Buscar

direito e legis m1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito e legislação imobiliária 
Descrição: 
Este material apresenta os fundamentos, os institutos jurídicos e os princípios éticos 
relacionados ao Direito Imobiliário, a fim de proporcionar os conhecimentos necessários para o 
exercício da atividade profissional de Corretor de Imóveis ou para todos aqueles que estão direta 
ou indiretamente envolvidos em compra, venda ou locação de imóveis. 
 
Bem-vindo(a) a Direito e legislação imobiliária! 
 
Atualmente, em virtude da relativa estabilidade econômica existente no Brasil e da 
expansão do crédito, o mercado imobiliário tem obtido índices expressivos de 
crescimento nos últimos anos. Cada vez mais pessoas buscam a concretização do sonho 
da “casa própria”, o que mantém a perspectiva de aquecimento do setor. 
 É nesse contexto que o conhecimento da legislação imobiliária pelo profissional da área 
se torna importante, o que proporciona a realização de negócios mais sólidos com a 
devida segurança jurídica e consumidores cada vez mais exigentes. Há de se ressaltar, 
ainda, que o conhecimento jurídico é essencial para o exercício correto da profissão, 
com uma atuação que se enquadre na esfera de parâmetros legais e éticos, e para a 
compreensão das principais questões imobiliárias no país, o que proporcionará a 
descoberta de novos horizontes e uma melhor colocação profissional. 
 
 Aproveite o curso! 
 Ótimo aprendizado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO 
 
Noções gerais 
O presente estudo tem o objetivo de apresentar uma visão geral do direito civil 
brasileiro, sem a pretensão de estender todos os seus institutos, ou ainda, de esgotar o 
tema daqueles que forem expostos. 
 Trata-se, de subsídio importante para aqueles que pretendem conhecer um pouco das 
normas que regem as relações privadas no país e, mais ainda, para os que anseiam por 
informações relacionadas à legislação aplicável ao ramo imobiliário. 
 Sem adentrarmos no campo da filosofia do direito, que não é objeto de nossa análise, 
podemos verificar que o homem, considerado “um ser social” desde os primórdios, vive 
em uma comunidade. Tal característica faz com que, desde aqueles tempos, atritos 
venham a acontecer, contendas que precisam ser solucionadas sob pena de, em caso 
extremo, impedir a vida social. 
 Nas épocas mais antigas, em tempos imemoriais, a solução muitas vezes se dava pelo 
uso da força, o que alguns autores chamam de vingança privada, e, nesse caso, seria 
predominante a lei do mais forte. 
 O direito surge como mecanismo essencial para dirimir tais conflitos e permitir a paz 
social. É uma construção humana que, sendo dotada de uma carga valorativa e 
disciplinando condutas, busca proporcionar a segurança e a ordem para tornar viável a 
vida em comunidade. 
 Miguel Reale (1994), em sua Teoria Tridimensional do Direito, traz três elementos 
inerentes ao mundo jurídico: o fato, o valor e a norma. O primeiro deles indica a conduta 
em concreto, ou seja, está no mundo real, no mundo do “ser”. O segundo elemento, o 
valor, está associado à cultura, aos costumes e aos hábitos da sociedade e são os 
parâmetros de aferição do grau de lesão das condutas. Por fim, de nada adiantaria uma 
aferição de condutas geradoras de danos se não houvesse um elemento que permitisse, 
coercitivamente, ou seja, obrigatoriamente ou mesmo pelo uso da força, que tais 
condutas cessassem. Assim, verifica-se o terceiro elemento, a norma, que indica qual 
procedimento deve ser adotado, caso haja um fato que não esteja de acordo com os 
valores defendidos pela sociedade. 
 Nesse contexto, percebe-se a carga valorativa do direito sobre um fato que estará no 
mundo do “ser” estampado na norma, que está no mundo do “dever ser”, de modo que 
as condutas humanas podem ser aferidas por uma norma com base nos usos e nos 
costumes sociais que disciplinará as relações. 
 A fim de permitir maior segurança e fundamentação, as normas passaram a ser escritas 
por meio de descrições formais (tipificadas). É de se mencionar que as normas não 
precisam ser tipificadas para se determinar o direito, como exemplo clássico, perceba-
se que a Constituição Inglesa é não escrita. 
 
