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Direito à integridade psíquica

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1 
 
¹GRADUANDO em Direito do Centro Universitário do Pará – CESUPA, 2° semestre. 
Contato: vitor20060104@aluno.cesupa.br Página 1 
²GRADUANDA em Direito do Centro Universitário do Pará – CESUPA, 2° semestre. 
Contato: camilla20060508@aluno.cesupa.br 
³GRADUANDA em Direito do Centro Universitário do Pará – CESUPA, 2° semestre. 
Contato: julia20060528@aluno.cesupa.br 
4GRADUANDA em Direito do Centro Universitário do Pará – CESUPA, 2° semestre. 
Contato: ana20060097@aluno.cesupa.br 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
VITOR NAKANO DOS REIS¹ 
CAMILLA CASILDA PIRES SANTOS² 
JULIA DE NORONHA FLEURY³ 
ANA LUISA ARAÚJO PANTOJA4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito à integridade psíquica: 
aspectos doutrinários e jurisprudenciais. 
 
 
 
 
 
BELÉM/PARÁ 
2020 
 
 
 
2 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
VITOR NAKANO DOS REIS 
CAMILLA CASILDA PIRES SANTOS 
JULIA DE NORONHA FLEURY 
ANA LUISA ARAÚJO PANTOJA 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo sobre o tema “Direito à integridade 
psíquica: aspectos doutrinários e 
jurisprudenciais” apresentado como 
requisito parcial para a avaliação disciplina 
Teoria Geral do Direito Civil, sob 
orientação da Prof.ª Alexandre Pereira 
Bonna. 
 
 
 
 
BELÉM/PARÁ 
2020 
3 
 
 
 
Direito à integridade psíquica: aspectos doutrinários e jurisprudenciais 
 
I. INTRODUÇÃO 
A psique humana consiste no aspecto interior do indivíduo e compreende o zelo, em 
termos de direitos de personalidade, quanto à saúde mental da pessoa humana. Assim, é 
possível dizer que o direito à integridade psíquica consiste no dever de todos de não 
causar danos à psique de outrem, e do Estado de velar por aqueles que, por serem 
insanos da mente, não podem velar por si. 
O presente trabalho tem como objetivo expor as análises do direito civil e incitar uma 
discussão sobre o que diz respeito à integridade da psique humana e a vulnerabilidade 
que à cerca. 
Em face ao exposto, estarão presentes no trabalho os seguintes autores: Vanessa Maia 
de Queiroz Matta e Sandro Nahmias Melo (SAÚDE MENTAL NO MEIO AMBIENTE 
DO TRABALHO: Assédio moral e sexual, direito à desconexão e à busca da 
felicidade), Lucas Abreu Barroso e Eini Rovena Dias (O DANO PSÍQUICO NAS 
RELAÇÕES CIVIS E DE CONSUMO). 
 
II. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DE 
PERSONALIDADE 
 É pertinente que ao debater sobre a origem dos direitos de personalidade, se considere 
o contexto histórico particular de cada sociedade. Destarte, desde o início do 
desenvolvimento do que mais tarde se tornaria a Roma Antiga, já haviam possíveis 
direitos, no entanto, eram restritos para cidadãos livres – considerando-se que nem 
todos os cidadãos de Roma eram livres–. Ainda que esses direitos não fossem 
disponibilizados para todos, eles são considerados substanciais para a criação do que 
posteriormente seriam os direitos de personalidade. 
 Ainda, de acordo com o livro “Direitos da personalidade” de Anderson Schreiber, 
séculos após a Revolução Francesa e se considerando os abusos dos monarcas, o Estado 
era visto como uma ameaça a ser controlada, logo, suas intervenções eram 
exclusivamente e unicamente para a preservação da segurança do corpo social. Essa 
ideia de intervenção mínima se concebeu a partir do Liberalismo e foi formalizada na 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Entretanto, essa liberdade tornou-se 
uma degradação aos indivíduos, pois sujeitavam-se a condições humilhantes no cenário 
4 
 
