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1 1 1 "Quando os membros de nossas igrejas demonstrarem o fruto de verdadeira piedade, imediatamente encontraremos pessoas perguntando qual a árvore que produz esse fruto". (C. H. Spurgeon). “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 2 AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO INTRODUÇÃO a vida cristã existem tantas dificuldades que muitos não resistem e acabam sucumbindo às pressões do mundo em que vivemos, seja na parte sexual, financeira, social, ou ainda no âmbito eclesiástico, com as inúmeras tentações que sofremos e os desvios de conduta que podemos apresentar. Por isso, esse assunto sobre as Obras da Carne e o Fruto do Espírito é tão atual, porque o homem moderno continua o mesmo em seu coração, como diz a Palavra do Senhor: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9), mostrando que as lutas do homem do século XXI, em sua relação espiritual, não diferem das que homens de outros séculos enfrentaram. Nessa apostila refletiremos sobre essas questões, para fortalecermos nossos pensamentos e “...e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo" (II Coríntios 10:5), pautando nosso comportamento nas Escrituras Sagradas, concebendo a ideia que o Senhor é Poderoso e “...guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus." (Filipenses 4:7). 1. AS OBRAS DA CARNE Na luta por um território exércitos se preparam, se perfilam, traçam estratégias e aguardam o momento oportuno para avançar, com a intenção clara de conquistar, fincar uma bandeira e declarar aquele território como parte de suas possessões. Não é diferente no mundo espiritual, quando temos um inimigo astuto que ataca com ciladas e ardis (Ef 6.11; II Co 2.11), tendo como estratégia a dissimulação, o engano e a tentação. Um dos ardis do inimigo é fazer com que as Obras da Carne sejam praticadas pelas pessoas em detrimento ao Fruto do Espírito, que é o ideal de Deus para o homem. Pois, através de sua velha natureza o homem é atraído a cometer pecados. Ao se referir à "carne", é evidente que Paulo não fala do "corpo", pois a palavra grega sarx, “carne”, está falando da natureza pecaminosa do homem, aqui significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o homem natural. O corpo humano é neutro, não pecaminoso. Quando o Espírito Santo controla o corpo, andamos no Espírito; mas quando entregamos o corpo ao controle da carne, andamos segundo os desejos ("concupiscência") da carne. O Espírito e a carne têm desejos diferentes, e é isso o que gera os conflitos. Esses desejos opostos são ilustrados na Bíblia de várias maneiras. A ovelha, por exemplo, é um animal limpo, que evita a sujeira, enquanto o porco é um animal imundo, que gosta de se revolver na imundície (2 Pe 2:19- 22). Depois que a chuva cessou e que a arca se encontrava em terra firme, Noé soltou um corvo, mas a ave não voltou (Gn 8:6, 7). O corvo é uma ave carniceira, portanto deve ter encontrado alimento de sobra. Mas, quando Noé soltou uma pomba (uma ave limpa), ela voltou (Gn 8:8-12). N “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 3 A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre procurando algo imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e a pomba, ansiando por aquilo que é limpo e santo. Não é de se admirar que ocorra tamanho conflito dentro da vida do cristão! A pessoa não salva não experimenta essa batalha, pois não tem o Espírito Santo (Rm 8:9). Quem anda no Espírito, não necessita satisfazer a concupiscência da carne. Age como um cidadão dos céus e investe no céu, não necessitando da lei (5.16). Carne e espírito são dois extremos existentes em nós e satisfazer a carne significa egoísmo, satisfazer o espírito é altruísmo (5.17). Guiar-se pelo Espírito é desfrutar da plena liberdade, é esquecer-se que há lei (5.18) O pecado é atribuído à natureza decaída do homem. Os demônios denominados pela "batalha espiritual" como sendo demônios da lascívia, do ódio, da ira, da vingança, da embriagues, da inveja, e assim por diante, não aparecem no Novo Testamento. Estas coisas são, na verdade, as obras da carne mencionadas por Paulo em Gálatas 5.19-21. A solução para estes pecados não é expulsar demônios que supostamente os produzem, mas arrependimento, confissão e santificação. 2. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRAS DA CARNE As Obras da Carne eram suficientemente manifestas naquele velho mundo pagão, e são suficientemente manifestas por toda parte em nosso mundo atual. Não há tentativa, nos vv. 19- 21, para mencionar todos os pecados possíveis; são dados apenas alguns exemplos mais notáveis. a) Pecados de ordem moral. Prostituição – a palavra grega usada é porneia, que abrange todo o tipo de impureza sexual. Aqui estão incluídos todo tipo de pornografia, como quadros filme, produções pornográficas. Verifique ainda outros textos que apresentam a mesma expressão: (Mateus 5.32, 19.9, Atos 15.20,29, 21.25, I Coríntios 5.1). Impureza – a palavra grega akatharsia se refere aos pecados sexuais, atos pecaminosos, vícios e também pensamentos e desejos impuros. Outros textos que usam a mesma expressão são: Efésios 5.3, Colossenses 3.5. Esse termo é de muito interesse. Pode empregar-se para o pus de uma ferida não desinfetada, para uma árvore que nunca foi podada e para um material que nunca foi peneirado. A impureza é então o que torna um homem inepto para apresentar-se perante Deus. É precisamente o contrário dessa pureza que pode ver a Deus. É o manchar a vida com aquelas coisas que nos separam de Deus. Lascívia – é a palavra grega aselgeia, que é a sensualidade. É seguir as próprias paixões a ponto de perder a vergonha. É a porta aberta para uma vida de dissolução completa, controlada totalmente pelas paixões carnais. A lascívia refere-se à devassidão, um apetite libertino e desavergonhado. Como é de conhecimento comum, esses pecados corriam soltos no império romano. As bebedices e glutonarias não necessitam de maiores explicações. “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 4 b) Pecados de ordem religiosa. Idolatria – do grego, eidolatria, é a adoração a espíritos, pessoas ou ídolos, ou a confiança em pessoas, instituições ou pessoas, atribuindo-lhe força e poder. a idolatria continua existindo hoje e significa simplesmente colocar qualquer outra coisa antes de Deus e das pessoas. Devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas; mas, muitas vezes, usamos as pessoas, amamos somente a nós mesmos e adoramos as coisas, deixando Deus totalmente de fora. Jesus nos diz que sempre servimos ao que adoramos (Mt 4:10). O cristão que se dedica mais a seu carro, à sua casa ou a qualquer objeto do que ao serviço de Cristo corre o risco de estar praticando idolatria (Cl 3:5). Feitiçarias – o termo grego é pharmakeia, que envolve a dominação de espíritos, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria. Você ainda pode examinar os textos de Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23. Significa "uso de fármacos", de onde vem a palavra farmácia. No tempo de Paulo, era comum os mágicos usarem fármacos para provocar efeitos nocivos. É evidente que a Bíblia proíbe a magia bem como todas as práticas de ocultismo (Dt 18:9-22). c) Pecados de ordem social. Inimizades – a palavra grega echthra envolve intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizadeextremas. Porfias – do grego, eris, abrange as brigas, oposição, luta por superioridade e pode ser encontrado também em Rm 1.29; 1ª Co 1.11; 3.3. Emulações – no grego, zelos fala de ressentimento, inveja amargurada do sucesso dos outros. Outros textos: Rm 13.13; I Co 3.3. Iras – do grego, thumos é a palavra grega que significa a ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações extremamente violentas. Veja Cl 3.8. Pelejas – do grego, eritheia é a ambição egoísta e a cobiça do poder, que pode ser encontrada também em II Co 12.20 e Fp 1.16,17. Dissensões – do grego dichostasia, diz respeito aos grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja Deus sempre se preocupou com a unidade do seu povo, veja I Co 11.19. Heresias – do grego hairesis, significa introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus, como em Rm 16.17. Invejas – aqui encontramos o termo fthonos, significando a antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos. É a inconformidade, pois “ele tem e eu não!”. As invejas indicam rancores e o desejo profundo de ter aquilo que outros têm (ver Pv 14:30). Homicídios – phonos é matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas. Bebedices – continuando a ideia anterior, methe faz referência ao descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante. “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 5 Glutonarias – do grego, komos diz respeito às diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes. A pessoa que pratica esses pecados não herdará o reino de Deus. Paulo não fala de um ato pecaminoso, mas sim do hábito de pecar. Existe uma certeza falsa da salvação que não é baseada na Palavra de Deus. O fato de o cristão não estar debaixo da Lei, mas sim da graça, não serve de desculpa para pecar (Rm 6:15). II. O FRUTO DO ESPÍRITO Por outro lado podemos ver que as características do Fruto do Espírito, se opõem de forma veemente às Obras da Carne que foram enumeradas, e tem como característica marcante ser apresentado como uma unidade. É o único fruto que será produzido pelo Espírito de Deus. Não existe a possibilidade de ser diferente, pois não depende do indivíduo, mas sim da ação específica do Espírito de Deus. Uma coisa é vencer a carne e não praticar a perversidade, outra bem diferente é praticar o bem. Os legalistas podem se gabar de não