Direito objetivo e direito subjetivo 
 Quando falamos em fato, valor e norma e mencionamos que as normas escritas 
proporcionam mais segurança, pensamos no direito como Constituição, leis, decretos, 
resoluções, portarias e tanto outros atos normativos. Lembramos, muitas vezes, da 
jurisprudência, que são decisões adotadas pelos tribunais, e da doutrina, que são as 
lições proferidas pelos grandes mestres do direito. Efetivamente, todos esses 
instrumentos são fontes de direito, visto que neles serão observadas as medidas para 
serem pesadas as condutas e as relações humanas, como já falamos. Cabe observar, 
porém, que esse é o direito criado culturalmente pelo homem para permitir a vida em 
sociedade. Atualmente, em muitos países, o direito é escrito, é normatizado. A esse 
direito dá-se o nome de direito objetivo. Por outro lado, percebe-se que o homem é 
dotado de sonhos e anseios, o que é algo inerente ao ser humano e à sua 
individualidade. Na evolução do direito, buscou-se proteger a sociedade por meio da 
pacificação de conflitos impedindo a vingança privada, como já dissemos. Assim, a 
ênfase dada, em um primeiro momento, foi na defesa da possibilidade de se exigir uma 
conduta, sendo essa a primeira visão do direito subjetivo. Nesse caso, o direito não é 
considerado norma, mas como a capacidade de uma pessoa, dotada de anseios, ter a 
possibilidade de exigir uma conduta justa, valorada positivamente pela sociedade, de 
outra envolvida em um litígio. Tal visão é, atualmente, inerente ao direito das 
obrigações, que será tratado em outro momento. 
Em um segundo instante, essa primeira visão é complementada, pois nem todas as 
relações jurídicas envolvem condutas, a exemplo do vínculo gerado pela propriedade. 
Assim, não apenas a possibilidade de se exigir uma conduta é considerada direito 
subjetivo, mas também o próprio interesse. 
 
 
 
 
Agora vamos exercitar o que você aprendeu? 
 
Com base no que vimos, marque a opção correta: 
 Podemos considerar uma visão do direito subjetivo aquela que: 
 ( ) foi criada pelo homem, a fim de permitir a vida em sociedade. 
 ( ) é complementada, pois nem todas as relações jurídicas envolvem condutas, a 
exemplo do vínculo gerado pela propriedade 
 
Desse modo, a vantagem decorrente de um objeto ou mesmo da exigência de uma 
conduta justa passa a ser protegida, de sorte que tal vantagem se identifica como o 
interesse a ser protegido pelo direito. 
 Assim, o conceito de direito subjetivo, amplamente aceito em vários países, entre eles 
o Brasil, é o de que direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido. Tanto é assim 
que o art. 485, inciso VI, da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo 
Civil), determina a extinção do processo, sem resolução do mérito, quando não houver 
o “interesse processual”. 
 Apenas a título de conhecimento, é de se mencionar que essa visão está inserida nos 
países que adotam um sistema jurídico decorrente do modelo continental europeu, e o 
Brasil se filia a tal tradição. Em países que se embasam na Common Law, tais como 
Inglaterra, Estados Unidos e Austrália, por exemplo, existem outros pressupostos para 
a análise dos direitos subjetivos, expostos por autores como Wesley Newcomb Hohfeld, 
tais como direito de exigir prestações, liberdades, poderes e imunidades. 
 