 
 
da Revolução Industrial, conformando-se com jornadas de trabalho desgastantes, 
salários insuficientes e habitações insalubres. Desta forma, o panorama conturbado da 
época fez-se perceber que a liberdade não era tudo, e era necessário proteger que o 
indivíduo não abrisse mão dos seus próprios direitos fundamentais. 
 A partir do cenário histórico mencionado, foram geradas as primeiras noções de 
direitos de personalidade, concebida por jusnaturalistas franceses, na qual se admite que 
existem direitos intrínsecos aos indivíduos e é imprescindível que o Estado os 
reconheça. Entretanto, admitir que existem direitos inerentes ao homem criava 
desacordo com defensores do pensamento liberal e até os defensores dos direitos de 
personalidade pois, não existiam consenso sob eles. Também, as críticas baseavam-se 
na contradição criada, pois os termos de direitos da personalidade tinham como objeto o 
próprio sujeito, gerando uma divergência no direito civil. Em um considerável tempo, 
os direitos de personalidade não foram legitimados em consequência de suas críticas, e 
essa ilegitimidade é observada no não acolhimento da categoria no Código Civil 
Alemão, no ano de 1896. Ainda, o Código Civil Brasileiro de 1916 não incluiu os 
direitos inerentes ao homem nos seus termos, gerando um cenário caótico. 
 Ulteriormente a minimização dos direitos de personalidade, o mundo todo presenciou 
os acontecimentos entre 1914 e 1945 – Duas Guerras Mundiais – o que proporcionou 
um cenário instável e vulnerável a partir das atrocidades cometidas. Esse cenário 
instável tornou necessária a preservação da dignidade humana, e dos direitos dos 
indivíduos. À vista disso, no ano de 1948, a Declaração dos Direitos Humanos afirma 
que “o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e 
de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, justiça e da paz no 
mundo”, consolidando a imprescibilidade de ser estabelecidos os direitos inerentes aos 
humanos e influenciando posteriores Constituições – a Brasileira, por exemplo. 
 A palavra personalidade deriva do latim “personare” que significa ressoar, ou seja, é 
exterior ao indivíduo. No entanto, para a concepção jurisprudencial, a personalidade 
civil está diretamente relacionada a preservação da dignidade dos indivíduos, apoiando 
seus direitos e deveres e dando as condições necessárias para a sua sobrevivência. Os 
direitos de personalidade são necessários para a inserção na vida civil, por exemplo, 
direito à integridade física, imagem e entre outros. 
 Ademais, para que o seu funcionamento seja assegurado, os direitos de personalidade 
são embasados em características fundamentais. Dentre as características, a 
5 
 
 
 
Intransmissibilidade é incluída, estando no artigo 11 do Código Civil “[..] os direitos de 
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis [...]”, ou seja, não podem ser 
doados ou cedidos à outro indivíduo. Igualmente, os direitos da personalidade são 
absolutos, tendo eficácia contra todos e dispensando documentação para validação. Os 
direitos de personalidade são também, imprescritíveis, pois não sofrem limitação ou 
distinção temporal. São também, impenhoráveis, isto é, é impossibilitado as apreensões 
jurídicas desses direitos para a apreensão de dívidas. São ainda, vitalícios, sendo 
adquiridos no instante da concepção da vida e extrapatrimoniais, não comportando 
avaliação econômica – apenas em caso de Dano Moral, sendo estabelecido um valor 
compensatório. 
 De forma conclusa, ao considerar os atos desumanos ocorridos no século XX é 
imprescindível que se hajam direitos inerentes à condição humana e como não se 
distinguem da pessoa e do seu titular, distinguem-se em ordem patrimonial, de acordo 
com Carlos Alberto Gonçalves. Dessa forma, são atribuídas características a eles, sendo 
direitos intransmissíveis, absolutos, imprescindíveis, impenhoráveis, vitalícios e 
extrapatrimoniais. 
 
III. CONTEÚDO JURÍDICO DO DIREITO À INTEGRIDADE PSÍQUICA 
I) Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias articulam noções gerais sobre 
o Direito à integridade psíquica, a definindo como a “proteção conferida aos 
atributos psicológicos relacionados à pessoa, tais como sua honra, a liberdade, 
a imagem, a vida privada e o nome. Tutela,pois, a higidez mental do cidadão, 
sempre à luz da necessária dignidade humana”1 os autores querem discorrer 
sobre como a plenitude psíquica está relacionada também a outros direitos da 
personalidade, e a importância do Estado de respeitar a psique de todas os 
seres humanos, não interferindo nela, mas sim protegendo a saúde mental dos 
indivíduos. 
 Indubitavelmente, todos os direitos da personalidade giram em torno da dignidade 
humana, esse princípio é basilar e importantíssimo para o nosso ordenamento jurídico, 
não distante disso, é possível realizar um recorte para o ambiente de trabalho, através do 
 
1 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: parte geral e 
LINDB. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 792 p. 
6 
 
