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Setor de Ensino a Distância 
Barbacena – MG 
2011 
 
 
 
 
SUINOCULTURA 
Prof. Marcelo José Milagres de Almeida 
2 
 
Prezado aluno, 
 
 
O Campus Barbacena – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do 
Sudeste de Minas Gerais lhe deseja boas vindas. 
É o início de uma fase de sua vida que será marcada por muito trabalho. Você 
encontrará pela frente, muitas experiências novas, interessantes e carregadas de emoções para 
vivenciar cada fase do Curso Técnico em Agropecuária. 
O Campus Barbacena lhe disponibiliza um ambiente virtual de aprendizagem que 
permitirá uma convivência agradável com seus colegas de curso. É um espaço cibernético onde 
vocês poderão interagir para alcançar seus objetivos de sucesso profissional. 
Nós da equipe da Educação a Distância – professores, coordenadores, tutores e 
alunos – estamos orgulhosos por você estar conosco. 
 A presente apostila tem como objetivo mais amplo o desenvolvimento das competências 
necessárias ao planejamento, à orientação, à avaliação e ao monitoramento da exploração 
técnica e econômica da Suinocultura, visando a desenvolver no aluno habilidades específicas 
diversas, tais como identificar as principais raças, linhagens e suas características; manejar 
animais nas fases de reprodução, cria e engorda; orientar e monitorar o manejo alimentar dos 
suínos; identificar e relacionar as instalações e equipamentos necessários à exploração da 
suinocultura; orientar e monitorar a profilaxia e o tratamento das doenças mais comuns; 
identificar e reconhecer a importância da suinocultura para o Brasil. 
Estou a disposição para contribuir, no que for possível, no desenvolvimento profissional 
de vocês. 
Conte comigo. 
Um abraços e vamos estudar. 
Prof. Marcelo José Milagres de Almeida 
Zootecnista – CRMV 0758/Z 
Professor de Zootecnia – Suinocultura Campus Barbacena 
Doutor em Nutrição de Monogástricos – UFLA - MG 
 
 
3 
SUMÁRIO 
 
 
 página 
Semana 1 – Aula 1: Aspectos relacionados ao futuro da cadeia suinícola …...... 4 
 Aula 2: Colesterol …............................................................................. 5 
 Aula 3:Cisticercose e Teníase.............................................................. 7 
 Aula 4: Importância dos suínos para a medicina humana ............... 9 
Semana 2 – Aula 1:Classificação zoológica, origem e evolução do suíno............. 11 
 Aula 2:Exterior do suíno...................................................................... 12 
Semana 3 – Aula 1:Sistemas de produção de suínos.............................................. 13 
 Aula 2:Noções de Construções ............................................................ 15 
Semana 4 – Aula 1:Material genético...................................................................... 22 
 Aula 2:Principais linhagens de suínos................................................. 26 
 Aula 3:Órgãos reprodutivos do macho e da fêmea............................ 29 
 Aula 4: Reprodução.............................................................................. 31 
Semana 5 – Aula 1: Manejo da produção - Machos, Procedimentos para 
detecção de cio, Pré-cobrição, cobrição, Gestação e Descarte de Fêmeas ........... 
 
37 
 Aula 2: Manejo da produção - Maternidade ….............................. 41 
 Aula 3: Manejo da produção - Creche............................................... 44 
 Aula 4: Manejo da produção – Crescimento e Terminação............ 45 
Semana 6 – Aula 1:Noções de nutrição .................................................................. 46 
 Aula 2:Preparo de ração...................................................................... 48 
Semana 7 – Aula 1:Biossegurança........................................................................... 56 
 Aula 2:Limpeza e desinfecção ............................................................ 59 
 Aula 3:Vacinação ................................................................................. 67 
Semana 8 – Aula 1:Manejo pré – abate ….............................................................. 69 
 Aula 2:Gerenciamento …..................................................................... 69 
Semana 9 – Aula 1:Proteção ambiental .................................................................. 75 
 Aula 2:Manejo de dejetos ................................................................... 78 
Referências bibliográficas ........................................................................................ 80 
 
 
4 
SEMANA 1 
 
META: 
Apresentar os pontos mais importantes relacionados a cadeia suinícola e os mitos e verdades sobre a 
carne suína 
 
OBJETIVOS: 
 Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
 Identificar os principais aspectos relacionados ao futura da cadeia produtiva de suínos; 
 Reconhecer a qualidade da carne suína, relacionando aos fatores colesterol e cisticercose; 
 Reconhecer a importância dos suínos para a medicina Humana. 
 
AULA 1 
 
ASPECTOS RELACIONADOS AO FUTURO DA CADEIA SUINÍCOLA 
 
A produção de carne suína permanece como uma produção agrícola ainda diretamente pressionada 
pela concorrência internacional. Sob essa constante pressão, para manter o nível de competitividade de 
seus rebanhos, os produtores devem se adaptar continuamente à evolução das técnicas de produção. 
Adicionalmente, devem ter em conta os embaraços regulamentares, induzidos pelas exigências cada vez 
mais fortes da sociedade, em particular aquelas concernentes a proteção do ambiente, ao bem-estar dos 
animais, ou da segurança dos alimentos aos consumidores. 
Nos anos setenta, no contexto da cadeia suinícola do Brasil, a visão de futuro apontava mais 
diretamente para questões relacionadas aos sistemas de produção. Atualmente, como fruto da globalização 
do comércio, a visão de futuro aponta para questões de mercado, com exigências de rastreabilidade total 
dentro das cadeias produtivas. Além das barreiras tarifárias, ganham força as barreiras técnicas de proteção 
dos mercados, colocadas sobre as exportações nacionais da carne suína. 
As diretivas sobre segurança alimentar, bem estar animal e ambiente vêm alterar profundamente o 
modo de criar, transportar e abater os animais para consumo humano. Assim, o cumprimento de todas as 
normas deve, necessariamente, aumentar os custos do produto final por razões que se prendem ao aumento 
do espaço necessário para sua criação, qualidade e tipo dos alimentos a usar, tempo para o transporte, 
instalações, espaços e materiais de construção, tipos de equipamentos, preparação do pessoal para manejo 
pré-abate e abate dos animais, entre outras. 
Como as normas serão exigidas não só dos criadores da União Europeia (EU), mas também dos 
países exportadores, as grandes barreiras à entrada de produtos nesses países, deixarão de ser tarifárias 
para tornarem-se técnicas ou sanitárias. Nesse caso as exigências nos limites permitidos serão revisadas 
exigindo novos equipamentos e conhecimentos. 
Também muito importante é que o país gere inovações na cadeia produtiva de suínos como forma 
de competir com produtos de maior valorr agregado, aumentando a participação das empresas brasileiras 
com marcas próprias nas prateleiras dos supermercados dos países importadores. É necessário estar atento 
a esse passo importante, pois cada vez mais será exigido padrão internacional de certificação. 
A expressividade doBrasil na produção e exportação de carne suína está a exigir também uma 
constante atualização dos profissionais do setorr para aprimorar e dar seqüência ao crescimento e qualidade 
da atividade suinícola nacional. A tendência de concentração da produção de suinos deve continuar a 
ocorrer de maneira acelerada no Brasil, com a redução do número de produtores dedicados à criação, mas 
com crescimento do volume produzido, das divisas e da renda do setor. 
Nesse cenário, apresenta-se como desafio para os diferentes elos desta cadeia, notada mente para a 
indústria, a pesquisa e a assistência técnica, as questões relacionadas com a sanidade, diagnóstico e 
controle das doenças, as questões de conservação do meio ambiente, bem-estar animal, qualidade da carne 
e a segurança dos alimentos. 
 Fonte: Silveira, P.R.S. (2007) 
 
 
5 
AULA 2 
 
COLESTEROL 
 
 As doenças cardiovasculares são consideradas a causa mais freqüente de mortes na população humana. 
Estas enfermidades começam geralmente sob a forma de uma arteriosclerose, que é uma condição na qual 
depósitos de gordura, contendo colesterol desenvolvem-se “placas” no interior das artérias. Estes depósitos 
vão se avolumando, prejudicando o fluxo de sangue, e chegam até o bloqueio total. O bloqueio da artéria 
que fornece sangue ao coração é a causa do chamado “ataque cardíaco”. 
 Para evitar esses depósitos de gordura tem-se recomendado a redução no consumo de gorduras 
saturadas e de colesterol. Como os produtos de origem animal contem estas duas substâncias, eles têm sido 
alvo de inúmeras campanhas negativas, que visam denegrir sua verdadeira imagem e valor nutricional. Em 
alguns casos, tem ocorrido uma verdadeira “colesterofobia epidêmica”, levando o público ao pânico, sem 
uma base científica que comprove o fato adequadamente. 
 Um exemplo disso foram as campanhas da fortíssima indústria da soja para a introdução das margarinas 
no mercado consumidor, em substituição às gorduras animais. Nessa ocasião foram feitos fones ataques s 
gorduras animais por serem saturadas. Porém, não mencionaram que as margarinas, apesar de serem de 
origem vegetal, com grande concentração de gorduras insaturadas, no seu processo industrial de produção 
passam por reações químicas que as transformam em saturadas, sendo tão indesejáveis ao organismo 
quanto às gorduras animais se ingeridas em excesso. 
 Mas como as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo, toda atenção deve ser dada 
ao assunto, evitando-se excessos de qualquer um dos lados que tente provar a veracidade de seus conceitos. 
 Por enquanto, a verdade é que existe muita discussão sobre o assunto e que não existe uma 
compreensão total do que causa ou do que evita essas doenças. O que se conhece atualmente é que 
indivíduos que possuam taxas de colesterol acima de 200-240 mg/ 100ml de sangue são classificados como 
de alto risco, especialmente se apresentarem mais de dois dos fatores que estão associados à ocorrência de 
enfermidades cardíacas: 
 Fatores hereditários: muitas evidências mostram que as enfermidades cardíacas podem ser 
transmitidas hereditariamente; 
 Estresse, diabete mellitus, obesidade e hipertensão cardíaca; 
 Sexo: os homens são mais suscetíveis do que as mulheres; 
 Idade: o risco aumenta com a idade; 
 Hábito de fumar: são mais freqüentes nos fumantes. 
 O organismo do homem sintetiza cerca de 1000mg colesterol por dia. A média de consumo diário 
através da alimentação está entre 400 a 500mg, o que mostra que a absorção dietética representa cerca de 
1/3 do total do colesterol no Organismo. Pessoas pertencentes ao grupo de risco em relação às 
enfermidades cardiovasculares devem restringir seu consumo diário de colesterol a menos de 300 mg. Um 
bom filé de 100g de lombo de pernil cozido fornece apenas 69 a 82mg de colesterol. ou seja, apenas 25% 
do total das 300 mg permitidas. 
 Importância do Colesterol - O colesterol um componente vital de todas as células do organismo. 
Parece uma gordura e é encontrado exclusivamente nos animais. Ele é essencial à vida, pois através dele 
são produzidos hormônios sexuais, ácidos biliares, vitaminas, (Vit. D) e as membranas das células. 
 A quantidade de colesterol no organismo tem duas origens: a síntese orgânica e a absorção dietética. 
 Síntese orgânica: é responsável por 2/3 do colesterol do corpo. Ele é produzido em quase todos os 
tecidos, mas a sede principal é o fígado. O organismo controla a síntese, aumentando-a se o consumo pela 
dieta é baixo, ou diminuindo-a em caso contrario. Se for necessário é capaz de produzir todo o colesterol 
que necessita. Algumas pessoas não conseguem regular a síntese, produzem colesterol em excesso e devem 
seguir o regime e as recomendações do seu médico. Uma em cada 500 pessoas apresenta este distúrbio 
orgânico. As pessoas sadias mantêm um baixo nível de colesterol, mesmo quando consomem dietas 
contendo altos níveis do mesmo. 
 
