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Percepção dos alunos do ensino médio sobre educação financeira - TCC

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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE EDUCAÇÃO 
FINANCEIRA 
 
 Ana Aparecida Ribeiro1 
 Fábio André Teixeira2 
 Ricardo Freitas Martins da Costa3 
 
RESUMO: O artigo visa descrever as percepções dos estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio, 
referente ao tema educação financeira. O mesmo foi baseado nos resultados auferidos pelo projeto de 
extensão “Educação Financeira: aprendendo a lidar com dinheiro” financiado pelo PIBEX/UFV- 
Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária pela Universidade Federal de Viçosa - 
Campus Rio Paranaíba no ano de 2014 a 2016. A elaboração desta pesquisa foi realizada através do 
método qualitativo, quantitativo e descritivo. A pesquisa ocorreu nas cidades de São Gotardo, 
Patrocínio, Rio Paranaíba e no distrito de Guarda dos Ferreiros localizados no estado de Minas Gerais, 
a amostra é composta por 524 alunos. Esta pesquisa evidenciou que os estudantes entendem a 
importância de ter conhecimentos na área de finanças, para resolver e lidar com imprevistos e situações 
do cotidiano que envolve o uso de dinheiro, além da necessidade de se planejarem financeiramente para 
alcançar seus sonhos e objetivos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Educação Financeira; Aprendizagem; Ensino Médio. 
 
PERCEPTION OF MIDDLE SCHOOL STUDENTS ON THE IMPORTANCE OF 
FINANCIAL EDUCATION 
 
ABSTRACT: The article aims to describe the perceptions of the students of the 2nd and 3rd year of 
high school, referring to the subject of financial education. The same was based on the results obtained 
by the "Financial Education: Learning to deal with money" project financed by the PIBEX / UFV - 
Institutional Program of University Extension Scholarships by the Federal University of Viçosa - Rio 
Paranaíba Campus in 2014 to 2016. The elaboration of this research was done through the qualitative, 
quantitative and descriptive method. The research was carried out in the cities of São Gotardo, 
Patrocínio, Rio Paranaíba and in the district of Guarda dos Ferreiros located in the state of Minas Gerais, 
the sample is composed of 524 students. This research evidenced that students understand the 
importance of having knowledge in the area of finance, to solve and deal with unforeseen situations and 
everyday life that involves the use of money, as well as the need to plan financially to achieve their 
dreams and goals 
 
KEYWORDS: Financial Education; Learning; High school. 
 
1Estudante do curso de Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de 
Viçosa - Campus Rio Paranaíba. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7015236455818186. 
2Doutor em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU. Docente do Instituto de Ciências Humanas 
e Sociais da Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba. Coordenador do projeto. Currículo Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/2311130632500023. 
3Mestre em Administração pelo Centro Universitário do Triângulo - UNITRI. Docente do Instituto de Ciências 
Humanas e Sociais da Universidade Federal de Viçosa - Campus Rio Paranaíba. Orientador do projeto. Currículo 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0486951243384401. 
http://lattes.cnpq.br/7015236455818186
1. INTRODUÇÃO 
 
A Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF (2016) relata que a educação 
financeira propícia aos indivíduos ampliar seu entendimento em relação a escolhas financeiras, 
esse conhecimento permite o desenvolvimento de um convívio equilibrado com o dinheiro. 
Possuir informações sobre educação financeira possibilita conduzir os recursos 
disponíveis para equilibrar as contas pendentes e estabelecer reservas. Ter reservas constitui 
uma maneira inteligente para concretizar metas ou realizar desejos, ou seja, proporcionar aos 
indivíduos menores preocupações (SEBRAE, 2013). 
Andrade (2012, p.17) salienta que: 
[...] a educação recebida na escola e o convívio com outras pessoas, certamente 
exercem grande influência em nossas finanças pessoais. No Brasil, de maneira geral, 
somos pouco educados financeiramente, extremamente emocionais e, assim, 
facilmente fisgados por campanhas de marketing que nos estimulam ao consumismo. 
Em casa, os pais acreditam que dinheiro não é assunto de criança. Na escola e no 
convívio com amigos, questões relacionadas às finanças pessoais dificilmente 
aparecem. 
 
