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Letícia Andréa 105 – 3O Fármacos com capacidade de agir sobre o coração ou sobre os vasos O controle dos vasos é capaz de influenciar no nível de excreção renal ANTIARRÍTMICOS Fisiologia do Coração O coração é um órgão formado de fibras dotadas de contratilidade e que possui um sistema de células especializadas em gerar e conduzir um impulso elétrico, de modo rítmico Nó sinusal (SA): função de marca-passo, gera o impulso cardíaco Nó atriventricular (AV): funciona como desencadeador temporário do impulso, riando a diferença de tempo entre a excitação atrial e ventricular O impulso cardíaco migra para musculatura atrial e para o nó atriventricular através de fascículos atriais O feixe His, seus ramos e a rede terminal de Purkinje conduzem rapidamente o impulso à intimidade da musculatura ventricular A excitação de qualquer fibra cardíaca decorre de modificações transitórias de natureza eletroquímica ao nível da membrana celular A curva de potencial de ação (PA) mede a excitação dessas fibras e tem duas configurações: uma de resposta lenta e outra de resposta rápida Resposta lenta: ocorre nas células do nó AS, nó AV e nos anéis das válvulas atriventriculares Resposta rápida: fibras musculares atriais e ventriculares, fascículos atriais e rede de Purkinje A resposta rápida apresenta cinco fases da curva: Fase 0 – ascensão súbita (despolarização) Fase I – repolarização inicial Fase 2 – conserva despolarização a (platô) Fase 3 – repolarização final Fase 4 – período diastólico (repouso) Na fase 4, a diferença de potencial é constante, sendo mais positiva na face externa e menos na interna – relaciona-se com a distribuição ativa dos íons Na+ Extracelular: Na+= 145 e K+= 4,0 Intracelular: Na+= 15 e K+ = 150 Quando se diz que o potencial de repouso, por exemplo, na fibra de Purkinje, é de -90mV, significa que intracelular é negativo para 90 milivolts em relação ao extracelular O PA é resultado das correntes iônicas: Corrente rápida de entrada (sódio- dependente) – responsável pela fase 0 da resposta rápida Corrente lenta de entrada (cálcio-dependente) – responsável pela fase 2 da resposta rápida e pela fase O da resposta lenta O Na+ tem menor importância na fase 0 e se deve ao fato dos seus canais terem baixa atividade ao nível menos negativo do potencial distólico da membrana (-60mV) Na fase 0 da despolarização rápida o potencial está em -90mV Se a célula está com um potencial de repouso anormal sendo -60mV, a corrente de cálcio gera respostas lentas, que pode gerar anormalidades (arritmias ou distúrbios de condução) A inativação das correntes e o retorno de íons por transporte ativo, causa repolarização da membrana Letícia Andréa 105 – 3O Canais Iônicos: A despolarização na fase 0 em fibras de Purkinje e no miocárdio atrial e ventricular decorre de uma corrente inicial de Na+ por “canal rápido” dirigida de fora da entrada Canais de Na+ também contribuem para a corrente de marca-passo na fase 4 Os canais de Ca2+ são lentos e contribuem para o efeito platô na fase 2 (despolarização mantida com 100 vezes mais tempo de PA) Os canais de Ca2+ são do tipo T ou L – ficam abertos por diferentes períodos durante o PA e respondem diferente a fármacos antiarrítmicos A saída de K+ é causa a repolarização da fibra muscular na fase 3, causando a lenta desativação na fase 4 O K+ contribui para a despolarização espontânea das células marca-passo, no nó SA, no nó AV e, eventualmente, nas fibras His-Purkinje O Na+ e o Ca2+ também desempenham papéis na despolarização da fase 4 A despolarização espontânea na fase 4 ocorre à medida que diminui a condutância de K+ através de seus canais de entrada e aumenta a condução de Na+ e Ca2+ A fase 0 tem uma inclinação muito menor nas células marca-passo, que o principal evento da despolarização na fase 0 é o fluxo de entrada de Ca2+ através de canais lentos Nas células de Purkinje e células