6 
 Absorção dietética: é responsável por 1/3 do colesterol do corpo. Proveniente dos alimentos, ele é 
absorvido no intestino, após sofrer a ação da bile. Para se locomover no organismo, usa a corrente 
sanguínea onde se encontra ligado às chamadas lipoproteínas. Existem duas lipoproteínas importantes: as 
de alta densidade (HDL), que possuem mais proteína do que gordura; e as de baixa densidade (LDL), que 
possuem mais gordura do que proteína. As HDL são chamadas de “Bom colesterol”, pois elas o retiram da 
circulação sanguínea e o levam para ser metabolizado no fígado. Pessoas que possuem mais HDL têm 
menor incidência de doenças cardíacas. As LDL são chamadas de “Mau colesterol” porque retiram o 
colesterol produzido no fígado e o despejam no sangue. 
 A maior porção do colesterol é encontrada junto às lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Sabe-se 
que até 200 miligramas de colesterol por 100 miligramas de sangue é um resultado aceitável para o 
homem. Porém, dosagens muito abaixo de 200mg podem ressecar as veias e as artérias, pois o colesterol é 
essencial para a lubrificação das mesmas. 
 Efeito da dieta: É importante não confundir colesterol dos alimentos com colesterol sangüíneo. Os 
níveis sanguíneos são pouco alterados no homem com o uso de dietas ricas em colesterol, em virtude do 
Sistema de controle que aumenta ou diminui a síntese no organismo, de acordo com a menor ou maior 
absorção intestinal. Estudos com grandes populações não mostram correlação entre o colesterol da dieta e 
o sanguíneo. 
 O consumo excessivo de colesterol não aumenta a incidência de enfermidades cardíacas em pessoas 
normais, pois estas o metabolizam de forma eficiente para exercer suas funções essenciais e eliminam 
naturalmente os excessos do mesmo, 
 Algumas pessoas, porém, estão expostas a uma série de fatores de risco, que as predispõem ao acúmulo 
de colesterol nos vasos sangüíneos, podendo contribuir para as doenças cardiovasculares. Os principais 
fatores de risco são: 
 Pessoas incapazes de controlar a síntese ou excreção do colesterol. Dessa forma, ocorre o acúmulo 
do mesmo nos vasos sangüíneos, devido a um desequilibro no sistema que regula o nível de 
produção e eliminação. As causas para este distúrbio são hereditárias; 
 Pessoas que possuem maiores níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), que levam o 
colesterol produzido no fígado para o sangue. As causas podem ser genéticas ou não. Os níveis de 
HDL, o bom colesterol, podem ser aumentados com o exercício físico constante e moderado. A 
presença de fibras na dieta mantém o HDL e diminui o LDL; 
 Pessoas com vida sedentária. sem exercícios físicos, obesos, fumantes, consumidores de álcool sob 
forma excessiva, diabéticos, com baixa atividade sexual ou com a predisposição hereditária 
possuem maiores probabilidades de aumentar as doenças cardiovasculares; 
 Pessoas que ingerem grandes quantidades de gorduras saturadas. As gorduras são classificasde 
acordo com o seu índice de saturação. De uma forma geral, as gorduras saturadas que são 
encontradas nos animais são mais duras na temperatura ambiente e aumentam o nível de LDL (o 
mau colesterol) no organismo do homem. Quando não são consumidas, o nível de colesterol 
sangüíneo tende a ser menor. Nem todas as animais são totalmente saturadas. No suíno, por 
exemplo menos de 50% de sua gordura é saturada. As gorduras insaturadas são mais liquidas na 
temperatura ambiente são encontradas nos óleos vegetais, com exceção do coco e palmas. A 
qualidade das gorduras ingeridas é definida pela relação entre gorduras saturadas e insaturadas. 
Quanto maior esta relação (maior quantidade de insaturadas), mais aconselhável é o seu consumo. 
Pelo exposto conclui-se que há uma ligação entre o consumo de gorduras saturadas e insaturadas e 
o teor de colesterol sanguíneo. Quanto maior o teor de gorduras saturadas na dieta, maior o nível de 
colesterol no sangue. Este efeito pode ser contornado com o maior consumo de gorduras 
insaturadas, que diminuem o colesterol sanguíneo devido a maior excreção de ácidos biliares e 
esteróis neutros do corpo. Uma das formas mais praticas de se diminuir o consumo de gorduras 
saturadas, sem prejudicar o valor nutricional da dieta, é eliminar o consumo de alimentos “extras”, 
tais como biscoitos, batatas fritas, maioneses, etc. Esses alimentos são ricos em gorduras e 
relativamente pobres em outros nutrientes. 
 
 
7 
 Pelo que comentamos até o momento, o colesterol da dieta não tem relação com a taxa de colesterol no 
sangue de pessoas consideradas normais. Porém, em virtude das pessoas situadas na faixa de risco, é 
importante que se divulgue os teores de colesterol dos vários alimentos para que cada um possa elaborar 
uma dieta condizente com sua situação. 
 Em relação às carnes dos animais, os teores de colesterol são semelhantes nos suínos, bovinos e aves. 
São maiores nas carnes cozidas do que nas cruas, pois o cozimento retira a água e concentra os demais 
componentes. 
Fonte: ROPPA, L. Suínos: mitos e verdades. Revista Suinocultura Industrial, n.127, p.10-27, 1997. 
 
