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Noções sobre Farmacologia do Sistema Cardio

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Letícia Andréa 105 – 3O 
 
 Fármacos com capacidade de agir sobre 
o coração ou sobre os vasos 
 O controle dos vasos é capaz de 
influenciar no nível de excreção renal 
 
ANTIARRÍTMICOS 
Fisiologia do Coração 
 O coração é um órgão formado de fibras dotadas de contratilidade e que possui um sistema 
de células especializadas em gerar e conduzir um impulso elétrico, de modo rítmico 
 Nó sinusal (SA): função de marca-passo, gera o impulso cardíaco 
 Nó atriventricular (AV): funciona como desencadeador temporário do impulso, riando a 
diferença de tempo entre a excitação atrial e ventricular 
 O impulso cardíaco migra para musculatura atrial e para o nó atriventricular através de 
fascículos atriais 
 O feixe His, seus ramos e a rede terminal de Purkinje conduzem 
rapidamente o impulso à intimidade da musculatura ventricular 
 A excitação de qualquer fibra cardíaca decorre de modificações 
transitórias de natureza eletroquímica ao nível da membrana celular 
 A curva de potencial de ação (PA) mede a excitação dessas fibras e tem 
duas configurações: uma de resposta lenta e outra de resposta rápida 
 Resposta lenta: ocorre nas células do nó AS, nó AV e nos anéis das 
válvulas atriventriculares 
 Resposta rápida: fibras musculares atriais e ventriculares, fascículos 
atriais e rede de Purkinje 
 A resposta rápida apresenta cinco fases da curva: 
 Fase 0 – ascensão súbita (despolarização) 
 Fase I – repolarização inicial 
 Fase 2 – conserva despolarização a (platô) 
 Fase 3 – repolarização final 
 Fase 4 – período diastólico (repouso) 
 Na fase 4, a diferença de potencial é constante, sendo mais positiva na face externa e menos 
na interna – relaciona-se com a distribuição ativa dos íons Na+ 
 Extracelular: Na+= 145 e K+= 4,0  Intracelular: Na+= 15 e K+ = 150 
 Quando se diz que o potencial de repouso, por exemplo, na fibra de Purkinje, é de -90mV, 
significa que intracelular é negativo para 90 milivolts em relação ao extracelular 
 O PA é resultado das correntes iônicas: 
 Corrente rápida de entrada (sódio-
dependente) – responsável pela fase 0 da 
resposta rápida 
 Corrente lenta de entrada (cálcio-dependente) 
– responsável pela fase 2 da resposta rápida e 
pela fase O da resposta lenta 
 O Na+ tem menor importância na fase 0 e se deve ao fato dos seus canais terem baixa 
atividade ao nível menos negativo do potencial distólico da membrana (-60mV) 
 Na fase 0 da despolarização rápida o potencial está em -90mV 
 Se a célula está com um potencial de repouso anormal sendo -60mV, a corrente de cálcio 
gera respostas lentas, que pode gerar anormalidades (arritmias ou distúrbios de condução) 
 A inativação das correntes e o retorno de íons por transporte ativo, causa repolarização da 
membrana 
 
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Canais Iônicos: 
 A despolarização na fase 0 em fibras de 
Purkinje e no miocárdio atrial e 
ventricular decorre de uma corrente 
inicial de Na+ por “canal rápido” dirigida 
de fora da entrada 
 Canais de Na+ também contribuem para 
a corrente de marca-passo na fase 4 
 Os canais de Ca2+ são lentos e 
contribuem para o efeito platô na fase 2 
(despolarização mantida com 100 vezes 
mais tempo de PA) 
 Os canais de Ca2+ são do tipo T ou L – 
ficam abertos por diferentes períodos 
durante o PA e respondem diferente a 
fármacos antiarrítmicos 
 A saída de K+ é causa a repolarização da 
fibra muscular na fase 3, causando a 
lenta desativação na fase 4 
 O K+ contribui para a despolarização 
espontânea das células marca-passo, 
no nó SA, no nó AV e, eventualmente, 
nas fibras His-Purkinje 
 O Na+ e o Ca2+ também desempenham 
papéis na despolarização da fase 4 
 A despolarização espontânea na fase 4 
ocorre à medida que diminui a 
condutância de K+ através de seus 
canais de entrada e aumenta a 
condução de Na+ e Ca2+ 
 A fase 0 tem uma inclinação muito 
menor nas células marca-passo, que o 
principal evento da despolarização na 
fase 0 é o fluxo de entrada de Ca2+ 
através de canais lentos 
 Nas células de Purkinje e células 
miocárdicas, a fase mais rápida é 
causada primariamente pelo influxo de 
Na+ através de canais rápidos 
 O K+ é responsável pela repolarização do 
PA e é denominada corrente 
retificadora tardia de saída de K+ (IK) 
 