Da personalidade e da capacidade civil 
 
Segundo Goffredo Telles Junior, (2005, p. 310) a 
personalidade “consiste no conjunto dos caracteres 
próprios de uma pessoa”, constituindo a 
individualidade inerente do ser humano. Assim, ainda 
segundo o ilustre autor, os “direitos de personalidade 
são os direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é reputação ou honra, 
imagem e privacidade” (p. 23), entre tantos outros aspectos (apud FIÚZA, 2005). 
 Na opinião de Carlos AlbertoBittar, os direitos de personalidade são aqueles “próprios 
da pessoa em si (ou originários), diante da dignidade humana ou referentes às suas 
projeções para o mundo externo, ou seja, à pessoa como ente moral e social, em suas 
interações da sociedade” (BITTAR apud GUERRA, 1999, p. 47). 
 A distinção entre os direitos da personalidade e direitos fundamentais é que, para 
aqueles, há o enfoque privatista, enquanto nestes, a ótica se dá sob as lentes do direito 
público, havendo uma simples modificação da forma de análise. É de se observar, 
porém, que a distinção entre direito privado e direito público é cada vez mais frágil, dada 
a evolução e a complexidade das relações sociais nos dias de hoje. 
 Considerados na esfera pública como direitos fundamentais, os direitos de 
personalidade são decorrentes da primeira geração de direitos, a qual foi entendida 
como uma consequência do pensamento liberal do século XVIII, de cunho nitidamente 
individualista, com o objetivo de proteger o homem do Estado. Assim, “são direitos 
inerentes a cada ser humano, existindo em seu âmago antes e independentemente ao 
direito positivo. Eles constituem o mínimo existencial do homem, sem os quais o mesmo 
não se realiza” (LOVATO, 2008, p. 4-5). 
Sendo direitos subjetivos especiais os direitos de personalidade que geram 
responsabilidade civil e, como tal, são protegidos por todos os meios judiciários 
destinados a evitar ameaças de violação ou a atenuar os efeitos da ofensa, ressaltando-
se, nesses casos, os procedimentos cautelares (PINTO, 2004, p. 71). 
 De forma bastante abrangente, o Código Civil fez referência a apenas três 
características dos direitos de personalidade, às quais nos limitaremos, a despeito da 
existência de outras, são elas: intransmissibilidade, irrenunciabilidade e 
indisponibilidade. 
 Apesar de Maria Helena Diniz (2005) mencionar que os direitos de personalidade têm 
caráter absoluto, o Conselho da Justiça Federal tratou do assunto na IV Jornada de 
Direito Civil, abordando situação de possível colisão entre os direitos de personalidade. 
Assim, “os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código 
Civil, são expressão da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no Art. 1°, 
inciso III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão 
entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da 
ponderação" (CJF, Enunciado 274, art. 11). 
 Como exposto, os direitos de personalidade são, em regra, indisponíveis. No entanto, 
há de se ter em mente que a indisponibilidade é relativa. Como exemplo, percebe-se 
que não é possível a recusa de exposição de sua foto em um documento de 
identificação, em virtude do interesse social envolvido. Ainda no mesmo sentido, uma 
pessoa famosa pode explorar sua imagem comercialmente. 
 Deve-se ter em mente, porém, alguns Enunciados de Jornadas de Direito Civil, por meio 
dos quais o Conselho da Justiça Federal tratou do assunto: “o exercício dos direitos da 
personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem 
geral" (CJF, Enunciado 4) e, ainda, “os direitos de personalidade podem sofrer 
limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos 
com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé subjetiva e aos bons 
costumes” (CJF, Enunciado 139). 
 Na mesma direção do que já foi exposto, existem critérios que devem ser observados 
ao se apreciar uma limitação voluntária do exercício dos direitos da personalidade. O 
primeiro deles é que qualquer limitação voluntária pretendida pelo titular do direito de 
personalidade que ofenda valores jurídicos fundamentais é nula. Nesses casos, é 
possível recorrer aos conceitos de ordem pública e aos “bons costumes” (ainda que seja 
conceito indeterminado) para defender o núcleo essencial da pessoa. 
 O segundo critério é que, se houver limitação legal e lícita de um direito de 
personalidade resultante de contrato válido, a pessoa titular do direito pode sempre, de 
forma voluntária, unilateral e a todo o tempo, revogar a limitação que aceitou fazer. 
“Pode-se discutir o pagamento de uma indenização por responsabilidade gerada pelo 
fato de, com o seu comportamento, ter gerado expectativas, mas fica completamente 
afastado o dever de cumprir o contrato” (PINTO, 2004, p. 72). 
 Há de se observar, ainda, que o sistema jurídico tradicional tem inserido o caráter 
patrimonial no direito de personalidade, impactando o que o sistema normativo não se 
dispôs a proteger ou aquela relação jurídica que o direito não se pôs a prever. Ocorre, 
pois, uma mensuração da personalidade jurídica por meio da centralização patrimonial 
de nosso direito civil, engessamentos legislativos e não reconhecimento da evolução das 
relações jurídicas. Nesse sentido, a evolução da tecnologia e o crescimento dos meios 
de comunicação fazem com que informações a respeito de determinada pessoa 
circulem sem sua autorização, ocasionando danos à sua imagem, à honra, ou ao seu 
direito à intimidade. Some-se a tal aspecto o fato de que o direito à integridade física se 
depara com a acelerada evolução das tecnologias médicas, além de polêmicas questões 
como aborto, manipulação genética e eutanásia (LOVATO, 2008, p. 8-9). 
 