De acordo com Donato (2016), em sua matéria publicada no site do G1, o Brasil no 
primeiro semestre de 2016 teve em torno de 61 milhões de inadimplentes. Entre os 
inadimplentes encontram-se os jovens de 18 a 25 anos, os mesmos correspondem 20% do total. 
Esses jovens dispõem de pouca experiência com crédito, os mesmos ainda apresentam atitudes 
impulsivas na hora de realizar suas compras, além disso, estão iniciando sua vida profissional, 
por isso estão mais propensos ao endividamento. 
Segundo Yazbek (2015), em sua matéria no site Exame.com, o Brasil ocupa 74º posição 
no ranking global de educação financeira em 2015. Esse ranking mediu o grau de educação 
financeira de 144 países. A pesquisa revelou que o Brasil ficou atrás de alguns dos países 
considerados mais pobres do mundo como, por exemplo, Madagascar, Togo e Zimbábue. 
Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que á Educação Financeira no Brasil ainda é pouco 
discutida e praticada pela população. O tema é imprescindível para formação de cidadãos 
conscientes, no que tange o modo de gerenciar seus recursos. O artigo visa responder o seguinte 
questionamento: Qual é a percepção dos alunos do ensino médio sobre o tema Educação 
Financeira? 
A partir deste cenário, o objetivo geral deste artigo consistiu em analisar a percepção 
dos alunos do 2º e 3º ano do ensino médio sobre a educação financeira, a pesquisa será realizada 
em Minas Gerais nas cidades de Rio Paranaíba, Patrocínio, São Gotardo e no distrito de Guarda 
dos Ferreiros. Especificamente buscou-se, verificar a compreensão dos alunos, quanto ao tema 
abordado e identificar o assunto “Educação Financeira” no âmbito escolar. 
Inspirado em Potrich et al. (2014) a relevância deste estudo reside em disseminar os 
benefícios da educação financeira no ambiente escolar, agregando aos estudantes 
conhecimentos que irão auxiliar na tomada de decisões, as deixando mais coesas, de modo que 
ajudem a alcançar suas metas e aspirações. Quando as crianças e jovens possuem contato com 
o tema, podem levar este conhecimento para o âmbito familiar, sendo possível desencadear um 
efeito multiplicador, onde o conhecimento adquirido é transmitido para outras pessoas. 
Para alcançar os objetivos propostos pelo estudo, o artigo encontra-se estruturado da 
seguinte maneira, inicialmente uma breve introdução sobre o assunto e em seguida apresentam-
se o referencial teórico adotado. Na terceira seção, expõem-se os procedimentos metodológicos, 
acompanhados sequencialmente pelos resultados e por último têm-se as considerações finais. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 RELAÇÃO COM O DINHEIRO 
 
De acordo com o BACEN (2014), o ser humano começa a lidar com situações que 
envolvem dinheiro desde muito cedo. Para tornar mais proveitoso este relacionamento, é 
relevante saber utilizar o dinheiro de forma adequada. Desta maneira, ter conhecimentos sobre 
educação financeira, auxilia os indivíduos a melhorar a gestão de seus recursos monetários, 
consequentemente ajudando a equilibrar sua vida financeira. 
Segundo SEBRAE (2013, p.6) 
É correto afirmar que dinheiro foi feito para gastar. No entanto, a sua utilização requer 
controle e o mínimo de planejamento. Antes de realizar qualquer gasto pergunte para 
si mesmo: isso realmente é necessário nesse momento? Ou é apenas um desejo? Seja 
um administrador das suas finanças, aprenda a gastar bem o recurso que possui. 
 
Na concepção de Savóia, Saitoe Santana (2007) a educação financeira é imprescindível 
na sociedade, uma vez que influência de modo direto as decisões financeiras tanto no nível 
pessoal como profissional. Martins (2004), ressalta que o sucesso ou insucesso na 
administração dos recursos financeiros é resultado da capacidade dos indivíduos, em como os 
mesmos ganham, poupam, gastam e investem seu dinheiro. 
A ausência de conhecimento sobre educação financeira, seguido da facilidade de acesso 
ao crédito, representa uma combinação perigosa, podendo ocasionar endividamento. Quando 
ocorre esse contexto, parte da renda do indivíduo estará comprometida, já que possui prestações 
mensais firmadas com os credores, assim reduzindo sua capacidade de consumo (BACEN, 
2014). 
Em consonância com Wisniewski (2011), a inexistência de informações e planejamento 
financeiro são aspectos que influenciam a saúde financeira, neste sentido cria-se um ambiente 
favorável para o surgimento do consumismo, podendo induzir o endividamento até mesmo a 
inadimplência. O consumismo, não afeta exclusivamente os adultos, pode atingir as crianças e 
jovens, que estimulados pelas propagandas publicitárias, marketing, podem vincular seu bem 
estar á aquisição constate de produtos, podendo agravar o estado financeiro de sua família. 
Na visão do SEBRAE (2013), o planejamento consiste em organizar-se antes de agir, 
analisando e avaliando as possibilidades de alcançar objetivos e metas almejadas. A elaboração 
de um controle financeiro é uma alternativa viável que permite ter noção do estado financeiro 
onde o indivíduo se encontra. 
Vale ressaltar, que a facilidade de acesso ao crédito é um dos elementos que atuam para 
o aumento do consumo. Deve-se frisar que o crédito utilizado de maneira adequada, pode se 
torna vantajoso para a economia, pois possibilita o crescimento econômico do país, através do 
aumento da aquisição de bens e serviços, além do aumento da produção dos mesmos 
(WISNIEWSKI, 2011). O autor ainda reforça que o endividamento das famílias em virtude do 
aumento do consumo e a inexistência de planejamento financeiro sensibilizam a saúde 
financeira pessoal, além da evolução da economia. 
Portanto, a ausência de informações em como resolver questões que envolvem dinheiro 
pode acarretar várias consequências como estresse, endividamento, inadimplência, baixa 
autoestima e baixa produtividade no trabalho entre outros. Possuir informações sobre educação 
financeira pode minimizar essas situações, uma vez que obterão conhecimentos de como agir 
(BACEN, 2014). 
 