Função Marca-Passo: 
 Permite autoexcitação e ritmicidade ao 
coração 
 O registro dessa função é visível na fase 
4, na forma de uma ascensão gradual 
da curva designada como 
despolarização diastólica espontânea 
 A despolarização se deve: entrada 
gradual de Na+ e desativação da saída 
do K+, e depois uma outra corrente de 
saída do K+ e outras de entrada de Na+ e 
Ca+2 
 Essa ativação gradual alcança o limiar 
de excitabilidade da fibra, 
imediatamente sobrevêm a 
despolarização total e a propagação 
desse impulso para diante 
Automaticidade: define a capacidade de gerar um impulso (fase 4 do PA) 
Excitabilidade: define a sensibilidade a um impulso despolarizante, ditada pelo limiar de 
excitabilidade e conforme sua distância em relação ao potencial de repouso 
Período refratário: intervalo de tempo em que a responsividade da membrana ainda se 
encontra sobre a influência do estímulo anterior. PR absoluto não há resposta a um novo 
estímulo e o PR relativo um estímulo mais forte consegue resposta. 
Duração do potencial de ação (DPA): vai do início da fase O ao final da fase 3. 
 
Etiopatogênese das Arritmias 
 O surgimento de batimentos cardíacos anormais 
 Surge por uma hipóxia, inflamação, isquemia localizada, agressão por drogas, influência 
neuroendócrina 
 São causadas por mecanismos: alteração da automaticidade e reentrada 
 Alteração da automoticidade: o nó SA raramente permite que outro foco de estimulação 
se manifeste no coração sadio, sua disfunção abre campo para a ação de outros focos; focos 
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anômalos resultantes de hiperestimulação ou agressão à fibra cardíaca podem gerar uma 
função marca-passo exacerbada. 
 Teoria da Reentrada: o impulso iniciador (seja de drigem sinusal ou outra qualquer), além 
de gerar o batimento correspondente, recircula em área propícia do coração e, a partir daí 
se capacita a provocar um ou mais novos batimentos, a depender das condições favoráveis 
do circuito, naturalmente anormais. 
 
Drogas Antiarrítmicas 
 Os fármacos antiarrítmicos são usados para modificar ou restaurar ao normal as 
propriedades eletrofisiológicas aberrantes do músculo cardíaco 
 São classificadas de acordo com seus efeitos específicos na condutância iônica 
 Classe I: exercem bloqueadores diretos dos canais de sódio, com potência variável. 
 IA → depressão moderada da face 0 e da velocidade de condução, com bloqueio adicional 
de canais de potássio e retardo da repolarização. 
 IB → depressão discreta e moderada da fase 0 e sem efeito nos canais de potássio. 
 IC → Depressão acentuada da fase O e da condução, com pouco ou nenhum efeito 
nos·canais de potássio. 
 Classe II: betabloqueadores. 
 Classe III: bloqueio dos canais de potássio, pouco ou nenhum efeito nos canais de sódio. 
 Classe IV: bloqueio dos canais de cálcio. 
 Essa classificação é imperfeita porque, algumas drogas manifestam efeito preponderante 
sobre outras, e nem todas da mesma classe têm comportamento. homogêneo 
 Vem se estudando a criação de uma nova classificação 
 Droga antirrítmica costuma alterar um ou mais parâmetros eletrofisiológicos de modo 
direto ou indireto 
 Todas as drogas antiarrítmicas determinam efeitos individualizados que podem ser diretos 
ou indiretos 
 Fármacos das classes IA e IC ligam-se mais seletivamente ao estado aberto do canal 
 Os da classe IB ligam-se mais seletivamente ao estado inativado do canal 
 Nas células de Purkinje e miocárdio ventricular a classe IB podem bloquear canais de Na+ 
mais eficientemente, que mantém os canais de Na+ mais tempo aberto 
 Os fármacos quinidina-símile,ou da classe IA, deprimem a despolarização fase 0, qualquer 
que seja a frequência cardíaca 
 