 
 
 
Vamos exercitar o conhecimento? 
 
Relembrando o conteúdo e testando seus conhecimentos! 
De acordo com o que vimos sobre personalidade, julgue os itens em V (verdadeiro) e F 
(falso). 
 ( ) O Código Civil de 2002 fez referência a apenas três características dos direitos de 
personalidade, sendo elas: intransmissibilidade, irrenunciabilidade e indisponibilidade. 
 ( ) Considerados na esfera pública como direitos fundamentais, os direitos de 
indisponibilidade são decorrentes da terceira geração de direitos. 
 ( ) A evolução da tecnologia e o crescimento dos meios de comunicação fazem com que 
informações a respeito de determinada pessoa circulem sem sua autorização, 
ocasionando danos à sua imagem, à honra, ou ao seu direito à intimidade. 
 
A capacidade civil 
Antes de iniciarmos a análise relativa à capacidade na órbita civilista, é importante 
entendermos o significado do termo. Nesse sentido, o que é capacidade? 
 
 
Vamos entender? 
 
Em termos jurídicos, pode-se distinguir a capacidade em 
capacidade de direito ou de gozo e capacidade de fato 
ou de exercício (alguns doutrinadores ainda a chamam 
de capacidade de ação). A primeira delas – capacidade de direito ou gozo – é inerente à 
personalidade, toda pessoa tem essa capacidade; nenhum ser dela pode ser privado 
pelo ordenamento jurídico. Nesse sentido, o art. 1º, do Código Civil, diz que “toda 
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. 
 Por outro lado, a capacidade de exercício ou de fato é a aptidão para exercitar direitos. 
É a faculdade de fazê-los valer. Se a capacidade de gozo é imanente a toda pessoa, a de 
exercício ou de fato pode ser retirada. O exercício dos direitos pressupõe realmente 
consciência e vontade; por conseguinte, a capacidade de fato subordina-se à existência 
no homem dessas duas faculdades. 
Em outras palavras, a capacidade de gozo ou de direito é a que todos têm e adquirem 
ao nascer com vida e que não pode ser recusada ao indivíduo, visto que negaria sua 
qualidade de pessoa. A capacidade de fato ou de exercício, por sua vez, é a aptidão para 
exercer, por si só, os atos da vida civil. Os que dispõem de seu pleno exercício são 
chamados de plenamente capazes. Outros, porém, por faltarem alguns requisitos 
previstos no Código Civil para o gozo da capacidade plena, podem ser relativamente ou 
absolutamente incapazes. 
 
 
No Código Civil, a capacidade se refere ao exercício pessoal dos atos da vida civil e, 
apenas para ilustrar, uma vez que trataremos do assunto no momento oportuno, são 
alguns exemplos de atos da vida civil realizar uma compra e venda, realizar matrimônio 
e gerir uma atividade empresarial. 
 