miocárdicas, a fase mais rápida é causada primariamente pelo influxo de Na+ através de canais rápidos O K+ é responsável pela repolarização do PA e é denominada corrente retificadora tardia de saída de K+ (IK) Função Marca-Passo: Permite autoexcitação e ritmicidade ao coração O registro dessa função é visível na fase 4, na forma de uma ascensão gradual da curva designada como despolarização diastólica espontânea A despolarização se deve: entrada gradual de Na+ e desativação da saída do K+, e depois uma outra corrente de saída do K+ e outras de entrada de Na+ e Ca+2 Essa ativação gradual alcança o limiar de excitabilidade da fibra, imediatamente sobrevêm a despolarização total e a propagação desse impulso para diante Automaticidade: define a capacidade de gerar um impulso (fase 4 do PA) Excitabilidade: define a sensibilidade a um impulso despolarizante, ditada pelo limiar de excitabilidade e conforme sua distância em relação ao potencial de repouso Período refratário: intervalo de tempo em que a responsividade da membrana ainda se encontra sobre a influência do estímulo anterior. PR absoluto não há resposta a um novo estímulo e o PR relativo um estímulo mais forte consegue resposta. Duração do potencial de ação (DPA): vai do início da fase O ao final da fase 3. Etiopatogênese das Arritmias O surgimento de batimentos cardíacos anormais Surge por uma hipóxia, inflamação, isquemia localizada, agressão por drogas, influência neuroendócrina São causadas por mecanismos: alteração da automaticidade e reentrada Alteração da automoticidade: o nó SA raramente permite que outro foco de estimulação se manifeste no coração sadio, sua disfunção abre campo para a ação de outros focos; focos Letícia Andréa 105 – 3O anômalos resultantes de hiperestimulação ou agressão à fibra cardíaca podem gerar uma função marca-passo exacerbada. Teoria da Reentrada: o impulso iniciador (seja de drigem sinusal ou outra qualquer), além de gerar o batimento correspondente, recircula em área propícia do coração e, a partir daí se capacita a provocar um ou mais novos batimentos, a depender das condições favoráveis do circuito, naturalmente anormais. Drogas Antiarrítmicas Os fármacos antiarrítmicos são usados para modificar ou restaurar ao normal as propriedades eletrofisiológicas aberrantes do músculo cardíaco São classificadas de acordo com seus efeitos específicos na condutância iônica Classe I: exercem bloqueadores diretos dos canais de sódio, com potência variável. IA → depressão moderada da face 0 e da velocidade de condução, com bloqueio adicional de canais de potássio e retardo da repolarização. IB → depressão discreta e moderada da fase 0 e sem efeito nos canais de potássio. IC → Depressão acentuada da fase O e da condução, com pouco ou nenhum efeito nos·canais de potássio. Classe II: betabloqueadores. Classe III: bloqueio dos canais de potássio, pouco ou nenhum efeito nos canais de sódio. Classe IV: bloqueio dos canais de cálcio. Essa classificação é imperfeita porque, algumas drogas manifestam efeito preponderante sobre outras, e nem todas da mesma classe têm comportamento. homogêneo Vem se estudando a criação de uma nova classificação Droga antirrítmica costuma alterar um ou mais parâmetros eletrofisiológicos de modo direto ou indireto Todas as drogas antiarrítmicas determinam efeitos individualizados que podem ser diretos ou indiretos Fármacos das classes IA e IC ligam-se mais seletivamente ao estado aberto do canal Os da classe IB ligam-se mais seletivamente ao estado inativado do canal Nas células de Purkinje e miocárdio ventricular a classe IB podem bloquear canais de Na+ mais eficientemente, que mantém os canais de Na+ mais tempo aberto Os fármacos quinidina-símile,ou da classe IA, deprimem a despolarização fase 0, qualquer que seja a frequência cardíaca Quinidina É um antiarrítmico classe I do subtipo Ia Alcaloide isômero da quinina, extraído da casca da cinchona Dotado de