 
 
 
2.2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL 
 
A educação financeira no Brasil, segundo Savóia, Saito e Santana (2007), encontra-se 
em fase inicial, comparada a de outros países como Estados Unidos e Reino Unido. Os autores 
relatam que no Brasil o ensino sobre essa temática não é obrigatório na grade curricular e 
quando é ofertado, não é realizado de maneira efetiva e duradoura. 
De acordo com Martins (2004, p.5): 
O aluno não estuda noções de comércio, economia, finanças ou impostos. O sistema 
educacional ignora o assunto “dinheiro”, algo incompreensível, já que a alfabetização 
financeira é fundamental para ser bem sucedido em um mundo complexo. 
 
Nesse sentido, o BACEN (2014) menciona que a maior parte das pessoas não procuram 
informações que contribuam para melhorar o gerenciamento de suas finanças. Além disso, no 
Brasil não existe uma preocupação da sociedade com o assunto, assim sendo o tema, nas 
escolas, empresas e inclusive no convívio familiar abordado superficialmente ou simplesmente 
é deixado de lado. Apesar de todos possuírem contato direto com o dinheiro, pode-se destacar 
que poucos se preocupam em gerenciar devidamente os seus recursos monetários (BACEN, 
2014). 
Por outro lado, esse desinteresse pelo tema pode decorrer do fato das pessoas julgarem 
saber lidar com o uso do dinheiro, porém, podem estar equivocados, ou seja, podem promover 
uma falsa impressão de domínio do assunto, que na realidade não dispõem (BACEN, 2014). 
Candido e Fernandes (2014) também expõem essa carência, e afirmam que o ensino 
sobre este tema deve ser realizado, nas escolas e no ambiente familiar. Apenas uma população 
ativa no mercado financeiro, obterá prosperidade ao longo do tempo. Diante disso, Kiyosaki e 
Lechter, (2000, p. 13) citam que “escolas se concentram nas habilidades acadêmicas e 
profissionais, mas não nas habilidades financeiras”. 
Conforme, Wisniewski (2011, p.163), através da educação financeira torna-se possível: 
[...] conscientizar os investidores acerca da importância de criar o hábito de poupar; 
de como melhor distribuir seus rendimentos entre consumo e poupança; das 
alternativas de investimento que melhor atendem seu perfil; e de como a boa gestão 
de suas finanças pessoais pode contribuir para uma melhor qualidade de vida, 
eliminando fatores como estresse e outras preocupações frequentes que incidem sobre 
pessoas inadimplentes ou com as finanças agravadas. 
 
Para que esse tema seja desenvolvido, requer do setor privado dedicação e 
acompanhamento e, do setor público, a função de disseminar. A participação das escolas e 
centros universitários configura-se sendo um alicerce para o sucesso desta iniciativa (SAVÓIA; 
SAITO; SANTANA, 2007). 
Em vista disso, pode-se perceber que à educação financeira é imprescindível para a 
sociedade, de modo que esse conhecimento permite que todos possam agir de maneira adequada 
no gerenciamento dos recursos pessoais, em relação à maneira de como ganhar, gastar, poupar 
e investir, essas habilidades são valorosas e necessitam ser desenvolvidas por todas as pessoas 
(MARTINS, 2004). 
 
