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Apostila Neuro - Ananda

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Ananda Renata Mian T14 
1 
 
APOSTILA 
DE 
NEUROLOGIA 
 
1. Anatomia 
2. Fisiologia cerebral 
3. Vascularização cerebral 
4. Nervos Cranianos 
5. Exame Fundo de Olho 
6. Forames Cranianos 
7. Embriologia do SNC 
8. Hipertensão Intracraniana 
9. Eletroencefalograma 
10. Epilepsias 
11. Demências 
12. Coma e morte Encefálica 
13. Cefaleias 
14. Patologias da Coluna e Medula Espinhal 
15. Hidrocefalia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ananda Renata Mian T14 
2 
TRONCO ENCEFÁLICO 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo, ou 
seja, conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente. A substância 
branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o 
cérebro e também as provenientes dele. Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontram-
se massas de substância cinzenta denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como 
a pressão sanguínea e a respiração. Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em 
núcleos e fibras nervosas, que por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou 
lemniscos. 
Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição 
dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. O 
tronco encefálico se divide em: bulbo, situado caudalmente, mesencéfalo, e a ponte situada entre ambos. 
BULBO (MEDULA OBLONGA): 
O bulbo ou medula oblonga tem forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com 
a medula espinhal. A separação entre medula e bulbo é o filamento radicular mais cranial do primeiro 
nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno. 
O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno deste órgão, sulco bulbo-
pontino, que corresponde à margem inferior da ponte. A superfície do bulbo é percorrida por dois sulcos 
paralelos que se continuam na medula. Estes sulcos delimitam o que é anterior e posterior no bulbo. 
Vista pela superfície, aparecem como uma continuação dos funículos da medula espinhal. A fissura 
mediana anterior termina cranialmente em uma depressão denominada forme cego. 
De cada lado da fissura mediana anterior existe uma eminência denominada pirâmide, formada por um 
feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios 
motores da medula. Este trato é chamado de trato piramidal ou trato córtico-espinhal. 
Na parte caudal do bulbo, as fibras deste trato 
cruzam obliquamente o plano mediano e 
constituem a decussação das pirâmides. É 
devido à decussação das pirâmides que o 
hemisfério cerebral direito controla o lado 
esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral 
esquerdo controla o lado direito. Por exemplo: 
em uma lesão encefálica à direita, o corpo será 
acometido em toda sua metade esquerda. 
Entre os sulcos lateral anterior e lateral 
posterior temos a área lateral do bulbo, onde 
se observa uma eminência oval, a oliva, 
formada por uma grande quantidade de 
substância cinzenta. Ventralmente à oliva, 
emerge do sulco lateral anterior, os filamentos 
reticulares do nervo hipoglosso. Do sulco lateral posterior emergem os filamentos radiculares que se 
unem para formar os nervos glossofaríngeo e o vago além dos filamentos que constituem a raiz craniana 
ou bulbar do nervo acessório que une se com a raiz espinhal. 
A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo é percorrida por um estreito canal, continuação 
direta do canal central da medula, que se abre para formar o IV ventrículo, cujo assoalho é constituído 
pela metade rostral ou porção aberta do bulbo. O sulco mediano posterior termina a meia altura do 
 
Ananda Renata Mian T14 
3 
bulbo, em virtude do afastamento dos seus lábios, que contribuem para a formação dos limites laterais 
do IV ventrículo. 
Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral 
posterior, encontra-se a continuação do funículo 
posterior da medula, sendo que no bulbo, este é 
dividido em fascículo grácil e fascículo cuneiforme 
pelo sulco intermédio posterior. Estes fascículos 
são constituídos por fibras nervosas ascendentes, 
provenientes da medula, que terminam em duas 
massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e 
cuneiforme, situados na parte mais cranial dos 
fascículos correspondentes. 
Estes núcleos determinam o aparecimento de duas 
eminências: o tubérculo grácil, mais medial, e o 
tubérculo cuneiforme, mais lateral. Em virtude do 
IV ventrículo, os tubérculos grácil e cuneiforme se 
afastam lateralmente como dois ramos de um “V” 
e gradualmente continuando para cima com o 
pedúnculo cerebelar inferior (corpo restiforme). 
Este, é formado por um grosso feixe de fibras que formam as bordas laterais da metade caudal do IV 
ventrículo, fletindo-se dorsalmente para penetrar no cerebelo. 
No bulbo localiza-se o centro respiratório, muito importante para a regulação do ritmo respiratório. 
Localizam-se também o centro vasomotor e o centro do vômito. O bulbo é extremamente sensível a certas 
drogas, especialmente os narcóticos. Uma dose excessiva de narcótico causa depressão do bulbo e morte 
porque a pessoa para de respirar, assim como uma fratura de base de crânio. 
PONTE 
Ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente 
ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. Sua 
base situada ventralmente apresenta uma estriação transversal em virtude da presença de numerosos 
feixes de fibras transversais que a percorrem. 
Estas fibras convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, o pedúnculo cerebelar médio, que 
se penetra no hemisfério cerebelar correspondente. Considera-se como limite entre a ponte e o pedúnculo 
cerebelar médio (braço da ponte) o ponto de emergência do nervo trigêmeo (V par craniano). Esta 
emergência se faz por duas raízes, uma maior, ou raiz sensitiva do nervo trigêmeo, e outra menor, ou 
raiz motora do nervo trigêmeo. 
Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe um sulco, o sulco basilar, que 
geralmente aloja a artéria basilar. A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, 
de onde emerge de cada lado, a partir da linha mediana, o VI, o VII e o VIII par craniano. 
O VI par, o nervo abducente, emerge entre a ponte e a pirâmide do bulbo. O VIII par craniano, o nervo 
vestíbulo-coclear, emerge lateralmente próximo a um pequeno lobo denominado flóculo. O VII par 
craniano, o nervo facial, emerge lateralmente com o VIII par craniano, o nervo vestíbulo-coclear, com o 
qual mantém relações íntimas. Entre os dois, emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensitiva do VII 
par craniano. 
A parte dorsal da ponte não apresenta linha de demarcação com a parte dorsal do bulbo, constituindo 
ambas o assoalho do IV ventrículo. 
Núcleos da Ponte: 
 
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4 
 Núcleo Motor do Nervo Trigêmeo (V par craniano) – está situado na margem lateral do quarto 
ventrículo. 
 Núcleos Sensitivos do Nervo Trigêmeo (V par craniano) – continuação cefálica da coluna 
sensitiva da medula espinhal. As fibras que penetram na ponte vindas do gânglio do trigêmeo dividem-
se em ramos ascendentes e descendentes. 
 Núcleo do Nervo Abducente (VI par craniano) – forma parte da substância cinzenta dorsal da 
eminência medial do assoalho do quarto ventrículo, profundamente ao colículo facial. 
 Núcleo do Nervo Facial (VII par craniano) – está situado profundamente na formação reticular, 
lateralmente ao núcleo do nervo abducente. Emergem pela borda do caudal entre a oliva e o pedúnculo 
cerebelar inferior. 
 Núcleo do Nervo Vestíbulococlear (VIII par craniano) – o núcleo da divisão vestibular ocupa 
uma grande área na porção lateral do quarto ventrículo. O núcleo da divisão coclear localiza-se na porção 
caudal daponte. 
Quarto Ventrículo: está situado entre o bulbo e a ponte em sua face posterior e ventralmente ao 
cerebelo. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral, 
cavidade do mesencéfalo que comunica o III e o IV ventrículo. A cavidade do IV ventrículo se prolonga 
de cada lado para formar os recessos laterais, situados na superfície dorsal do pedúnculo cerebelar 
inferior. 
Este recesso se comunica de cada lado com o espaço subaracnoideo por meio das duas aberturas laterais 
do IV ventrículo. Há também uma abertura mediana do IV ventrículo denominada de forame de 
Magendie, ou forame mediano, situado no meio da metade caudal do tecto do IV ventrículo. 
Por meio desta cavidade, o líquido cérebro-espinhal, que enche a cavidade ventricular, passa para o 
espaço subaracnoideo. 
O assoalho de IV ventrículo ou fossa romboide, é formado pela parte dorsal da ponte e pela porção aberta 
do bulbo. 
Tecto do IV ventrículo: a metade cranial do tecto do IV ventrículo é constituída por uma fina lamina 
de substância branca, o véu medular superior, que se estende entre os dois pedúnculos cerebelares 
superiores. 
A tela corioide é formada pela união do epitélio ependimário, que reveste internamente o ventrículo com 
a pia-máter e reforça externamente este epitélio. Esta tela emite projeções irregulares e muito 
vascularizadas para a formação do plexo corioide do IV ventrículo. Este plexo corioide tem a forma de 
“T” e produz líquido cérebro-espinhal, que se acumula na cavidade ventricular passando ao espaço 
subaracnoideo através das aberturas laterais e da abertura mediana do IV ventrículo. A ponte tem um 
papel fundamental na regulação do padrão e ritmo respiratório. Lesões nessa estrutura podem causar 
graves distúrbios no ritmo respiratório. 
Mesencéfalo: 
 