Diante doexposto, temos duas classificações: 
 a) capacidade de direito ou de gozo; 
 b) capacidade de fato ou de exercício. É oportuno salientar que a classificação 
apresentada no Código Civil (plenamente capazes, relativamente ou absolutamente 
incapazes) se refere apenas à capacidade de fato ou de exercício, uma vez que a de 
direito não pode ser restringida, como já mencionado. 
 Conforme foi estudado, podemos afirmar, então, que existem duas classificações. Você 
sabe quais são elas? Marque a alternativa que considerar correta. 
 ( ) Capacidade de direito ou exercício e capacidade de fato ou gozo. 
 ( ) Capacidade de direito ou de gozo. 
 ( ) Capacidade de fato ou de exercício. 
 
Os absolutamente incapazes são aqueles totalmente proibidos de exercer atos da vida 
civil e, se o fizerem, o ato será nulo, conforme previsão do art. 166, inciso I, do Código 
Civil, de modo que é necessária a representação para suprir a vontade do incapaz 
absoluto na geração de efeitos jurídicos. O art. 3º do Código trata do assunto, o qual 
traz o seguinte teor: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os 
atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis anos);. 
Os relativamente incapazes são aqueles que podem praticar os atos da vida civil por 
conta própria, desde que sejam assistidos para que haja efeitos jurídicos, sob pena de 
anulabilidade do ato, conforme art. 171, inciso I, do Código. 
 Assim, verifica-se no art. 4º do Código Civil: 
 Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
 I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
 II –os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
 III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Quanto à participação do Ministério Público em casos de incapacidade, vale observar a 
previsão contida no artigo 178, incisos I e II, do Código de Processo Civil (ainda que o 
inciso III não diga respeito à matéria tratada neste momento, também será transcrito, 
assim como demais artigos, a fim de que se tenha exata noção da possibilidade de 
intervenção processual do Ministério Público): 
 
 Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir 
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal 
e nos processos que envolvam: 
 I – Interesse público em geral; 
 II – Interesse de incapaz. 
 Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: 
 I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; 
 II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. 
 Por fim, apenas para expor outros exemplos, o Código Civil traz, no seu art. 1.634, inciso 
VII, o seguinte: “representá-los judicialmente e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) 
anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, 
suprindo-lhes o consentimento.” 
O art. 1.690, também do Código Civil, prevê: “compete aos pais, e, na falta de um deles, 
ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem 
como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados”. Ainda, o art. 
1.747, I, diz que: “compete mais ao tutor representar o menor, até os dezesseis anos, 
nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte.” 
 É conveniente informar, nesse mesmo sentido, que a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), traz diversos dispositivos que determinam 
a participação do Ministério Público em casos que envolvam menores, como, por 
exemplo, a guarda de menores (art. 33, §4º e art. 35) e a adoção (art. 50, §§1º e 12 e 
art. 52-C, §§1º e 2º). 
 
A relação entre pessoa e personalidade 
A redação inicial do Projeto de Reforma do Código Civil repetia a redação do Código Civil 
de 1916, dispondo que “todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil”, 
sendo alterado, no Senado Federal, pelo então senador Josaphat Sobrinho para “todo 
ser humano é capaz de direito e obrigações na ordem civil”. Essa modificação proposta 
foi, mais uma vez, alterada pelo deputado Fiúza por sugestão do ilustre professor Miguel 
Reale, segundo o qual o termo “pessoa” seria mais compatível com a boa técnica jurídica 
e social que “ser humano”. Fiúza também substituiu o vocábulo “obrigações” por 
“deveres”, tornando a redação do Código de 2002 atual (FIÚZA, 2005, p.3). 
Assim, a ideia de personalidade liga-se à ideia de pessoa, “que exprime a aptidão 
genérica para adquirir direitos e 
contrair obrigações” (FIÚZA, 2005). 
A pessoa é o sujeito das relações 
jurídicas, e a personalidade, o 
atributo que permite a titularidade 
de direitos subjetivos, ou seja, a 
personalidade permite a 
titularidade de direitos e 
obrigações, que é a capacidade de 
direito. 
 No mesmo sentido, segundo Caio Mário da Silva Pereira (2009), a ideia de pessoa se liga 
à de personalidade, a qual exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair 
obrigações, de modo que o conceito de personalidade está totalmente relacionado ao 
conceito de pessoa. Apenas ratificando, Sílvio Rodrigues (2002) explica que, ao se 
afirmar que o homem tem personalidade, afirma-se também que ele tem capacidade 
para ser titular de direitos. O direito civil pátrio encaixou o conceito de capacidade ao 
de personalidade. 
 
