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Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
O PARTIDO XXXXX, partido político com representação no Congresso Nacional, devidamente registrado no Tribunal Superior Eleitoral, inscrito no CNPJ sob nº XXXXXXXXXXXX, com sede à rua XXXXXXX, nº XXX, na cidade de XXXXXXX, Estado de XXXXXXXX, neste ato representado, na forma de seu Estatuto Social, pelo seu Presidente XXXXXXXXXXXXX, vem respeitosamente, por intermédio de seu procurador infra assinado (procuração em anexo), à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 102 § 1º e 103, inciso VIII da Constituição Federal, Art. 1º da Lei Federal n 9.882/99,Art. 3º da Lei Federal nº 9.882/99, propor a presente: 
AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Com pedido de concessão de medida liminar, diante da inconstitucionalidade contida nos art. 21 e 22 da Lei Orgânica do Município XXXX, os quais abrigaram ato de flagrante ilegalidade promovido pela Câmara Municipal da referida comarca, que olvida princípio basilar constitucional; e aponta indubitavelmente, os preceitos constitucionais violados a saber: art. 1º, caput; Art. 22, inciso I, art. 5º, LIV; arts. 2º e 60 § 4º, III; art. 29 caput e inciso X, todos da Constituição da República. 
DOS FATOS 
A presente ADPF visa combater patente inconstitucionalidade na redação dos artigos 21 e 22 da Lei Orgânica, datada de 1983, do Município supra referido. Extrai-se da leitura do Art. 21, que serão consideradas como crime de responsabilidade, se praticadas pelo chefe do executivo municipal do Prefeito, um rol de condutas, dentre as quais, por exemplo, o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal. Como sanção pela tipificação da conduta, prever o texto legal que tal se sujeitara o Prefeito ao afastamento imediato de suas funções executivas, tão logo ocorra a abertura do processo político. 
Ora, preliminarmente, é dever ressalvar que o texto legal municipal é anterior a promulgação de nossa Carta Magna, o que já fundamenta a presenta ação, nos termos do Art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei nº 9.882/99. 
Não obstante a obsolescência da lei em oposição, importa destacar que no mesmo diploma, à luz do Art. 22 da norma municipal, a competência pelo processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes de responsabilidade, recairá sobre a Justiça Estadual de primeira instância, o que contraria em absoluto o texto Constitucional descrito no Art. 29, XI da CRFB/88.
Não bastasse as incongruências da malfada norma municipal, valendo-se da vigência do respectivo diploma, já há representação oferecida por Vereadores da oposição com vistas à instauração do respectivo processo de apuração de crime de responsabilidade com o qual visam alcançar a materialização das sanções e restrições previstas na Lei Municipal. 
I – DAS PRELIMINARES
Legitimação ativa 
Nos termos do Art. 2º da Lei 9.882/99 podem propor legitimamente Ação para Arguição de descumprimento de preceito fundamental os agentes descritos no constam no rol taxativo do artigo 103 da CRFB/88, assim, vencida pois a questão da Legitimidade dos proponentes, visto constarem expressamente no texto constitucional nos termos do art. 103, inciso VIII, passemos pois à questão do cabimento;
Cabimento da ADPF
Como critério para recepção e processamento da respectiva Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, o texto constitucional dispõe em seu art. 102, § 1º e conforme a regulamentação estabelecida pela Lei nº 9.882/99, que verificada a ocorrência de atos comissivos ou omissivos dos Poderes Públicos e que casem ou possam causar lesão ou ameaça de lesão aos princípios e regras definidas na Constituição da República de 1988. Ora, as razões supra descritas se amoldam precisamente, ao que estabelece a já referida Lei 9.882/99, vejamos:
“Art. 1o A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição” (grifo nosso)
Como se extrai da redação dada aos citados art. 21 e 22 da Lei Municipal (em anexo), publicados em 1983, logo anteriores à Constituição, verifica-se clara dissonância com os preceitos constitucionais, vejamos:
a) O artigo 21 ora questionado estabelece diversas condutas como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. Ou seja, viola o princípio da ampla defesa, do contraditório e regular processo legal.
b) Já o Art. 22 da norma municipal contém previsão que define a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Igualmente, viola o princípio da competência definida constitucionalmente.
Portanto, face ao exposto e em homenagem ao princípio da subsidiariedade, a Arguição de preceito Fundamental traduz-se na única ação que de controle objetivo de constitucionalidade aplicável, cabível, consoante Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99.
Preceitos Violados
Como já enfatizado os respectivos artigos 21 e Art. 22 da Lei Orgânica do Município violam flagrantemente o art. 1º, caput, bem como art. 22, inciso I, art. 5º, LIV, CRFB, arts. 2º e 60 § 4º, III, CRFB), Art. 29,caput e inciso X.
Inexistência de solução alternativa
Não obstante o arcabouço de mecanismos legais eventualmente alternativos, verifica-se no caso em tela a absoluta inexistência de opção para resolução da divergência. Não há falar, por exemplo, na utilização de Ação direta de Inconstitucionalidade. 
Assim, resta lançar mão da ADPF como derradeiro instrumento constitucional apto ao controle de legitimidade do direito pré-constitucional, visto que a Lei Orgânica Municipal é vigente, pré constitucional e contem dispositivos não recepcionados pela Constituição de 1988.
Com efeito, a ADPF cumpre os requisitos constitucionais para a sua proposição, quais sejam: 
(a) existir lesão ou ameaça a preceito fundamental; 
(b) lesão ser causada por atos comissivos dos Poderes Públicos; 
(c) não existir nenhum outro instrumento apto a sanar esta lesão ou ameaça. 