 
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Núcleos do Mesencéfalo: 
 Núcleo da Raiz Mesencefálica do Nervo Trigêmeo (V par craniano) – forma uma região 
dispersa na porção lateral da substância cinzenta central que circunda o aqueduto. 
 Núcleo do Nervo Troclear (IV par craniano) – está ao nível do colículo inferior. 
 Núcleo do Nervo Oculomotor (III par craniano) – aparece numa secção transversal. Estende-se 
até o colículo superior. 
CEREBELO 
O cerebelo, órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica 
situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa 
sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter 
denominada tenda do cerebelo. 
Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos 
cerebelares médio e superior, respectivamente. Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere 
fundamentalmente do cérebro porque funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua 
função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação). 
Anatomicamente, distingue-se no cerebelo, uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas 
grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. O vérmis é pouco separado dos hemisférios na face 
superior do cerebelo, o que não ocorre na face inferior, onde dois sulcos são bem evidentes o separam das 
partes laterais. 
O cerebelo é constituído de um centro de substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradia 
a lâmina branca do cerebelo, revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o 
córtex cerebelar. O corpo medular do cerebelo com suas lâminas brancas, quando vista em cortes 
sagitais, recebem o nome de “árvore da vida”. No interior do campo medular existem quatro pares de 
núcleos de substância cinzenta, que são os núcleos centrais do cerebelo: denteado, emboliforme, globoso 
e fastigial. Um lóbulo importante é o flóculo, situado logo abaixo do ponto em que o pedúnculo cerebelar 
médio penetra no cerebelo, próximo ao nervo vestíbulo-coclear. Liga-se ao nódulo, lóbulo do vérmix, pelo 
pedúnculo do flóculo. As tonsilas são bem evidentes na parte inferior do cerebelo, projetando-se 
medialmente sobre a face dorsal do bulbo. 
 
DIENCÉFALO 
O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo. O cérebro é a parte mais 
desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade craniana. O diencéfalo é uma estrutura ímpar 
que só é vista na porção mais inferior de cérebro. Ao diencéfalo compreendem as seguintes partes: 
tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas relacionadas com o III ventrículo. 
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III Ventrículo: 
 É uma cavidade no diencéfalo, ímpar, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e 
com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares. No assoalho do III ventrículo 
encontra-se, de anterior para posterior, as seguintes formações: quiasma óptico, infundíbulo, túber 
cinéreo e corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo. Unindo os dois tálamos observa-se 
freqüentemente uma estrutura formada por substância cinzenta, a aderência intetalâmica. 
A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, fina lâmina de tecido nervoso, que 
une os dois hemisférios e dispõem-se entre o quiasma óptico e a comissura anterior. A comissura 
anterior, a lâmina terminal e as partes adjacentes das paredes laterais do III ventrículo pertencem ao 
telencéfalo. A luz do III ventrículo se evagina para formar quatro recessos na região do infundíbulo: 
 Recesso do Infundíbulo, acima do quiasma óptico; 
 Recesso Óptico; 
 Recesso Pineal, na haste da glândula pineal; 
 Recesso Suprapineal, acima do corpo pineal. 
TÁLAMO 
O tálamo, com comprimento de cerca de 3 cm, compondo 
80% do diencéfalo, consiste em duas massas ovuladas 
pareadas de substância cinzenta, organizada em núcleos, 
com tratos de substância branca em seu interior. A 
extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma 
eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que participa 
da delimitação do forame interventricular. A extremidade 
posterior, consideravelmente maior que a anterior, 
apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. 
 O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva, e o lateral da via óptica. 
Alguns núcleos transmitem impulsos para as áreas sensoriais do cérebro: 
 Corpo (núcleo) Geniculado Medial – transmite impulsos auditivos; 
 Corpo (núcleo) Geniculado Lateral – transmite impulsos visuais; 
 Corpo (núcleo) Ventral Posterior – transmite impulsos para o paladar e para as sensações 
somáticas, como as de tato, pressão, vibração, calor, frio e dor. 
O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da porção inferior do 
encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro. O tálamo classifica a informação, dando-
nos uma ideia da sensação que estamos experimentando, e as direciona para as áreas específicas do 
cérebro para que haja uma interpretação mais precisa. 
Funções do Tálamo: 
 Sensibilidade; 
 Motricidade; 
 Comportamento Emocional; 
 Ativação do Córtex; 
 Desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou estado de alerta. 
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HIPOTÁLAMO 
O Hipotálamo é constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se agrupa em núcleos. É uma 
área relacionadas à atividade visceral. O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III 
ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que separa o tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas 
visíveis na face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos 
mamilares. Trata-se de uma área muito pequena (4 g). 
 Corpos Mamilares: são duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na 
parte anterior da fossa interpeduncular. 
 Quiasma Óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas 
do nervo óptico, que ai cruzam em parte e continuam nos tratos óptico que sedirigem aos corpos 
geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. 
 Túber Cinéreo: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e do trato 
óptico, entre os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. 
 Infundíbulo: é uma formação nervosa em forma de um funil que se prende ao túber cinéreo, 
contendo pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso do infundíbulo. A 
extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber 
cinéreo, enquanto a extremidade inferior continua com um processo infundibular, ou lobo nervoso 
da hipófise. A hipófise está contida na sela túrcica do osso esfenoide. 
 
Funções do Hipotálamo: 
 Controle do sistema nervoso autônomo; 
 Regulação da temperatura corporal; 
 Regulação do comportamento emocional; 
 Regulação do sono e da vigília; 
 Regulação da ingestão de alimentos; 
 Regulação da ingestão de água; 
 Regulação da diurese; 
 Regulação do sistema endócrino; 
 Geração e regulação de ritmos circadianos. 
EPITÁLAMO 
Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. 
Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e 
mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico. A comissura posterior situa-se no prolongamento em 
que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada como limite entre o mesencéfalo e o 
diencéfalo. Portanto, o epitálamo é formado por: 
Trígono da Habênula – área triangular na extremidade posterior da tênia do tálamo junto ao corpo 
pineal. 
Corpo Pineal – é uma estrutura semelhante a uma glândula, de aproximadamente 8 mm de 
comprimento, que se situa entre os colículos superiores. Embora seu papel fisiológico ainda não esteja 
completamente esclarecido, a glândula pineal secreta o hormônio melatonina, sendo assim, uma 
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8 
glândula endócrina. A melatonina é considerada a promotora do sono e também parece contribuir para 
o ajuste do relógio biológico do corpo. 
Comissura Posterior – é um feixe de fibras arredondado que cruza a linha mediana na junção do 
aqueduto com o terceiro ventrículo anterior e superiormente ao colículo superior. Marca o limite entre o 
mesencéfalo e diencéfalo. 
Com exceção da comissura posterior, todas as formações não endócrinas do epitálamo pertencem ao 
sistema límbico, estando assim relacionados com a regulação do comportamento emocional. 
SUBTÁLAMO 
Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Sua visualização é 
melhor em cortes frontais do cérebro. Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado 
lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de 
substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Lesões no núcleo 
subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos 
anormais das extremidades. 
TELENCÉFALO 
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e uma pequena linha 
mediana situada na porção anterior do III ventrículo. Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente 
separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo o assoalho é formado por uma larga faixa de fibras 
comissurais, denominada corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Os hemisférios 
possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo 
pelos forames interventriculares. 
Cada hemisfério possui três pólos: Frontal, Occipital e Temporal; e três faces: Súpero-
lateral (convexa); Medial(plana); e Inferior ou base do cérebro (irregular), repousando anteriormente 
nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo. 
Sulcos e Giros: 
Sulco Central: separa o lobo parietal do frontal. O sulco central é ladeado por dois giros paralelos, um 
anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do sulco 
central relacionam-se com a MOTRICIDADE, enquanto as situadas atrás deste sulco 
relacionam-se com a SENSIBILIDADE. 
Outro sulco importante situado no telencéfalo, na face medial, é o Sulco Parieto-occipital, que separa 
o lobo parietal do occipital.Os lobos cerebrais recebem o nome de acordo com a sua localização em relação 
aos ossos do crânio. Portanto, temos cinco lobos: Frontal, Temporal, Parietal, Occipital e o Lobo 
da Ínsula, que é o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio, pois está situado 
profundamente no sulco lateral. 
 Lobo occipital está relacionado com a visão. 
Giros: 
 Giro Pré-central: localiza-se entre o sulco central e o sulco pré-central. Neste giro se localiza a 
área motora principal do cérebro (córtex motor). 
 Giro Frontal Superior: localiza-se acima do sulco frontal superior. 
 Giro Frontal Médio: localiza-se entre o sulco frontal superior e inferior. 
 Giro Frontal Inferior: localiza-se abaixo do sulco frontal inferior. O giro frontal inferior do 
hemisfério esquerdo é o centro cortical da palavra falada 
Lobo Temporal: 
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Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece o seu assoalho, que é parte do giro temporal superior. A 
porção superior deste assoalho é atravessada por pequenos giros transversais, os giros temporais 
transversos, dos quais o mais evidente é o giro temporal transverso anterior. Esse é importante pois se 
localiza o centro cortical da audição. 
Lobo Parietal: 
 Giro Pós-central: É no giro pós-central que se localiza uma das mais importantes áreas 
sensitivas do córtex, a área somestésica. 
 