2.3 EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
 
A Educação Financeira, segundo BACEN (2014), proporciona aos indivíduos aprimorar 
sua percepção de conceitos que estão presentes no cotidiano, por meio de informações e 
orientações, de modo que os mesmos possam tornar-se indivíduos mais conscientes das 
oportunidades e riscos inerentes da tomada de decisões. Sendo possível realizar escolhas 
assertivas com base nos recursos disponíveis, sem deixar de lado o seu próprio bem-estar. 
Para Wisniewski (2011, p.155) a educação financeira, “[...] configura como uma 
ferramenta essencial para a boa gestão das finanças pessoais, contribuindo para a formação do 
hábito da poupança e para o acesso do investidor a novas modalidades de investimento”. 
Segundo o mesmo autor, investimento consiste em aplicações de recursos financeiros, que tem 
como expectativa receber no futuro um valor superior ao que investiu, ou seja, que gratifique o 
período que o dinheiro ficou investido, recebendo em forma de juros ou lucro. 
Já para Dornela et al. (2014), o assunto está essencialmente vinculado à compreensão 
do que é a capacidade de endividamento, onde a mesma está inteiramente interligada a restrição 
orçamentária. A ausência de conhecimento sobre este assunto pode ocasionar aumento de 
endividamento e, em decorrência disso pode levar a inadimplência de seus compromissos. 
De acordo com o BACEN (2014, p.11), apresentar conhecimento sobre educação 
financeira: 
[...] pode trazer diversos benefícios, entre os quais, possibilitar o equilíbrio das 
finanças pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevistos financeiros e para a 
aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade 
de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para a realização de sonhos, enfim, 
tornar a vida melhor. 
 
 A partir desta citação o BACEN (2014), mostra que quando os indivíduos detêm 
conhecimento sobre o tema, fazem seus recursos rederem mais, estabelecem reservas visto que 
sabem que imprevistos podem ocorrer, em outras palavras eles possuem visão de longo prazo. 
Além disso, não são facilmente manipulados, pois sabem como os processos financeiros 
ocorrem. 
Logo, Potrich et al. (2014) salientam que a educação financeira é um método que 
propíciaaos indivíduos informações que ajudam na tomada de decisões mais coesas no cenário 
financeiro onde se encontram. Para Wisniewski, (2011, p. 158) “o ponto crucial da educação 
financeira está no desenvolvimento do hábito da poupança, haja vista que a maior parte da renda 
das famílias tem sido destinada ao consumo”. 
Nesse sentido, a educação financeira pode ser considerada uma ferramenta para 
alavancar o desenvolvimento econômico. Uma vez que as decisões financeiras influenciam, 
todo o conjunto da economia, por estar estreitamente vinculadas ao grau de endividamento e de 
inadimplência dos indivíduos, além da capacidade de investimento dos países (BACEN, 2014). 
Nesse sentido, a educação financeira refere-se ao momento em que o indivíduo age diante das 
possibilidades de consumo, estimulando ou desestimulando a produção e renda, que podem 
gerar grande impacto no cenário econômico do país. 
Candido e Fernandes (2014) ressaltam que não existe uma concordância em qual 
momento deve-se realizar a formação do indivíduo sobre educação financeira. Candido e 
Fernandes (2014, p.896) citam que: 
Enquanto o assunto é negligenciado pelas instituições de ensino básico e programas 
públicos de conscientização, a instabilidade desta balança de endividamento e 
educação financeira privada vem se inclinando para o descontrole financeiro e os altos 
níveis de endividamento começam a ganhar esta disputa. 
 
A citação do autor Fernandes (2014), revela que quando existe o ensinamento sobre 
educação financeira na sociedade, questões relacionadas ao endividamento tentem a ocorrer 
com menor frequência. Uma vez que os indivíduos desta sociedade saberão como gerenciar 
seus recursos e lidar com situações que envolvam conhecimento sobre a temática. 
Com o desenvolvimento do mercado financeiro e do crescente aumento na concessão 
de crédito, evidência que a sociedade necessita estar preparada para gerenciar seus recursos 
financeiros, isto é, deve possuir maior conhecimento sobre educação financeira (POTRICH et 
al., 2014). 
Para Savóia, Saito e Santana (2007), é imprescindível que os indivíduos dominem vários 
conjuntos de informações que possibilitam ter um entendimento coerente e sem erros dos 
fatores que interferem o ambiente econômico. Parte desse conhecimento é obtida por 
intermédio da educação financeira, que possibilita desenvolver habilidades, onde os mesmos 
possam optar por decisões embasadas, assim aperfeiçoando a administração de suas finanças. 
A educação financeira tornou-se relevante, visto que decisões precipitadas podem levar 
o consumidor, a aumentar os gastos com juros e taxas (CANDIDO; FERNANDES, 2014). 
Candido e Fernandes (2014) ainda ressaltam que as gerações atuais não se encontram 
preparadas para lidar com questões pertinentes ao gerenciamento de suas finanças, apresentam 
dificuldades em gerenciar suas finanças e com tendência ao endividamento. 
Kiyosaki e Lechter , (2000, p.10), destacam que “da mesma forma que as habilidades 
acadêmicas são importantes, as habilidades financeiras e de comunicação também o são”. Desta 
maneira, pode-se evidenciar que o aprendizado sobre educação financeira no âmbito escolar é 
imprescindível para a formação de adultos conscientes de seus atos e que estejam preparados 
para lidar com situações que envolvam dinheiro. 
 