AULA 3 
 
CISTICERCOSE E TENÍASE 
 
 Os primeiros escritos dos judeus 300 anos antes de Cristo, proibiam, sob pena de prisão, a ingestão de 
carne de porco. Isto porque Aristóteles havia descrito a cisticercose nos suínos. É dessa época, portanto, 
que remontam os conceitos errados de que o porco transmita esta doença ao homem. Moisés e Maomé 
contribuíram para a formação desse conceito ao proibir o consumo de carne de porco na dieta humana para 
evitar as parasitoses tão comuns já naquela época. Um dos nomes mais famosos da história a sofrer o 
problema da cisticercose foi Joana D’Arc. Após ser queimada em praça pública, seu cérebro foi 
necropsiado e nele foram encontrados cisticercos calcificados, principalmente no lobo temporal, que 
seriam as causas de suas alucinações visuais. 
 O conceito errôneo de que a cisticercose é transmitida pelo consumo de carnes contaminadas (de suíno 
ou bovino) deve-se à falta de conhecimento e de esclarecimento sobre o ciclo de vida deste parasita. Para 
entender corretamente esta enfermidade, vamos expor a seguir o seu ciclo de vida, diferenciando o que é 
Teníase do que Cisticercose. 
 A Teníase é a doença causa por um parasita chamado de Taenia Solium no caso dos suínos e Taenia 
Saginata no caso dos bovinos. As taenias precisam de dois hospedeiros para completar o seu ciclo 
evolutivo. Um é o homem, que é o único hospedeiro definitivo, da taenia (único a possuir a fase adulta do 
verme). O outro hospedeiro, chamado de intermediário, pois nele só ocorre a fase larvar (cisticerco), 
podem ser os suíno, bovinos, carneiros, etc. 
 Ao comer carne crua ou mal passada dos suínos e bovinos que contenha as larvas das taenia 
(cisticercos), o homem passa a desenvolver a doença chamada Teníase, também conhecida por “solitária”, 
porque geralmente é causada por uma taenia só. São conhecidos, porem, casos comprovados de até 9 
taenias localizadas no intestino do mesmo se humano. 
 A Teníase é uma doença que muitas vezes passa despercebida. Alguns casos pode haver vômitos, mal-
atar gástrico e gases, que são sintomas comuns a outras enfermidades. Três meses após a ingestão do 
cisticerco, a Taenia já localizada no intestino delgado do homem, começa a soltar anéis de seu corpo, com 
ovos. Geralmente, elimina de 5 a 6 anéis por semana, sendo que cada anel contem de 40 a 80 mil ovos. Os 
anéis podem sair com as fezes ou se romper ainda dentro do intestino liberando os ovos, que são da mesma 
forma eliminados durante a defecação. No meio ambiente, estes ovos, dependendo da temperatura e 
umidade, podem continuar vivos por até 300 dias. A taenia pode viver até 8 anos ou mais no intestino do 
homem, contaminando seguidamente o meio ambiente onde caírem as suas fezes. Se houver esgotos 
apropriados, o problema praticamente desaparece. Acentua-se, porém, se a defecação for em local 
inadequado (campo, etc.). As fezes se ressecam com o sol, os ovos ficam mais leves que o pó e são levados 
pelo vento a grandes distâncias. Dessa forma, contamina as pastagens, hortas ou rios e lagoas, cujas águas 
podem ser utilizadas para beber ou irrigar plantações. Somente a fervura ou cocção acima de 90ºC 
centígrados é capaz de inativar o ovo, que é resistente à maioria dos produtos químicos. O homem com 
Teníase pode se auto-contaminar com os ovos, ao não fazer corretamente a higiene após evacuar e levar as 
mãos à boca, ou praticando o sexo oral, já que os ovos podem permanecer na região perianal. 
 Já a Cisticercose é uma doença causada no hospedeiro intermediário pelas larvas da taenia. Os suínos, 
bovinos e o próprio homem adquirem esta doença ao comer as verduras, frutas (morango), pastagens ou 
ingerir água contaminados com ovos da taenia. Depois de ingeridos, os ovos vão para o estômago e o 
intestino delgado, onde os sucos gástricos e pancreáticos dissolvem a sua camada superficial, liberando os 
8 
embriões. Estes se fixam nas vilosidades intestinais, onde permanecem por 4 dias. A seguir, perfuram a 
parede intestinal e caem nos vasos sangüíneos, sendo distribuídos pelo corpo todo. A grande maioria fixa-
se no cérebro, causando a chamada Neurocisticercose. É a forma mais grave, pois causa crises convulsivas, 
hipertensão craniana (dores de cabeça, vômitos, etc.) e hidrocefalia. Outras localizações além do sistema 
nervoso são o coração, olhos e músculo. 
 No homem, as larvas calcificam-se rapidamente e os doentes podem, portanto, restabelecer-se dos 
sintomas sem qualquer prejuízo. No suíno, a formação dos cisticercos no músculo é popularmente 
conhecida como “canjiquinha”, que algumas pessoas acreditam de forma errônea ser uma “virtude” da 
carne, por ser mais macia. Ao comer estas carnes, se elas não forem devidamente cozidas, o homem irá 
ingerir os cisticercos (larvas), que irão evoluir em seu intestino até a fase adulta, causando a teníase, 
completando assim o ciclo desse verme. 
 Pela descrição do ciclo de vida deste parasita, podemos concluir: 
 O suíno não causa a cisticercose no homem. O homem causa a cisticercose no suíno; 
 O suíno não é fonte de transmissão. Apenas participa do ciclo da doença que lhe é transmitida pelo 
homem, abrigando a fase larvar da taenia (cisticerco); 
 O homem adquire a Cisticercose ao ingerir frutas, verduras ou água contaminadas com fezes de pessoas 
portadoras de taenias; 
 O homem adquire a taenia ao ingerir carne mal cozida de bovinos ou suínos com Cisticercose. Em 
nenhuma hipótese ele terá cisticercose ao ingerir esta carne; 
 O homem é o hospedeiro definitivo, pois possui a fase adulta da taenia; 
 O suíno e o bovino são hospedeiros intermediários, pois possuem a fase larvar da taenia (cisticerco) e 
não o verme adulto (taenia); 
 O homem contamina o meio ambiente (pastagens, verduras, águas.etc.) através de suas fezes, liberando 
os ovos do parasita; 
 Se não houver pessoas com solitária (teníase), não haverá Cisticercose nos suínos e bovinos. 
 Como os suínos se contaminam através da ingestão de fezes humanas ou de verduras contaminadas, 
com o advento da suinocultura moderna, onde os suínos são criados confinados e recebem apenas rações 
como alimento, a possibilidade de transmissão ficou mais difícil. 
 A contaminação, porém, permanece alta nos bovinos, que necessitam das pastagens, e nos porcos 
criados soltos em suinoculturas de baixo padrão zootécnico e que geralmente são apenas para subsistência 
dos seus proprietários. 
 A falta de fossas no meio rural contribui para a poluição do meio ambiente, sendo comuns os casos em 
que os animais acabam consumindo as fezes humanas. O uso de irrigação de hortas e de morangos com 
águas contaminadas tem sido, talvez, uma das principais fontes de infecção para o homem. 
 O controle desta enfermidade passa pelas seguintes medidas: 
 Tratamento do homem, que é o hospedeiro das Taenias que produzem ovos; 
 Tratamento dos esgotos urbanos, para evitar que os ovos liberados com as fezes humanas 
contaminem os rios e as águas de bebida; 
 Inspeção e seqüestro das carcaças contaminadas com Cisticercose nos abatedouros; 
 Tratamento da carne por cocção adequada. 
 Para a área rural, também são importantes os programas educativos nas escolas, sindicatos rurais e 
cooperativas, para o ensino de medidas higiênicas básicas. 
 
Quadro. Resumo do ciclo evolutivo de parasitas da família Taenidae 
Espécies de Parasitas Hospedeiro 
definitivo 
Hospedeiro 
intermediário 
Forma larvar 
Taenia solium Homem Suíno,homem Cysticercus cellulosae 
Taenia saginata Homem boi Cysticercus bovis 
Fonte: Carvalho & Oliveira (2006) 
9 
 
 
 
 
Figura: Esquema do ciclo de transmissão da Taenia solium, destacando os pontos onde ocorre teníase e 
cisticercose. o ser humano pode contrair teníase ao consumir carne suína contendo cisticercos vivos, o que 
ocorre geralmente em decorrência do consumo de carne crua ou mal passada. O ser humano pode, ainda, 
contrair cisticercose ao ingerir ovos de Taenia solium através de alimentos (principalmente verduras e 
frutas) ou água contaminadas ou mesmo se auto infectar pela introdução de ovos de Taenia solium na boca 
pelas mãos contaminadas, o que ocorre geralmente pela falta de hábitos higiênicos. 
Fonte: Carvalho & Oliveira (2006) 
 
AULA 4 
 
IMPORTÂNCIA DOS SUÍNOS PARA A MEDICINA HUMANA 
 
Por sua semelhança com o homem, várias partes do organismo dos suínos podem ser utilizadas em 
medicina humana. Desde o fornecimento de substâncias vitais à vida do homem até a doação de órgãos, os 
suínos são a grande opção da medicina para aumentar a sobrevivência das pessoas. A seguir relacionamos 
uma série de utilidades do organismo dos suínos para o homem: 
► O pâncreas dos suínos é um órgão do qual se obtém Insulina. Esse hormônio é essencial para os 
diabéticos. Ele é encarregado de permitir a entrada de açúcar nas células e de diminuir a sua taxa no 
sangue, evitando dessa forma que atinja níveis mortais para o homem. Outra utilidade do pâncreas dos 
suínos para o homem é a de fornecer ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) para implantes em 
pessoas diabéticas que não as possuem. Estes implantes poderão deixar os diabéticos livres de injeções de 
10 
insulina por vários anos. Atualmente, a insulina é também produzida por engenharia genética através da 
multiplicação bacteriana. Porém a um custo mais caro. 
 ► A glândula pituitária do suíno é utilizada para obtenção do ACTH. Esse hormônio é usado em 
medicina humana para o tratamento das artrites e doenças inflamatórias, que causam dores insuportáveis 
para o homem. 
 ► A Tireóide do suíno é utilizada para obter medicamentos que serão usados por pessoas que 
possuem glândulas tireóides pouco ativas. 
 ► A pele dos suínos pode ser usada temporariamente pelo homem nos casos de queimaduras que 
causam grandes descontinuidades de sua pele. 
 ► A mucosa intestinal dos suínos é usada para a obtenção de uma substância chamada heparina. Esta 
tem a função de coagular o sangue e é aplicada em medicina humana nos casos de hemorragia. 
 ► Do coração dos suínos são retiradas válvulas cardíacas que serão transplantadas para o homem e as 
crianças. Os suínos usados para fornecer essas válvulas pesam de 16 a 25kg. Estas válvulas são retiradas 
do coração e conservadas num preparado químico, podendo ser preservadas por 5 anos, As válvulas 
cardíacas do homem podem ser substituídas por válvulas mecânicas feitas com materiais artificiais. As 
válvulas dos suínos, porém, têm vantagens sobre essas mecânicas, pois são menos rejeitadas pelo 
organismo, têm a mesma estrutura e resistem mais às infecções. 
 ► Aplicações práticas de suínos transgênicos: Suínos modificados geneticamente podem produzir 
hemoglobina humana (pigmento do sangue que leva oxigênio às células do corpo). Pesquisas da empresa 
DNX (EUA) injetaram em três embriões de suínos, cópias dos dois genes responsáveis pela produção de 
hemoglobina humana. A técnica fez com que 15% da hemoglobina encontrada nos suínos fossem do tipo 
humano. As duas hemoglobinas são depois separadas devido a suas cargas elétricas diferentes. Este 
produto pode ser estocado por meses, ao contrário do sangue normal, que se conserva apenas por semanas. 
Fonte: Informativo técnico nº 222 - http://www.sossuinos.com.br/inicial.htm 
 
 
11 
SEMANA 2 
 
META: 
Apresentar aspectos relacionados a classificação, origem, evolução e exterior dos suínos 
 
OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
 Situar os suínos no amplo grupo do seres vivos do Reino Animal; 
 Identificar a importância de conhecer o exterior do suíno. 
 