Fórnix: emergindo abaixo do esplênio do corpo caloso e arqueando-se em direção à comissura anterior, 
está o fórnix, feixe complexo de fibras que, entretanto, não pode ser visto em toda a sua extensão em um 
corte sagital do cérebro. É constituído por duas metades laterais e simétricas afastadas nas 
extremidades e unidas entre si no trajeto do corpo caloso. A porção intermédia em que as duas metades 
se unem constitui o corpo do fórnix e as extremidades que se afastam são, respectivamente, as colunas 
do fórnix (anteriores) e os ramos do fórnix (posteriores). As colunas do fórnix terminam no corpo mamilar 
correspondente cruzando a parede lateral do III ventrículo. Os ramos do fórnix divergem e penetram de 
cada lado no corno inferior do ventrículo lateral, onde se ligam ao hipocampo. No ponto em que as pernas 
do fórnix se separam, algumas fibras passam de um lado para o outro, formando a comissura do fórnix. 
Lóbulo Paracentral: localiza-se entre o sulco marginal e o sulco paracentral. Na parte anterior e 
posterior deste lóbulo localizam-se as áreas motoras e sensitivas relacionadas com a perna e o pé. 
Sulco Calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo 
caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao pólo 
occipital. Nos lábios do sulco calcarino localiza-se o centro 
cortical da visão. 
Giro Para-hipocampal: se liga posteriormente ao giro do 
cíngulo através de um giro estreito, o istmo do giro do 
cíngulo. Assim o úncus, o giro para-hipocampal, o istmo do 
giro do cíngulo e o giro do cíngulo constituem o lobo límbico, 
parte importante do sistema límbico, relacionado com o 
comportamento emocional e o controle do sistema nervoso 
autônomo. 
 
Núcleos da Base: 
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 Corpo Amigdaloide: é uma massa esferoide de substância cinzenta de cerca de 2 cm de diâmetro 
situada no pólo temporal do hemisfério cerebral. O corpo amigdaloide faz parte do sistema límbico e é 
um importante regulador do comportamento sexual e da agressividade. 
 Núcleo Basal de Meynert: de difícil visualização macroscópica. Situa-se na base do cérebro, entre a 
substância perfurada anterior e o globo pálido, região conhecida como substância inominata. Contem 
neurônios grandes ricos em acetilcolina. 
 
 
O CÉREBRO 
O cérebroconstitui cerca de 80% da massa total do encéfalo. Consome cerca de 20% do oxigênio do 
organismo e recebe cerca de 25% do sangue do corpo, pesando em média 1300 gramas. O cérebro está 
dividido em duas metades, os hemisférios cerebrais esquerdo e direito, interligados entre si pelo corpo 
caloso, situado na parte inferior da fissura inter-hemisférica. Cada hemisfério possui uma fina camada 
externa de substância cinzenta – o córtex cerebral que contém os corpos celulares dos neurónios. Situada 
debaixo do córtex cerebral está uma abundante camada de substância branca, contendo feixes de axonios 
neuronais mielinizados, que lhe conferem a aparência branca. Os hemisférios cerebrais estão divididos 
em quatro lobos cerebrais: lobo frontal, temporal, parietal e occipital, cada um com funções específicas a 
desempenhar. 
Córtex cerebral 
O córtex cerebral apresenta coloração cinzenta e localiza-se na 
área externa do cérebro. É formado por células nervosas e 
neurônios e é responsável pelo dom da comunicação, 
sentimentos, assimilação, concentração e memória. Além disso, 
é responsável pelos movimentos musculares, atuando através 
do córtex motor, que se divide em: 
 Córtex motor primário: Localizado na região dos 
lóbulos frontais, é responsável pelos movimentos 
voluntários, em sua maioria relacionados aos 
movimentos dos membros inferiores e músculos 
relacionados à fala; 
 Córtex motor pré-primário: Desempenha a função 
da aprendizagem da coordenação e atua nos 
movimentos de precisão. É a zona pré-motora que prepara o corpo para algum movimento a ser 
realizado, passando então ao córtex motor primário a função de executá-lo; 
 
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 Área motora suplementar: Encontra-se acima da zona pré-motora e atua em conjunto com a 
mesma, ajudando-a a executar os movimentos de postura do corpo humano. 
Líquido cefalorraquidiano 
O líquido cefalorraquidiano é encontrado no espaço situado entre as meninges pia-máter e aracnoide. 
Atua na absorção de impactos e movimentos, protegendo o cérebro e a medula espinhal. Sabe-se hoje em 
dia que o liquor é produzido nos plexos corioides dos ventrículos e também que uma pequena porção é 
produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. A circulação do 
liquor se faz de baixo para cima. No espaço subaracnoideo da medula, o liquor desce em direção caudal, 
mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnoideas 
existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. 
 
 
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO 
No sistema nervoso diferenciam-se dois tipos de células: os neurónios, ou células nervosas, e as células 
da glia ou células gliais. As células gliais cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os 
neurónios. No que diz respeito aos neurónios, estes são as unidades estruturais fundamentais do sistema 
nervoso. Estas células altamente especializadas geram impulsos bioelétricos e transmitem-nos de uma 
parte do corpo para outra. Estes sinais alertam-nos para uma variedade de estímulos internos e externos 
e permitem ao nosso organismo responder-lhes. Os neurónios podem assumir mais do que uma forma e 
vários tamanhos, contudo, todos têm a mesma estrutura básica. 
O neurônio é constituído por um volumoso corpo celular, contendo o núcleo que, por sua vez, se encontra 
rodeado pelo citoplasma e organelas nele existentes. Dois tipos de prolongamentos estendem-se a partir 
do corpo celular: axónios e dendritos. Os dendritos são prolongamentos altamente ramificados que vão 
se afilando e que terminam em receptores sensoriais especializados (como os neurônios sensoriais 
primários) ou formam sinapses com neurônios vizinhos, dos quais recebem estímulos. 
 
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a) Neurónio sensorial em que o axónio se ramifica. b) Neurónio motor enervando uma célula muscular. 
Cada neurônio tem um único axônio que transmite, de uma forma geral, os impulsos para fora do corpo 
celular. Os axónios apresentam uma estrutura cilíndrica terminando sobre outros neurônios ou órgãos 
efetores por meio de pequenos ramos que finalizam em pequenas dilatações chamadas botões terminais. 
POTENCIAL DE AÇÃO 
As funções do sistema nervoso dependem de uma propriedade fundamental dos neurônios intitulada 
excitabilidade, a qual está relacionada com as propriedades do seu estado de repouso. A diferença de 
potencial entre os meios intracelular e extracelular num neurônio típico é cerca de -70 milivolts. Este é 
conhecido como o potencial de repouso da membrana. Nos neurônios, os íons que são os principais 
responsáveis por este gradiente são o sódio (Na+) e o potássio (K+), que se encontram em maior 
concentração nos meios extra e intracelular, respectivamente. Este gradiente é possível devido ao fato 
da membrana plasmática do neurônio transportar ativamente estes íons através de bombas sódio-
potássio. Esta bomba consiste em várias membranas proteicas que transportam os íons Na+ para o 
exterior da célula e os íons K+ para o interior da mesma, utilizando energia na forma de adenosina 
trifosfato (ATP). A proporção entre íons transportados pela bomba é 3 Na+ : 2K+ . Como a saída de sódio 
não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, resulta que o potencial de repouso 
da membrana é negativo. Diz-se então que a membrana está polarizada. 
Quando um neurónio é estimulado, a sua membrana torna-se subitamente mais permeável aos íons Na+ 
e, como tal, estes entram para dentro da 
célula a favor do gradiente 
eletroquímico. Em consequência, ocorre 
uma alteração do potencial de 
membrana de -70 mV para +30 mV, 
despolarização da membrana, ficando o 
neurônio num estado excitado. Uma 
onda de despolarização, conhecida como 
potencial de ação transmite-se então ao 
longo da membrana plasmática. 
Imediatamente após a despolarização 
dá-se o fenômeno de repolarização, em 
que a membrana retorna ao seu estado 
anterior. A repolarização da membrana 
é resultado de dois fatores: (1) um súbito decréscimo na permeabilidade da membrana aos ions de sódio, 
que interrompe o seu influxo, e (2) um rápido efluxo de íons potássio. 
Observa-se que o potencial de membrana decresce momentaneamente abaixo dos -70 mV este processo 
– hiperpolarização da membrana – se deve a um atraso no encerramento dos canais de potássio presentes 
na membrana. Quando um neurônio deixa de ser estimulado, a bomba sódio-potássio rapidamente 
restabelece as concentrações intra e extracelulares de ambos os íons, preparando-o para um novo 
potencial de ação. 
A SINAPSE 
A informação chega e abandona o cérebro por meio de impulsos nervosos que são propagados através 
dos neurônios. Estes impulsos transmitem-se de um neurônio para outro mediante um pequeno espaço 
que os separa. Esta junção tem o nome de sinapse. Existem dois tipos de sinapses: químicas e elétricas. 
As sinapses químicas consistem em (1) um botão terminal (ou outro tipo de terminação axonal) do 
neurônio pré-sináptico (o que transmite o impulso), (2) um espaço entre os neurônios adjacentes – fenda 
sináptica, e (3) a membrana de dendritos do neurônio pós-sináptico (aquele que recebe o impulso). As 
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sinapses elétricas são, por sua vez, relativamente mais simples estrutural e funcionalmente, tendo lugar 
em locais especializados denominados gap junctions. 
Como se dá então a transmissão sináptica entre neuronios adjacentes? Nas sinapses de origem 
química, quando um potencial de ação alcança um botão terminal, a 
despolarização da membrana plasmática do botão estimula um 
rápido influxo de ions cálcio. Estes ions, por sua vez, estimulam a 
liberação, por exocitose, de neurotransmissores. Os 
neurotransmissores são liberados para a fenda sináptica e 
posteriormente ligam-se aos receptores localizados na membrana do 
neurónio pós-sináptico. Na maioria dos casos, isto estimula um 
rápido aumento na permeabilidade da membrana do neuronio pós-
sinápticoaos ions sódio, o que irá desencadear um novo potencial de 
ação na célula pós-sináptica – sinapse excitatória. 
Contudo, existem também sinapses inibitórias que, como o próprio 
nome indica, inibem a transmissão do impulso nervoso por meio de 
neurotransmissores que tornam a membrana da célula pós-sináptica 
menos excitável. Uma única célula nervosa pode ter até 50000 sinapses, e é a soma de impulsos 
excitatórios e inibitórios que vai definir se o neurónio pós-sináptico gera um potencial de ação ou não. 
Nas sinapses elétricas, a corrente iônica é transferida diretamente de uma célula para outra, uma vez 
que os canais existentes nas gap junctions permitem a passagem direta dos ions do citoplasma de uma 
célula para o citoplasma da outra, criando, quase instantaneamente, um potencial de ação no neurônio 
pós-sináptico. Deste modo, a transmissão da informação por meio de sinapses elétricas é 
manifestamente mais rápida relativamente às sinapses químicas. Porém, as sinapses de origem 
elétrica são utilizadas apenas no sentido de enviar sinais de despolarização; elas não possuem a 
capacidade de produzir impulsos inibitórios ou de alterar as propriedades elétricas das células pós-
sinápticas. A um aumento da ativação neuronal corresponde a um consumo de glicose mais elevado, a 
qual é degradada preferencialmente em condições aeróbias. Como forma de responder a esta 
necessidade, as quantidades de oxigenio sanguíneo e, consequentemente, de oxihemoglobina, aumentam 
na região em causa. É este aumento de hemoglobina oxigenada que é utilizado pela ressonância 
magnética funcional para medir esse aumento de atividade. 
VASCULARIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
O consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é muito elevado, o que requer um fluxo sanguíneo muito 
intenso. A parada da circulação cerebral por mais de sete segundos leva o indivíduo a perda da 
consciência. Após cerca de cinco minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis, pois, como se 
sabe, as células nervosas não se regeneram. O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado 
apenas pelo do rim e do coração. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de 
sangue aproximadamente igual ao seu próprio peso. 
 