Das pessoas naturais 
A pessoa natural é o indivíduo, o sujeito das relações 
jurídicas. Segundo Venosa (2011), animais e seres 
inanimados não podem ser sujeitos de direito, 
podendo ser, porém, objetos de direito. Não se 
confunde a ideia de pessoa natural com a de 
personalidade civil, pois esta, a personalidade, é a 
possibilidade de ser sujeito e começa com o 
nascimento, com vida, conforme o art. 2º, do Código 
Civil. 
 Na órbita jurídica, todo ser humano é pessoa. O contrário, porém, não é verdade, visto 
que existem as pessoas jurídicas, como será tratado no tópico a seguir. 
 Assim, os institutos de capacidade civil e personalidade que vimos nos tópicos 
anteriores se aplicam em sua integralidade às pessoas naturais e são de aplicação 
restrita às pessoas jurídicas. 
 
Das pessoas jurídicas 
As pessoas jurídicas são, para alguns autores, ficções jurídicas por meio das quais é 
atribuída capacidade jurídica a entes abstratos, criados para a satisfação de 
necessidades do homem: 
 O século XX, podemos dizer, foi o século da pessoa jurídica. Desde então, 
pouquíssimas atividades da sociedade são 
desempenhadas pelo homem como pessoa 
natural. A pessoa jurídica, da mais singela à 
complexa, interfere e imiscui-se na vida de 
cada um, até mesmo na vida privada. 
Sentimos um crescimento exacerbado da 
importância das pessoas jurídicas (VENOSA, 
2011, p. 227). 
Todos nós vemos pessoas andando comprando, vendendo, mas não vemos o Banco X 
caminhando por aí, ou o Supermercado Z indo à praia. Por mais esdrúxulos que os 
exemplos aparentem ser, o banco, o supermercado e tantas outras instituições foram 
criadas para a satisfação da necessidade humana. Em regra, como coisas que são, não 
deveriam ter personalidade, como vimos no tópico anterior. Tal entendimento é 
conhecido por doutrina da ficção. 
 A despeito de outras doutrinas existentes, como as negativistas e as institucionais, o 
direito brasileiro considera a doutrina da realidade, na sua vertente de realidade técnica, 
conforme proposto por Vicente Rao, de modo que a pessoa jurídica é real e existe por 
si só como fruto da criação do ser humano, mas a sua realidade não se compara à da 
pessoa natural (VENOSA, 2011, p.234). 
 Para potencializar a realização de empreendimentos, as pessoas jurídicas são essenciais 
para o alcance dos objetivos e a organização da sociedade. Um grande exemplo disso 
está na própria ideia de Estado-Nação. Assim, as pessoas jurídicas têm personalidadeprópria, mas são representadas por pessoas naturais que se imiscuem em diversas 
posições: prefeitos de municípios, sócios-diretores ou gerentes de empresas, chefes de 
organismos internacionais e inúmeros outros. 
Cabe dizer, ainda, que a pessoa jurídica não se 
limita a direitos patrimoniais. Ao adquirir 
personalidade, a pessoa jurídica adquire diversos 
atributos de personalidade, mas não possui 
todos, uma vez que sua natureza é diferente de 
pessoa natural, de forma que uma pessoa jurídica 
não pode casar, por exemplo. Mas é possível que 
uma pessoa jurídica ingresse em juízo para 
obtenção de danos morais. Nesse sentido, observe-se a ementa a seguir, que se refere 
ao Recurso Especial 2008/0033686-0, da Relatora Ministra Nancy Andrighi (DJe 
04/06/2009, RSTJ vol. 215, p. 466). 
 
