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Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ) Curso de Graduação em Administração CAROLAINE APARECIDA DA SILVA FERREIRA GABRIEL DE REZENDE PEREIRA A AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VIDA DOS JOVENS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA ITAPERUNA, RJ 2022 CAROLAINE APARECIDA DA SILVA FERREIRA GABRIEL DE REZENDE PEREIRA A AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VIDA DOS JOVENS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Administração do Centro Universitário São José de Itaperuna, como requisito final para a obtenção do título de Graduação em Administração. Orientadora: Armênia Arantes Guimarães ITAPERUNA, RJ 2022 CAROLAINE APARECIDA DA SILVA FERREIRA GABRIEL DE REZENDE PEREIRA A AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VIDA DOS JOVENS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Administração do Centro Universitário São José de Itaperuna, como requisito final para a obtenção do título de Graduação em Administração. Orientadora: Armênia Arantes Guimarães Itaperuna, dezembro de 2022. Banca Examinadora: 3 A AUSÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VIDA DOS JOVENS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA Carolaine Aparecida da Silva Ferreira 1 Gabriel de Rezende Pereira 2 Armênia Arantes Guimarães3 Resumo: Existe um estímulo ao consumo excessivo da população, onde a sociedade é atraída pelas ofertas e demandas de produtos ou serviços provenientes de atividades comerciais e financeiras, o que torna essencial que as pessoas estejam preparadas para a tomada de decisão em relação aos seus recursos financeiros. O bem estar econômico e a educação financeira são de extrema importância para a vida das pessoas, principalmente para os jovens, pois ajudam a fazer escolhas responsáveis, compreendendo melhor sobre o valor que se deve dar ao seu próprio recurso. Diante desse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a falta de conhecimentos básicos dos jovens universitários sobre a educação financeira, bem como ressaltar o impacto causado na saúde financeira quando não há uma boa gestão das finanças pessoais. Por meio da aplicação de um questionário online com sete perguntas fechadas, foram obtidas 201 respostas válidas dentre os universitários, que responderam sobre conhecimentos e comportamentos financeiros. Após análise dos dados através do uso de gráficos, concluiu-se que a maioria dos jovens universitários possuem conhecimentos básicos referentes à educação financeira, o que proporciona uma consciência crítica acerca de suas finanças, tornando-os preparados para administrar seus próprios recursos. Palavras-chave: Educação Financeira, Recursos Financeiros, Saúde Financeira. Introdução A educação financeira serve de base para uma tomada de decisão mais consciente, diminuindo a possibilidade de erros e mostrando se uma ferramenta é capaz de diminuir as interferências de fatores emocionais nas decisões. A capacidade dos indivíduos para tomar decisões financeiras informadas é fundamental para o desenvolvimento das finanças pessoais, que pode contribuir 3 Orientadora da pesquisa. Mestra em Administração, pela Universidade Candido Mendes - Campos (UCAM). Contato: armênia_guimaraes@hotmail.com 2 Graduando em Administração pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ). Contato:carolaineferreirasilv@gmail.com 1 Graduando em Administração pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ). Contato: gprezende99@gmail.com 4 para a alocação mais eficiente de recursos financeiros e uma maior estabilidade financeira, tanto a nível micro e macro (OLIVEIRA, 2019, p.19). Sendo assim, o objetivo geral do trabalho é investigar como a falta da educação financeira influencia na vida pessoal e profissional de jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. E tem-se como objetivo específico: 1) Mapear quem são esses jovens; 2) Aplicar questionário; 3) Mensurar resultados; 4) Revisão de Literatura. Quanto a problemática, o trabalho pretende responder a seguinte pergunta: Qual o impacto da falta de educação financeira na vida desses jovens? Logo, o presente trabalho tem como justificativa auxiliar os jovens a se desenvolverem através da educação financeira na vida pessoal e profissional. Em relação a metodologia adotada, o presente trabalho pode ser definido por dois critérios: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, o presente trabalho será feito de forma descritiva, pois tem