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Vascularização Arterial do Encéfalo 
Polígono de Willis: 
O encéfalo é vascularizado através de dois 
sistemas: Vértebro-basilar (artérias 
vertebrais) e Carotídeo (artérias carótidas 
internas). Estas são artérias especializadas pela 
irrigação do encéfalo. Na base do crânio estas 
artérias formam um polígono anastomótico, o 
Polígono de Willis, de onde saem as principais 
artérias para vascularização cerebral. 
 As artérias vertebrais se anastomosam 
originado a artéria basilar, alojada na 
goteira basilar. Ela se divide em duas 
artérias cerebrais posteriores que irrigam a parte posterior da face inferior de cada um dos 
hemisférios cerebrais. 
 As artérias carótidas internas originam, em cada lado, uma artéria cerebral média e uma artéria 
cerebral anterior. 
 As artérias cerebrais anteriores se comunicam através de um ramo entre elas que é a artéria 
comunicante anterior. 
 As artérias cerebrais posteriores se comunicam com as arteriais carótidas internas através das 
artérias comunicantes posteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artéria Carótida Interna (Sistema Carotídeo) 
Ramo de bifurcação da carótida comum, a carótida interna, após um trajeto mais ou menos longo pelo 
pescoço, penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo do osso temporal. A seguir, perfura a dura-
máter e a aracnóide e, no início do sulco lateral, dividi-se em dois ramos terminais: as artérias cerebrais 
média e anterior. A artéria carótida interna, quando bloqueada pode levar a morte cerebral irreversível. 
Um entupimento da artéria carótida é uma ocorrência séria, e, infelizmente, comum. Clinicamente, as 
artérias carótidas internas e seus ramos são freqüentemente referidos como a circulação anterior do 
encéfalo. 
 
 
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Artéria Vertebral e Basilar (Sistema Vértebro-basilar) 
As artérias vertebrais seguem em sentido superior, em direção ao encéfalo, a partir das artérias 
subclávias próximas à parte posterior do pescoço. Passam através dos forames transversos das primeiras 
seis vértebras cervicais, perfuram a membrana atlanto-occipital, a dura-máter e a aracnoide, penetrando 
no crânio pelo forame magno. Percorrem a seguir a face ventral do bulbo e, aproximadamente ao nível 
do sulco bulbo-pontino, fundem-se para constituir um tronco único, a artéria basilar. As artérias 
vertebrais originam ainda as artérias espinhais e cerebelares inferiores posteriores. 
A artéria basilar percorre o sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurcando-se para formar 
as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. A artéria basilar dá origem, além das cerebrais 
posteriores, às seguintes artérias: cerebelar superior, cerebelar inferior anterior e artéria do labirinto, 
suprindo assim áreas do encéfalo ao redor do tronco encefálico e cerebelo. O sistema vértebro-basilar e 
seus ramos são freqüentemente referidos clinicamente como a circulação posterior do encéfalo. 
 
Vascularização Venosa do Encéfalo 
As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas 
do que elas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares 
internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico. 
As veias jugulares externa e interna são as duas principais veias que drenam o sangue da cabeça e do 
pescoço. As veias jugulares externas são mais superficiais e drenam, para as veias subclávias, o sangue 
da região posterior do pescoço e da cabeça. As veias jugulares internas profundas drenam a porção 
anterior da cabeça, face e pescoço. Elas são responsáveis pela drenagem de maior parte do sangue dos 
vários seios venosos do crânio. As veias jugulares internas de cada lado do pescoço juntam-se com as 
veias subclávias para formar as veias braquiocefálicas, que transportam o sangue para a veia cava 
superior. 
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As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: sistema venoso superficial e sistema venoso profundo. 
Embora anatomicamente distintos, os dois sistemas são unidos por numerosas anastomoses. 
Sistema Venoso Superficial – Drenam o córtex e a substância branca subjacente. Formado por veias 
cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da dura-máter. 
Sistema Venoso Profundo – Drenam o sangue de regiões situadas mais profundamente no cérebro, 
tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do 
cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual 
converge todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro. 
MEDULA ESPINHAL 
Medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula espinhal dentro dos ossos, 
mais precisamente dentro do canal vertebral. A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido 
nervoso situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupa-lo completamente. No homem adulto 
ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher. 
Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso 
occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica e no adulto situa-se geralmente 
em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um 
delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. 
Forma e Estrutura da Medula 
A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada 
no sentido antero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela 
apresenta duas dilatações denominadas de intumescência 
cervical e intumescência lombar. 
 Estas intumescências medulares correspondem às áreas em que 
fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o 
plexo braquial e lombossacral,destinados à inervação dos 
membros superiores e inferiores respectivamente. 
A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade 
de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem 
destas áreas. 
A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência 
lombar (lombossacral) estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal. 
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua 
extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral 
posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco 
mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no 
interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, 
respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. 
Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta, 
ou de um “H”. Nela distinguimos de cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que 
são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da 
medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. 
A substância branca é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e 
que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: 
 
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Funículo Anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. 
Funículo Lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior. 
Funículo Posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último 
ligado a substancia cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula o funículo 
posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. 
Conexões com os Nervos Espinhais: Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão 
com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, 
respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se unem para 
formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal 
que existe na raiz dorsal. 
 
RAÍZES NERVOSAS 
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Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim 
distribuídos: 
 8 cervicais 
 12 torácicos 
 5 lombares 
 5 sacrais 
 1 coccígeo 
Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos 
espinhais sai entre o occipital e C1. 
Topografia da Medula: 
A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as meninges e as raízes nervosas 
dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem 
a cauda equina. A diferença de ritmos de crescimento entre a coluna e a medula, faz com que exista o 
afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. Assim, no adulto, as vértebras 
T11 e T12 correspondem aos segmentos lombares. Para sabermos qual o nível da medula cada vértebra 
corresponde, temos a seguinte regra: entre os níveis C2 e T10, adicionamos o número dois ao 
processo espinhoso da vértebra e se tem o segmento medular subjacente. Aos processos 
espinhosos de T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo 
espinhoso de L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. 
Envoltório da Medula: 
A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: Dura-máter, 
Aracnoide e Pi-máter. 
A Dura-máter e a mais espessa e envolve toda a medula (o saco dural). Cranialmente ela se continua 
na dura-máter craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2. 
Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, constituído um 
tecido conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos. 
A Aracnoide espinhal se dispõem entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto 
à dura-máter e um emaranhado de trabéculas aracnoideas, que unem este folheto à pia-máter. 
A Pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido superficial 
da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-
máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. 
Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o 
filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser chamado de 
filamento da dura-máter. Este, ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o 
ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada 
ligamento denticulado, que se dispõem em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. 
A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de 
uma linha continua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A margem lateral apresenta cerca 
de 21 processos triangulares que se inserem firmemente na aracnóide e na dura-máter em um ponto que 
se alteram com a emergência dos nervos espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de 
fixação da medula e importantes pontos de referência em cirurgias deste órgão. 
 