AULA 1 
 
CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SUÍNOS 
 Os suínos pertencem ao gênero “suis” e apareceram no velho mundo na era quaternária. São 
zoologicamente classificados como: 
 Classe: Mamíferos 
 Sobre-ordem: Ungulados (dedos providos de cascos) 
 Ordem: Artiodáctilos (número par de dedos) 
 Família: Suideos (Suidae) 
 Sub-família: Suínos (Suinae) 
 Gênero: Suis 
 Espécies selvagens: 
 Sus scrofa ferus (suínos originários do javali europeu) 
 Sus scrofa vittatus (suínos originados do javali asiático) 
 Espécie doméstica: Sus scrofa domesticus 
 Segundo Nathusius e Rutirmayer, citados por Machado (1967), as raças suínas encontradas no mundo, 
são originadas do Javali Europeu ou do Asiático, ou ainda, do cruzamento de ambos que deu origem ao 
javali do Mediterrâneo (Sus mediterraneus). Estes historiadores basearam–se nas diferenças de posição de 
orelha (asiática, ibérica e céltica), nos diferentes tipos de perfil craniano (retilíneo, sub–côncavo e ultra–
côncavo) e na variação do número de vértebras torácicas e lombares ( 14 a 16 e 4 a 6 , respectivamente), 
encontrados nas diversas raças, para justificar as suas hipóteses. 
 O porco selvagem da antiguidade possuía 70% da massa anterior e 30% da massa posterior. Vivia na 
floresta e alimentava – se de pastos nativos, frutas e pequenos animais. Era muito veloz e possuía como 
principal arma os seus dentes longos e afiados. Para resistir aos impactos das lutas, seus membros 
dianteiros eram fortes e musculosos, enquanto o seu posterior era formado por fracas massas musculares. 
 O porco tipo banha surgiu na época da domesticação, há 10 mil anos, o que perdurou até o século XX. 
Com a domesticação, o porco não precisava amais procurar alimento na floresta nem mais fugir de seus 
inimigos. Vivendo em chiqueiros fechados, recebia toda a alimentação que precisava. Comendo mais e 
fazendo menos exercícios, começou a alterar a sua composição corporal,passando a apresentar 50% de 
dianteiro e 50% de traseiro. O acúmulo de gordura fez com que passasse a ser considerado o animal ideal 
para o homem, já que lhefornecia grande quantidade de banha (energia) e carne (proteína). É dessa época 
que advêm os conceitos de animais criados na lama e com altos teores de gordura na carcaça. 
 O suíno moderno começou a ser desenvolvido no início do século, através do melhoramento genético 
com o cruzamento de raças puras. Pressionados por uma melhor produtividade para tornar a espécie mais 
viável e pelas exigências da população por um animal com menos gordura, devido à substituição das 
mesmas pelo óleo vegetal, os técnicos e criadores passaram a desenvolver um suíno (e não mais porco) 
com 30% de massa muscular no anterior e 70% de posterior. Os suínos começaram a apresentar menores 
teores de gordura nas carcaças e a desenvolver massas musculares mais proeminentes, especialmente nas 
suas carnes nobres, como o lombo e o pernil. No início desta fantástica seleção, o suíno apresentava de 45 
a 50% de carne magra e espessura de toicinho de 5 a 6 centímetros. 
 Atualmente, graças aos programas de genética e nutrição, o suíno moderno apresenta de 55% a 
60% de carne magra na carcaça e apenas 1 a 1,5 centímetros de espessura de toicinho. Esta evolução foi 
muito forte e eficiente também nas áreas de manejo, sanidade e instalações. 
 
12 
 
AULA 2 
 
EXTERIOR DO SUÍNO 
 
 A importância do conhecimento do exterior de um suíno (Figura está relacionado, principalmente, aos 
seguintes itens: 
 Seleção de matrizes e reprodutores; 
 identificação das diferentes raças de suínos; 
 julgamento dos animais (muito usada na região sul do país para a escolha dos melhores animais em 
exposições). 
 
Figura. Exterior de um suíno 
 
 
 
 
 
13 
SEMANA 3 
 
META: 
Apresentar as principais características dos sistemas de produção e das construções para suínos 
 
OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
 Conceituar os sistemas de produção de suínos; 
 Identificar os princípios básicos de construção para suínos; 
 Relacionar os aspectos de construção com as fases de vida dos suínos. 
 
 
AULA 1 
 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS 
 
 Um sistema de produção de suínos (SPS), normalmente chamado de “granja de suínos” , é constituído 
de um conjunto inter-relacionado de componentes ou variáveis organizadas que tem como objetivo básico 
a produção de suínos. Fazem parte do SPS os seguintes componentes: o homem (mão-de-obra), as 
edificações, os equipamentos, os animais (genética), a alimentação e a água (nutrição), o manejo ,o estado 
de saúde do rebanho (sanidade) e o ambiente (condições e influências externas que afetam o desempenho 
do animal – clima). 
 A variabilidade entre os sistemas de produção é de tal ordem que pode se afirmar que um SPS será 
sempre diferente do outro. 
 
 
Sistemas intensivos de criação de suínos 
 
I) Sistema de criação ao ar livre 
 O sistema intensivo de criação de suínos ao ar livre – SISCAL – tem conquistado grande número de 
criadores, face ao bom desempenho técnico, baixo custo de implantação e manutenção, número reduzido 
de edificações, facilidade na implantação e ampliação da produção, mobilidade das instalações e redução 
do uso de medicamentos. 
 Tipos de SISCAL mais utilizados: 
 Produção de leitões de 25 kg: é caracterizado por manter os animais em piquetes, com abrigos, 
nas fases de reprodução, maternidade e creche, cercados com fios, e ou telas de arame eletrificadas 
com corrente alternada. As fases de crescimento e terminação (25 a 100 kg de peso vivo) ocorrem 
em confinamento, Muitos suinocultores utilizam o Siscal para produção de leitões, que, ao 
atingirem 25 a 30 kg de peso vivo, são vendidos para os terminadores. 
 Ciclo completo: todas as fases são mantidas em piquetes (cobertura, gestação, maternidade, creche 
e terminação). 
 
II) Sistema de criação misto ou semiconfinado 
 É o que usa piquetes para a manutenção permanente ou intermitente para algumas categorias e 
confinamento para outras. O Sistema tradicional é o mais utilizado dos sistemas de criação misto, sendo 
mais freqüente nas criações do sul do Brasil; prevê o uso de piquetes pelas fêmeas em cobertura e 
gestação, e pelos cachaços. Na fase de lactação, a porca fica confinada na maternidade e os leitões, do 
nascimento ao abate, são mantidos em confinamento. 
 
III) Sistema de criação confinado 
 Nesse sistema, todas as categorias estão sobre piso e cobertura. As fases de criação podem ser 
desenvolvidas em um ou em vários prédios. 
 A necessidade de área para criação é mínima, a não ser a área destinada para a produção de alimentos. 
O investimento em custeio e equipamentos é muito alto, podendo variar de US$ 1.300,00 (mil e trezentos 
14 
dólares) por matriz instalada a US$ 2.000,00 (dois mil dólares) por matriz instalada, desconsiderando – se 
o valor da terra. 
 Nesse sistema, a produção, armazenagem, tratamento e aproveitamento dos dejetos devem merecer 
tanta atenção quanto às demais questões relativas à criação. 
 
► Tipos de produção 
 Os tipos de produção podem ser definidos pelo produto a ser comercializado ou pelas fases de criação 
existentes na propriedade. 
 Produção de ciclo completo: criação que abrange todas as fases da produção (gestação, 
maternidade, creche, crescimento e terminação) e que tem como produto o suíno terminado. 
 Produção de leitões desmamados: tem como produto o leitão desmamado, que pode ter em média 
6 kg (21 dias) ou 10 kg (42 dias). O valor de comercialização deste leitão usualmente oscila entre 
1,5 a 2 vezes o valor do quilo do suíno terminado. 
 Produção de leitões para terminação: tem como produto o leitão de 18 a 25 kg de peso vivo e 50 
a 70 dias de idade. Essa criação, além dos reprodutores, tem a fase de creche onde os leitões 
permanecem do desmame até a comercialização. O valor de comercialização do quilo deste leitão 
varia de 1,3 a 1,6 vezes o valor do quilo do suíno terminado. 
 Produção de terminados: envolve somente a fase de terminação, portanto tem como produto final 
o suíno terminado. Usualmente, o criador adquire o leitão com 20 a 30 kg e, portanto, só tem prédio 
(s) de terminação. Quando adquire leitões de 6 a 10 kg, precisa ter creche para abrigar os leitões 
antes de levá – los para os galpões de terminação. 
 Produção de reprodutores tradicional: é uma criação nos moldes de um produtor em ciclo 
completo, tendo como produto principal futuros reprodutores machos e fêmeas. A comercialização 
pode ser feita após a inspeção zootécnica com três meses, ou após o final do teste de Granja, com 
aproximadamente cinco meses, ou ainda em exposições. 
 Produção de reprodutores em granja núcleo: é uma criação com plantel fechado, de animais de 
raça pura ou linhagens de alto padrão genético e sanitário, fazendo–se a avaliação de todos os 
animais produzidos e passíveis de comercialização do ponto de vista reprodutivo. Tendem a 
substituir os machos a cada seis meses e as fêmeas após, no máximo, a produção da segunda 
leitegada. Comercializam para as granjas multiplicadoras machos e fêmeas puros, geneticamente 
melhorados e, para os produtores de animais para a indústria, os machos. 
 Produção de reprodutores em granja multiplicadora: é uma criação vinculada a uma granja 
núcleo que recebe machos e fêmeas selecionados e predestinados a acasalamentos que gerarão 
animais cruzados, incorporando “vigor híbrido” nos reprodutores que serão comercializados para os 
produtores de animais para a indústria. 
 