atividade antimilárica Eficaz no tratamento de certas taquiarritmias atriais e (em menor extensão) ventriculares Absorvida no TGI e inicia seu efeito em I hora, como sulfato e depois gluconato de quinidina Reduz o automatismo e a velocidade de condução, e aumenta a refratariedade – aumenta o potencial limiar e diminui a inclinação da despolarização diastólica espontânea A quinidina tem o potencial para diminuir a frequência ou mesmo abolir as taquiarritmias Diminui a inclinação da despolarização fase 0 e diminui a velocidade de condução em células como as do nó AV e do miocárdio ventricular O bloqueio exercido sobre canais de Na+, particularmente no estado aberto, a quinidina influi no automatismo e na velocidade de condução Letícia Andréa 105 – 3O As dosagens terapêuticas aumentam a refratariedade devido ao prolongamento da duração do PRE no ventrículo e no sistema His-Purkinje – depende do bloqueio dos canais de K+ Exerce uma ação vagolítica – consequência da influência antivagal sobre o nó AS Dado que a estimulação vagal diminui o PRE nos átrios, a quinidina aumenta o PRE direta e indireta A propriedade antivagal tende a desencadear taquicardia sinusal em altas doses; o bloqueio do nó SA pode ser proveniente dos efeitos depressores diretos do fármaco Em grandes doses a quinidina causa vasodilatação periférica por bloqueio de receptores α-adrenérgicos, podendo sobrevir consequente hipotensão Procainamida Antiarrítmico classe I do subtipo Ia Depressor cardíaco Mecanismo semelhante ao da quinidina Ocorre diminuição do automatismo e da velocidade de condução, ao passo que há aumento da refratariedade Efeito vagal muito menos intenso que o da quinidina Aumento da duração do complexo (despolarização ventricular – contracção) Prolongamento dos intervalos de QT e PR Quando a administração é oral, há poucos efeitos adicionais A infusão intravenosa causa diminuição da pressão arterial em função da vasodilatação periférica e da depressão miocárdica Pode causar confusão mental e alucinação por mediação central Disopiramidina Antiarrítmico classe I do subtipo Ia Ação similar às da quinidina e da procainamida, mas não é semelhante estruturalmente Trata extrassístoles prematuras e taquicardias de origem supraventricular e ventricular Diminui a velocidade da despolarização diastólica (fase 4) Em células marca-passo ectópicas, diminui a velocidade de ascensão do PA (fase 0) nas fibras cardíacas e aumenta o PRE Diminui o automatismo e a velocidade de condução Afeta menos o intervalo PR e o complexo QRS do que outros agentes da classe Ia Tem maior probabilidade de deprimir a contratibilidade cardíaca Também tem efeitos antimuscarínicos Propafenona Antiarrítmico classe I do subtipo Ic Forte tendência a diminuir a velocidade máxima de repolarização e avelocidade de condução Para arritmias ventriculares com risco de morte, fibrilação atrial Bloqueia canais de Ca2+ e bloqueia receptores beta-adrenérgicos Reduz a inclinação da fase 0, prolonga os intervalos PR e QRS Suprime marca-passos ectópicos Pode ter efeitos inotrópicos negativos Amiodarona Fármaco classe III Letícia Andréa 105 – 3O Derivado benzofurânico semelhante ao hormônio tireoideo Usado no início como vasodilatador coronariano no tratamento da angina Usado, na atualidade, para arritmias agudas e crônicas Aumento do PRE com redução da velocidade de repolarização Bloqueia canais de K+ Diminuição da velocidade de repolarização no sistema His-Purkinje e no miocárdio ventricular e atrial Bloqueia canais de Na+ e de Ca2+ – evita correntes despolarizantes que podem desencadear pós despolarizações precoces e torsades de pointes Diminui o automatismo do nó SA e de marca-passos ectópicos A velocidade de condução do nó AV apresenta-se reduzida em consequência do bloqueio dos canais de Na+ e de Ca2+ PRE do nó AV aumenta Contribui para o efeito antiarrítmico Liga-se a receptores do hormônio tireoidiano, inibe a expressão gênica