Entre as meninges existem espaços que são importantes para a parte clínica médica devido às patologias 
que podem estar envolvidas com essas estruturas, tais como: hematoma extradural, meningites etc. O 
espaço epidural, ou extradural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. 
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Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno. 
O espaço subdural, situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo uma 
pequena quantidade de líquido. O espaço subaracnoideo contém uma quantidade razoavelmente grande 
de líquido cérebro-espinhal ou líquor. 
 
 
 
Nervos Cranianos 
I Olfatório (telencéfalo) 
II Óptico (diencéfalo) 
III Oculomotor (mesencéfalo) 
IV Troclear (mesencéfalo) 
V Trigêmio (ponte) 
VI Abducente (ponte) 
VII Facial (ponte) 
VIII Vestibulococlear (ponte) 
IX Glossofaríngeo (bulbo) 
X Vago (bulbo) 
XI Acessório (bulbo) 
XII Hipoglosso (bulbo) 
Nervo Olfatório 
O 1.º nervo craniano é um nervo aferente somático especial que inerva a mucosa olfatória (olfativa) 
na cavidade nasal. Os vários ramos do nervo olfatório (olfativo), chamados de fila olfatória (olfativa), 
saem da cavidade nasal através da placa cribiforme (crivosa) do osso etmoide. Eles terminam no bulbo 
olfatório (bulbo olfativo), que então se continua como trato olfatório (fita olfativa). Dentro do cérebro, as 
fibras do trato olfatório (fita olfativa) se dispersam e acabam no córtex olfatório (córtex piriforme, 
amígdala, córtex entorrinal). O nervo olfatório (olfativo) não tem um núcleo específico para si. Ao 
contrário, seus corpos celulares são encontrados na área olfatória (olfativa) da mucosa nasal, que cobre 
o teto da cavidade nasal. 
As células olfatórias são neurônios bipolares que estão na mucosa da narina rica em pigmento e 
localizados na porção superior da cavidade nasal (neurônios primários). Essas células emitem 
prolongamentos amielínicos que se juntam em feixes formando os nervos olfatórios. Estes nervos 
atravessam a lâmina crivosa do osso etmoide e terminam na face inferior do bulbo olfatório. No bulbo 
olfatório processa-se, ao nível dos glomérulos, a sinapse desses neurônios primários com os dendritos 
das células do segundo neurônio, este central, das vias olfatórias. Os axônios mielínicos dessas células 
dosegundo neurônio seguem pelo trato olfatório e se dividem em estrias olfatórias mediais e laterais. 
As estrias olfatórias mediais seguem para comissura anterior e terminam no bulbo olfatório do lado 
oposto. As estrias olfatórias laterais terminam na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal, ou 
seja, no lobo temporal. Isso faz do olfato uma via homolateral. Ou seja, todas as informações que vem 
dos receptores olfatórios de um lado chegam ao córtex olfatório do mesmo lado. 
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Trajeto: Lâmina crivosa etmoidal → bulbo olfatório → cela túrcica (lâmina do nervo olfatório). 
Neurônios (células olfatórias) → nervo olfatório → bulbo olfatório → trato olfatório → estrias olfatórias 
mediais e laterais. 
PROVA: Uma lesão unilateral nem sempre inibirá o olfato da narina do lado contralateral. Anosmias 
unilaterais quase nunca são dependentes de lesão do SNC porque existem comunicações entre ambos os 
lados através da comissura branca anterior e das conexões comissurais do hipocampo. Na maior parte 
das vezes, isso é decorrente de um trauma local. 
 Para ter uma hiposmia unilateral ou uma anosmia unilateral a lesão precisa ser absurdamente 
destrutiva (destruiria os dois olfatos) ou haveria uma interrupção de um lado só ou um trauma 
ou uma urgência em mucosa de um lado só – isso acontece em cirurgia de hipófise em que é feito 
um acesso intranasal (é preciso destruir a mucosa intranasal – altera as células de percepção). 
Caso não tenha isso, eventualmente o paciente pode voltar a sentir naquele local que foi lesado. 
 Traumas por desaceleração podem fazer com que esses filetes se rompam (anosmia ou hiposmia) 
- degeneração valeriana (degeneração das fibras neurológicas com o passar dos dias). 
O olfato possui ciclo diurno, onde se apresenta mais acurado antes das refeições – papel relacionado ao 
apetite e à saciedade. Ao contrário dos animais de vida noturna que possuem uma sensibilidade mais 
acurada a noite. Diante disso, conclui-se que a olfação está relacionada com o paladar, assim como a 
visão. 
A propedêutica se faz através de aspiração em cada narina, individualmente, de substâncias aromáticas, 
principalmente cânfora, café, hortelã, benzina, baunilha, terebintina e assa fétida. Contudo, não se pode 
usar amoníaco, ácido acético e ácido clorídrico, porque eles irritam as terminações sensitivas do nervo 
trigêmeo e simulam a percepção mesmo. Ou seja, será estimulado o trigêmeo e não o olfatório. 
 
As alterações no olfato podem ser uni ou bilaterais levando a: 
 Hiposmia que é a diminuição da capacidade olfatória 
 Anosmia que é a perda completa da capacidade olfatória. Comum precocemente na doença de 
Refsum. 
 
1. Anosmia unilateral ou bilateral + atrofia de papila óptica = Neurolues - sífilis terciária (Tabes 
Dorsalis). A atrofia de papila é verificada através do exame de fundo de olho. Diagnóstico de 
sífilis: Na história há a presença de uma lesão que surgiu e depois desapareceu, para confirmar 
faz Punção de líquor – VDRL 
2. Anosmia unilateral + amaurose homolateral = Meningeoma da Goteira Olfatória (tumor de 
lobo frontal). Os meningiomas da goteira olfatória são tumores frequentes, perfazendo cerca de 
10% dos meningiomas intracranianos. Absorve a artéria cerebral media, artéria cerebral 
anterior. 
3. Anosmia unilateral + amaurose homolateral + edema de papila contralateral = Sd. Foster 
Kennedy. 
4. Albinos costumam ter hiposmia ou anosmia congênita em decorrência de ausência de 
pigmento olfatório, melanina, (agenesia). 
5. Parosmia: perversão da olfação e depende de fatores corticais. As vezes o paciente tem um glioma 
(tumor no sistema nervoso central) - lesões do lobo temporal, mas pode ocorrer no bulbo ou trato 
olfatório. Nunca é local. 
6. Crises uncinadas: crise convulsiva que é antecipada por uma perversão olfatória - úncus do lobo 
temporal. 
7. Alucinações olfativas ocorrem em casos de transtornos psicóticos e nas psicoses alcoólicas (auras). 
8. Cacosmia caracteriza sensações olfativas sem objeto. É comum o cheiro de borracha/pano 
queimado. 
 
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 Edema de papila = exame de fundo de olho = Hipertensão intracraniana 
 