Quinidina 
 É um antiarrítmico classe I do subtipo Ia 
 Alcaloide isômero da quinina, extraído 
da casca da cinchona 
 Dotado de atividade antimilárica 
 Eficaz no tratamento de certas 
taquiarritmias atriais e (em menor 
extensão) ventriculares 
 Absorvida no TGI e inicia seu efeito em I 
hora, como sulfato e depois gluconato 
de quinidina 
 Reduz o automatismo e a velocidade de 
condução, e aumenta a refratariedade – 
aumenta o potencial limiar e diminui a 
inclinação da despolarização diastólica 
espontânea 
 A quinidina tem o potencial para 
diminuir a frequência ou mesmo abolir 
as taquiarritmias 
 Diminui a inclinação da despolarização 
fase 0 e diminui a velocidade de 
condução em células como as do nó AV 
e do miocárdio ventricular 
 O bloqueio exercido sobre canais de 
Na+, particularmente no estado aberto, 
a quinidina influi no automatismo e na 
velocidade de condução 
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 As dosagens terapêuticas aumentam a 
refratariedade devido ao 
prolongamento da duração do PRE no 
ventrículo e no sistema His-Purkinje – 
depende do bloqueio dos canais de K+ 
 Exerce uma ação vagolítica – 
consequência da influência antivagal 
sobre o nó AS 
 Dado que a estimulação vagal diminui o 
PRE nos átrios, a quinidina aumenta o 
PRE direta e indireta 
 A propriedade antivagal tende a 
desencadear taquicardia sinusal em 
altas doses; o bloqueio do nó SA pode 
ser proveniente dos efeitos depressores 
diretos do fármaco 
 Em grandes doses a quinidina causa 
vasodilatação periférica por bloqueio de 
receptores α-adrenérgicos, podendo 
sobrevir consequente hipotensão 
 
Procainamida 
 Antiarrítmico classe I do subtipo Ia 
 Depressor cardíaco 
 Mecanismo semelhante ao da quinidina 
 Ocorre diminuição do automatismo e da 
velocidade de condução, ao passo que 
há aumento da refratariedade 
 Efeito vagal muito menos intenso que o 
da quinidina 
 Aumento da duração do complexo 
(despolarização ventricular – 
contracção) 
 Prolongamento dos intervalos de QT e 
PR 
 Quando a administração é oral, há 
poucos efeitos adicionais 
 A infusão intravenosa causa diminuição 
da pressão arterial em função da 
vasodilatação periférica e da depressão 
miocárdica 
 Pode causar confusão mental e 
alucinação por mediação central 
 
Disopiramidina 
 Antiarrítmico classe I do subtipo Ia 
 Ação similar às da quinidina e da 
procainamida, mas não é semelhante 
estruturalmente 
 Trata extrassístoles prematuras e 
taquicardias de origem supraventricular 
e ventricular 
 Diminui a velocidade da despolarização 
diastólica (fase 4) 
 Em células marca-passo ectópicas, 
diminui a velocidade de ascensão do PA 
(fase 0) nas fibras cardíacas e aumenta 
o PRE 
 Diminui o automatismo e a velocidade 
de condução 
 Afeta menos o intervalo PR e o 
complexo QRS do que outros agentes da 
classe Ia 
 Tem maior probabilidade de deprimir a 
contratibilidade cardíaca 
 Também tem efeitos antimuscarínicos 
 
