualquer material que entra em contato com sistemas de água para uso farmacêutico, como a tubulação, válvulas e armações, lacres, diafragma e instrumentos) Água para injetáveis • Deve cumprir as especificações da farmacopeia, segundo a ANVISA, e sua finalidade deve ser utilizada em preparações de produtos estéreis, e no enxágue final após limpeza dos equipamentos e componentes participantes na produção de produtos estéreis; • Para a produção, deve atender às especificações exigidas, como: a otimização do tamanho do gerador de água com o objetivo de impedir possíveis interrupções do sistema, e funções de descarga e esvaziamento; SANITIZAÇÃO • O processo de sanitização e controle da carga microbiológica nos sistemas de armazenamento e distribuição utilizados para a água purificada e água para injetáveis, devem ser projetados para evitar contaminações durante o uso e proporcionar o emprego de técnicas de sanitização ou esterilização • Para sistemas que funcionam em temperaturas mais baixas, tomar precauções especiais para evitar o ingresso ou proliferação de contaminantes microbiológicos. Outras legislações importantes: 1. Lei 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que refere-se à Política Nacional de Recursos Hídricos, baseia-se nos seguintes fundamentos: I - a água é um bem de domínio público; II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Objetiva-se em assegurar disponibilização e qualidade de água para todas as gerações, utilização racional, a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos críticos, e incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. Outras legislações importantes: 2. Portaria nº 888, de 04 de maio 2021, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Destina-se para as águas de consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistemas, solução alternativa coletiva de abastecimento de água ou carro pipa. CUIDADOS Realizar análises de água com periodicidade para verificar se esta água utilizada no processo estános parâmetros exigidos. As análises de água são o ponto inicial para a tomada de ações corretivas. A água potável é matéria prima para a água purificada. Logo se água potável não apresentar as especificações adequadas, o sistema de purificação pode não conseguir reter as impurezas e comprometer a qualidade da água utilizada. A limpeza de caixa d’água e higienização de reservatórios dentro da periodicidade recomendada. Com o tempo, ocorre a deposição de partículas e incrustações nas superfícies internas dos reservatórios. Caso não removidas, esses particulados e incrustações favorecem o desenvolvimento de microrganismos e comprometem a qualidade da água Parâmetros para controle de qualidade da água ● Características físicas químicas e biológicas; ● Temperatura, sabor e odor, cor, turbidez sólidos e condutividade elétrica; ● pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro e manganês, matéria orgânica; ● Coliformes, algas. Parâmetros para controle de qualidade da água ● Os teores máximos de impurezas permitidos na água são estabelecidos em função dos seus usos; ● Os padrões de potabilidade são diferentes dos de balneabilidade, os quais não são iguais aos estabelecidos para a água de irrigação ou destinada ao uso industrial. Curiosidades Referências https://sbhsf.com.br/wp-content/uploads/2020/08/novo_A_AGUA.pdf RDC 17 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/regulamentacao/participacao-social/dialogos- setoriais/arquivos/dialogo-setorial-sobre-boas-praticas-de-fabricacao-de-medicamentos-e-adocao-de-guias- pics-26-03-2019/anexo-comparacao-rdc-17-2010-final.pdf RDC 67 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html RDC 61 https://www.faimport.com.br/images/pdf/RDC61.pdf http://organicsolucoes.com.br/agua-uso-farmaceutico/ https://tratamentodeagua.com.br/artigo/qualidade-da-agua/
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