3. METODOLOGIA 
 
Os dados desse artigo fazem parte de uma pesquisa do projeto de extensão “Educação 
Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” financiado pelo PIBEX/UFV - Programa 
Institucional de Bolsas de Extensão Universitária pela Universidade Federal de Viçosa - 
Campus Rio Paranaíba durante o ano de 2014 a 2016. Neste período foram beneficiados pelo 
projeto 524 alunos da rede pública de ensino médio. 
 O referido projeto de extensão tem como objetivo principal propiciar ações voltadas à 
educação financeira para estudantes do ensino médio. O projeto promove a disseminação de 
conhecimentos básicos de economia e finanças, além de cursos de curta duração e palestras 
introdutórias, que permitem ampliar o campo de visão desses estudantes. 
A elaboração deste artigo foi realizada através do método qualitativo, quantitativo e 
descritivo. Segundo Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p.26), evidenciam que a: 
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o 
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do 
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a 
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa [...]. 
Pesquisa Quantitativa considera o que pode ser quantificável, o que significa traduzir 
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las [...]. 
 
Martins (2007, p. 36), define que a pesquisa descritiva tem por finalidade “[...] a descrição 
das características de determinada população ou fenômeno, bem como o estabelecimento de 
relações entre variáveis e fatos”. Os procedimentos científicos utilizados nesta pesquisa foram 
de caráter bibliográfico. Segundo Pádua (2004), a pesquisa bibliográfica consiste em colocar o 
observador em contato com conteúdos existentes e registrados sobre determinado tema 
pesquisado. 
A amostra é predominantemente composta por alunos do 2º e 3º ano do ensino médio 
da rede pública, as cidades que participaram da pesquisa foram Rio Paranaíba, Patrocínio, São 
Gotardo e do Distrito de Guarda dos Ferreiros localizados no Estado de Minas Gerais. A 
pesquisa teve como intuito verificar as percepções dos alunos e suas expectativas em relação 
ao assunto abordado. 
A técnica de coleta de dados utilizada foi um questionário estruturado com perguntas 
fechadas de múltipla escolha, entregues aos alunos após as palestras sobre o tema, em seguida 
recolhidos para tabulação. Os dados obtidos foram analisados mediante a estatística descritiva 
simples. Para melhor visualização dos resultados nos três anos, os dados foram organizados em 
planilhas do Microsoft Excel em forma de tabelas, apresentado a frequência, porcentagem e 
somatório, assim proporcionando uma melhor visualização e avaliação das informações 
coletadas. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Nesta seção os resultados da pesquisa foram separados em duas partes. No primeiro foi 
descrito o perfil dos entrevistados, posteriormente será apresentado às percepções dos alunos 
quando ao tema abordado e como à educação financeira é vista pelos entrevistados no ambiente 
escolar. 
 
4.1 Perfil 
 
Deve-se ressaltar que a amostra usada neste artigo é composta por alunos do ensino 
médio. Para tornar mais fácil a visualização, utilizou-se o ano da execução do projeto de 
extensão, para demostrar os resultados alcançados. Realizou-se uma análise descritiva do 
conjunto de observações. Do total de 524 participantes, obtiveram três observações de dados 
disponíveis para realizar a análise do comportamento dos estudantes. 
A Tabela 01 sintetiza as informações sobre o perfil dos entrevistados no período de 
2014-2016. Pode-se verificar que na amostra, 62,98% corresponde ao gênero feminino, seguido 
de 37,02% do gênero masculino. Segundo o site Portal Brasil (2016), “[...] as mulheres são a 
maioria nas escolas, universidades, cursos de qualificação [...]”, sendo possível constatar que o 
gênero feminino tem maior predominância nesse ambiente. 
 Tabela 01- Amostra: 
Gênero 2014 2015 2016 ∑ Porcentagem 
Feminino 40 152 138 
330 62,98% 
Masculino 27 91 76 
194 37,02% 
∑ 67 243 214 
524 100% 
Faixa etária 2014 2015 2016 ∑ Porcentagem 
Entre 16 e 18 anos 67 233 193 
493 94,08% 
Entre 19 e 24 anos 0 10 21 
31 5,92% 
∑ 67 243 214 
524 100% 
 Fonte: Projeto de extensão “Educação Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” 
 