como objetivo descrever as características de uma população, um fenômeno ou experiência para o estudo realizado. E quanto aos meios será descritivo, pois foi realizado um estudo de caso sobre o tema em questão, permitindo uma maior interação com o tema abordado. Quanto à investigação, será realizado um estudo de caso na cidade de Itaperuna RJ, através de uma pesquisa de campo com aplicação de questionário aos jovens universitários de 18 a 25 anos. Por fim, quanto à natureza a pesquisa será quantitativa, dando assim a possibilidade de quantificar as informações através de números e porcentagens. O trabalho será estruturado com as seguintes seções, a saber: introdução, endividamento do público jovem, educação financeira, planejamento financeiro, metodologia, análise dos resultados, considerações finais, e referências. I. Endividamento do Público Jovem O endividamento consiste no saldo devedor de um indivíduo, que pode ser resultado de uma única dívida ou de várias dívidas simultaneamente, ou seja, refere-se a falta de controle financeiro. De acordo com estudos o endividamento vem crescendo de forma alarmante no Brasil, o que significa que a população vem comprometendo a sua renda com o pagamento de dívidas a cada ano. Somente quando o endividamento está ao extremo que os brasileiros passam a ter 5 conhecimento sobre o tamanho do prejuízo causado, uma vez que as pessoas têm o hábito de gastar sem poupar, e em muitos casos além de gastar toda a sua renda ainda fazem dívidas sem ter como pagá-las. Diante disso, é essencialmente importante gerir melhor o que se tem (BRAZ, 2019, p. 5). Dentre as pessoas mais vulneráveis a se endividar estão os jovens, os quais são mais suscetíveis às influências do consumo compulsivo e as ações de marketing das instituições financeiras. A utilização do cheque especial, a solicitação de empréstimos, e despreparo do uso do cartão de crédito, estão entre as principais causas do endividamento entre os jovens, e isso se deve a facilidade de acesso que os jovens têm as linhas de crédito, que tem se intensificado ao longo dos anos devido a inserção dessa faixa etária no mercado de consumo. Devido o descuido dos jovens com o uso do dinheiro, as instituições bancárias usam essa falta de conhecimento sobre a questão financeira para vender os seus produtos, de forma a não esclarecer a esses jovens as reais condições de uso e contratação (SANTO, 2016, p. 17). As instituições financeiras representam apenas uma parcela do endividamento imaturo dos jovens, sendo que o financiamento de veículos, o consumo inconsciente, e carnês de lojas também fazem parte das causas do endividamento desse público. Estima-se que cerca de 9 milhões de jovens no Brasil estão enrolados com dívidas, sendo que 18% dos jovens até 20 anos estão com o nome sujo. Os hábitos ruins e principalmente a preocupação com a autoestima acabam fazendo com que os jovens gastem mais do que tem, tornando-se inadimplentes, logo o público jovem se empolga com a oferta de consumo e isso resulta na imaturidade de gerir o próprio dinheiro. Mas infelizmente a falta de controle financeiro que os jovens têm é causado pela ausência da administração financeira da família, que acaba passando para a futura geração (AVDZEJUS ET AL, 2012, p. 8). O endividamento dos jovens não se reflete apenas na consequência financeira, mas também acaba afetando a vida profissional, isso porque a má saúde financeira acaba atrapalhandoo desenvolvimento profissional, logo o endividamento gera impactos em outras situações do indivíduo. A busca da independência econômica desperta nos jovens a sensação de liberdade financeira, de forma que aceitem qualquer tipo de proposta de consumo que satisfaça suas necessidades e 6 desejos imediatos, o que leva ao descontrole financeiro. Porém, a educação financeira consiste na receita para evitar ou minimizar o endividamento, podendo ajudar os jovens a reverter essa situação, de forma a estabelecer uma relação saudável com as suas finanças, além de saberem analisar se a aquisição do bem realmente se faz necessário (SANTO, 2016, p. 18). “Aspectos como estilo de vida, posicionamentos, práticas, e padrões de interesses, aliado a ausência do autocontrole, influenciam no endividamento dos jovens, e como consequência a qualidade de vida é impactada.” (GARCIA ET AL, 2020, p. 5) II. Educação Financeira A educação financeira consiste em uma ferramenta para transformar o cenário econômico das famílias brasileiras, sendo um assunto muito discutido ao longo dos anos. Sendo definida