ser culpados de adultério ou de homicídio (considerar, porém, Mt 5:21-32), mas será que alguém é capaz de vislumbrar as tão belas graças do Espírito em seu caráter? Na vida, a bondade por negação não é suficiente, também é preciso haver qualidades. O fruto do Espírito é o resultado de uma vida redimida pela fé em Jesus. Não é o resultado de uma imposição religiosa ou qualquer sistema religioso legalista. É o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente quando ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus. O Espírito Santo é quem faz essas coisas na vida do cristão. É por isso que o apóstolo diz que: “contra essas coisas não há lei (v.23). “...pelos frutos sois conhecidos” (Mateus 7.16). O contraste entre obras e frutos é importante. O trabalho de um equipamento industrial pode gerar um produto, mas não há máquina no mundo capaz de produzir um fruto. Os frutos devem crescer da vida e, no caso do cristão, essa vida é do Espírito Santo (Gl 5:25). O fruto do Espírito inclui: 1. Amor – A palavra grega ágape, nos fala de um amor que apresenta o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca. Os textos de Romanos 5.5; 1ª Coríntios 13; Efésios 5.2 e Colossenses 3.14 ainda podem ser observados adicionalmente. Paulo começa com o amor, pois, na verdade, todos os outros frutos decorrem do amor. Convém comparar essas oito qualidades com as características do amor dadas aos coríntios (ver I Co 13:4-8). O termo ágape, usado para amor, significa "amor divino". (O termo grego eros quer dizer "amor sensual" e não é usado em parte alguma do Novo Testamento.) Esse amor divino é o dom de Deus para nós (Rm 5:5), e devemos cultivá-lo e orar pedindo que aumente (Fp 1:9). Significa que nada que alguém possa nos fazer por meio de insultos, injúrias ou humilhações nos forçará a buscar outra coisa senão o maior bem do mesmo. Portanto, é um sentimento tanto da mente como do coração; corresponde tanto “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 6 à vontade como às emoções. O termo descreve o esforço deliberado — que só podemos realizar com a ajuda de Deus — de não buscar jamais outra coisa senão o melhor, até para aqueles que buscam o pior para nós. A primazia do amor. “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (I Co 13.13, ARA). O amor é eterno, nunca falha (I Co 13.8). Um dia, a fé encerrará sua missão quando ela se tornar realidade na glória de Deus (Hb 11.1). A esperança também terá sua missão completa, quando tivermos aquilo pelo que esperamos por muito tempo. 2. Alegria (Gozo) – Aqui temos o termo grego chara, a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo. Leia ainda Salmo 119.16; II Coríntios 6.10 e 12.9 e ainda I Pedro 1.8. Não é a alegria que provém de coisas terrenas ou triunfos fúteis; muito menos o que tem sua fonte no triunfo sobre alguém com quem se esteve em rivalidade ou competição. É, antes, a alegria que tem Deus como fundamento. Neemias nos diz que “...a alegria do SENHOR é a vossa força." (Neemias 8 : 10). O pensamento aqui é que o segredo da alegria cristã é crer no que Deus diz em sua Palavra e agir de acordo com essas verdades. A fé que não se baseia na Palavra não é fé, mas apenas presunção ou superstição. A alegria que não vem da fé não é alegria, mas apenas um "sentimento bom" que logo desaparece. A fé baseada na Palavra produz o tipo de alegria que permanece mesmo em meio às tempestade da vida. Não basta ler a Palavra nem receber a Palavra enquanto outros a explicam; devemos também nos regozijar na Palavra. "Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos" (Sl 119:162). Nas palavras do compositor Franz Josef Haydn: "Quando penso em meu Deus, meu coração se enche de tal modo que as notas dançam e saltam de minha pena e, uma vez que Deus me deu um coração alegre, não serei censurado por servi-lo com um espírito igualmente alegre". Essa alegria não é o resultado de algum prazer ou diversão; é obra do Espírito Santo. Atos 13:52: “Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.” Habacuque 3:17-18: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.” 3. Paz – No grego eirene, que é a quietude no coração e na mente, baseados na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial. Pode ser ainda observada em Romanos 15.33; Filipenses 4.7; I Tessalonissenses 5.23 e também Hebreus 13.20. O senso de harmonia no coraçãono que tange a Deus e ao homem, aquela paz de Deus que guarda o coração contra todas as preocupações e temores que pretendem invadi-lo (Fp 4.7). A paz como fruto do Espírito está relacionada à nossa reconciliação com Deus e com as outras pessoas ao nosso redor. É ação do Espírito Santo na nossa vida que nos faz estar empenhados em termos paz com Deus e com os outros ao nosso redor. “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 7 II Coríntios 5.18: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação”. A unidade é um tema central no Evangelho. Deus quer que valorizemos relacionamentos e nos esforcemos em mantê-los, ao invés de descartá-los sempre que houver desacordo, mágoa ou conflito. Deus deu, a todos nós que cremos n’Ele, o ministério da restauração dos relacionamentos. Ser um pacificador é uma prova de maturidade espiritual. Em seu aspecto futuro e pleno, o Reino de Deus será Seu governo sobre a terra depois que todos os seus inimigos forem derrotados. Pelo fato de não haver mais influência maligna no mundo, será um Reino de paz (Dn 2.44; 7.14; I Co 15.24,25; Zc 9.10). Não esqueçamos que o Senhor Jesus é o Príncipe da paz! (Is 9.6). 