Quanto à faixa etária, pode-se destacar que a maioria dos participantes possuem idade 
entre 16 a 18 anos, com um percentual de 94,08%, evidenciandoa sua predominância. Já o 
grupo de 19 a 23 anos é minoria contendo somente 5,92% de representatividade. Tal resultado 
já era esperado uma vez que os alunos do ensino médio, que cursam o 2º e 3º ano do ensino 
médio estão nessa faixa etária. 
Pesquisas mostram que jovens que se encontram nessas faixas etárias, apresentam 
dificuldades em administrar suas dívidas. Assim, torna-se fundamental possuir conhecimento 
para gerenciar essas situações. Conforme Domingos (2013), em sua matéria publicada no site 
DSOP- Educação Financeira, jovens entre 15 a 24 anos já apresentam dívidas, os motivos que 
ocasionam essa situação são os mais diversificados. Segundo Serasa Experian, o que leva os 
jovens ao endividamento na maioria das vezes são produtos como celulares e carros. Um fator 
propulsor para este cenário são os meios midiáticos que impulsionam os jovens por meio do 
marketing a adquirirem produtos. 
Vale ressaltar que esses alunos vivem na iminência de entrar no mercado de trabalho ou 
aspiram um curso superior, e tal fato torna essencial um prévio conhecimento sobre educação 
financeira. 
 
4.1 Percepções dos alunos 
 
Pode-se destacar de acordo com a Tabela 02, que a maioria dos participantes da pesquisa 
79,58% considerou possuir conhecimentos sobre o tema proposto, 13,93% dos entrevistados 
consideram que não dispõem de conhecimentos sobre esta temática e uma minoria de 6,49%, 
não souberam avaliar esta questão. Neste contexto, identificou-se que o conhecimento sobre 
educação financeira é proveniente principalmente das discussões que ocorrem no âmbito 
familiar 56,11%, sendo ensinamentos que foram passados de pais para filhos. 
Pode-se concluir que o papel dos pais na educação financeira dos filhos é relevante. Dar 
bom exemplo de como gerenciar recursos financeiros e resolver imprevistos são ensinamentos 
importantes para a formação de cidadãos conscientes. Desta maneira o comportamento dos 
filhos é reflexo das atitudes dos responsáveis. Na prática o que os filhos praticam decorre do 
comportamento dos pais. 
 
 Tabela 02- Percepções dos alunos quando ao tema abordado: 
Conhecimento em Educação Financeira 
 
Possuo conhecimento 
sobre este tema 
Não possuo Não sei avaliar ∑ 
2014 61 03 03 67 
2015 180 47 16 243 
2016 176 23 15 214 
∑ 417 73 34 524 
Porcentagem 79,58% 13,93% 6,49% 100% 
 
Local onde obtive contato com a Educação Financeira 
 
No âmbito 
familiar 
Na escola 
inserida nas 
Disciplinas 
Em cursos e 
Palestras 
Não sei 
avaliar 
∑ 
2014 39 02 22 04 67 
2015 141 18 34 50 243 
2016 114 17 55 28 214 
∑ 294 37 111 82 524 
Porcentagem 56,11% 7,06% 21,18% 15,65% 100% 
 Fonte: Projeto de extensão “Educação Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” 
 
Em seguida, com uma porcentagem inferior ficou a escola com apenas 7,06%, 
demostrando que na percepção dos estudantes a escola não aborda esse assunto com muita 
periodicidade. O baixo índice de contato com educação financeira na escola é reforçado por 
estudo publicado pelo SEBRAE, onde o mesmo destaca que as escolas não estão preparando 
adequadamente os jovens e crianças para lidar com situações corriqueiras do cotidiano e 
problemas que envolvem dinheiro na vida adulta. Quando existe entendimento por parte dos 
indivíduos em relação ao tema, isto possibilita melhorar a qualidade de vida dos mesmos 
SEBRAE (2013). 
A terceira forma de contato com o tema é por meio de palestras e cursos, o mesmo 
obteve 21,18%, esta forma de aprendizado contribui para formação do conhecimento dos 
participantes. Isso mostra o interesse dos participantes, pois a palestra ou curso é uma opção. 
Por fim, dentre os entrevistados, 15,65% não souberam avaliar esta questão. 
Por meio, do projeto de extensão foi possível realizar diversas palestras voltadas para a 
educação financeira, como mostra as Figuras 1 e 2. Todas as palestras buscaram disseminar 
conhecimentos básicos de economia e finanças, tendo como intuito despertar o interesse dos 
estudantes sobre o tema proposto. 
 