Propafenona 
 Antiarrítmico classe I do subtipo Ic 
 Forte tendência a diminuir a velocidade 
máxima de repolarização e avelocidade 
de condução 
 Para arritmias ventriculares com risco 
de morte, fibrilação atrial 
 Bloqueia canais de Ca2+ e bloqueia 
receptores beta-adrenérgicos 
 Reduz a inclinação da fase 0, prolonga 
os intervalos PR e QRS 
 Suprime marca-passos ectópicos 
 Pode ter efeitos inotrópicos negativos 
 
Amiodarona 
 Fármaco classe III 
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 Derivado benzofurânico semelhante ao 
hormônio tireoideo 
 Usado no início como vasodilatador 
coronariano no tratamento da angina 
 Usado, na atualidade, para arritmias 
agudas e crônicas 
 Aumento do PRE com redução da 
velocidade de repolarização 
 Bloqueia canais de K+ 
 Diminuição da velocidade de 
repolarização no sistema His-Purkinje e 
no miocárdio ventricular e atrial 
 Bloqueia canais de Na+ e de Ca2+ – evita 
correntes despolarizantes que podem 
desencadear pós despolarizações 
precoces e torsades de pointes 
 Diminui o automatismo do nó SA e de 
marca-passos ectópicos 
 A velocidade de condução do nó AV 
apresenta-se reduzida em consequência 
do bloqueio dos canais de Na+ e de Ca2+ 
 PRE do nó AV aumenta 
 Contribui para o efeito antiarrítmico 
 Liga-se a receptores do hormônio 
tireoidiano, inibe a expressão gênica do 
hormônio 
 O tratamento em curto prazo limita-se 
mais provavelmente aos efeitos sobre 
canais de Na+ e Ca2+ e receptores beta-
adrenérgicos e a longo prazo dos canais 
K+ 
 É um vasodilatador, inibindo não 
competitivamente o efeito vascular das 
catecolaminas 
 Usado no tratamento de extrassístoles, 
taquicardia e fibrilação ventriculares 
 Também eficaz em arritmias atriais, 
incluindo a fibrilação e o flutter atriais 
 
Propranolol 
 Betabloqueador 
 Reduz a velocidade de condução do nó 
AV 
 Diminui a frequência ventricular nas 
fibrilações, flutter e taquicardia atrial 
 Pode causar reversão do ritmo sinusal 
 Não é tão útil quanto as arritmias 
ventriculares, a não ser quando 
deflagradas por esforços ou emoções ou 
nos portadores de QT prolongado 
congênito 
 Ampla indicação pós infarto do 
miocárdio 
 
Verapemil 
 Antiarrítmico classe IV 
 Único antagonista do cálcio 
 É bastante eficaz, por via parenteral, no 
controle de taquiarritmias 
supraventriculares 
 Alta captura hepática 
 Ele se liga intensamente às proteínas 
plasmáticas 
 Tem certo efeito inotrópico negativo em 
indivíduos com distúrbios da 
contratilidade ou em uso de outros 
cardiodepressores 
 Efeito principal sobre as fibras lentas, 
especialmente o nó AV 
 Bloqueia canais de entrada de cálcio e 
determinando aumento no período 
refratário efetivo 
 Reduz a velocidade do impulso 
 No nó SA, exerce efeito depressor da 
automaticidade 
 
Adenosina 
 Nucleosídeo purínico endógeno 
adenosina 
 Usado para cessar crises de taquicardia 
supraventricular paroxística 
 Não se enquadra no perfil de outros 
fármacos 
 Estimula o receptor A1 da adenosina 
que fica ligado à forma G da proteína G 
 Aumenta a condutância ao K+ e diminui 
a atividade de canais de Ca2+, causa 
hiperpolarização 
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 A adenosina pode também reduzir a 
liberação de norepinefrina das 
terminações nervosas 
 Redução do automatismo do nó SA e 
das fi bras de Purkinje e diminuição da 
velocidade de condução no nó AV 
 O fármaco é útil no tratamento em 
curto prazo da taquicardia ventricular 
envolvendo reentrada com frequência 
ventricular rápida 
 A adenosina adicionalmente dilata os 
vasos coronarianos e reduz a 
contratilidade 
 Os agonistas seletivos de receptores da 
adenosina são promissores para 
desenvolvimento de futuros fármacos 
 