 
 
posicionamento de Vanessa Maia de Queiroz Matta e Sandro Nahmias Melo
2
, pode-se 
inferir que um ser humano sem trabalho não é digno, portanto, cabe ao Estado se 
preocupar e cuidar da saúde física e mental dos trabalhadores, tendo em vista que as 
consequências do assédio moral e sexual deixam intensas marcas na vida da vítima, 
prejudicando diversos âmbitos da sua vivência, suas relações, sua autoestima e 
principalmente sua integridade físico-psíquica. Então, um ambiente de trabalho 
saudável é aquele que não abre margem para abusos e/ou assédio moral e sexual 
(MATTA; MELO, 2019). 
 Ademais, é válido ressaltar a fundamentação jurídica para tal direito da personalidade, 
na Constituição da República (artigo 1°, incisos III e IV) fica claro que a dignidade 
humana e os valores sociais do trabalho são indispensáveis para a manutenção de uma 
boa qualidade de vida. Ainda nesse sentido, a Convenção n° 155 da Organização 
Internacional do Trabalho institui que estar saudável no que se refere ao trabalho, não é 
apenas não ter doenças, mas também aspectos físicos e mentais, a partir dessa exposição 
fica claro que o ordenamento jurídico internacional se preocupa com a completude 
psíquica das pessoas. 
 Por certo, é essencial dissertar sobre o conceito de assédio e de seu efeito danoso à 
integridade mental, Matta e Melo (2019) expõe e citam diversos autores para embasar a 
definição, todos entram em consenso em alguns pontos, como a ação hostil por parte do 
agressor, que apresenta uma conduta extremamente abusiva e repetitiva, isso gera 
constrangimento, violência e pressão psicológica e humilhação que ofendem 
diretamente à dignidade humana e a integridade psíquica. Nesse contexto, existem 
várias modalidades de assédios, mas o de nível superior hierárquico do empregador 
contra o empregado é o mais comum. 
 Outrossim, faz-se necessário comentar sobre as consequências do prejuízo da saúde 
mental dos sujeitos, para que fique ainda mais perceptível como é essencial que se 
proteja tal direito. Os efeitos se concentram na deterioração das relações da pessoa, bem 
como o desmantelamento da sua autoestima, o que pode ocasionar sentimentos 
negativos, pessimistas, a vontade de isolamento e riscos à doenças como depressão e 
ansiedade, que por sua vez podem gerar suicídio. Por outro lado, esses danos também se 
 
2 MATTA, Vanessa Maia de Queiroz; MELO, Sandro Nahmias. Saúde Mental no Meio 
Ambiente do Trabalho: assédio moral e sexual, direito à desconexão e à busca da felicidade.. 
Nova Hileia: Revista eletrônica de direito ambiental da amazônia, Manaus, v. 6, p. 2-27, jan-
jun. 2019. Semestral. 
7 
 
 
 
estendem para o empregador, tendo em vista que o funcionário irá diminuir a 
produtividade. Assim, a responsabilidade de todos os infortúnios é do empregador, que 
necessitará ressarcir o indivíduo lesado. 
 Por fim, além de ferir a integridade psíquica, as práticas supracitadas ofendem o 
direito à desconexão e a busca pela felicidade, já que o agredido não consegue se 
desconectar do ambiente de trabalho, não sendo possível que descanse e que usufrua de 
momentos de lazer, estes que são tão saudáveis e imprescindíveis quanto o trabalho 
propriamente dito. E ainda, a falta do bem-estar físico e mental, o malefício causado a 
qualidade de vida impedem a busca pela felicidade, e isso não quer dizer que o 
empregador tenha a obrigação de fazer o empregado feliz, mas sim propiciar as 
condições dignas para que ele desempenhe seu papel em um ambiente hígido. Portanto, 
a saúde psíquica não está protegida enquanto os indivíduos estiverem sujeitos a assédios 
e abusos. 
II) Ao se considerar as atuais relações sociais percebem-se práticas econômicas novas e 
um hiperconsumo que posteriormente estimulam a produção de novos danos. O 
presente artigo “O dano psíquico nas relações civis e de consumo” escrito pelo 
professor Lucas Abreu Barroso e advogada Eini Rovena Dias, faz abordagens sobre a 
demanda crescente de proteção à pessoa humana, levando em conta o hiperconsumo da 
sociedade. Ainda, essa proteção necessita de instrumentos jurídicos eficientes, no 
entanto só é considerado o Dano Moral, o que dificulta o reconhecimento de outras 
categorias como o Dano Psíquico. 
 Com o advento da Industrialização, as condições de vida e de consumo trouxeram um 
crescimento proporcional de riscos civilizatórios e como consequência, os novos danos 
originados refletem as escolhas políticas e econômicas em vista do lucro. Estes riscos 
civilizatórios tornaram o indivíduo desprotegido e buscando em ferramentas jurídicas 
um modo de reparo legítimo, visto que as insatisfações não são raras. É imprescindível 
ainda, discorrer sobre o modelo social de relações consumeristas, líquidas e instáveis 
que geram a Pós-Modernidade ou Pós Industrial. Apesar de essas relações terem sido 
projetadas no ápice da sociedade industrial, elas ainda encontram espaço no cenário 
pós-moderno. Ou seja, percebe-se que a sociedade pós-industrial atual ainda abrange 
compreensões antiquadas – crenças, preconceitos e valores – porém, em uma estrutura 
contextual distinta, na qual se projeta a Modernidade. Essa convergência entre 
8 
 