como a compreensão de conceitos e produtos financeiros, a educação financeira ajuda a sociedade a se tornar consciente a respeito dos gastos, de forma a fazer escolhas corretas através da informação, formação e orientação sobre como controlar os gastos e ter uma vida financeira de qualidade, bem como uma sociedade responsável e comprometida com o futuro. A educação financeira possibilita ao indivíduo gerir a sua renda, auxiliando a poupar e investir, evitando assim contrair dívidas, instruindo as pessoas a ter um consumo de acordo com as suas necessidades e não por impulso (ARAUJO, 2022, p. 31). A educação financeira surgiu da necessidade urgente de despertar no consumidor a consciência para as implicações sociais e pessoais que interferem nos recursos financeiros, que na maioria das vezes resulta no endividamento. A ausência da educação financeira no Brasil se deve ao passado histórico e cultural do país, bem como as elevações da inflação e as variações monetárias ao longo dos anos, o que influenciou a população a não ter um planejamento financeiro, levando a dívidas. Assim o conhecimento da questão financeira proporciona o bem estar financeiro, possibilitando as habilidades necessárias para uma tomada de decisão com mais segurança. Assim a educação financeira evita que a condição financeira do indivíduo seja prejudicada, e o mesmo saiba como gastar e gerir o próprio recurso (JESUS, 2021, p.20). 7 “A educação financeira contribui para que os jovens na fase adulta possam ter uma boa relação com o dinheiro, de forma que tenham responsabilidades. Educar-se financeiramente ajuda no alcance dos objetivos e metas pessoais, de forma clara e eficiente.” (BATISTA ET AL, 2022, p. 7) Ter uma vida financeira equilibrada é o sonho de qualquer pessoa, porém poucas pessoas sabem como usar o seu dinheiro, e a educação financeira permite a utilização da renda de forma eficiente, gastando pouco e oferecendo uma melhor qualidade de vida. A educação financeira não se limita apenas a ajudar as pessoas a administrar o seu dinheiro, mas também permite cuidar do futuro, prevenir problemas financeiros, ter confiança no investimento, e compreender sobre as próprias despesas e receitas. A dificuldade de guardar dinheiro, o consumo exagerado, e o grande número de dívidas, consiste na má educação financeira, o que resulta em reflexos na vida pessoal. E como forma de mudar esses hábitos ruins torna-se necessário tratar da educação financeira desde jovem, para possibilitar um futuro estável e confortável (MENDES, 2015, p. 16). O ensino-aprendizagem da educação financeira nas escolas ajuda a formar cidadãos mais conscientes na hora de investir ou consumir, impactando diretamente no desenvolvimento econômico do país, sendo essencial para a sociedade em geral. Quando adulto não se tem uma preocupação com a mudança do comportamento ruim de consumo, e quando jovem também não há uma preocupação com as consequências que o consumo exagerado pode causar. Portanto, o ensino da educação financeira nas escolas e no dia a dia da sociedade, é fundamental para entender como o dinheiro funciona, sem contrair dívidas, e ter as finanças em dia. Aliado à educação financeira, o planejamento financeiro também tem um papel importante, atuando na organização das finanças pessoais pensando no futuro (AMORIM, 2020, p. 43). III. Planejamento Financeiro Pessoal O Planejamento Financeiro, como o próprio nome diz, consiste em planejar, programar, e construir as atividades financeiras, com o intuito de reduzir os riscos do descontrole dos orçamentos pessoais e aproveitar os recursos e as oportunidades. Para que seja alcançado é necessário a definição de metas, objetivos, e estratégias para a tomada de decisão eficaz e precisa, e este processo precisa passar por três 8 etapas, que são planejar, executar e verificar, identificando-se assim a situação financeira atual. Planejar o orçamento pessoal permite conhecer a real situação financeira, sabendo o que fazer para poupar dinheiro, e destinar uma reserva para o futuro. Dessa forma, um bom plano financeiro pode reduzir o tempo para a conquista de um sonho, concentrando os esforços em ações precisas (VIEIRA, 2022, p. 4). Planejar o próprio recurso possibilita ter um dinheiro para uma eventualidade, além de evitar dívidas, erros e riscos. Organizar e controlar as finanças pessoais são imprescindíveis, independente de qualquer idade, profissão, renda ou objetivo, sendo possível alcançar o sucesso pessoal, profissional, e material. As melhores decisões financeiras