Lidocaína 
 Usada como anestésico local 
 Usado como fármaco primário para 
interromper e prevenir arritmias 
ventriculares em sit. de emergência 
 Diminui automatismo, mas é desprovida 
de atividade antimuscarínica 
 A lidocaína influência função ventricular 
 Age bloqueando os canais de sódio, 
particularmente em seu estado inativo 
 O efeito sobre os canais de Na+ é 
rapidamente revertido, o que restringe 
seu efeito bloqueador uso-dependente 
em frequências cardíacas altas 
 Inibe preferencialmente o automatismo 
em tecido isquêmico onde ocorre 
despolarização da membrana ou um 
reforço na frequência de estimulação, 
como no sistema His-Purkinje 
 Reduz pós-despolarização tardia 
 Não reduz velocidade de repolarização, 
podendo acelerar 
 Tende a encurtar o PRE 
 Pouco efeito sobre a velocidade de 
condução e a fase 0 
 Usualmente administrada por via 
intravenosa para tratar ritmos 
ectópicos ventriculares 
 Está em grande parte restrita a 
situações de emergência em ambiente 
hospitalar Uso contraindicado nas arritmias 
supraventroculares, sendo 
praticamente eficaz nesses casos 
 
Implicações na Odontologia 
 Desde que esteja sobre controle adequado, antiarrítmicos usualmente não contribui 
problema para o dentista 
 O dentista pode desejar um posicionamento do cardiologista sobre o paciente com relação 
ao uso de epinefrina ou de outros adrenérgicos em pacientes com história de arritmia 
 A combinação de epinefrina e propranolol pode levar a reações hipertensivas 
 O dentista deve estar ciente das manifestações de reações adversas dos fármacos que 
ocorrem na cavidade oral 
 . A quinidina foi associada com trombocitopenia em alguns poucos casos, pode levar a 
hemorragias orais e petéquias 
 O bloqueio de receptores β-adrenérgicos está associado com alteração do perfil de 
proteínas salivares 
 
 
INOTRÓPICOS 
 Medicamentos usados na fase aguda da insuficiência cardíaca por infusão venosa 
 Destacam-se: agonistas β-1, inibidores de fosfodiesterase e agentes sensibilizadores do cálcio 
 
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Mecanismo de Ação 
 Os agonistas beta-1 agem estimulando os receptores beta-1 cardíacos através da mediação 
das proteínas G 
 Ativação da adenilil ciclase formando AMPc e tendo reações de fosforilação que ativam a 
chegada do cálcio as proteínas contráteis 
 Os inibidores da fosfodiesterase impedem a ação de degradação da enzima na AMPc, 
aumentando o conteúdo intracelular dessa enzima e potencializando a contratilidade 
 Ag. inotrópicos sensibilizadores de Ca2+ aumentam o inotropismo sem concentrar Ca2+ no 
cardiomiócito, estabilizando mudanças de tropomiosina induzidas pelo Ca2+, aumenta a 
interação entre a actina e a miosina 
 