do hormônio O tratamento em curto prazo limita-se mais provavelmente aos efeitos sobre canais de Na+ e Ca2+ e receptores beta- adrenérgicos e a longo prazo dos canais K+ É um vasodilatador, inibindo não competitivamente o efeito vascular das catecolaminas Usado no tratamento de extrassístoles, taquicardia e fibrilação ventriculares Também eficaz em arritmias atriais, incluindo a fibrilação e o flutter atriais Propranolol Betabloqueador Reduz a velocidade de condução do nó AV Diminui a frequência ventricular nas fibrilações, flutter e taquicardia atrial Pode causar reversão do ritmo sinusal Não é tão útil quanto as arritmias ventriculares, a não ser quando deflagradas por esforços ou emoções ou nos portadores de QT prolongado congênito Ampla indicação pós infarto do miocárdio Verapemil Antiarrítmico classe IV Único antagonista do cálcio É bastante eficaz, por via parenteral, no controle de taquiarritmias supraventriculares Alta captura hepática Ele se liga intensamente às proteínas plasmáticas Tem certo efeito inotrópico negativo em indivíduos com distúrbios da contratilidade ou em uso de outros cardiodepressores Efeito principal sobre as fibras lentas, especialmente o nó AV Bloqueia canais de entrada de cálcio e determinando aumento no período refratário efetivo Reduz a velocidade do impulso No nó SA, exerce efeito depressor da automaticidade Adenosina Nucleosídeo purínico endógeno adenosina Usado para cessar crises de taquicardia supraventricular paroxística Não se enquadra no perfil de outros fármacos Estimula o receptor A1 da adenosina que fica ligado à forma G da proteína G Aumenta a condutância ao K+ e diminui a atividade de canais de Ca2+, causa hiperpolarização Letícia Andréa 105 – 3O A adenosina pode também reduzir a liberação de norepinefrina das terminações nervosas Redução do automatismo do nó SA e das fi bras de Purkinje e diminuição da velocidade de condução no nó AV O fármaco é útil no tratamento em curto prazo da taquicardia ventricular envolvendo reentrada com frequência ventricular rápida A adenosina adicionalmente dilata os vasos coronarianos e reduz a contratilidade Os agonistas seletivos de receptores da adenosina são promissores para desenvolvimento de futuros fármacos Lidocaína Usada como anestésico local Usado como fármaco primário para interromper e prevenir arritmias ventriculares em sit. de emergência Diminui automatismo, mas é desprovida de atividade antimuscarínica A lidocaína influência função ventricular Age bloqueando os canais de sódio, particularmente em seu estado inativo O efeito sobre os canais de Na+ é rapidamente revertido, o que restringe seu efeito bloqueador uso-dependente em frequências cardíacas altas Inibe preferencialmente o automatismo em tecido isquêmico onde ocorre despolarização da membrana ou um reforço na frequência de estimulação, como no sistema His-Purkinje Reduz pós-despolarização tardia Não reduz velocidade de repolarização, podendo acelerar Tende a encurtar o PRE Pouco efeito sobre a velocidade de condução e a fase 0 Usualmente administrada por via intravenosa para tratar ritmos ectópicos ventriculares Está em grande parte restrita a situações de emergência em ambiente hospitalar Uso contraindicado nas arritmias supraventroculares, sendo praticamente eficaz nesses casos Implicações na Odontologia Desde que esteja sobre controle adequado, antiarrítmicos usualmente não contribui problema para o dentista O dentista pode desejar um posicionamento do cardiologista sobre o paciente com relação ao uso de epinefrina ou de outros adrenérgicos em pacientes com história de arritmia A combinação de epinefrina e propranolol pode levar a reações hipertensivas O dentista deve estar ciente das manifestações de reações adversas dos fármacos que ocorrem na cavidade oral . A quinidina foi associada com trombocitopenia em alguns poucos casos, pode levar a hemorragias orais e petéquias O bloqueio de receptores