 
 
compreender e interpretar essa realidade, é presente na sociedade contemporânea, 
especialmente no que diz respeito aos riscos. 
 Assim, a maneira como esses riscos se proliferaram foi incrementada pelos progressos 
tecnológicos, visto que no contexto moderno os riscos eram substancialmente 
individualistas e facilmente localizados. Entretanto, no pós-moderno, os riscos têm 
maior dificuldade de reconhecimento em vista de alguns fundamentos. Essa 
diferenciação dos riscos torna-se complexa ao considerar-se que ela deriva de decisões 
humanas e podem ter repercussões negativas. 
 O capitalismo admite o risco em nome do lucro e do progresso, legitimando a 
existência desse fenômeno e tratando-o como um efeito colateral latente, haja vista que 
o risco supostamente não foi previsto ou desejado. Pode-se concluir que apesar do risco 
ser incerto, ele pode permanecer nesse estado de latência por anos, sequer configurando 
um dano, assim, o indivíduo fica vulnerável diante de tamanha chance de sofrer danos, 
resultado de suas próprias escolhas em nome do capitalismo. Também, a publicidade e a 
mídia são fundamentais nesse processo, pois estimulam os desejos em torno dos bens 
com obsolescência programada, ou seja, com tempo limitado de uso o que favorece o 
desperdício e aumenta o consumo. Nesse contexto, tornam-se urgentes sugestões de 
instrumentos jurídicos que possam assegurar a proteção da pessoa humana contra riscos 
típicos da sociedade pós-moderna. 
 Em resumo, os indivíduos transmutaram da condição de sujeito “in abstracto” para 
“epicentro do epicentro”, tendo valores fundamentais a serem protegidos pelo direito e 
esse papel de proteção exige três elementos, o nexo da imputação, o nexo de 
causalidade e o dano. Assim, propõe-se colocar em debate a criação de uma nova 
categoria de danos que agrupam váriosfundamentos inerentes ao risco. 
Por fim, a análise psicofísica é imprescindível, pois, dialoga com as noções de 
normalidade, na qual cada indivíduo é único, assim não podendo haver concepções 
padronizadas. Dessa forma, o dano psíquico se estabelece a partir uma lesão ou trauma e 
atingindo a saúde do indivíduo. Há diferentes graus de intensidade e estas determinam a 
possibilidade de recuperação da vítima, e consideram o valor econômico. Ainda, cada 
indivíduo deve ser analisado pessoalmente, pois cada indivíduo reage de forma distinta. 
É necessário, diferenciar sua autonomia diante do dano moral, considerando que ambos 
possuem repercussões bem distintas na pessoa humana. O dano psíquico projeta o 
desenvolvimento de uma patologia, enquanto o dano moral configura uma lesão. 
9 
 
 
 
 
IV. JURISPRUDÊNCIA SOBRE O DIREITO À INTEGRIDADE 
PSÍQUICA 
-JULIA, ACRESCENTA AQ A TUA FALA 
 
V. CONCLUSÃO 
 Por fim, vale ressaltar o principal foco deste artigo, que é a importância e a garantia 
do Direito à integridade psíquica na sociedade, que tem por sua função não permitir que 
ninguém busque causar danos à psique de outros indivíduos, já que danos psíquicos aos 
cidadãos acabam por ferir sua saúde, logo estará afetando um dos principais Direitos 
expressos na Constituição Federal de 1988, o Direito à saúde. 
 O artigo expões também as principais características deste Direito, seu contexto 
histórico, principais autores e casos reais para a abordagem ficar mais interessante, para 
assim, mostrar o real valor da garantia deste Direito por parte do Poder Público, para 
que assim atentados praticados contra a sua psique dos cidadãos tenda a diminuir cada 
vez mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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