Nervo Óptico 
O 2.º nervo craniano é um nervo aferente somático especial que inerva a retina do olho e traz informação 
visual ao cérebro. As fibras neurais se originam dos fotorreceptores da retina e elas convergem até o 
disco óptico, formando o nervo óptico. O nervo óptico deixa a órbita através do canal óptico. No assoalho 
da fossa média do crânio, a parte nasal de cada nervo cruza para o lado oposto, formando o quiasma 
óptico. As fibras nervosas então se continuam como as duas vias ópticas. O NC II também não possui 
seu próprio núcleo, mas seus corpos celulares estão localizados na retina. O nervo óptico faz sinapse com 
os centros relacionados à visão no cérebro. 
Trajeto da via Óptica: Nervos ópticos -> Quiasma óptico -> Tracto óptico -> Corpos geniculados 
laterais (Diencéfalo) -> Lábios do sulco calcarino. 
Propedêutica do oftálmico: primeiro o exame externo - aspecto da fenda palpebral, desvios oculares, exo 
(protrusão do globo ocular; causa mais comum é hipertireoidismo) ou enoftalmico e exames externos da 
córnea. Enoftalmo: Enoftalmia ou enoftalmo é a aparência deprimida do globo ocular dentro da órbita 
 O espectro humano normal varia de 10-14 até 10+4. 
 A córnea deve ser transparente 
Fenda palpebral : Tem de 12 a 15 mm em indivíduos normais. Seu fechamento se dá pelo músculo 
orbicular (inervado pelo VII NC) e pelo simpático (Müller). Músculo de Muller faz abertura palpebral 
involuntária, pacientes com hipertireoidismo tem esse músculo ativo o tempo todo. 
Estreitamento (fatores palpebrais/ extra palpebrais): blefaroespasmo, ptose, espasmos, contraturas, 
discinesias de face, paralisia do mm elevador da pálpebra superior (III NC) 
Blefaroespasmo: fechamento forçado de um olho, contração dos músculos orbiculares do olho. 
 Breve, unilateral e repetido: distonia focal e pode ser parte de um espasmo hemifacial. 
 Bilateral: distúrbios nos gânglios da base, especialmente o Parkisonismo. 
 Isolado (tônico): afecções locais (conjuntivite, uveítes), induzido por luz forte. 
 Essencial (neuróticos/idosos). 
Ptose: 
Pálpebra caída pode ser um sinal de ruptura de aneurisma cerebral. Aneurisma de artéria comunicante 
posterior usualmente rompe em cima do terceiro nervo. A maior causa de ruptura de aneurismas 
intracranianos é a manobra de Valsalva. Outra causa comum é a evacuação e a outra é durante o sexo 
intenso. São solicitados exames que mostrarão uma hemorragia subaracnóidea. 
1. Quando é completa é pela alteração do N. oculomotor (III NC) – paralisia do músculo elevador da 
pálpebra superior. Quando é semicompleta é por alteração simpática - paralisia da musculatura 
lisa da pálpebra. 
2. Ptose com isocoria (sem alteração pupilar): indicativo de miastenia gravis. A Miastenia Gravis é 
uma doença de transição neuromuscular. É uma doença da fenda ou da placa. São anticorpos 
contra acetilcolina. 
3. Ptose com anisocoria: indicativo de horner 
4. Sincinesias da face: Contrações involuntárias de comissura labial do lado afetado que acontecem 
com o movimento voluntário de um grupo muscular diferente. Ex: contraturas involuntárias da 
comissura labial do lado afetado à tentativa de fechamento dos olhos; ao se contrair fortemente 
o masseter de um lado – cerrar os dentes, involuntariamente a fenda palpebral ipsilateral se 
estreita. As sincinesias aparecem principalmente em quadros como prenuncio em pacientes 
diabéticos, por exemplo e/ou de quadros parkinsonianos. 
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 Alargamento ou Encurtamento de uma ou das duas pálpebras: 
 Paralisia Facial Periférica (Fenômeno de Bell: prosopoplegia – tentativa de fechamento que 
provoca o desvio do globo ocular para cima); 
 Irritação do simpático (espasmos, contraturas e sincinesias da face são fenômenos irritativos). 
Pode aparecer no pós paralíticocomo por exemplo, um AVC isquêmico hemorrágico ou um trauma 
com impacto na criança. 
 Exoftalmo (Doença de Basedow (Graves). 
 Ocorre frequentemente nos queimados 
 
Fechamento incompleto: 
Lagoftalmo – forma uma pequena lagoa de lágrima por ceder a pálpebra inferior. Sempre o déficit está 
na pálpebra superior e pode ser de origem neural ou cicatricial. Neural: paralisias e paresias do VII 
nervo (lagoftalmo paralítico isolado) comprometimento apenas orbicular é um sinal comum na 
Hanseníase. Ocorre frequentemente nos idosos. 
Exoftalmo e pseudo-exoftalmo 
 Exoftalmo o globo ocular está projetado para a frente, mas dá a impressão que a fenda palpebral 
está alargado. 
 Pseudo-exoftalmo o olho como um todo está na posição normal, porém a córnea está em situação 
mais anterior por ser o olho mais alongado 
 Exoftalmo: Pode ocorrer por: Tromboflebite do seio cavernoso, paralisia dos músculos extrínsecos 
oculares, irritação do sistema simpático (Basedow ou Hipertireoidismo), tumores da orbita ou 
fossas media ou anterior do crânio. Prestar atenção em exoftalmo pulsátil ou com frêmito 
normalmente associado a fistula carótido-cavernosa (quando a carótida se rompe dentro do seio 
cavernoso) e nos traumas. 
Tromboflebite de seio cavernoso: É um processo inflamatório e infeccioso do seio cavernoso. É 
caracterizado pelo exoftalmo pulsátil e com frêmito, edema de pálpebra, hemorragia conjuntival, 
paralisia de terceiro e quarto nervos, às vezes sexto, ingurgitamento de veias da retina podendo haver 
focos de hemorragia. O edema mole retromastoideo (retroauricular), ao nível da saída da veia emissária 
de Santorini (trombose da veia), é sinal característico, isso se explica pelas comunicações dos forames da 
base do crânio. Em geral não há edema de papila. Pode ocorrer na oftalmopatia de Graves. O seio 
cavernoso, seio venoso, é uma dobra de dura mater que envolve a sela túrcica e posteriormente vai até 
a tenda do cerebelo, onde tem um emaranhado de vasos. Localiza-se na asa interna do esfenoide. 
Fístula carótido-cavernosa: Tríade clínica: exoftalmia pulsátil, quemose ocular (edema de pálpebra 
sem cianose) e um sopro orbitário. Ausculta palpebral mostra sopro sistólico intenso, as vezes audível 
em todo o crânio, até na região occiptal (as vezes tem sopro tem região temporal e frêmito em região 
frontal). Frêmito em todo o globo ocular. Compressão digital da artéria carótida interna (Teste de Matas) 
do lado do exoftalmo acarreta diminuição do sopro, do frêmito e da pulsação do globo ocular. São 
divididas em espontâneas (ruptura de aneurismas intracavernosos da artéria carótida interna) e pós-
traumáticas (traumatismos cranioencefálicos). A maioria das FCC tem causa traumática (75%). 
Tratamento endovascular: pequeno balão destacável colocado no lado venoso da fístula através do defeito 
da parede arterial. Ele volta a enxergar. 
 Se for idoso não faz teste de Matas, porque ele pode ter uma carótida cheia de trombos e você 
pode descolar esses trombos. 
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O seio cavernoso drena para as jugulares internas que estão próximas ao quiasma optico. As vezes nos 
traumas, uma fratura do processo ósseo, adjacente a ele, causa um “machucamento” da artéria carótida. 
Não é raro haver uma microfenda na artéria carótida intrasinusal dentro do seio cavernoso. Isso propicia 
uma fístula da maior pressão para menor pressão. A maior pressão vem da carótida. Quando uma 
microfenda se faz por um trauma, a carótida interna começa a drenar para dentro da veia (dentro do 
seio) e isso é uma fistula carotido-cavernosa. Ela não para de crescer. É possível fazer o diagnóstico de 
insuficiência cardíaca por conta de uma fistula carotido-cavernosa. 
 Fração de ejeção que vai para as carótidas e para as vertebrais: 20%. Então 20% de sangue que 
sai do coração vão irrigar a parte superior do corpo (cabeça). 
 
Síndrome de Claude Bernard-Horner: Decorre de lesão destrutiva das vias do simpático que se 
dirigem para o globo ocular. Além do enoftalmo ou afundamento do globo ocular na orbita, há então 
miose, com reflexos pupilares normais, ptose e elevação da pálpebra inferior e congestão conjuntival. 
Pode haver diminuição da sudorese (anidrose), vasodilatação, e paralisia dos músculos pilomotores da 
hemiface correspondente (quase unicamente em função de lesão do gânglio estrelado). Pode ser um 
tumor de ápice pulmonar, aneurismas, um tumor subcortical ou um tumor de Pancoast. 
Adendo: gânglio estrelado fica na região supraclavicular. Muito relacionado com CA de ápice pulmonar. 
 Pseudo-enoftalmo: globo ocular demasiado pequeno ou encurtado, embora esteja em situação 
normal. 
 Enoftalmo é um integrante da família do simpático. Provavelmente associado à Síndrome de 
Horner. 
 Perda da visão no olho esquerdo pode ser decorrente a um descolamento na retina no olho 
esquerdo causado por uma neurite ótica bilateral – um dos maiores prenúncios de esclerose 
múltipla. 
Motricidade intrínseca dos olhos 
Pupila: Único local em que é possível ver o sistema arterial, venoso e nervoso sem precisar cortar o 
paciente. É possível visualizar a qualidade dos tecidos. Ela dosa a luz que entra no meio ocular e elimina 
as aberrações esféricas e cromáticas que se formam na periferia do sistema óptico. Com a diminuição de 
seu diâmetro aumenta a profundidade de foco. Seu tamanho regulado por dois músculos, o constritor ou 
esfíncter (parassimpático), e o dilatador (simpático). 
 Inervação parassimpática – inervação parassimpática pupiloconstritora, é feita essencialmente 
através de neurônios pré-ganglionares do núcleo de Edinger-Westphal que está no tronco cerebral 
(porção submesencefálica do tronco encefálico) - (complexo do Oculomotor – III NC). E pós-
ganglionar dos nervos ciliar ou ciliares curtos por via aferente que é pre-ganglionar, passa o 
núcleo ciliar e ali passam impulsos pupilomotores. Então o reflexo fotomotor é por causa disso – 
inervação simpática e parassimpática. 
 Inervação simpática – inervação simpática pupilodilatadora. inicia-se em centros autônomos 
corticais, diencefalicos ou reticulares e desce pelo tegmento e porção médio-lateral da porção 
reticular, até o nível dos três primeiros segmentos torácicos da medula espinhal, C8, T1, T2, T3. 
Sendo que a pupilodilatação pode ocorrer por estimulação destes segmentos. 
Nos cornos laterais (ponta intermediolateral) da espinha dorsal entre os segmentos C8 e T1 o trato 
simpático central estabelece contato com neurônios. Estes neurônios constituem o segundo grupo de 
neurónios na via óculo simpática. A área onde estes neurônios ficam é chamada o centro cílio espinhal 
de Budge. Fibras destes neurônios deixam a medula espinha com a raiz anteriores de segmento T1 e 
viajam brevemente com o nervo espinhal. Então estas fibras deixam o nervo espinhal e formam na cadeia 
simpática. Esta cadeia cursa ao longo da artéria carótida comum para fazer sinapse com neurônios no 
gânglio cervical superior. Os neurônios neste gânglio constituem o terceiro grupo de neurônios. Fibras 
dos neurônios do gânglio cervical superior continuam com a artéria carótida interna. No seio cavernoso 
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as fibras deixam a artéria carótida, entre nas órbitas com artérias menores, e inervam os músculos de 
Müller, da iris e o dilatador da pupila. 
 