►Estrutura da produção 
1. Estrutura especializada: os suinocultores são livres compradores de alimentos, medicamentos, 
equipamentos, contratadores de assistência técnica permanente ou eventual, e comercializam seus 
animais com intermediários ou diretamente com os abatedouros. 
2. Estrutura de integração vertical: é composta por duas partes distintas, uma chamada de 
integrador e a outra formada por integrados. Ao integrador cabe, geralmente, produção e 
fornecimentode reprodutores, fornecimento da alimentação (total ou parcial), fornecimento de 
produtos veterinários, orientação técnica e compra de suínos. Aos integrados cabe, geralmente, 
participar com a sua terra, mão-de-obra, edificações e equipamentos, alimentação (só grão ou 
também os demais componentes, total ou parcialmente) e produzir os suínos. Nessa estrutura de 
produção existe um compromisso de caráter formal dos integrados em vender seus animais ao 
integrador e, deste em comprar os animais com um preço determinado de acordo com índices 
zootécnicos de produção. 
15 
3. Estrutura de integração horizontal: também chamada de associativa, é semelhante a integração 
vertical, porém, é exercida por cooperativas, associações de produtores, condomínios ou outras 
formas de organização de suinocultores, podendo apenas comercializar suínos após industrializá – 
los ou comercializar os produtos cárneos. 
 
Fonte: SOBESTIANSKY, J.; WENTZ, I; SILVEIRA, P. R. S. DA; SESTI,. A. C. (Ed.) Suinocultura 
intensiva: produção, manejo e saúde do rebanho. Brasília: Embrapa Serviço de Produção de 
Informação, 1998. 
 
 
AULA 2 
 
NOÇÕES DE CONSTRUÇÕES 
 
O tipo ideal de edificação deve ser definido fazendo-se um estudo detalhado do clima da região e(ou) do 
local onde será implantada a exploração, determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a 
umidade do ar, a direção e a intensidade do vento. Assim, é possível projetar instalações com 
características construtivas capazes de minimizar os efeitos adversos do clima sobre os suínos. 
 
 ►Homeotermia 
Os suínos são animais homeotérmicos, capazes de regular a temperatura corporal. No entanto, o 
mecanismo de homeostase, é eficiente somente quando a temperatura ambiente está dentro de certos 
limites. Portanto é importante que as instalações tenham temperaturas ambientais próximas às das 
condições de conforto dos suínos (tabela 4). Nesse sentido, o aperfeiçoamento das instalações com adoção 
de técnicas e equipamentos de condicionamento térmico ambiental tem superado os efeitos prejudiciais de 
alguns elementos climáticos, possibilitando alcançar bom desempenho produtivo dos animais. 
 
 
Tabela . Temperatura de conforto para diferentes categorias de suínos. 
Categoria Temperatura de 
conforto (°C) 
Temperatura crítica 
inferior (°C) 
Temperatura crítica 
superior (°C) 
Recém-nascidos 32-34 - - 
Leitões até a desmama 29-31 21 36 
Leitões desmamados 22-26 17 27 
Leitões em crescimento 18-20 15 26 
Suínos em terminação 12-21 12 26 
Fêmeas gestantes 16-19 10 24 
Fêmeas em lactação 12-16 7 23 
Fêmeas vazias e machos 17-21 10 25 
 
Fonte: Perdomo et.al. (1985) citado por Fávero et al. (2009) 
 
 
 
►Princípios básicos 
 
Para manter a temperatura interna da instalação dentro da zona de conforto térmico dos animais, 
aproveitando as condições naturais do clima, alguns aspectos básicos devem ser observados, como: 
localização, orientação e dimensões das instalações, cobertura, área circundante e sombreamento. 
 
 Localização 
A área selecionada deve permitir a locação da instalação e de sua possível expansão, de acordo com as 
exigências do projeto, de biossegurança e daquelas descritas na proteção ambiental. 
http://www.sct.embrapa.br/
http://www.sct.embrapa.br/
http://www.sct.embrapa.br/
16 
O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da circulação natural do ar e se 
evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou artificiais. A instalação deve ser 
situada em relação à principal direção do vento. Caso isto não ocorra, a localização da instalação, para 
diminuir os efeitos da radiação solar em seu interior, prevalece sobre a direção do vento dominante. 
Escolher o local com declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação. No 
entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no período de inverno, 
devendo-se prever barreiras naturais. 
É recomendável dentro do possível, que sejam situadas em locais de topografia plana ou levemente 
ondulada, contudo é interessante observar o comportamento da corrente de ar, por entre vales e planícies, 
nestes locais é comum o vento ganhar grandes velocidades e causar danos nas construções. 
O afastamento entre instalações deve ser suficiente para que uma não atue como barreira à ventilação 
natural da outra. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação, entre as duas 
primeiras a barlavento, sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 
vezes esta altura, como representado na Figura localizada na página 13. 
 
 
Figura . Afastamento entre as instalações. 
 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 
 Largura 
A grande influência da largura da instalação é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu 
custo. A largura da instalação está relacionada com o clima da região onde a mesma será construída, com o 
número de animais alojados e com as dimensões e disposições das baias. Normalmente recomenda-se 
largura de até 10 m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14 m para clima quente e seco. 
 
 Pé direito 
O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de 
energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Estando os suínos mais distantes da superfície 
inferior do material de cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante, por unidade de 
superfície do corpo, sob condições normais de radiação. Desta forma, quanto maior o pé direito da 
instalação, menor é a carga térmica recebida pelos animais. Recomenda-se como regra geral pé-direito de 3 
a 3,5 m. 
 
17 
 Comprimento 
O comprimento da instalação deve ser estabelecido com base no Planejamento da Produção, assim 
como também para evitar problemas com terraplanagem e sistema de distribuição de água. 
 
 Orientação 
O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro das instalações. 
Assim, devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição 
nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela 
instalação será a menor possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva, por isso é de grande 
importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. Na época da construção da 
instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol, para que a orientação leste-oeste seja correta 
para as condições mais críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação 
ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no 
período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação (Figura na página 14). 
 
 
Figura. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol. 
 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 
 Cobertura 
O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior da instalação. O 
mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência térmica, como a telha 
cerâmica. Pode-se utilizar estrutura de madeira, metálica ou pré-fabricada de concreto. 
Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Antes da 
pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e 
facilitar assim, a fixação da tinta. 
A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação, pode ser 
feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, permitindo a formação de camada de ar 
junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção. 
Outras técnicas para melhorar o desempenho das coberturas e condicionar ótima proteção contraa 
radiação solar, tem sido o uso de isolantes sobre as telhas (poliuretano), sob as telhas (poliuretano, 
poliestireno extrusado, lã de vidro ou similares), ou mesmo forro à altura do pé-direito. 
 
18 
 
 
Tabela. Largura, pé-direito e beiral em função do clima para telhas de barro. 
 
Clima Largura (m) Pé-direito (m) Beiral (m) 
Quente seco 10,0 -14,0 2,8 - 3,0 1,2 - 1,5 
Quente úmido 6,0 - 8,0 2,5 - 2,8 1,2 - 1,5 
 
Obs: O uso da telha fibro-cimento está sendo limitado em alguns Estados. 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 Áreas circundantes 
A qualidade das áreas circundantes afetam a radiosidade. É comum o plantio de grama em toda a área 
delimitada das instalações pois reduz a quantidade de luz refletida e o calor que penetra nos mesmos, além 
de evitar erosão em taludes aterros e cortes. Esta grama deve ser de crescimento rápido que feche bem o 
solo não permitindo a propagação de plantas invasoras. Deverá ser constantemente aparada para evitar a 
proliferação de insetos. 
Para receber as águas provenientes do telhado, construir uma canaleta ao longo da instalação de 0,40 m 
de largura com declividade de 1%, revestida de alvenaria de tijolos ou de concreto pré-fabricado. 
A rede de esgoto deve ser em manilhas ou tubos de PVC, sendo recomendado diâmetro mínimo de 0,30 
para as linhas principais e de 0,20 m para as secundárias. 
 
 
 Instalações por fase 
O sistema de produção de suínos compreende as fases de pré-cobrição e gestação, maternidade, creche, 
crescimento e terminação. Os aspectos construtivos das instalações diferem em cada fase de criação e 
devem se adequar às características físicas, fisiológicas e térmicas do animal. 
 