β-adrenérgicos está associado com alteração do perfil de proteínas salivares INOTRÓPICOS Medicamentos usados na fase aguda da insuficiência cardíaca por infusão venosa Destacam-se: agonistas β-1, inibidores de fosfodiesterase e agentes sensibilizadores do cálcio Letícia Andréa 105 – 3O Mecanismo de Ação Os agonistas beta-1 agem estimulando os receptores beta-1 cardíacos através da mediação das proteínas G Ativação da adenilil ciclase formando AMPc e tendo reações de fosforilação que ativam a chegada do cálcio as proteínas contráteis Os inibidores da fosfodiesterase impedem a ação de degradação da enzima na AMPc, aumentando o conteúdo intracelular dessa enzima e potencializando a contratilidade Ag. inotrópicos sensibilizadores de Ca2+ aumentam o inotropismo sem concentrar Ca2+ no cardiomiócito, estabilizando mudanças de tropomiosina induzidas pelo Ca2+, aumenta a interação entre a actina e a miosina Propriedades Farmacológicas Apresenta propriedades farmacológicas dos inotrópicos venosos Seu uso exige atenção devido a arritmia ou alteração das cifras pressóricas Dentre os agonistas β-I há a dopamina e a dobutamina Dentre os inibidores da fosfodiesterase há a milrinona Dentre os sensibilizadores do cálcio há o levosimendan A dopamina e a dobutamina têm ação no miocárdio, mas também periféricas pelo estímulo em receptores adrenérgicos e dopaminérgicos A dopamina age na vasodilatação coronariana e mesentérica, aumentando o inotropismo cardíaco, sem modificar a resistência vascular periférica ou causar taquicardia A dobutamina possui efeitos beta-i, beta-2 e alfa-adrenérgicos e não ativa receptores dopaminérgicos O equilíbrio de ações beta-2 e alfa- adrenérgica transcorre na resistência vascular periférica – vasodilatador e vasoconstrictor A milrinona inibe a fosfodiesterase III, e com isso AMPc se acumula no interior de células miocárdicas e da musculatura vascular lisa de vasos periféricos Os sensibilizadores do cálcio, cujo protótipo é o levosimendan, atuam por dois mecanismos principais que os tornam inodilatadores Ligam-se reversivelmente à troponina C, aumentando assim a contratilidade Promove abertura de canais de K+, sensíveis à ATP, promove vasodilat. Utilizadas no tratamento da insuficiência cardíaca agudamente descompensada Porém registram-se arritmias e efeitos indesejáveis a longo prazo Digitálicos Usado no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva Grupo de glicosídios esteroides cardioativos com propriedades inotrópicas e eletroftsiológicas São extraídos de plantas da família das apocináceas: Digitalis lanata e Digitalis purpurea Sua ação positiva se deve ao favorecimento que proporciona de disponibilidade de cálcio junto às proteínas contráteis Consegue esse efeito positivo por vários fatores – inibe a proteína de memb. sarcoplasmática Na-K-ATPase, impede o efluxo ativo de Na, possibilitando sua troca com o Ca extracelular ou redução da captação de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático Seu efeito eletrotisiológico se traduz por alentecimento da condução atrioventricular do estímulo elétrico O estímulo vagai ou a melhoria das condições hemodinâmicas, com Letícia Andréa 105 – 3O consequente menor estimulação simpática, causam redução da frequência cardíaca Causa neuromodulação que proporciona, principalmente ao nível dos barorreceptores, estabelecendo sua ação frenadora do centro regulador vasomotor, diminui o estímulo simpático Trata a insufuciência cardíaca congestiva Faixa terapêutica estreita DROGAS VASOATIVAS Agonistas Adrenérgicos As catecolaminas endógenas norepinefrina, epinefrina e dopamina formam uma classe importante de neurotransmissores e hormônios Ativa receptores adrenérgicos e medeia diversas funções na periferia SNC Agonistas adrenérgicos são um grupo importante de fármacos Também são chamados de simpatomiméticos Usos terapêuticos: vasoconstritores em soluções anestésicas locais, descongestionantes em