são tomadas quando se entende a importância do planejamento financeiro, logo é preciso de tempo, disciplina, e organização para ter um bom planejamento e controle das finanças. Para viver com tranquilidade com as finanças, é fundamental saber o que fazer com o dinheiro, sendo assim o planejamento financeiro é um dos primeiros itens a serem tratados para a melhoria da gestão dos recursos financeiros pessoais (FERRAZ ET AL, 2021, p. 6). Frankenberg (1999, p. 31) faz o seguinte esclarecimento: Planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família. Essa estratégia pode estar voltada para curto ou longo prazo, e não é tarefa simples atingi-la. O planejamento financeiro de uma pessoa e de sua família para uma vida inteira não é, de maneira alguma, um conceito rígido e inflexível. Ao contrário, cada um pode estabelecer metas para si próprio. Mas, uma vez que as defina, deve sempre mantê-las em sua mente e lutar com determinação para alcança-las. Assim como nenhuma empresa pode progredir a longo prazo se não tiver um foco ou objetivo, também o indivíduo precisa saber antecipadamente as metas que pretende atingir. O planejamento financeiro tem objetivos a curto (1 e 2 anos) e a longo prazo (2 a 10 anos), e vai muito além de não ficar com a conta negativa, logo manter e conquistar um padrão de vida é fundamental. Os objetivos traçados por uma pessoa ou família são alcançados através do controle, coordenação, e mapeamento dos caminhos a serem seguidos, de forma que as metas financeiras sejam alcançadas. O planejamento financeiro pessoal é semelhante ao planejamento financeiro das empresas, uma vez que busca o melhor aproveitamento dos recursos, além do 9 crescimento do patrimônio, e geração de riqueza. Portanto, o planejamento financeiro pessoal é a chave para uma vida tranquila financeiramente, com qualidade de vida e alcance dos sonhos e realizações almejadas (FARIA, 2008, p.15). IV. Metodologia Quanto à metodologia, o presente trabalho pode ser definido por dois critérios: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, o presente trabalho será feito de forma descritiva, pois tem como objetivo descrever as características de umapopulação, um fenômeno ou experiência para o estudo realizado. E quanto aos meios será descritiva, pois foi realizado um estudo de caso, sobre o tema em questão, permitindo uma maior interação com o tema abordado. Quanto à investigação, será realizado um estudo de caso na cidade de Itaperuna RJ, através de uma pesquisa de campo com aplicação de questionário aos jovens universitários de 18 a 25 anos. Por fim, quanto à natureza a pesquisa será quantitativa, dando assim a possibilidade de quantificar as informações através de números e porcentagens. Os questionários foram formulados através do Google Forms, disponibilizado ao público em questão, traduzindo os objetivos da pesquisa em questões específicas. O Google Forms é uma ferramenta online onde é possível criar questionários e coletar informações, além de gerenciar as pesquisas realizadas. O questionário foi aplicado para os jovens universitários que estão iniciando a vida acadêmica, e que já estão aptos para o mercado de trabalho, que residem na cidade de Itaperuna-RJ, sendo composto de sete questões fechadas de múltipla escolha, sem a identificação dos respondentes. A pesquisa contou com um total de 201 respostas, ou seja, contou com a participação de 201 jovens universitários, e somente foi possível descrever as características da população pesquisada, através das respostas às questões levantadas. Os jovens universitários que participaram da pesquisa foram convidados de forma voluntária, onde foi explicado o objetivo do trabalho, e em seguida disponibilizado o link do questionário por meio das redes sociais para que fossem respondidos. Logo, foi solicitado aos jovens universitários que divulgassem a 10 pesquisa para outros possíveis respondentes de perfis parecidos. Cabe mencionar ainda, que os questionários em questão foram aplicados no período entre maio e outubro de 2022. Quanto aos fins, para se obter as referências necessárias para a realização deste trabalho, foi utilizada a metodologia de pesquisa bibliográfica de alguns autores que tratam do tema em questão, com levantamento de dados em fontes secundárias, sendo assim um trabalho qualitativo. V. Análise dos Resultados Observando as informações abaixo que foram coletadas através da aplicação do questionário, pode-se notar que muitos jovens universitários conhecem ou já ouviram falar sobre assuntos referentes ao capital financeiro, e cerca de 55% desses jovens universitários conversam com a sua família a respeito de dinheiro. Logo, analisando os dados coletados pode-se perceber que a maioria dos jovens universitários têm um conhecimento sobre educação financeira. Gráfico 1: Sobre a Taxa básica de juros da economia Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 Logo, o gráfico 1 mostra que apenas 15,6% dos jovens que responderam ao questionário tem conhecimento do que é a taxa básica de juros da economia. 