 Hipertensão severa pode ser visualizada na pupila através do exame de fundo de olho 
 Uma das maiores causas de cefaleia é a compressão dos olhos para enxergar melhor 
 
Apreciação estática: 
 Tamanho - Varia de 2 a 5 mm 
 Anisocoria por dilatação de uma pupila de um lado pode ser causada por: paralisia do esfíncter 
por lesão unilateral do III NC (lesão isolada do núcleo de Edinger-Westphal, ou dos neurônios 
pré ou pós ganglionares e gânglio ciliar), irritação do simpático em qualquer ponto de seu trajeto 
e na amaurose unilateral. Cuida com olho de vidro! 
 É sempre sinal de alerta – COMA + ANISOCORIA É EMERGENCIAL – presente nos hematomascerebrais 
 Adendo: não existe anisocoria por prótese ocular. 
 Forma, posição e contorno: arredondada e ocasionalmente ovalada. Deformação, é chamada de 
discoria, podendo ser se causa traumática, pós-operatório, inflamatória ou congênita. Quando o 
centro aparente da íris sofre um deslocamento acentuado é ectópico, ou corectópico com as 
mesmas etiologias. 
Apreciação dinâmica: 
Reações clônicas: 
 Contração: Reação à luz ou objetos que se aproximam ou afastam, fatores endógenos ou 
psicosensoriais, tais como dor ou emoções. 
 Reflexo da acomodação e convergência, quando há o afastamento ou aproximação da luz ou do 
objeto. 
 Reflexo fotomotor direto: Contração ipsilateral quanto estimulado. É o mais importante da 
propedêutica de reações pupilares (contração rápida à luz). A aferência desse reflexo se faz pelo 
próprio nervo óptico ipsilateral enquanto que a aferência é feita pelo nervo oculomotor (III), 
também do mesmo lado. Reflexo mais importante da propedêutica de razões pupilares para o 
neurologista. 
 Reflexo consensual: Contração da pupila contralateral. A aferência é feita pelo nervo óptico 
contralateral e a eferência pelo oculomotor ipsilateral ao lado observado. Uma aplicação 
interessante desse reflexo é o fato de ele estar abolido em tumores da glândula pineal, visto 
que, nesses casos, a glândula pineal, aumentada, comprime a comissura posterior por onde 
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passam fibras responsáveis por levar as informações de um dos olhos para o núcleo do oculomotor 
contralateral (EdingerWestphal) 
 Reflexo de acomodação e convergência: Contração da pupila, convergência dos olhos e contração 
dos músculos ciliares com acomodação (com dilatação). Via eferente pré ganglionar não passa 
pelo gânglio ciliar embora tenha origem no núcleo de Edinger-Westphal. - Sinal da bandeira 
 
 O que faz a pupila dilatar é colírio ciclopégico (ele reduz a pupila para aumentar o ângulo e fazer 
a absorção do humor). Esse paciente ao longo prazo fica com alteração na mobilidade. 
 Colírios “limpadores” da córnea fazem vasoconstrição, ulceras de córnea que pode infectar, 
perfurar e perder o olho. 
 Hipertensão intraocular = glaucoma 
O epêndima, localizado próximo à glândula pineal, quando comprimido por uma hidrocefalia, por um 
aumento liquorico, faz com que as pupilas se dilatem e os olhos virem para baixo. Isso faz um sinal 
chamado: Sinal do Sol Poente (diagnostico de crianças com hidrocefalia). 
 Anisocoria: é sinal de gravidade em paciente em coma até que você tenha certeza do diagnóstico 
do paciente. Mas a anisocoria é apenas um sinal. O estimulo dá pupila te dá uma resposta quase 
que direta (estímulo contração) e isso pode ser registrado de diversas maneiras como a 
pupilografia e a observação. Vai dá região de cones até a região posterior, com trajeto para a 
região pré-tectal no mesencéfalo as fibras passam dorsalmente e superficialmente no colículo 
superior sobre o recesso pineal e por isso, que acontece o reflexo consensual. Metade das fibras 
da pupila vem do lado direito e a outra metade do lado esquerdo, então não funciona como a 
decusação das pirâmides (relacionada à motricidade). 
 
Nervo Oculomotor; Nervo Troclear e Nervo Abducente 
Motricidade extrínseca dos olhos 
 Oculomotor (III): inerva os músculos reto medial, reto superior, reto inferior e oblíquo inferior. 
Também atua na constrição da pupila e elevação da pálpebra. Portanto, a lesão do N. oculomotor 
causa: midríase, ptose e estrabismo divergente. 
 Troclear (IV): inerva o músculo oblíquo superior. 
 Abducente (VI): inerva o músculo reto lateral. Lesão do N. abducente causa: estrabismo 
convergente 
Os músculos retos movimentam o olho para o próprio lado de onde se originam (ex: reto medial desloca 
o olho para medial) enquanto que os oblíquos deslocam o olho para o lado oposto (ex: oblíquo superior 
roda o olho para baixo). 
 
 
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O termo Hemianopsia designa uma patologia caracterizada pela perda parcial ou completa da visão em 
uma das metades do campo visual de um ou ambos os olhos. 
 
Classificação: 
1. Hemianopsia bitemporal: perda bilateral de visão dos campos temporais. 
2. Hemianopsia nasal direita: ocorre em um dos olhos à esquerda ou à direita da linha média do 
campo visual. 
3. Hemianopsia homónima direita: afeta igualmente ambos os olhos, ocorre à direita da linha média 
do campo visual. 
4. Hemianopsia homónima esquerda: afeta igualmente ambos os olhos, ocorre à esquerda da linha 
média do campo visual. 
 