preparações nasais e oftálmica, agentes vasopressores para manter a pressão arterial em alguns tipos de choque, broncodilatadores em crises asmáticas e em reações alérgicas Os agonistas adrenérgicos de ação central são utilizados no tratamento de hipertensão essencial, narcolepsia e distúrbio do déficit de atenção/hiperatividade Sua farmacologia é complicada pela diversidade de fármacos desse grupo Diferem do modo de ação, seletividade por receptor e predominância relativa a efeitos periféricos e centrais A efetividade dos agonistas também é influenciada pela densidade da população de receptores em um determinado órgão ou sistema Dopamina Neurotransmissor do SNC, mas que também tem efeito periférico Apresenta cinco subtipos Acredite-se que o subtipo de receptor D1 provoque vasodilatação periférica Os outros subtipos contribuem para vários efeitos periféricos Influencia a função vascular por interação com diversos tipos de receptores Usado para manter função renal em caso de choque por débito cardíaco comprometido Estimula receptores D1 vasculares causando dilatação seletiva das vasculaturas renal, celíaca, hepática e mesentérica Ocorre aumento da filtração glomerular e eliminação de Na+ Em doses moderadas, atua sobre receptores β1-adrenérgicos do miocárdio, aumentando a força de contração Em doses mais altas, também estimula receptores α1-adrenérgicos que produzem vasoconstricção Doses excessivas podem causar taquicardia e arritmias Em doses moderadas e altas, promove a liberação de norepinefrina das terminações nervosas simpáticas Fenoldopam: congênere farmacológico da dopamina, ativa seletivamente os receptores D1, aumenta o fluxo sanguíneo renal, tratamento agudo de hipertensão grave Letícia Andréa 105 – 3O Dobutamina Análogo sintético da dopamina Agonista de receptores adrenérgicos, com pouco ou nenhum efeito sobre os dopaminérgicos Os dois estereoisômeros da mistura racêmica do fármaco apresentam efeitos diferentes sobre os vários tipos de receptores adrenérgicos O efeito global é estimulação dos receptores β1 e α1 e inibição do receptor α1 Aumenta a contratibilidade miocárdica e o débito cardíaco sem aumento significativo da frequência cardíaca Estimula receptores β1 no coração e cria um efeito inotrópico, com pouca ativação dos receptores β2 A resistência vascular periférica varia muito pouco Alguns pacientes podem apresentar grande efeito pressor, enquanto outros podem apresentar redução moderada da pressão de enchimento ventricular e da resistência vascular periférica Usado no tratamento de curto prazo de insuficiência cardíaca aguda provocada por insuficiência cardíaca congrestiva, infarto do miocárdio e cirurgia cardíaca Norepinefrina e Epinefrina O efeito final deles depende de diversos fatores: via e a velocidade de administração, dose administrada, e a presença ou ausência defármacos que interajam com esses agentes Provocam contração da musculatura lisa vascular e vasoconstrição dos tecidos adjacentes por estimulação dos receptores α-adrenérgicos Os efeitos vasculares sistêmicos dependem das concentrações plasmáticas alcançadas e das ações do fármaco nos receptores α- e β-adrenérgicos Pela infusão intravenosa de 0,2 μg/kg/min ocorre a estimulação dos receptores α – aumento na pressão arterial sistólica e diastólica, bradicardia reflexa ativada pelo reflexo barorreceptor A bradicardia ocorre apesar da estimulação direta dos receptores β1 cardíacos pela norepinefrina, que tende a aumentar a frequência cardíaca A mesma infusão de epinefrina estimula receptores α- e β2-adrenérgicos A resposta vasoconstrictora mais intensa é mediada pelo receptor α mascara a vasodilatação pelo receptor β e no fim há a vasoconstricção, similar a norepinefrina A pressão arterial média pode diminuir, com efeito estimulante direto da epinefrina sobre o miocárdio (taquicardia) – não ocorre com a norepinefrina por não estimular os receptores β2 A norepinefrina e a epinefrina