 
►PRÉ-COBRIÇÃO E GESTAÇÃO 
 Nessas instalações ficarão alojadas em baias coletivas, as fêmeas de reposição até o primeiro parto e as 
porcas a partir de 28 dias de gestação. Em boxes individuais, ficarão as fêmeas desmamadas até 28 dias de 
gestação. Os machos ficarão em baias individuais. 
 As instalações para essa fase são abertas, com controle da ventilação por meio de cortinas, contendo 
baias para as fêmeas reprodutoras em frente ou ao lado das baias para os machos (cachaços). As baias das 
porcas em gestação podem ter acesso a piquetes para o exercício. 
 Aconselha-se o uso de paredes laterais externas e internas, ripadas com placas pré-fabricadas em 
cimento ou outro material para obter-se boa ventilação natural no interior dos prédios. 
 Fundação direta descontínua sob os pilares e direta contínua sob as alvenarias, ambas em concreto 1:4:8 
(cimento, areia e brita). 
 Nos boxes individuais de gestação, o piso deve ser parcialmente ripado e nos boxes dos machos e de 
reposição, pode-se adotar o piso compacto ou parcialmente ripado. Piso compacto de 6 a 8 cm de espessura 
em concreto 1:4:8 com revestimento de argamassa 1:3 ou 1:4 (areia média) com declividade de 2% no 
sentido das canaletas de drenagem. Piso áspero danifica o casco do animal e piso excessivamente liso 
dificulta o ato de levantar e deitar. Os comedouros e bebedouros são instalados na parte frontal. Na parte 
traseira das baias é construído um canal coletor de dejetos. A canaleta de drenagem pode ser externa à baia 
com largura de 30 a 40 cm, ou na parte interna da baia com largura de aproximadamente 30% do 
comprimento da baia e com declividade suficiente para não permanecer dejetos dentro da mesma. O 
fechamento da canaleta poderá ser de ferro ou de concreto. 
 Nas baias coletivas pode-se usar o piso compacto ou 2/3 compacto e 1/3 ripado, bebedouro tipo concha e 
comedouro com divisórias para cada animal. 
19 
Tabela. Recomendações para orientação de projetos para as fases de gestação, pré-cobrição e de macho. 
Baias Área recomendada (m
2
/animal) 
Gestação individual (Box/Gaiola) 
 
 
 
 
 
 
1,32 
Leitoas em baias coletivas 3 
Macho 6 
 Número de animais por baia 
Gestação coletiva/rePosição/Pré-cobrição 6 a 10 
Área de Piquete Por fêmea 200 m
2 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 
 
►MATERNIDADE 
 É a instalação utilizada para o parto e fase de lactação das porcas que, por ser a fase mais sensível da 
produção de suínos, deve ser construída atentando com muito cuidado para os detalhes. Qualquer erro na 
construção poderá trazer graves problemas, como de umidade (empoçamento de fezes e urina), 
esmagamento de leitões e calor ou frio em excesso que provocam, como conseqüência, alta mortalidade de 
leitões. Na maternidade deve-se prever dois ambientes distintos, um para as porcas e outro para os leitões. 
Como a faixa de temperatura de conforto das porcas é diferente daquela dos leitões, torna-se obrigatório o 
uso do escamoteador para os leitões. 
 
 Maternidade em salas de parto múltiplas com parições escalonadas 
 As salas não podem ter comunicação direta entre si, recomendando-se o acesso a cada uma delas por 
meio de portas localizadas na lateral da instalação. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e 
cortinas laterais para proporcionar melhores condições de conforto. 
 As celas parideiras devem ser instaladas ao nível do piso. O piso da gaiola de parição é dividido em 3 
partes distintas, que são: 
1) Local onde fica alojada a porca - parte dianteira com 1,30 m em piso compacto de concreto no traço 
1:3:5 ou 1:4:8 de cimento areia grossa e brita 1, com 6 cm de espessura e, sobre esse é feita uma 
cimentação no traço 1:3 de cimento e areia média na espessura de 1,5 a 2,5 cm, e parte de traseira com 90 
cm, em ripado de concreto ou metal. Altura de 1,10 m e largura de 0,60 m. 
2) Local onde ficam alojados os leitões, denominado escamoteador - construído em concreto como o 
anterior, localizado entre duas baias na parte frontal, com largura de 0,60 m e comprimento de 1,20 m. 
3) Laterais da baia onde os leitões ficam para se amamentar - um lado construído em concreto e o outro em 
ripado de concreto ou metal com 0,60 m de largura. 
 
 Área de parição 
 A área de parição pode ser em baias convencionais ou em celas parideiras. 
 Nas baias convencionais há necessidade de dispor de maior espaço que, por outro lado, contribui para 
um maior conforto (bem estar animal) para as porcas. Essas baias devem ter, nas laterais, um protetor 
contra o esmagamento dos leitões e numa das laterais o escamoteador. 
 Nas gaiolas metálicas as divisórias podem ser de ferro redondo de construção de 6,3 mm de diâmetro e 
chapas de 2,5 x 6,3 mm ou em uma estrutura de chapa de 2,5 x 6,3 mm e tela de 5 cm de malha. 
 O escamoteador deve, em ambos os casos, ser dotado de uma fonte de aquecimento baseada em energia 
elétrica, biogás ou lenha. As dimensões recomendadas para a área de parição em baias convencionais e 
celas parideiras são apresentadas na Tabela . 
20 
 
Tabela. Coeficientes técnicos indicados para as áreas de parição. 
Cela Parideira: 
Área da cela parideira 
Espaço para a porca 
Espaço para os leitões 
Altura da cela parideira 
Altura das divisórias 
 
Superior a 3,96 m
2
 
0,60 m x 2,20 m 
0,60 m de cada lado x 2,20 m de comprimento 
1,10 m
2
 
0,40 m a 0,50 m 
Baia convencional 
Área mínima do piso 
Altura do protetor contra esmagamento 
Distância do protetor da parede 
 
6 m
2
 (2,0 m x 3,0 m) 
0,20 m 
0,12 m 
Escamoteador 
Área mínima do piso 
 
0,70 m
2 
Largura mínima do corredor de serviço 1,0 m 
 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 
 
►CRECHE 
 Creche é a edificação destinada aos leitões desmamados. Deve-se prever a instalação de cortinas nas 
laterais para permitir o manejo adequado da ventilação. 
 As baias devem ser de piso ripado ou parcialmente ripado. Pisos parcialmente ripados devem ter 
aproximadamente 2/3 da baia com piso compacto e o restante (1/3) com piso ripado, onde os leitões irão 
defecar, urinar e beber água. 
 É necessário dispor de um sistema de aquecimento, que pode ser elétrico, a gás ou a lenha, para manter a 
temperatura ambiente ideal para os leitões,principalmente nas primeiras semanas após o desmame. Em 
regiões frias é recomendado o uso de abafadores sobre as baias, com o objetivo de criar um microclima 
confortável. 
 Além do agrupamento correto dos leitões e da adequação de espaço para os animais, é importante que 
nesta fase inicial de crescimento, o leitão tenha condições de temperatura e renovação de ar compatíveis 
com as suas exigências. Sabe-se que um leitão desmamado precocemente necessita de um ambiente 
protegido e que um número excessivo de animais em pequenas salas causam problemas de concentração de 
gases nocivos e odores desagradáveis. Recomenda-se a construção de baias para 4 a 5 leitegadas, 
respeitando-se a uniformidade dos leitões nas baias, em salas com um sistema de renovação de ar, 
preferentemente com ventilação natural. 
 As instalações podem ser abertas, com cortinas para permitir uma boa ventilação amenizando o estresse 
calórico. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e cortinas laterais para proporcionar 
melhores condições de conforto. 
 
Tabela. Coeficientes técnicos indicados para a creche. 
Área recomendada por leitão: 
- Piso totalmente ripado 
- Piso parcialmente ripado 
 
0,30 m
2
 
0,35 m
2
 
Altura das paredes das baias 0,50 m a 0,70 m 
Declividade do piso 5% 
Fonte: Fávero et al. (2009) 
 
21 
►CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO 
 
Essa edificação destina-se ao crescimento e terminação dos animais desde a fase que vai da saída da 
creche até a comercialização. 
 O piso das baias pode ser totalmente ripado ou 2/3 compacto e 1/3 ripado. O piso totalmente ripado é o 
mais indicado para regiões quentes, porém, é o de custo mais elevado. O piso parcialmente ripado, isto é, 
constituído de 30% da área do piso da baia em ripado sobre fosso, é construído em vigotas de concreto e o 
restante da área do piso (70%) compacto em concreto. 
 O manejo dos dejetos deve ser do lado de fora da edificação e por sala para possibilitar maior higiene e 
limpeza. 
 A declividade do piso da baia deve situar-se entre 3% e 5%. 
 As paredes laterais podem ser ripadas, em placas pré-fabricadas em cimento ou outro material, para 
facilitar a ventilação natural. 
 As instalações nesta fase necessitam de pouca proteção contra o frio (exceto correntes prejudiciais que 
podem ser controladas por meio de cortinas), e de grande proteção contra o excessivo calor, razão pela 
qual devem ser bem ventiladas, levando em consideração a densidade e o tamanho dos animais. Nesta fase 
há uma formação de grande quantidade de calor, gases e dejeções que poderão prejudicar o ambiente. Para 
se ter uma ventilação natural apropriada, as instalações devem possuir área por animal de 0,70, 0,80 e 1,00 
m² para piso totalmente ripado, parcialmente ripado e compacto, respectivamente. 
 Para o sistema de ventilação mecânica pode ser adotada a exaustão ou pressurização (ventilação 
negativa ou positiva). O correto dimensionamento do equipamento de ventilação deve atender à demanda 
máxima de renovação de ar nos períodos mais quentes. Pode-se também adotar o sistema de resfriamento 
evaporativo por nebulização em alta pressão (> 200 psi) para evitar estresse térmico em dias quentes. 
 
 
 
22 
SEMANA 4 
 
META: 
Apresentar aspectos relacionados a reprodução em suinocultura 
 
 
OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
 
 Identificar as principais raças e linhagens de suínos utilizadas na produção de suínos; 
 Reconhecer a aplicabilidade dos esquemas de cruzamento; 
 Reconhecer os órgãos reprodutivos do macho e da fêmea da espécie suína; 
 Identificar as principais características reprodutivas dos suínos. 
 