 
Figuras 1: Palestra efetuada pelo projeto de extensão na Escola Estadual Doutor Adiron Gonçalves 
Boaventura na cidade de Rio Paranaíba /MG no dia 08 de junho de 2016. 
 Autoria da foto: Ricardo Freitas Martins da Costa. 
 
 
Figura 2: Palestra efetuada pelo projeto de extensão na Escola Estadual Coronel Hermenegildo Ladeira, 
Distrito de Guarda dos Ferreiros, São Gotardo/MG no dia 05 de maio de 2016. 
Autoria da foto: Ana Aparecida Ribeiro. 
 
A partir dos resultados apresentados na Tabela 03, pode-se ressaltar que 85,3% dos 
participantes demostraram considerar importante o conhecimento sobre educação financeira. 
Uma minoria de 14,69% dos estudantes indicou que não tem opinião formada sobre essa 
temática. 
A educação financeira é relevante em todas as etapas da vida, nossas decisões 
influenciam diretamente no presente e consequentemente no futuro, quando aprendemos desde 
cedo sobre o tema, isso nos auxilia no comportamento em como agir para manter uma situação 
equilibrada (ENEF, 2016). Desta forma, estar ciente da importância de aprofundar no tema, 
espera-se pessoas mais conscientes quanto ao gerenciamento de seus recursos pessoais. 
 
 Tabela 03 – Aprendizagem: 
 Importância desses conhecimentos A escola é adequada para discutir o tema 
 
Considero 
importante 
Não tenho opinião 
formada 
∑ Sim Não 
Não sei 
avaliar 
∑ 
2014 64 03 67 66 01 0 67 
2015 214 29 243 190 51 02 243 
2016 169 45 214 166 46 02 214 
∑ 447 77 524 422 98 04 524 
Total 85,31% 14,69% 100% 80,53% 18,70% 0,76% 100% 
 Fonte: Projeto de extensão “Educação Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” 
 
Nota-se que os estudantes consideram o ambiente escolar um local apropriado para 
discutir o tema educação financeira, como mostra a Tabela 03. Relacionando á tabela anterior 
com a atual, pode-se perceber que apesar da escola não desenvolver práticas sobre o tema, a 
maioria dos participantes veem o ambiente escolar como sendo o lugar, mas apropriado para 
desenvolver o tema. 
Krüger (2014) destaca que no ambiente familiar e escolar, as noções sobre finanças não 
são abordadas com a devida atenção merecida, essa falta de conhecimento e informações sobre 
essa temática podem resultar em tomadas de decisões equivocadas que poderão ocasionar o 
declínio financeiro dos indivíduos. 
Ademais, o conhecimento sobre educação financeira está diretamente relacionado com 
experiências práticas e ensinamentos vivenciados e repassados para os jovens. 
 
 Tabela 04- Preocupação dos estudantes sobre a negativação de seu nome: 
Ter seu nome negativado representa uma preocupação 
 Sim Não ∑ 
2014 65 13 67 
2015 230 02 243 
2016 206 08 214 
∑ 501 23 524 
Total 95,61% 4,39% 100% 
 Fonte: Projeto de extensão “Educação Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” 
 Denota-se que 95,61% dos estudantes se consideram preocupados em ter seu nome 
negativado como mostra a Tabela 04, e somente 4,39% não consideram relevante essa situação. 
Os meios midiáticos divulgam pesquisas que mostram a situação em que se encontram a 
população brasileira sobre a negativação, podendo perceber de onde vem à preocupação desses 
alunos com essa questão. 
Segundo o site do G1 (2016) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a 
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), realizaram uma pesquisa no início de 
2015 a março de 2016, e divulgaram que os brasileiros possuem contas em atraso, existe no 
Brasil 58,7 milhões de devedores, o equivalente a 39,64% da população entre idade de 18 a 95 
anos. 
Pode-se observar que os estudantes tem preocupação com essa questão, já que á 
população brasileira encontra-se em uma situação preocupante, no não cumprimento de suas 
obrigações com terceiros. Os estudantes compreendem a importância de gerenciar os seus 
rendimentos, não gastar além do que possuem, paraque não se tornem endividados ou 
inadimplentes. 
 
