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Etiologia, fatores de risco e diagnóstico da cárie

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Etiologia, fatores de risco e diagnóstico da 
• A boca é um dos lugares mais contaminados do corpo 
humano. 
• Grande quantidade de microrganismos que se acumula na 
superfície dentária. 
 
• Colonização de bactérias provenientes da saliva na película 
adquirida do esmalte dental. Não remoção do biofilme 
através da escovação gera um maior acúmulo de bactérias 
formando a placa bacteriana 
• Matriz orgânica oriunda dos açúcares e colonizada pela 
microbiota bucal. 
• Também é depositada sob a língua. 
• Quando se instala em um ambiente propício, se mineraliza 
pela ação da saliva – depois de um tempo começa a 
desmineralizar o esmalte, formando uma mancha branca 
inicial. 
 
➜
• Deposição de um fator condicionante da saliva. 
• Aderência e co-aderência das bactérias. 
• Crescimento e multiplicação das bactérias aderidas. 
• Estabilização do crescimento e equilíbrio entre hábitat e 
ambiente (8 horas). 
• Comunidade clímax/Biofilme maduro (1 semana). 
 
➜
• Lado positivo: 
 ↪ Proteção do esmalte. 
 ↪ Reservatório de flúor. 
 
• Lado negativo: 
 ↪ Aderência de microrganismos. 
 
• Biofilmes que se formam naturalmente na superfície dos 
dentes. Composto por microrganismos e restos alimentares. 
• Estado de equilíbrio dinâmico com a resistência orgânica e 
as estruturas locais. 
• Dificulta a colonização por espécies patogênicas. 
• Formação da placa é o evento central que medeia o 
começo e progressão das principais doenças bucais. 
 
➜
• Relação direta entre ambiente, equilíbrio e comportamento 
da microbiota da placa. 
• Mudanças ambientais podem levar a seleção, multiplicação 
e dominância. Essas mudanças podem resultar em mudanças 
deletérias para os tecidos. 
 
• Fluído corpóreo incolor. É composto por 99% água e 1% 
sais minerais e substâncias orgânicas. Possui pH alcalino, 
contém eletrólitos e proteínas fundamentais para manter o 
equilíbrio das estruturas bucais do hospedeiro. 
• O ser humano secreta, em média, de 1 à 2 litros de saliva 
por dia. 
➜
• Exerce função mecânica na limpeza dos restos 
alimentares e microrganismos não aderidos. 
• Lubrificação. 
• Função química de remineralização da superfície dentária 
com seu conteúdo de cálcio e fosfato. 
• Inibe a desmineralização. 
• Ação antibacteriana através da inibição da formação de 
ácidos, inviabilizando nutrientes para as bactérias, destroem 
a parede celular e/ou interferem na aderência dos 
microrganismos. 
• Capacidade tampão (45min) - mucina, bicarbonato e 
monofosfato. Regulação do pH do meio bucal a 6,9. 
• Digestiva. 
 
➜
• Ausência de forças mecânicas (escovação). 
• Multiplicação e formação de uma matriz extracelular. 
• Aumento da espessura do biofilme. 
• Seleção de bactérias anaeróbicas e facultativas. 
• Produção de ácidos. 
 
• Termo utilizado para descrever os resultados – sinais e 
sintomas – de uma dissolução química da estrutura dentária 
causada pelos eventos metabólicos ocorrendo no biofilme 
que cobre a área afetada (Fejerskov & Kidd 2011). 
 
➜
• Perda de mineral, porosidade do esmalte, redução na 
translucidez (lesões brancas e opacas). 
• Forma da lesão reflete onde o biofilme cresceu. 
• Cavitação. 
 
 
 
Nenhuma mudança. Sinais claros de 
dissolução direta da 
camada mais externa 
do esmalte. 
Mudanças no 
esmalte são visíveis 
após secagem com 
jato de ar, 
mostrando aspecto 
poroso e opaco. 
Um aumento adicional 
na porosidade do 
esmalte pela 
remoção seletiva do 
mineral mais íntimo 
na camada externa 
já ocorreu. Uma lesão 
de subsuperfície 
começa a se formar. 
Mudanças clínicas 
podem ser vistas 
imediatamente sem 
secagem com jatos 
de ar. 
Aumento geral na 
porosidade do 
esmalte. 
 