 
AULA 1 
 
►MATERIAL GENÉTICO 
 
A qualidade genética dos reprodutores de um sistema de produção é considerada a base tecnológica de 
sustentação de sua produção. O desempenho de uma raça ou linhagem é fruto de sua constituição genética 
somada ao meio ambiente em que é criada. Por meio ambiente entende-se não só o local onde o animal é 
criado, mas também a nutrição, a sanidade e o manejo geral que lhe é imposto. Portanto, de nada adiantaria 
fornecer o melhor ambiente possível para um animal se este não tivesse capacidade genética, ou potencial 
genético como é normalmente chamado, de beneficiar-se dos aspectos positivos do meio, em especial a 
nutrição e a condição sanitária, para promover o aumento da produtividade. 
Antes de decidir a compra dos reprodutores, o produtor deve observar as especificações dos suínos a 
serem produzidos, com base no mercado a ser atendido, pois isso poderá ser decisivo na escolha do 
material genético. Toda a escolha deve basear-se em dados técnicos que permitam ao produtor projetar os 
níveis de produtividade a serem obtidos. A experiência de outros produtores em relação a determinada 
genética é ainda mais importante que os dados disponibilizados pelo fornecedor. O produtor não deve 
esquecer, nesses casos, de verificar as condições de criação que estão sendo observadas e aquelas que serão 
oferecidas aos animais em seu sistema de produção, de forma a minimizar possíveis interações 
genótipo/ambiente que serão decisivas na obtenção dos índices de produtividade. O acompanhamento pós 
venda do material genético também é um fator importante a ser considerado na decisão de compra, pois 
garantirá orientação adequada para atingir as metas de produtividade, preconizadas pelo fornecedor, bem 
como a necessária substituição de animais não produtivos. 
 
 Principais raças de suínos 
Por definição, raça é o conjunto de animais com características semelhantes que tenham a capacidade de 
transmiti-las aos descendentes. Dentro de uma mesma raça encontramos animais bons e ruins e, na prática, 
pode-se observar que a diferença de produtividade entre estes indivíduos pode ser até mais expressiva do 
que a diferença entre algumas raças. 
Existem certas raças que se sobressaem em produtividade, produção de carne e precocidade reprodutiva, 
e existem outras que, ainda que precoces, têm a conformação e peso menos adequados, com produção de 
menores leitegadas. Com o estudo das raças podemos conhecer seus defeitos e qualidades para produção e 
cruzamentos na suinocultura. 
Assim sendo, será realizada uma descrição das raças estrangeiras que sejam numericamente expressivas 
no Brasil e as demais serão brevemente comentadas pelo processo de extinção que sofrem. 
 
►Raças estrangeiras 
É notável a contribuição das raças estrangeiras na suinocultura nacional, pela seleção de muitos anos 
feitas em países de adiantada tecnologia, resultando em índices de produtividade expressivos. As raças 
estrangeiras mais conhecidas e criadas no Brasil são: Landrace, Large White ou Yorkshire, Duroc, Pietrain, 
23 
entre outras. Estas raças são as mais indicadas para criação de suínos de sistema intensivo (confinamento), 
pelo retorno econômico proporcionado pelas mesmas. 
 
a) Landrace 
De origem dinamarquesa, é a principal raça estrangeira criada no Brasil, a primeira no livro de registros 
da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). São animais totalmente brancos, com as orelhas 
caídas (do tipo céltica). As fêmeas são excelentes mães, muito prolíferas, produzem leite suficiente para 
criar leitegadas numerosas. São animais compridos com bons pernis e área de olho de lombo; entretanto, 
apresentam sérios defeitos de aprumos, problemas de casco e fotossensibilização. 
 
 
b) Large White 
Raça de origem inglesa, em segundo lugar nos registros da ABCS. São animais de cor branca, cabeça 
moderadamente longa, orelhas grandes e em pé (do tipo asiática). Possuem lombo comprido,porém com 
menor área de olho lombar do que a landrace. As características produtivas e reprodutivas são semelhantes 
às da raça landrace, porém apresentam menos problemas de aprumos e de cascos, sendo também sensível à 
fotossensibilização. 
 
c) Duroc 
Raça de origem norte americana, tambémbastante criada no Brasil devido à sua rusticidade, 
precocidade e excelente adaptação em nosso meio. São animais de cor vermelho- cereja, com mucosas 
marrons. Os machos são indicados para reprodução por transmitir excelentes descendentes para abate, por 
isso é conhecida como raça pai. As fêmeas produzem pouco leite, apresentam freqüentes problemas no 
parto, tetas cegas ou invertidas, não sendo consideradas boas mães. 
 
d) Pietrain 
Raça originária da Bélgica, conhecida como raça dos quatro pernis por possuir grande quantidade de 
carne nos quartos dianteiros. Também por este motivo, é bastante usada em melhoramento genético, nos 
cruzamentos com raças nacionais. As fêmeas são boas produtoras de leite e criadeiras. Apresenta 
problemas circulatórios, sendo comum morte súbita por deficiência cardíaca, principal causa da pouca 
adaptação de animais desta raça nos trópicos. A carne do Pietrain não é considerada de boa qualidade 
devido a problemas de perda excessiva de água (tipo PSE). 
 
►Outras raças 
Existem ainda inúmeras raças estrangeiras criadas no Brasil como: Wessex (inglesa), Hampshire 
(Estados Unidos), Berkshire (inglesa), Poland China (Estados Unidos). Podemos citar ainda, as raças 
chinesas que atualmente vem sendo muito utilizadas em melhoramento genético pela sua alta prolificidade. 
 Raças nacionais 
Nenhuma raça nacional possui associação ou livro de registros; são animais de baixa produtividade, 
porém rústicos,, associados à produção de banha e indicados para criações que não tenham muito controle 
zootécnico e baixo controle sanitário, de forma extensiva, sem objetivos comerciais. Dentre as raças 
nacionais, podemos relacionar: Piau, Caruncho, Canastra, Nilo e outras. 
a) Piau 
Originada provavelmente na região do sul de Goiás e Triângulo Mineiro, considerada a melhor e mais 
importante raça nacional. Foi estudada e melhorada pelo Dr. Antonio Teixeira Viana, em São Carlos (SP). 
Possuem pelagem com manchas pretas e creme misturadas no corpo. São animais rústicos e de razoável 
prolificidade, relativamente 12 precoces, podendo ser abatidos entre os 7 e os 9 meses com boa produção 
de carne e gordura. 
b) Caruncho 
De origem desconhecida, são animais com pelagem semelhante a do Piau, porém com manchas 
menores. Animais de pequeno porte, roliços, rústicos, pouco exigentes em alimentação e grande produtores 
de gordura. 
c) Canastra 
Apresentam pelagem preta, podendo ser malhados ou ruivos. Animais rústicos e muito prolíficos (8 a 10 
leitões). 
24 
d) Nilo 
Animais de porte médio, pelados, de cor preta. São rústicos, apresentam má conformação, pouca 
ossatura e pouca massa muscular. 
Outras raças 
Podemos ainda citar raças nacionais espalhadas pelo país como: Pereira, Mouro, Tatu, Pirapetinga, 
Sorocaba, Junqueira, etc. 
 
 
►Esquemas de cruzamentos 
 
As raças mais utilizadas nos cruzamentos para produção comercial de suínos são: 
 DUROC: de pelagem vermelha, que se caracteriza por boa rusticidade e taxa de crescimento, carne de 
excelente qualidade, porém com baixo rendimento de carcaça, utilizada geralmente como linha paterna; 
 LANDRACE: de pelagem branca, com excelente aptidão materna, taxa de crescimento,conversão 
alimentar e bom rendimento de carne, utilizada coma linha materna; 
 LARGE WHITE: também de pelagem branca, com carcaterísticas muito semelhantes às observadas na 
raça Landrace, sendo utilizada como linha materna e paterna, dependendo da linha de seleção; 
 PIETRAIN: apresenta o maior rendimento de carne de todas as raças, porém com pouca rusticidade e 
carne de baixa qualidade, e é utilizada como linha paterna. 
As características de cada raça, variáveis de acordo com o programa de melhoramento do qual são 
oriundas, sugere que raramente se terá uma raça ou genótipo homozigoto que permita maximizar o 
desempenho em diversas características de importância econômica. Portanto, os ganhos econômicos 
devem ser maiores utilizando–se genótipos cruzados na produção de suínos para ao abate, sendo que para 
isso pode ser utilizado vários esquemas de cruzamento, como por exemplo os fixos de duas, três ou quatro 
raças, ou mesmo os cruzamentos rotativos de duas ou mais raças (Figuras 7 e 8). Estes tipos de 
cruzamentos são recomendados para sistemas de produção de suínos de pequeno porte e com baixo nível 
tecnológico. 
Os principais cruzamentos são: 
 Cruzamento de duas raças ou cruzamento simples: permite explorar as vantagens de heterose nos 
embriões e nos leitões, aumentando a taxa de sobrevivência, e melhorando a taxa de crescimento dos 
animais do nascimento ao abate. Não explora, porém, as heteroses materna e paterna. Entre os principais 
cruzamentos de duas raças encontra-se os de machos Large White com fêmeas Landrace, ou vice – versa, 
utilizado para a produção de fêmeas F-1, e de machos Pietrain com fêmeas Duroc para a produção de 
machos híbridos. 
 
 Cruzamento de três raças ou “Three cross”: utilizam-se fêmeas F-1, como as Large White – 
Landrace, cruzadas com machos Duroc. Desse cruzamento espera-se maior número de leitões e maior peso 
das leitegadas ao nascer e ao desmame do que o cruzamento simples, devido a heterose materna. A terceira 
raça deve acrescentar vantagens de taxa de crescimento, conversão alimentar, rendimento ou qualidade de 
carne ao produto final. 
 
 Cruzamento de quatro raças: permite explorar as heteroses materna (maior prolificidade e peso das 
leitegadas ao nascer e ao desmame), paterna (maior libido e melhores taxas de concepção) e individual 
(animais de abate com maior taxa de crescimento e maior rendimento de carne na carcaça. Permite aos 
criadores comerciais utilizarem, por exemplo, fêmeas F-1 Large White – Landrace, adquiridas ou 
produzidas no próprio plantel, e machos Pietrain – Duroc , geralmente adquiridos de empresas 
especializadas em melhoramento genético de suínos. 
 