Portanto, saneados os Pressupostos de Admissibilidade passemos, pois os preceitos fundamentais objetivamente violados.
II - NO MÉRITO
Dos Preceitos Fundamentais violados
Para o doutrinador Konrad Hesse, a Constituição não configura apenas a expressão de um ser, mas também de um dever ser. Assim, o texto constitucional não é apenas um conjunto de premissas abstratas, cuja aplicabilidade está condicionado à vontade dos indivíduos, pessoas jurídicas ou entes estatais. Ao contrário, com sua promulgação, delimita o que é aplicável aos fatos jurídicos, determinando pois a conduta obrigatória doravante. 
Diante desse panorama, é cediço que atos quer sejam municipais, estaduais ou federais, demandam sincronicidade com os princípios expressos e implícitos da Constituição. Havendo, pois, incoerência, demandam imediata correção, sob pena de prejudicar o possuir potencial para tanto.
Convém aduzir que a jurisprudência tem compreendido que a lesão a preceito fundamental não se concretiza somente na hipótese de possível afronta a um princípio Como já elencado o texto municipal ofende os seguintes pressupostos da Constituição federal, a saber:
· Violação ao art. 1º, caput c/c art. 22, I, da CRFB/88 - A Carta Magna define nossa nação como uma Federação, distribuindo e restringindo competências legislativas aos entes federados. A legislação Municipal, viola a competência da União por legislar acerca de matéria penal, por conseguinte, ofende o Principio Republicano da formação federativa doBrasil. Igualmente, como supra citado, os artigos das Legislação Municipal definem regras de matéria de direito penal cuja competência legislativa é privativa da União. Assim o rol descrito na legislação municipal que definem os crimes de responsabilidade do Executivo Municipal fere a competência legislativa exclusiva da União, caracterizando portanto, ser eivada de vício de constitucionalidade, sendo pois materialmente inconstitucional. 
· Violação ao Artigo 2º - Ora, se a legislação ofende o princípio republicano da Federação, ofende por consequência o da separação de poderes. Como já enfatizado o referido ato municipal usurpa competência estabelecida na Constituição. Nesse contexto é de suma importância que sejam firmemente repudiados os atos que agridam e portanto demandem proteção constitucional das competências estabelecidas. 
· Violação ao Artigo 29, caput e inciso X – o texto constitucional é claro ao definir que Prefeitos possuem a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns. Assim, fica violado o texto constitucional quando o art. 22 da lei municipal prevê a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Fere portanto o Princípio Constitucional do devido processo legal e mais uma vez do da competência, desta feita a da atribuição do Tribunal de Justiça do respectivo estado federado.
· Violação ao Artigo 5º, LIV - reza a Carta Magna que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Desse importante princípio surgem os postulados da proporcionalidade, acesso à justiça, juiz natural, ampla defesa, contraditório, igualdade entre as partes e celeridade processual. Ora, o texto municipal, ao definir que recai à Justiça Estadual de Primeira Instância, como competente, contraria e viola a competência do respectivo Tribunal de Justiça e por desdobramento o natural curso de um processo que objetiva identificar, julgar e eventualmente punir atos de responsabilidade de um Prefeito.
III - DO PEDIDO LIMINAR 
A urgência da prestação jurisdicional se verifica em face da existência de representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido ato normativo.
Neste contexto, a Lei nº 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida cautelar, a fim de que sejam resguardados direitos ameaçados. O caso em tela contempla os requisitos fundamentais. Há o periculum in mora visto que a leniência em se evitar o afastamento indevido e por que não, ilegal do executivo municipal poderá resultar em prejuízo irreparável ou de difícil reparação à normalidade da administração municipal e aos direitos políticos constitucionalmente protegidos do Prefeito. Igualmente em face do exposto, verifica-se o fumus boni iuris considerando sobejar violação à Carta Magna. 
Assim, afigurando-se caso de extrema urgência ou de perigo de lesão grave, a liminar poderá ser concedida pelo relator ad referendum do tribunal Pleno (art. 5º e § 1º da lei 9.882/99). 
Portanto, está nítido o direito que a Requerente possui em ter seu pleito de tutela cautelar de urgência antecedente concedido, com fundamento no artigo 5º, § 3º da Lei9.882/99, requer a suspensão do trâmite da ação fundada em crime de responsabilidade oferecida em desfavor do prefeito. 
IV - DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, se requer: 
a) a oitiva do Procurador Geral da República com fulcro no art. 7º, lei. 9.882/99;
b) solicitação de informações à Câmara dos Vereadores pela edição da Lei em respeito ao estabelecido no § 2º, art. 5º e art. 6º da Lei. 9.882/99; 
c) O deferimento da liminar e o julgamento definitivo de procedência da ADPF;
d) Sustação da eficácia do artigo 21 e 22 da Lei Orgânica do Município em vista de contraria a Constituição Federal pelas razões supra expostas;
e) Que seja declarada a inconstitucionalidade dos Artigos 21 e 22 da Lei Orgânica do Município em face da Constituição da República por incompatibilidade formal e material à Constituição. 
Para prova dos alegados, instrui a presente exordial com cópia dos dispositivos legais ora impugnados, consoante art. 3º da Lei 9.882/99. 
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000, 00. 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Brasília, 13 de março de 2021
Anderson Lesther de Souza Silva
OAB XXXXX/XX
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