 
 
➜
• Superfície lisa, cicatrícula e fissura, radicular e esmalte. 
➜
• Cárie primária: lesões presentes em superfícies não 
restauradas. 
• Cárie recorrente ou secundária: lesões presentes em 
superfícies que já foram restauradas. 
• Cárie residual: tecido desmineralizado e infectado que foi 
deixado no local da lesão cariosa, previamente à inserção de 
um material restaurador. 
• Cárie rampante: múltiplas lesões cariosas ativas ocorrendo 
em um mesmo paciente. (cárie de mamadeira, cárie por 
radiação e por drogas) 
• Cavitada ou não cavitada: se possui cavidade ou não. 
• Ativa ou inativa: ativa- lesão considerada progressiva. 
Inativa: lesão em que foi interrompida a sua progressão. 
 
➜
 
 
• Os três fatores, quando associados, necessitam de um 
período para favorecer a desmineralização do esmalte. O 
tempo será relevante quando houver a presença de placa 
bacteriana, sendo assim, se for feito a escovação de forma 
corretamente, o risco de ter cárie é mínimo. 
 
➜
• Presença de biofilme. 
• Bactérias. 
• Queda no pH. 
• Presença predominante de bactérias ácido-tolerantes 
(acidúricas): 
 ↪ Streptococcus mutans: principal bactéria causadora 
da cárie. É encontrada em grandes proporções nos sulcos e 
fissuras, áreas de contato e outras zonas retentivas 
(esmalte). 
 ↪ Lactobacillus: são encontrados predominantes na 
placa bacteriana, dentina cariosa, lesões incipientes de 
dentes. Estão relacionadas com o progresso da lesão. 
 ↪ Actinomyces: sã encontradas na microbiota 
subgengival e em placa no dente que possui lesão cariosa na 
superfície de raiz. Induz a cárie radicular e destruição 
periodontal. 
➜ 
• Setor Bacteriano: controle de placa. 
• Setor da dieta: quantidade e frequência de alimentos 
açucarados. 
• Suscetibilidade à doença: programa de fluorterapia. 
 
• Risco é definido como “a probabilidade de ocorrer algo 
prejudicial”. 
• Avaliação do risco de cárie é a ação de predizer se um 
indivíduo desenvolverá lesões por um determinado período 
específico, desde que a exposição aos fatores etiológicos 
permaneça estáveis durante o período em questão. 
 
➜ 
• Alto risco: grande quantidade de placas nas superfícies 
dentárias, consequentemente muitas bactérias. 
• Baixo risco: pouca quantidade de placa, poucas bactérias = 
“boa higiene oral”. 
 
➜ 
• Alto risco: grande proporção de bactérias cariogênicas. 
• Baixo risco: baixa proporção de bactérias cariogênicas. 
 
➜ 
• Alto risco: alta ingestão de carboidratos, principalmente a 
sacarose. Queda no pH. 
• Baixo risco: alimentação com conteúdo baixo de açúcar. 
*Deficiências nutricionais podem modificar a qualidade e 
quantidade da saliva. 
 
➜ 
• Alto risco: fluxo salivar reduzido, resultando na retenção 
prolongada de açucares na boca. 
• Baixo risco: fluxo salivar normal. 
 
➜ 
• Alto risco: ausente = remineralização reduzida. 
• Baixo risco: disponível = aumento da remineralização. 
 
➜ 
• Indivíduos viciados, desempregados, com situação 
econômica ruim.
• Falta de conhecimento, falta de instrução dos pais. 
• Controle irregular da saúde bucal. 
 
➜ 
• Doenças sistêmicas. 
• Determinadas deficiências. 
 
➜ 
• Morar em um país ou área com alto CPO-D. 
• Pertencer a uma família com alto CPO-D. 
• Experiência anterior de cárie alta. 
• Distribuição intrabucal de lesões/restaurações anteriores. 
 
➜ 
• Lesões de mancha branca. 
• Dentes recém erupcionados. 
• Superfícies radiculares expostas. 
• Apinhamento dentário. 
• Fissuras profundas ou outros sítios retentivos naturais. 
• Sítios retentivos causados por tratamento dentário. 
 
• Diagnóstico é a arte de reconhecer e nomear uma 
doença, ou identificar qualquer condição que não seja normal. 
Para o diagnóstico da cárie o clínico precisa conhecer sua 
patologia, que é o reflexo da classificação e descrição da 
cárie. 
 