 Tabela 05 – Itens que os estudantes consideram investimento: 
Alternativas que os participantes consideram como investimento 
2014 a 2016 ∑ Porcentagem 
Poupança 269 51,34% 
Estudos 220 41,98% 
Imóveis 156 29,77% 
Bolsa de Valores 123 23,47% 
Aposentadoria 77 14,69% 
Alimentação 52 9,92% 
Trocar seu carro por um novo 40 7,63% 
Imposto de Renda 19 3,63% 
Comprar um tênis novo 04 0,76% 
Fazer uma festa de aniversário 01 0,19% 
 Fonte: Projeto de extensão “Educação Financeira: Aprendendo a Lidar com Dinheiro” 
 
Do total de 524 alunos, contrariamente ao que ensina a economia, os alunos consideram 
como investimentos os seguintes itens: estudos 41,98%, aposentadoria 14,69%; alimentação 
9,92%; imposto de renda 3,63% entre outros. Isso mostra que ainda existe uma ideia equivocada 
do significado de investimento para esses indivíduos. 
De acordo com BECAN (2014), investimento consiste sendo uma aplicação dos 
recursos que poupamos com a perspectiva de adquirir um valor sobre a mesma, em outras 
palavras, investimento é toda aplicação com expectativa de lucro. Conforme Paiva e Cunha 
(2008), na economia, investimento representa aplicação de capital, que tem a finalidade de 
aumentar a capacidade produtiva como instalações, máquinas e meios de transporte. 
Segundo a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela 
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em 2016, apontou que a poupança é a 
aplicação preferida por 69,5% dos brasileiros, indicando que a mesma está relacionada ao baixo 
nível de perda, de acordo com Almeida (2016), em sua matéria publicada no site Exame.com. 
Pode-se observar que o item que apresentou maior porcentagem pelos estudantes foi justamente 
a poupança indicando sua presença ativa no cenário brasileiro. 
Almeida (2016) ainda cita que os investimentos elegidos pelos brasileiros, foram 
Poupança 69,50%, Imóveis 28,80%, Previdência privada 8,90%, Fundos de investimento 
5,90%, Dólar 5,50%, CDB 1,80%, Bolsa de Valores 0,40% entre outros investimentos de 
acordo com a pesquisa realizada pelo SPC Brasil. 
Nota-se que imóveis e bolsa de valores também foram citados pelos estudantes, porém 
representam uma pequena parcela dos participantes que sabem que os mesmos são 
investimentos. Pode-se concluir que apesar da maioria dos estudantes acreditarem que possuem 
conhecimento sobre educação financeira, muitos possuem dificuldades em dissociar o que é 
investimento. Assim, mostrando a carência do tema “educação financeira” na sociedade onde 
estão inseridos, já que investimento é uma das linhas de aprendizagem abordada na educação 
financeira. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este artigo analisou a percepção dos alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio 
sobre a educação financeira. Identificou-se que a maioria dos entrevistados sabem da 
importância de se organizarem financeiramente, para que suas metas e aspirações possam ser 
concretizadas com sucesso. 
Além disso, os resultados ainda expõem que o tema: Educação Financeira no âmbito 
escolar é pouco discutida. Sendo que a maioria dos entrevistados aprendem sobre finanças no 
ambiente familiar. Embora o tema não seja abordado nas escolas com a devida atenção e 
periodicidade, os estudantes reconhecem a relevância de seu aprendizado nesse ambiente. As 
palestras realizadas pelo projeto de extensão possibilitou um primeiro contato dos estudantes 
com a área de economia e finanças. As palestras têm como objetivo principal despertar o 
interesse dos jovens dessas comunidades sobre o assunto. 
A partir dos resultados alcançados, notou-se que o endividamento é uma preocupação 
atual dos participantes. Os mesmos reconhecem que sua ocorrência implica em consequências 
como, por exemplo, limitação de consumo. Pode-se destacar que os participantes da pesquisa 
ainda têm dificuldades em dissociar o que é investimento. Assim, pode detectar a necessidade 
de maiores informações sobre o tema, para que os mesmos tenham maiores compreensões sobre 
o assunto. 
Este artigo revela que o conhecimento adquirido por esses jovens ao longo de sua 
trajetória até o ensino médio são insuficientes para distinguir o que é investimento, mostrando 
que muitos alunos, ainda não detém conhecimento suficiente para dissociar. Assim, evidencia-
se a necessidade de se implantar programas mais efetivos que abordam o assunto “Educação 
Financeira” no âmbito escolar. 
 Recomenda-se para futuras pesquisas, a realização de outros estudos nas escolas da 
região para averiguar como os estudantes do ensino médio ainda lindam com situações que 
envolvem conhecimento sobre educação financeira e orçamento pessoal. Assim sendo possível 
apurar seus anseios em relação a essa temática. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
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