Nervo Trigêmeo 
No conjunto o nervo trigêmeo se incumbe da inervação sensitiva de praticamente toda a hemiface com 
exceção do ângulo da mandíbula, inervado por ramos do plexo cervical superior. Incorporam-se a ele, 
fibras motoras para a inervação de músculos mastigadores e fibras destinadas à inervação de glândulas 
salivares, além de fibras aferentes veiculando sensações gustativas, portanto considera-se misto. 
Estas fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivo. Os impulsos exteroceptivos 
(temperatura, dor, pressão e tato) originam-se da pele da face e da fronte, da conjuntiva ocular, dos 
dentes, dos 2/3 anteriores da língua e da maior parte da dura-máter craniana. Os impulsos 
proprioceptivos originam-se em receptores localizados nos músculos mastigadores e na articulação 
têmporo-mandibular. 
ANOPSIA 
HEMIANOPSIA HETERÔNIMA 
HEMIANOPSIA 
QUADRANTOPSIA 
HEMIANOPSIA HOMÔNIMA 
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Tem origem no Gânglio de Gasser, ou semilunar que está situado na face superior do ápice da pirâmide 
do osso temporal, em uma cavidade dural (cavum de Meckel). O acesso cirúrgico ao cavum de Meckel 
naquelas neuralgias agressivas do trigêmeo é com a incisão retroauricular. Suas relações anatômicas 
com outras estruturas oferecem importância fundamental pelo seu acometimento em diversas situações 
patológicas. 
Núcleos: 
 O núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo (trigemeo) é encontrado na região lateral da substância 
cinzenta periaquedutal, no mesencéfalo. Ele contém os primeiros neurônios responsáveis pela 
propriocepção da mandíbula e dos músculos intrínsecos do olho, articulações 
temporomandibulares, dentes e maxila. 
 O núcleo principal do nervo trigêmeo (trigemeo) está localizado no tegmento pontino dorsolateral. 
Sua principal tarefa é a sensação tátil. 
 O núcleo espinhal do nervo trigêmeo (trigemeo) é um longo núcleo sensitivo, estendendo-se desde 
a ponte até os três segmentos mais superiores do corno dorsal da medula espinhal. Está 
relacionado primariamente com a percepção da dor e da temperatura. 
 A meningite dói porque o trigêmeo faz a inervação sensitiva da meninge 
Divide-se em três ramos: V1 – Oftálmico; V2 - Maxilar superior ou maxilar; V3- Maxilar inferior ou 
mandibular. 
V1 – Oftálmico: Destaca-se do gânglio de Gasser, e se dirige para 
a frente através da parede lateral do seio cavernoso, abaixo dos 
nervos oculomotor e troclear. Emite alguns ramos em direção à 
tenda do cerebelo, e se divide em nasociliar, lacrimal, e frontal. 
Penetram separadamente na orbita através da fissura esfenoidal, 
ou orbitaria superior. 
V2 - Maxilar superior ou maxilar: Ao se destacar do gânglio de 
Gasser passa pela parte lateral do seio cavernoso e abandona o 
crânio através do forame redondo. Penetra a orbita pela fissura 
esfenoidal inferior e surge na face pelo forame infra orbital. Em 
seu percurso intracraniano fornece um ramo meníngeo destinado 
a inervar a dura máter da fossa media. 
V3 - Maxilar inferior ou mandibular: Após emergir do gânglio de Gasser, abandona o crânio através 
do forame oval. 
A relação anatômica mais importante na altura do gânglio de Gasser é constituída pela raiz motora do 
trigêmeo, que se situa frontal e medialmente à raiz sensitiva e atravessa o forame oval junto a essa. No 
início do trajeto extracraniano as raízes sensitiva e motora se unem em tronco único de trajeto curto, e 
voltam a se separar. O troncomaior proveniente desta separação, predominantemente sensitivo, emite 
três grandes ramos, lingual, auriculotemporal, e alveolar inferior, este terceiro emite fibras motoras ao 
musculo miloióideo, e ao ventre anterior do digastrico. O nervo lingual tem fibras que se relacionam com 
a gustação dos dois terços anteriores da língua, porém não pertencentes ao nervo trigêmeo, e sim ao 
nervo da corda do tímpano, que tem suas fibras emprestadas ao trajeto do nervo lingual. 
Propedêutica: Estuda as funções sensitivas e motoras; participação em reflexos; funções gustativas 
dos dois terços anteriores da língua - nervo intermédio e nervo lingual. 
 Sensibilidade: Superficial ou exteroceptiva. Pesquisar com mecha de algodão ou com pincel, sem 
exercer pressão sobre a pele. 
 Temperatura: com dois tubos, um de agua gelada e outro agua quente a 40-45 graus. 
 Dor: compressão profunda - com agulha. 
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 Motricidade: O nervo trigêmeo motor inerva os músculos temporal, masseter, pterigóideo externo 
e pterigóideo interno. O acometimento dos músculos mastigadores quando unilateral, é 
facilmente identificável na clínica. Pesquisa de Atrofias e déficit de mordida. 
Neuralgia do Trigêmeo Obs: por um longo tempo o professor contou a história de uma paciente que 
se queixava de uma dor insuportável na asa do nariz, pálpebra superior e parte da orelha que a fazia 
pensar em suicídio porque até para se alimentar era difícil. A paciente havia passado por outros 
neurologistas, por dentistas (que tiraram seus dentes quando ela se queixava de dor) e ninguém tinha 
lhe dado um diagnóstico. Ela tinha neuralgia essencial do trigêmeo. O tratamento proposto foi 
carbamazepina um anticonvulsivante que tem mecanismo de ação 
desconhecido nessa doença. Acreditam que esse medicamento faz uma 
estabilização da barreira do neurônio e da mielina fazendo com que os 
estímulos melhorarem a contratilidade e melhorem a dor. Também 
dizem que é uma ação supretectal com ação de analgesia central. 
A neuralgia do trigêmeo é uma dor lancinante, unilateral, em metade 
da face, que dura alguns segundos e pode ser desencadeada por 
estímulos sensitivos como o vento, escovar os dentes, alimentar-se ou 
mesmo tocar a face. A dor pode ser referida como choque, pontada ou 
agulhada e é de tal intensidade que frequentemente leva o paciente a 
procurar auxílio médico hospitalar com urgência, sendo descrita como 
uma das piores dores. Essa se dor se dá através de gatilhos, 
principalmente choques de temperatura. 
A causa mais comum desta dor não tem explicação e se chamada de neuralgia essencial do trigêmeo. 
Poucas vezes essa neuralgia, esse estimulo doloroso, é devido a um contato da artéria trigeminal ou de 
seus ramos com o gânglio trigeminal. Outras causas são as idiopáticas (maioria delas), secundárias a 
Esclerose Múltipla (EM), cistos ou tumores intracranianos, processos inflamatórios, alça vascular em 
contato com o gânglio de Gasser, que vai causando uma cicatriz no gânglio desencadeando a dor. 
Muitas vezes, outros tipos de dores faciais podem ser confundidos com a Neuralgia do Trigêmeo típica: 
infecção por herpes zoster (neste caso a dor é contínua e não paroxística, vesículas e crostas acompanham 
a dor), doença dentária, doença orbital, arterite temporal. Não é incomum o fato de muitos pacientes 
com trigeminalgia típica, as vezes procurarem o neurocirurgião após inúmeras tentativas de extração 
dentária para o alívio da dor. Pode aparecer dores paroxísticas cuja características são as zonas de 
gatilhos que não são fixas. Então, se você tira um dente que está doendo a dor vai para o outro dente ou 
para a bochecha, por exemplo. 
Caso de uma mulher que foi consultar e estava com paralisia e foi descoberto a neuralgia. 
 Quando a paralisia é periférica ela se dá mais nos dois ramos superiores 
 Quando a paralisia é central ela se dá mais no ramo inferior 
Tratamento clínico: se faz através do uso de analgésicos e anti-inflamatórios, além de 
anticonvulsivantes e antidepressivos como a carbamazepina (anticonvulsivante), o baclofeno e a 
gabapentina. A fenitoína é o medicamento de segunda escolha. A medicação vai ser usada quanto tempo 
for necessário, pois a doença pode entrar em remissão, piorar e ser preciso aumentar a dose ou apenas 
diminuir a dose. 
Em casos onde o tratamento clínico não funciona, opta-se pelo tratamento cirúrgico: na neurotomia do 
trigêmeo por balão realiza-se uma pequena compressão da raiz nervosa com o auxílio de um balão, 
impedindo a transmissão dos impulsos dolorosos através do nervo e a pessoa pode ficar livre da dor por 
meses, ou até definitivamente. Outras opções como a rizotomia por radiofrequência e a descompressão 
neurovascular através de craniotomia suboccipital são também opções terapêuticas que podem levar a 
cura da doença. 
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Nervo Facial 
O nervo emerge do sulco bulho-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e 
uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg). Sua raiz motora, emerge do crânio pelo 
forame estilomastóideo, atravessa a glândula parótida e distribui uma série de ramos para os músculo 
mímicos, músculo estilo-hióideo e ventre posterior do músculo digástrico. Sua raiz sensitiva (N. 
Intermédio) é responsável pela percepção gustativa dos 2/3 anteriores da língua. 
Trajeto 
1. Via eferente: O trajeto das fibras eferentes do ramo principal do nervo facial antes e após a sua 
divisão é o seguinte (do início no cérebro até as suas terminações, na periferia): 
 O núcleo facial está situado na área vestibular do tronco encefálico e contribui com as fibras 
motoras para o feixe do nervo facial. 
 O núcleo salivatório superior encontra-se posterior às estrias medulares e emite as fibras 
parassimpáticas para o nervo facial através do nervo intermédio. 
Área vestibular (Area vestibularis): O nervo facial e o nervo intermédio saem da cavidade craniana 
através do meato acústico interno, passam pelo canal do nervo facial na parte petrosa do osso temporal 
e se fundem formando um feixe único no gânglio geniculado. 
Ao nível do gânglio geniculado, o nervo facial emite o nervo petroso maior, que cursa somente com fibras 
parassimpáticas e se liga ao nervo petroso profundo antes de se tornar o nervo do canal pterigóide. Esse 
nervo forma sinapse com o gânglio ótico e dali em diante as fibras do nervo facial cursam em outros 
feixes nervosos. 
Gânglio geniculado (Ganglion geniculi): O nervo facial (NC VII) então deixa o gânglio geniculado e 
continua com ambas as fibras - motoras e parassimpáticas. As fibras parassimpáticas se desprendem e 
emitem o nervo do estapédio e a corda do tímpano, que se conectam com o plexo timpânico (para o qual 
o nervo glossofaríngeo – NC IX contribui com fibras parassimpáticas através do nervo timpânico). 
Também se conectam ao nervo caroticotimpânico (do plexo carotídeo interno), e então cursam para o 
nervo petroso menor e formam sinapse no gânglio ótico. 
Enquanto isso, o feixe principal do nervo facial deixa o crânio através do forame estilomastóideo e emite 
os seguintes ramos: o nervo auricular posterior para o nervo auricular, o nervo occipital, o ramo do nervo 
estilo-hióideo e o ramo do nervo digástrico, o ramo mandibular marginal, que emite o ramo cervical, o 
ramo bucal e o ramo zigomático, que formam uma anastomose, e finalmente, o ramo temporal. 
Corda do tímpano (Chorda tympani): Os cinco principais ramos do nervo facial são: auricular, 
marginal, mandibular, bucal, zigomático e temporal. Esses ramos inervam todos os músculos da 
expressão facial coletivamente listados aqui de cranial para caudal: o músculo occipitofrontal, o músculo 
orbicular do olho, o músculo corrugador do supercílio, os músculos zigomáticos maior e menor, o músculo 
prócero, o músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz, o músculo levantador do ângulo da 
boca, o músculo nasal, o músculo depressor do septo nasal, o músculo orbicular

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