11 Gráfico 2: Conhecimento popular sobre Mercado de Capitais Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 No gráfico 2 cerca de 41,9% dos jovens não têm conhecimento sobre mercado de capitais, sendo ele responsável por intermediar negociações de investimentos em renda fixa e renda variável. Gráfico 3: Crença familiar sobre dinheiro Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 No gráfico 3 observa-se que 41,3% dos jovens não conversam ou não gostam de conversar sobre dinheiro com seus pais, sabendo isso, nota-se que existe um tabu a respeito do assunto, e que os jovens não têm esse estímulo dos pais. 12 Gráfico 4: Preparação para uma emergência Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 No gráfico 4 pode-se perceber que 44,4% tem uma reserva de emergência, o que mostra que apesar da pouca idade e do início da participação no mercado de consumo, alguns jovens universitários tem um planejamento financeiro. Gráfico 5: Planejamento familiar Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 13 O gráfico 5 mostra que 34,4% dos jovens não participam das decisões financeiras familiares, consequentemente, quando eles precisam se tornar independentes, torna-se mais difícil sem o aprendizado necessário na juventude. Gráfico 6: Fonte de renda estável Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 No gráfico 6, percebe-se que 70,4% dos jovens tem uma fonte de renda, portanto, precisam lidar com suas responsabilidades financeiras. Gráfico 7: Conhecimento para investir Fonte: Elaborado pelos autores, 2022 14 E no gráfico 7 pode-se perceber que 61,9% dos jovens universitários tem vontade de investir dinheiro caso o tivessem. Dessa forma pode-se observar o quanto é importante ao jovem universitário o conhecimento dos assuntos relacionados às finanças, de forma a ter uma tranquilidade financeira e um planejamento do seu próprio capital a longo prazo. Mas cabe mencionar que na maioria das vezes a realidade dos jovens é outra, o que na prática esse cenário pode ser diferente, já que estão iniciando a independência financeira e o mercado de consumo agora, o que pode alterar os resultados obtidos. Considerações Finais O presente trabalho procurou mostrar o quanto é importante que as pessoas estejam preparadas para lidar com as tomadas de decisões em relação aos seus recursos financeiros. A gestão das finanças pessoais deve ser cada vez mais praticada e aprimorada pela sociedade, devido ao estímulo ao consumo excessivo da população. O endividamento no Brasil cresce constantemente, e entre os jovens os índices são mais alarmantes, o que mostra a necessidade de administrar melhor o que se tem. Essa faixa etária é mais preocupante porque é mais vulnerável às influências do consumo excessivo e as ações de marketing das instituições financeiras. Os jovens na maioria das vezes utilizam seu recurso próprio para satisfazer a sua auto estima, e não se preocupam com as consequências dos seus atos, o acaba levando ao endividamento. O endividamento dos jovens causa consequências no âmbito pessoal e profissional, impactando na qualidade de vida. Dentre as principais causas do endividamento dos jovens está o uso de cheque especial, o descuido no uso do cartão de crédito, e a solicitação de empréstimos. Como forma de evitar e minimizar o endividamento das pessoas, a educação financeira é a chave principal. A educação financeira tem a finalidade de orientar as pessoas através do conhecimento básico sobre as questões financeiras, de forma a fazer com que entendam melhor sobre o dinheiro, saibam como utilizá-lo de forma segura e consciente, e ainda aprendam a destinar uma parte da sua renda para o futuro. Dessa forma, a educação financeira é vital para uma vida tranquila e equilibrada financeiramente. 