estimulam os receptores β1-adrenérgicos localizados no músculo cardíaco, nas células marca-passo e nos tecidos de condução do coração Os receptores β2, também localizados nesses tecidos, mas em menor número, contribuem para os efeitos cardíacos da epinefrina A estimulação dos receptores β aumenta a força de contração e acentua a velocidade de desenvolvimento da força de relaxamento, diminuindo o intervalo sistólico Aumenta a propagação do PA excitatório pelos tecidos Há aumento na taxa de disparo das células marca-passo e no automatismo em músculos normalmente quiescentes – ativação de células marca-passo latentes A estimulação dos receptores α1-adrenérgicos, aumenta a contração do miocárdio e prolonga o período refratário, associando-se a certas arritmias ventriculares durante anestesia geral A estimulação dos receptores β-adrenérgicos aumenta o trabalho do coração, o que eleva o consumo de oxigênio cardíaco Em geral, a eficiência cardíaca diminui Letícia Andréa 105 – 3O Vasodilatadores Reduzem a carga sobre o coração, melhoram a perfusão tecidual na insuficiência cardíaca e aumentam as taxas de sobrevida nestes pacientes Exemplos: nitratos e hidralazinas São usados emcombinação com outros fármacos, como agentes inotrópicos ou inibidores de ECA As desvantagens dos nitratos e da hidralazina incluem o aumento indireto da descarga simpática e a ativação do sistema renina-angiotensina A combinação de nitrato e hidralazina em altas doses mostrou-se também inferior aos inibidores da enzima conversora da angiotensina A hidralazina age como vasodilatador arterial direto, promovendo o relaxamento da musculatura lisa das arteríolas de resistência Há redução da pós-carga do ventrículo esquerdo, aumento do débito cardíaco e taquicardia reflexa O nitrato libera óxido nítrico com subsequente ativação da guanilil ciclase, proporcionando dilatação, preferencialmente venosa, reduzindo a pré-carga cardíaca, complementando a ação do dilatador arteriolar direto quando combinado a ele Tanto a hidralazina quanto o nitrato pode causar queda da pressão arterial Em insuficiência cardíaca são utilizados em doses elevadas de cada um, resultando em muitos comprimidos em cada tomada, que acrescenta alguma dificuldade ao manuseio Os vasodilatadores orais representam um grande avanço no tratamento da insuficiência agudamente descompensada Os venosos, representam um grande avanço no tratamento da insuficiência agudamente descompensada Nitroprussiato de Sódio Nitrovasodilatador relaxante direto da musculatura lisa vascular Possibilita hipotensão controlada durante uma cirurgia e tratamento de emergência hipertensiva Gera óxido nítrico que ativa a guanilil ciclase da musculatura vascular O relaxamento resultante da musculatura lisa é o responsável pela sua resposta anti- hipertensiva O fármaco afeta veias e arteríolas, e reduz a pré-carga e a pós-carga Como os vasos de capacitância e de resistência estão dilatados, são raras as ocorrências de isquemia e angina associadas ao seu uso Nitroglicerina Por via intravenosa, a nitroglicerina constitui tratamento eficaz de hipertensão perioperatória e para induzir hipotensão controlada durante cirurgia Possui mecanismo de ação similar ao nitroprussiato, com efeito relativamente mais pronunciado sobre vasos de capacitância É necessário monitorar a pressão arterial durante a infusão contínua de nitroglicerina Dentro do consultório odontológico, é usado como tablete sublingual ou spray translingual Dilata o sistema de leitos vasculares venosos e arteriais Redução do retorno venoso e da resistência vascular sistêmica e consumo de O2 do miocárdio Aplica-se 2x em intervalos de 5 min, ocorrendo alívios dentro de 1 a 2 minutos Contraindicado para pacientes hipotensos e que tenham recebido sildenafila (Viagra) – a combinação nitroglicerina e sildenafila levar à profunda hipotensão e inconsciência
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