Apenas para ratificar o que já foi exposto, o próprio Código é claro a respeito da 
proteção aos direitos de personalidade da pessoa 
jurídica, ao dizer, no seu art. 52, que “aplica-se às 
pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos 
direitos da personalidade.” 
O Código Civil traz, no seu Título II, as pessoas 
jurídicas e as classifica em três grandes grupos, 
conforme previsão do art. 40: 
 a) pessoas jurídicas de direito público interno; 
 b) pessoas jurídicas de direito público externo; 
 c) pessoas jurídicas de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público interno se referem à organização política dos 
poderes nacionais, considerada em seu conjunto (DINIZ, 2005, p. 52). A União é o ente 
federativo autônomo que exerce as atribuições da soberania do Estado brasileiro. Não 
se deve confundir União com Estado-Federal, que é o conjunto constituído por União, 
estados, Distrito Federal e municípios. 
Os estados federados são entes dotados de capacidade de auto-organização, 
autogoverno e autoadministração, com competência constitucional subsidiária. 
O Distrito Federal é um ente autônomo que congrega as competências estaduais e 
municipais, dotado de capacidade de auto-organização, autogoverno e 
autoadministração, da mesma forma que os estado federados e os municípios. 
 Os territórios ou autarquias territoriais integram a União, ressalvando-se que, 
atualmente, não existem territórios na República Federativa do Brasil. Observe-se a 
previsão do art. 18, §2º, da Constituição: “os Territórios Federais integram a União, e 
sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar.” 
Os municípios também são dotados de capacidade de auto-organização, autogoverno e 
autoadministração, com competência constitucional expressa no art. 30 da Constituição 
e autoridade sobre questões locais, sem Poder Judiciário. 
 As autarquias são integrantes da administração indireta e podem ser constituídas nos 
três níveis federativos (União, Estados e Distrito Federal e Municípios) e, conforme o art. 
5º, inciso I, do Decreto- -Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 2007, são serviços autônomos, 
criados por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para 
executarem atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu 
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
 Quanto às pessoas jurídicas de direito público externo ou de direito internacional 
público, segundo Rezek (2005), são os Estados soberanos (aos quais se equipara, por 
questões singulares, a Santa Sé) e as organizações internacionais em sentido estrito. O 
autor chama a personalidade jurídica do Estado de originária, visto que possui 
precedência histórica e, mais importante, realidade física, com espaço territorial sobre 
o qual vive uma comunidade de seres humanos. Por outro lado, a personalidade jurídica 
das organizações é chamada de derivada, uma vez que é produto da vontade conjugada 
de certo número de Estados. 
A respeito das pessoas jurídicas de direito privado, segundo o art. 45, do Código Civil, 
“começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que 
passar o ato constitutivo.” 
 