15 O planejamento financeiro é um aliado da educação financeira, tendo o objetivo de atuar na organização das finanças pessoais com foco no futuro. Planejar o próprio recurso possibilita evitar o descontrole financeiro e as dívidas, destinar uma reserva para o futuro, saber o que fazer para poupar dinheiro, e principalmente conhecer a real situação financeira. Logo, as melhores decisões financeiras são tomadas quando se entende a importância do planejamento financeiro, ou seja, quando se busca o melhor aproveitamento dos recursos, além do crescimento do patrimônio, e a geração de riqueza. Portanto, a educação financeira possibilita planejar o futuro financeiramente, além de proporcionar habilidades que concedem às pessoas e principalmente aos jovens uma consciência crítica quanto ao uso das suas finanças, preparando-os para administrar seus próprios recursos. REFERÊNCIAS AMORIM, G. V; BUSS, L. S. Educação Financeira: A Importância da Sua Inclusão no Processo de Ensino Aprendizagem Desde o Ensino Fundamental. TCC do curso de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2020. ARAUJO, M. A. A. O Impacto da Educação Financeira na Saúde Financeira de Jovens Universitários. TCC do curso de Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022. AVDZEJUS, E. E; SANTANA, J. O; SANTOS, A. C. Endividamento Precoce: Uma Análiseda Concessão de Crédito e dos Fatores que Influenciam no Endividamento de Jovens Universitários da Faculdade UNIME no Município de Lauro de Freitas/BA. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia da UNIME, Lauro de Freitas, 2012. BATISTA, J. S; FELICIANO, Y. J; PAULA, J. P; SANTOS, G. C. O Papel da Educação Financeira na Formação dos Jovens Anapolinos. TCC do curso de Administração da Universidade Evangélica de Goiás, Goiás, 2022. BRAZ, M. C. Comportamento Financeiro e o Endividamento de Jovens Cariocas. TCC do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. FARIA, L. H. C. Planejamento Financeiro Pessoal. Monografia do curso de Administração do Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2008. 16 FERRAZ, J. C; GUINDANI, R. A. A Educação Financeira e Sua Importância na Gestão Financeira Pessoal. Artigo do curso de Tecnologia em Processos Gerenciais do Instituto Federal do Paraná - IFPR. Curitiba, p. 16, 2021. FRANKENBERG, L. Seu futuro financeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. GARCIA, K. R. M; MARQUES, E. V; NASCIMENTO, W. H. S; OLIVEIRA, L. M. L. Os Jovens, as Finanças Comportamentais e o Endividamento. TCC do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020. JESUS, R. G. Gastos e Endividamento: Conhecimento e Aplicação dos Conceitos de Finanças Pessoais dos Alunos do Curso de Bacharelado em Administração IFES-Campus Guarapari. TCC do curso de Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Guarapari, 2021. MENDES, J. S. Educação Financeira Para Uma Melhor Qualidade de Vida. TCC do curso de Pós-Graduação em Matemática Financeira Aplicada aos Negócios da Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2015. OLIVEIRA, I. P. Educação Financeira: Um Estudo Sobre o Nível de Educação Financeira dos Colaboradores das Filiadas de Uma Central de Cooperativas de Crédito na Região Nordeste. Monografia do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2019. SANTO, R. C. P. E. Endividamento do Público Jovem e a Educação Financeira: Um Estudo no Município de Salvador/BA. TCC do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016. VIEIRA, P. P. Planejamento Financeiro Pessoal: Um Estudo Sobre o Planejamento e Controle Financeiro dos Estudantes da Área de Gestão e Negócios da Universidade La Salle. TCC do curso de Ciências Contábeis da Universidade La Salle, Canoas, 2022. APÊNDICE I - QUESTIONÁRIO (O que você sabe sobre dinheiro?) 1- Você sabe o que é taxa selic? ( ) Não, nunca ouvi falar ( ) Um pouco, já ouvi falar ( ) Sim, tenho conhecimento no assunto 2- Você sabe o que é mercado de capitais? ( ) Não, nunca ouvi falar 17 ( ) Um pouco, já ouvi falar ( ) Sim, tenho conhecimento sobre o assunto 3- Você conversa com seus pais a respeito de dinheiro? ( ) Sim, eu converso ( ) Não, não conversamos ( ) Não, não gostamos de conversar sobre dinheiro 4- Você tem uma reserva de emergência? ( ) Sim, eu tenho ( ) Não, eu não tenho ( ) Não sei o que é 5- Você participa das decisões financeiras da sua família? ( ) Sim, eu participo ( ) Não, eu não participo ( ) Não participo, mas tenho ideia do que está acontecendo na vida financeira da minha família 6- Você está empregado? ( ) Sim, eu estou ( ) Não, não estou 7- Caso você ganhasse R$10.000,00 em um sorteio, o que você faria? ( ) Compraria algo que eu quero a um tempo ( ) Não saberia o que fazer com o dinheiro ( ) Investiria esse valor
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