Propriedades Farmacológicas 
 Apresenta propriedades farmacológicas 
dos inotrópicos venosos 
 Seu uso exige atenção devido a arritmia 
ou alteração das cifras pressóricas 
 Dentre os agonistas β-I há a dopamina e 
a dobutamina 
 Dentre os inibidores da fosfodiesterase 
há a milrinona 
 Dentre os sensibilizadores do cálcio há 
o levosimendan 
 A dopamina e a dobutamina têm ação 
no miocárdio, mas também periféricas 
pelo estímulo em receptores 
adrenérgicos e dopaminérgicos 
 A dopamina age na vasodilatação 
coronariana e mesentérica, 
aumentando o inotropismo cardíaco, 
sem modificar a resistência vascular 
periférica ou causar taquicardia 
 A dobutamina possui efeitos beta-i, 
beta-2 e alfa-adrenérgicos e não ativa 
receptores dopaminérgicos 
 O equilíbrio de ações beta-2 e alfa-
adrenérgica transcorre na resistência 
vascular periférica – vasodilatador e 
vasoconstrictor 
 A milrinona inibe a fosfodiesterase III, e 
com isso AMPc se acumula no interior 
de células miocárdicas e da musculatura 
vascular lisa de vasos periféricos 
 Os sensibilizadores do cálcio, cujo 
protótipo é o levosimendan, atuam por 
dois mecanismos principais que os 
tornam inodilatadores 
 Ligam-se reversivelmente à troponina 
C, aumentando assim a contratilidade 
 Promove abertura de canais de K+, 
sensíveis à ATP, promove vasodilat. 
 Utilizadas no tratamento da 
insuficiência cardíaca agudamente 
descompensada 
 Porém registram-se arritmias e efeitos 
indesejáveis a longo prazo 
 
Digitálicos 
 Usado no tratamento da insuficiência 
cardíaca congestiva 
 Grupo de glicosídios esteroides 
cardioativos com propriedades 
inotrópicas e eletroftsiológicas 
 São extraídos de plantas da família das 
apocináceas: Digitalis lanata e Digitalis 
purpurea 
 Sua ação positiva se deve ao 
favorecimento que proporciona de 
disponibilidade de cálcio junto às 
proteínas contráteis 
 Consegue esse efeito positivo por vários 
fatores – inibe a proteína de memb. 
sarcoplasmática Na-K-ATPase, impede 
o efluxo ativo de Na, possibilitando sua 
troca com o Ca extracelular ou redução 
da captação de Ca2+ pelo retículo 
sarcoplasmático 
 Seu efeito eletrotisiológico se traduz 
por alentecimento da condução 
atrioventricular do estímulo elétrico 
 O estímulo vagai ou a melhoria das 
condições hemodinâmicas, com 
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consequente menor estimulação 
simpática, causam redução da 
frequência cardíaca 
 Causa neuromodulação que 
proporciona, principalmente ao nível 
dos barorreceptores, estabelecendo 
sua ação frenadora do centro regulador 
vasomotor, diminui o estímulo 
simpático 
 Trata a insufuciência cardíaca 
congestiva 
 Faixa terapêutica estreita 
 
 
DROGAS VASOATIVAS 
Agonistas Adrenérgicos 
 As catecolaminas endógenas norepinefrina, epinefrina e dopamina formam uma classe 
importante de neurotransmissores e hormônios 
 Ativa receptores adrenérgicos e medeia diversas funções na periferia SNC 
 Agonistas adrenérgicos são um grupo importante de fármacos 
 Também são chamados de simpatomiméticos 
 Usos terapêuticos: vasoconstritores em soluções anestésicas locais, descongestionantes em 
preparações nasais e oftálmica, agentes vasopressores para manter a pressão arterial em 
alguns tipos de choque, broncodilatadores em crises asmáticas e em reações alérgicas 
 Os agonistas adrenérgicos de ação central são utilizados no tratamento de hipertensão 
essencial, narcolepsia e distúrbio do déficit de atenção/hiperatividade 
 Sua farmacologia é complicada pela diversidade de fármacos desse grupo 
 Diferem do modo de ação, seletividade por receptor e predominância relativa a efeitos 
periféricos e centrais 
 A efetividade dos agonistas também é influenciada pela densidade da população de 
receptores em um determinado órgão ou sistema 
 