 
Atividades de fixação 
 
 Questão 1 – A Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale, traz os seguintes 
elementos inerentes ao mundo jurídico: 
a) fato, valor e justiça. 
 b) justiça, fato e norma. 
 c) valor, norma e justiça. 
 d) fato, valor e norma. 
Questão 2 – A respeito das ideias de direito objetivo e de direito subjetivo, marque a 
alternativa correta. 
 a) Direito subjetivo corresponde à lei, uma vez que ela concretiza as regras de conduta 
da sociedade. 
 b) Direito subjetivo corresponde à possibilidade que um indivíduo tem de exigir uma 
conduta, complementada pela proteção jurídica dada ao interesse. 
 c) Direito objetivo corresponde exclusivamente ao modelo continental europeu de 
direitos, ao qual o Brasil se filia. 
 d) Direito objetivo não guarda nenhuma relação com o sistema jurídico da Common 
Law. 
 Questão 3 – O Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, que apresenta a Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), trata-se de uma lei geral que visa ao 
estabelecimento dos parâmetros a serem observados nas normas do direito brasileiro. 
Sobre o referido decreto-lei, marque a alternativa incorreta. 
 a) Em caso de omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
 b) Repristinação é o fenômeno pelo qual a lei revogada se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. 
 c) O juiz, por ocasião da aplicação da lei, deverá alternativamente atender aos fins 
sociais aos quais ela se dirige ou às exigências do bem comum, uma vez que a aplicação 
conjunta de tais aspectos trará muitas despesas ao Estado. 
 d) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada. 
Questão 4 – Sobre os direitos de personalidade, marque a alternativa correta. 
 a) Os direitos de personalidade são protegidos por todos os meios judiciários destinados 
a evitar ameaças de violação ou a atenuar os efeitos da ofensa. 
 b) Os direitos de personalidade são decorrentes da primeira geração de direitos que 
surgem como uma consequência do Estado Social, principalmente após a Segunda 
Guerra Mundial, com o objetivo de proteger as pessoas atingidas pelo conflito. 
c) A indisponibilidade dos direitos de personalidade é absoluta, não sendo possível ao 
Estado restringi-la. d) O exercício dos direitos da personalidade não pode sofrer 
limitação voluntária, salvo nas hipóteses em que essa limitação seja permanente e geral. 
 Questão 5 – O direito criado pelo homem, a fim de permitir a vida em sociedade, é 
chamado de: a) Direito objetivo. b) Direito subjetivo. c) Direito introdutório. d) Direito 
de berço 
Questão 6 – A respeito das pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta. 
 a) A União é pessoa jurídica de direito privado. 
 b) As associações são pessoas jurídicas de direito privado, constituídas por pessoas, com 
fins econômicos. 
 c) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público e, por isso, integram a 
administração direta. 
 d) As fundações são pessoas jurídicas de direito privado que devem ter uma finalidade 
específica e são criadas por dotação especial de bens livres de um instituidor. 
 Questão 7 – O Código Civil traz, no seu Título II, as pessoas jurídicas e as classifica em 
três grandes grupos, conforme previsão do art. 40. Quais são eles? 
 a) Pessoas jurídicas de direito público interno, pessoas jurídicas de direito público 
externo e pessoas jurídicas de direito privado. 
 b) Pessoas jurídicas de direito privado interno, pessoas jurídicas de direito privado 
externo e pessoas jurídicas do direito público. 
 c) Pessoas jurídicas de direito público interno e externo, pessoas jurídicas de direito 
privado externo e pessoasjurídicas de direito privado interno. 
 d) Pessoas jurídicas do direito público, pessoas jurídicas do direito privado e pessoas 
jurídicas do direito privado interno e externo. 
 Questão 8 – Complete a frase: A pessoa é o sujeito das relações jurídicas, e a 
personalidade, o atributo que permite a titularidade de direitos. 
 a) objetivos 
. b) subjetivos 
. c) estrangeiros. 
 d) nacionais. 
 Questão 9 – Podemos classificar as pessoas jurídicas de direito público como: 
 a) associações, sociedades, fundações, União, estados, Distrito Federal e territórios. 
 b) associações, sociedades, fundações, Estados estrangeiros e pessoas que forem 
regidas pelo direito internacional público. 
 c) associações, Estados estrangeiros e territórios. 
 d) União, estados, Distrito Federal, territórios, Estados estrangeiros e pessoas que 
forem regidas pelo direito internacional público. 
 Questão 10 – Quanto à capacidade de fato ou exercício, podemos dizer que: 
 a) é a que todos têm e adquirem ao nascer com vida e que não pode ser recusada ao 
indivíduo, visto que negaria sua qualidade de pessoa. 
 b) é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Os que dispõem de seu pleno 
exercício são chamados de plenamente jugado. 
 c) é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Os que dispõem de seu pleno 
exercício são chamados de plenamente capazes. 
 d) é a que todos têm e adquirem ao nascer com vida e que o indivíduo pode recusar a 
qualquer momento, a fim de afirmar a sua qualidade de pessoa.

Continue navegando