 Cruzamento rotacional de 2 raças: utiliza-se por exemplo, Large White e Landrace, produz –se fêmeas 
F-1 que são acasaladas com machos de uma das duas raças que compõem a fêmea, por exemplo Large 
White, Da progênie produzida, composta de 75% Large White + 25% Landrace, escolhe – se as melhores 
fêmeas para a reposição do plantel, as quais , por sua vez, são acasaladas com machos Landrace, obtendo – 
se animais 62,5% Landrace e 37,5% Large White. As demais progênies são comercializadas para o abate. 
25 
Para a produção de fêmeas da próxima geração, acasalam-se fêmeas 62,5% Landrace + 37,5% Large White 
com machos Large White. obtendo-se animais com 68,75% Large White + 31,25% de Landrace. 
 O procedimento utilizado com 3, 4 ou mais raças é o mesmo. As principais vantagens do sistema são as 
de se produzir as fêmeas de reposição na própria granja. barateando sensivelmente seu custo de produção, 
e de se evitar a entrada de problemas sanitários na granja,, utilizando –se animais já adaptados às 
condições existentes. O único material genético a ser introduzido na granja é o do macho, o que pode ser 
feito via inseminação artificial. Essa auto reposição do plantel só é possível quando se dispõem de um 
plantel de matrizes com mais de 100 fêmeas, e de excelentes condições de controle de acasalamentos e 
destino dos animais mestiços. 
Figura – Esquema dos cruzamentos simples , three cross e 4 raças. 
 
 
►Aquisição dos reprodutores 
 
Os reprodutores devem ser adquiridos de rebanhos ligados a um programa de melhoria genética e que 
apresentem Certificado de Granja de Reprodutores Suídeos (GRSC). É importante certificar-se de que o 
material genético é livre do gene halotano, responsável pela predisposição dos animais ao estresse e pelo 
comprometimento da qualidade da carne. Todos os machos e fêmeas devem ser de uma mesma origem, 
com o objetivo de evitar problemas sanitários. 
 
 Fêmeas 
Como referência, as fêmeas devem apresentar um potencial para produzir acima de 11 (onze) leitões 
vivos por parto e serem, de preferência, oriundasdo cruzamento entre as raças brancas Landrace e Large 
26 
White, por serem mais prolíficas. Em relação aos dados produtivos, as leitoas devem apresentar um ganho 
de peso médio diário mínimo de 650 g (100 kg aos 154 dias de idade) e uma espessura de toucinho entre os 
90 e 100 kg próximo de 15 mm. 
A aquisição de leitoas deve ser feita com idade próxima de 5 meses, em lotes equivalentes aos grupos 
de gestação, acrescidos de 15% para compensar retornos e outros problemas reprodutivos. 
Em complementação aos dados de produtividade, atenção especial deve ser dada a qualidade dos 
aprumos, a integridade dos órgãos reprodutivos, ao número e distribuição das tetas (mínimo 12) e as 
condições sanitárias apresentadas no momento da aquisição. 
 
A reposição das fêmeas do plantel deve ficar entre 30% e 40% ao ano, variação esta que permite ao 
produtor manter um equilíbrio entre a imunidade e o ganho genético do rebanho. Animais de excelente 
desempenho reprodutivo podem e devem ser mantidos em produção por mais tempo, de forma a 
compensar a eliminação de fêmeas que se mostrarem improdutivas na fase inicial de reprodução. 
 
 Machos 
Os machos devem apresentar um alto percentual de carne na carcaça e boa conversão alimentar, 
podendo ser de raça pura, sintética ou cruzado, de raça, raças ou linhas diferentes daquelas que deram 
origem às leitoas. O mercado brasileiro de reprodutores oferece uma variedade de genótipos, que vai desde 
puros da raça Duroc e Large White até cruzados Duroc x Pietrain, Duroc x Large White, Large White x 
Pietrain, etc e sintéticos envolvendo essas raças e outras como o Hampshire. A escolha deve sempre 
contemplar o mercado do produto final. 
Como referência o ganho de peso médio diário deve ser superior a 690 g (100 kg aos 145 dias de idade) 
e o percentual de carne na carcaça superior a 60%. 
Os machos devem ser adquiridos em torno de 2 meses mais velhos que a idade do(s) lote(s) de leitoas 
que irá (ão) servir. Os primeiros animais a serem adquiridos devem, portanto, apresentar idade entre 7 e 8 
meses e os demais, necessários para a reposição, com idade superior a 5 meses. Essas referências de idade 
são particularmente importantes para que o produtor possa fazer a avaliação dos dados produtivos dos 
animais, bem como verificar as condições físicas mais próximas da idade de reprodução. 
A reposição anual de machos deve ficar em torno de 80%, o que eqüivale a substituir os animais com 
idade aproximada de 2 anos. 
 
 Proporção entre machos e fêmeas no plantel 
A proporção de machos e fêmeas (leitoas e porcas) no plantel é de 1/20, sendo indispensável dispor de 
no mínimo 2 machos na granja. Sempre que possível o produtor deve optar pela inseminação artificial, 
utilizando na cobrição das fêmeas sêmen oriundo de CIAs oficiais. Os machos das CIAs são selecionados 
com maior intensidade em relação aos que são destinados à monta natural, apresentando, portanto, 
melhores índices de produtividade nas características economicamente importantes. Quando o produtor usa 
inseminação artificial o número de machos poderá ser reduzido, pois os mesmos serão utilizados apenas 
para o manejo reprodutivo (detecção de cio) e para a realização de algumas montas naturais em dias que 
possam dificultar o uso da inseminação artificial. 
 
 
AULA 2 
 
►PRINCIPAIS LINHAGENS DE SUÍNOS 
 
O melhoramento genético é a base tecnológica de sustentação de qualquer estrutura de produção, 
seja ela “animal ou vegetal”, resume o pesquisador da área de Genética Suína da Embrapa Suínos e Aves, 
Jerônimo Fávero. Segundo ele, o desempenho de uma raça ou linhagem é fruto de sua constituição 
genética somada ao meio ambiente em que é criada. “Por meio ambiente entende-se não só o local onde o 
animal é criado, mas também a nutrição, a sanidade e o manejo geral que lhe é imposto”, explica. 
“Portanto, de nada adiantaria fornecer o melhor ambiente possível para um animal se este não tivesse 
capacidade genética, ou potencial genético como é normalmente chamado, de transformar os aspectos 
27 
positivos do meio, em especial a nutrição e a condição sanitária, em aumento da produtividade das 
características economicamente importantes”. 
 
Figura – Esquema para obtenção de uma linhagem de suínos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ABCD 
 Por essa razão, o pesquisador afirma que o trabalho de seleção desenvolvido nos rebanhos núcleo 
tem contribuído de forma expressiva para as melhorias genéticas dos suínos, que, somada aos avanços da 
nutrição e incremento das condições sanitárias, além de outras melhorias de ambiente, tornou a 
suinocultura uma atividade altamente competitiva na produção de proteína animal. “Essas melhorias, 
obtidas no topo da pirâmide de produção, são transferidas diretamente ou através dos rebanhos 
multiplicadores aos sistemas de produção de animais para abate”. 
 Com essa introdução, fica mais fácil entender o mecanismo do melhoramento genético suíno 
empregado no Brasil. Um processo que começou no final da década de 70 e vem se aprimorando ao longo 
dos anos. Conforme ressalta Fávero, por ser a base de sustentação da produção, a evolução genética 
permitiu que a suinocultura saísse de uma produtividade insustentável para os padrões atuais de produção. 
“Exemplos disso são a evolução experimentada em características como o número de leitões terminados 
por porca por ano, que hoje encontra- se entre 24 a 26, a conversão alimentar que se situa entre 2,4 e 2,6 
para animais de terminação e o percentual de carne na carcaça, que saiu de 50% no início dos anos 90 para 
uma média atual próxima de 58% em animais de abate com peso vivo entre 100 e 110kg”. 
 O mercado atual da suinocultura, segundo o pesquisador, está exigindo animais que proporcionem umas 
produções sustentáveis, que implica em preservar o ambiente, com boas condições de desenvolvimento 
(sem estresse) e que reduzam ao máximo o uso de drogas como promotores de crescimento. “Dentre as 
linhas de trabalho na área do melhoramento genético, devem merecer atenção especial a seleção para 
resistência às doenças, visando reduzir o uso de aditivos e drogas para melhorar a absorção dos alimentos e 
reduzir o poder poluente dos dejetos e a constante melhoria da qualidade da carne”, destaca. O pesquisador 
também lembra que os programas de seleção continuarão buscando a melhoria da prolificidade e o 
aumento da produção de carne de qualidade, características essas que têm uma grande influência sobre o 
desempenho econômico da produção. 
28 
 Nesse sentido, a Embrapa Suínos e Aves desenvolveu e colocou no mercado nacional, em parceria com 
a Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), em 1996, o macho linha Embrapa MS58, um suíno com 
material genético com o propósito de tornar competitivos os pequenos e médios produtores, em função do 
incremento da tipificação de carcaças, principalmente nos frigoríficos do Sul do Brasil. A linha Embrapa 
MS58 ainda está sendo produzida e distribuída por oito multiplicadores. sendo um no Rio Grande do Sul, 
quatro em Santa Catarina e três no Paraná. 
 Com o estreitamento dessa parceria, foi lançada no ano 2000 uma segunda linha de macho terminador, 
denominada Embrapa MS60. Esta linha é livre do gene halotano, produz animais terminados resistentes ao 
estresse e sem predisposição genética negativa sobre a qualidade da carne. De acordo com Fávero, a partir 
de 2003 os multiplicadores da linha MS58 já estarão produzindo machos MS60. 
 
 AGROCERES PIC- 
 Fêmeas avós: AG1050 e AG1062; 
 Machos avôs: AG1075 e AG1020; 
 Matrizes comerciais: Camborough 22 e Camborough 25 ; 
 Machos comerciais: AGPIC 427, AGPIC 409, AGPIC 337 e AGPIC 412.0427 é disponibilizado 
apenas na categoria TG Elite (I. Artificial) e os demais nas categorias

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