Dopamina 
 Neurotransmissor do SNC, mas que 
também tem efeito periférico 
 Apresenta cinco subtipos 
 Acredite-se que o subtipo de receptor 
D1 provoque vasodilatação periférica 
 Os outros subtipos contribuem para 
vários efeitos periféricos 
 Influencia a função vascular por 
interação com diversos tipos de 
receptores 
 Usado para manter função renal em 
caso de choque por débito cardíaco 
comprometido 
 Estimula receptores D1 vasculares 
causando dilatação seletiva das 
vasculaturas renal, celíaca, hepática e 
mesentérica 
 Ocorre aumento da filtração glomerular 
e eliminação de Na+ 
 Em doses moderadas, atua sobre 
receptores β1-adrenérgicos do 
miocárdio, aumentando a força de 
contração 
 Em doses mais altas, também estimula 
receptores α1-adrenérgicos que 
produzem vasoconstricção 
 Doses excessivas podem causar 
taquicardia e arritmias 
 Em doses moderadas e altas, promove a 
liberação de norepinefrina das 
terminações nervosas simpáticas 
 Fenoldopam: congênere farmacológico 
da dopamina, ativa seletivamente os 
receptores D1, aumenta o fluxo 
sanguíneo renal, tratamento agudo de 
hipertensão grave 
 
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Dobutamina 
 Análogo sintético da dopamina 
 Agonista de receptores adrenérgicos, 
com pouco ou nenhum efeito sobre os 
dopaminérgicos 
 Os dois estereoisômeros da mistura 
racêmica do fármaco apresentam 
efeitos diferentes sobre os vários tipos 
de receptores adrenérgicos 
 O efeito global é estimulação dos 
receptores β1 e α1 e inibição do 
receptor α1 
 Aumenta a contratibilidade miocárdica 
e o débito cardíaco sem aumento 
significativo da frequência cardíaca 
 Estimula receptores β1 no coração e cria 
um efeito inotrópico, com pouca 
ativação dos receptores β2 
 A resistência vascular periférica varia 
muito pouco 
 Alguns pacientes podem apresentar 
grande efeito pressor, enquanto outros 
podem apresentar redução moderada 
da pressão de enchimento ventricular e 
da resistência vascular periférica 
 Usado no tratamento de curto prazo de 
insuficiência cardíaca aguda provocada 
por insuficiência cardíaca congrestiva, 
infarto do miocárdio e cirurgia cardíaca 
 