Pequena ou nenhuma mudança 
na translucidez após secagem 
prologada. 
Nenhuma desmineralização ou 
uma pequena zona de opacidade. 
Opacidade ou descoloração de 
difícil visualização na superfície 
molhada, mas visível após 
secagem. 
Desmineralização do esmalte 
limitada a 50% da sua camada 
externa. 
Opacidade ou descoloração 
visível sem secagem. 
Desmineralização envolvendocerca de 50% do esmalte e 1/3 
da dentina. 
Destruição localizada do esmalte, 
tornando-o opaco ou descolorido 
e/ou descoloração acinzentada 
na dentina subjacente. 
 
Desmineralização envolvendo 
terço médio da dentina 
Cavitação no esmalte opaco ou 
descolorido, com exposição da 
dentina. 
 
Desmineralização envolvendo o 
terço mais interno da dentina. 
 
➜ 
• Inspeção Visual: 
 ↪ Boa iluminação. 
 ↪ Dentes limpos e secos. 
 ↪ Isolamento relativo dos quadrantes. 
 ↪ Baseia nas mudanças de coloração, textura e brilho. 
 ↪ Confiável na detecção de cáries oclusais e de 
superfície lisa. 
• Inspeção Tátil: 
 ↪ Detecção através do uso do explorador ou sonda. 
 ↪ Sondagem de irregularidades na busca de 
destruição anatômica da superfície. 
 ↪ Não é um método confiável. 
 ↪ Sua utilização pode provocar rompimento da 
superfície de lesões incipientes. 
 ↪ Deve ser feito de forma delicada para sentir a 
textura local e permitir a retirada de detritos e biofilme. 
 
• Detecção Radiográfica: 
 ↪ Método complementar. 
 ↪ A perda mineral dos tecidos duros é a base para a 
detecção radiográfica. 
 ↪ É necessária uma relativa perda de mineral para 
que seja possível sua detecção pela radiografia. 
 ↪ Técnica mais utilizada é a bite wing. 
• Transiluminação por Fibra Óptica: 
 ↪ Detecção de cáries interproximais. 
 ↪ Tecido cariado permite maior difusão de luz, 
apresentando assim um índice menor de transmissão de luz 
quando comparado às estruturas hígidas dos dentes. 
 ↪ Confiável para detecção de cárie. 
 
• Detecção através de laser: 
 ↪ Uma luz pulsante de comprimento de onda definido 
é direcionada ao dente. A incidência da luz sobre a superfície 
dental alterada estimula a emissão de luz fluorescente de 
comprimento de onda diferente. 
 ↪ Esta alteração é transmitida através da peça de 
mão do aparelho sob a forma de um sinal acústico. 
 ↪ Método confiável de detecção. 
• Método da resistência elétrica: 
 ↪ A desmineralização do esmalte resulta em um 
aumento da porosidade, possibilitando o preenchimento dos 
poros com saliva, formando assim o caminho para a 
corrente elétrica. 
 ↪ Pode ser expressa numericamente. 
 ↪ Método confiável de detecção. 
 
➜ 
• Nem sempre manchas opacas representa cárie 
(diminuição no conteúdo mineral do esmalte). 
• Fluorose: apresenta uma diminuição simétrica nos dentes 
homólogos devido a sua origem ocorrer durante o 
desenvolvimento dental (estrias brancas horizontais finas). 
• Defeitos de desenvolvimento de origem não fluorogênica: 
apresenta opacidades em sua maioria ovais ou arredondadas 
claramente definidas (dentes unitários, terços incisais). 
 
➜ 
• Cárie Ativa: 
 ↪ Aspecto em esmalte: mancha branca rugosa e 
opaca. 
 ↪ Aspecto em dentina: tecido amolecido de cor 
marrom clara. 
 
• Cárie Inativa: 
 ↪ Aspecto em esmalte: mancha branca, lisa e 
brilhante ou pigmentada. 
 ↪ Aspecto em dentina: tecido duro e escurecido. 
 
➜ 
• Aguda: 
 ↪ Segue um curso de desenvolvimento rápido, e em 
muitas vezes resulta em comprometimento precoce da 
polpa dental. 
 ↪ Ocorre mais frequentemente em crianças e 
adultos jovens. 
 ↪ Em razão da rápida evolução da doença, não há 
formação de dentina de reação por parte da polpa. 
 ↪ Frequentemente causa dor. 
 ↪ Possui coloração clara. 
 ↪ Consistência macia e friável. 
• Crônica: 
 ↪ É de evolução lenta, permitindo a esclerose dos 
canalículos dentinários, com consequente menor 
permeabilidade. 
 ↪ Promove formação de dentina de reação. 
 ↪ Possui coloração castanho escuro. 
 ↪ A dor não é uma característica comum. 
 ↪ Consistência dura.

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