Norepinefrina e Epinefrina 
 O efeito final deles depende de diversos fatores: via e a velocidade de administração, dose 
administrada, e a presença ou ausência defármacos que interajam com esses agentes 
 Provocam contração da musculatura lisa vascular e vasoconstrição dos tecidos adjacentes 
por estimulação dos receptores α-adrenérgicos 
 Os efeitos vasculares sistêmicos dependem das concentrações plasmáticas alcançadas e das 
ações do fármaco nos receptores α- e β-adrenérgicos 
 Pela infusão intravenosa de 0,2 μg/kg/min ocorre a estimulação dos receptores α – aumento 
na pressão arterial sistólica e diastólica, bradicardia reflexa ativada pelo reflexo 
barorreceptor 
 A bradicardia ocorre apesar da estimulação direta dos receptores β1 cardíacos pela 
norepinefrina, que tende a aumentar a frequência cardíaca 
 A mesma infusão de epinefrina estimula receptores α- e β2-adrenérgicos 
 A resposta vasoconstrictora mais intensa é mediada pelo receptor α mascara a 
vasodilatação pelo receptor β e no fim há a vasoconstricção, similar a norepinefrina 
 A pressão arterial média pode diminuir, com efeito estimulante direto da epinefrina sobre o 
miocárdio (taquicardia) – não ocorre com a norepinefrina por não estimular os receptores 
β2 
 A norepinefrina e a epinefrina estimulam os receptores β1-adrenérgicos localizados no 
músculo cardíaco, nas células marca-passo e nos tecidos de condução do coração 
 Os receptores β2, também localizados nesses tecidos, mas em menor número, contribuem 
para os efeitos cardíacos da epinefrina 
 A estimulação dos receptores β aumenta a força de contração e acentua a velocidade de 
desenvolvimento da força de relaxamento, diminuindo o intervalo sistólico 
 Aumenta a propagação do PA excitatório pelos tecidos 
 Há aumento na taxa de disparo das células marca-passo e no automatismo em músculos 
normalmente quiescentes – ativação de células marca-passo latentes 
 A estimulação dos receptores α1-adrenérgicos, aumenta a contração do miocárdio e 
prolonga o período refratário, associando-se a certas arritmias ventriculares durante 
anestesia geral 
 A estimulação dos receptores β-adrenérgicos aumenta o trabalho do coração, o que eleva o 
consumo de oxigênio cardíaco 
 Em geral, a eficiência cardíaca diminui 
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Vasodilatadores 
 Reduzem a carga sobre o coração, 
melhoram a perfusão tecidual na 
insuficiência cardíaca e aumentam as 
taxas de sobrevida nestes pacientes 
 Exemplos: nitratos e hidralazinas 
 São usados emcombinação com outros 
fármacos, como agentes inotrópicos ou 
inibidores de ECA 
 As desvantagens dos nitratos e da 
hidralazina incluem o aumento indireto 
da descarga simpática e a ativação do 
sistema renina-angiotensina 
 A combinação de nitrato e hidralazina 
em altas doses mostrou-se também 
inferior aos inibidores da enzima 
conversora da angiotensina 
 A hidralazina age como vasodilatador 
arterial direto, promovendo o 
relaxamento da musculatura lisa das 
arteríolas de resistência 
 Há redução da pós-carga do ventrículo 
esquerdo, aumento do débito cardíaco 
e taquicardia reflexa 
 O nitrato libera óxido nítrico com 
subsequente ativação da guanilil 
ciclase, proporcionando dilatação, 
preferencialmente venosa, reduzindo a 
pré-carga cardíaca, complementando a 
ação do dilatador arteriolar direto 
quando combinado a ele 
 Tanto a hidralazina quanto o nitrato 
pode causar queda da pressão arterial 
 Em insuficiência cardíaca são utilizados 
em doses elevadas de cada um, 
resultando em muitos comprimidos em 
cada tomada, que acrescenta alguma 
dificuldade ao manuseio 
 Os vasodilatadores orais representam 
um grande avanço no tratamento da 
insuficiência agudamente 
descompensada 
 Os venosos, representam um grande 
avanço no tratamento da insuficiência 
agudamente descompensada 
 
Nitroprussiato de Sódio 
 Nitrovasodilatador relaxante direto da musculatura lisa vascular 
 Possibilita hipotensão controlada durante uma cirurgia e tratamento de emergência 
hipertensiva 
 Gera óxido nítrico que ativa a guanilil ciclase da musculatura vascular 
 O relaxamento resultante da musculatura lisa é o responsável pela sua resposta anti-
hipertensiva 
 O fármaco afeta veias e arteríolas, e reduz a pré-carga e a pós-carga 
 Como os vasos de capacitância e de resistência estão dilatados, são raras as ocorrências de 
isquemia e angina associadas ao seu uso 
 
Nitroglicerina 
 Por via intravenosa, a nitroglicerina constitui tratamento eficaz de hipertensão 
perioperatória e para induzir hipotensão controlada durante cirurgia 
 Possui mecanismo de ação similar ao nitroprussiato, com efeito relativamente mais 
pronunciado sobre vasos de capacitância 
 É necessário monitorar a pressão arterial durante a infusão contínua de nitroglicerina 
 Dentro do consultório odontológico, é usado como tablete sublingual ou spray translingual 
 Dilata o sistema de leitos vasculares venosos e arteriais 
 Redução do retorno venoso e da resistência vascular sistêmica e consumo de O2 do miocárdio 
 Aplica-se 2x em intervalos de 5 min, ocorrendo alívios dentro de 1 a 2 minutos 
 Contraindicado para pacientes hipotensos e que tenham recebido sildenafila (Viagra) – a 
combinação nitroglicerina e sildenafila levar à profunda hipotensão e inconsciência

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