4. Longanimidade (Paciência) – O termo grego é makrothumia, que fala de perseverança e paciência, a capacidade de ser tardio para irar-se ou para o desespero. Outros textos são Efésios 4.2; II Timóteo 3.10 e também Hebreus 12.1. Uma palavra de grande significado. Nos diz a história que os romanos fizeram-se donos do mundo por makrothumia; alude-se aqui à tenacidade de Roma pela que jamais fazia a paz com o inimigo, até na derrota; uma sorte de paciência que conquista. Falando em geral, a palavra não se usa para a paciência com respeito a coisas ou acontecimentos, senão para a paciência com respeito às pessoas. João Crisóstomo diz que é a graça do homem que podendo-se vingar não o faz; do que é lento para a ira. O que mais ilumina seu significado é seu uso muito comum no Novo Testamento com respeito à atitude de Deus e de Jesus para com os homens (Romanos 2:4; 9: 22; I Timóteo 1:18; 1 Pedro 3:20). Agostinho de Hipona disse que: “Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”. A Bíblia elogia a paciência de Jó (Tiago 5 : 11). 5. Benignidade – No grego khrēstotēs significa não querer magoar a ninguém, nem mesmo lhe provocar qualquer tipo de dor. Leia ainda Efésios 4.32; Colossenses 3.12 e I Pedro 2.3. Benignidade e bondade são termos muito ligados entre si. Por benignidade é o termo khrēstotēs. Com muita frequência se traduz também por bondade (Tito 3:4; Romanos 2:4; 2 Coríntios 6:6; Efésios 2:7; Colossenses 3:12; Gálatas 5:22). É um termo positivo. Plutarco diz que é muito mais difundido que a justiça. Um vinho antigo se chama khrestos, suave. O jugo de Cristo é khrestos (Mateus 11:30), quer dizer, não roça nem incomoda nem mortifica. A ideia geral é a de uma amável bondade. O termo que Paulo usa para bondade (agathosune) é peculiar da Bíblia; não ocorre no grego comum (Rm 15.14; Ef 5:9; II Tss 1:11). É a mais ampla expressão da bondade; define-se como "a virtude equipada para cada momento". Qual é a diferença? A bondade poderia — e pode — reprovar, corrigir e disciplinar; a khrēstotēs só pode ajudar. Jesus mostrou agathosune quando purificou o templo e expulsou os que o transformavam num mercado, mas manifestou khrēstotēs quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungia os pés. O cristão necessita de uma bondade que seja ao mesmo tempo amável e enérgica. 6. Bondade – A palavra grega agathosune é o zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lucas 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mateus 21.12,13). 7. Fé (Fidelidade) – Aqui a palavra grega pistis é convicção da verdade de algo, fé; de uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 8 divinas, geralmente com a ideia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela; a convicção de que Deus existe e é o criador e governador de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em Cristo; fé com a ideia predominante de confiança (ou confidência) seja em Deus ou em Cristo, surgindo da fé no mesmo; convicção ou fé forte e bem-vinda de que Jesus é o Messias, através do qual nós obtemos a salvação eterna no reino de Deus; é a lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade. Você pode ainda examinar Mateus 23.23; Romanos 3.3; I Timóteo 6.12; II Timóteo 2.2; 4.7; Tito 2.10. Fidelidade e fé são duas palavras que possuem a mesma raiz na língua grega, indicando “confiança”. Ou seja, na Bíblia, fidelidade quer dizer confiabilidade e credibilidade. A Palavra de Deus apresenta a fidelidade como uma característica dos servos de Deus: II Coríntios 8.21: ”Pois o que nos preocupa é procedermos fielmente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens.” I Coríntios 4.2: “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” Quem manifesta esse atributo em si é alguém digno de confiança e que também confia nas pessoas, que assume e cumpre com suas responsabilidades diante de Deus, da igreja e da família. 8. Mansidão – No grego praotes, que é a moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso. Temos os exemplos de Jesus, de Paulo e de Moisés: II Timóteo 2.25; I Pedro 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mateus 11.29 com 23; Marcos 3.5; a de Paulo, cf. II Coríntios 10.1 com 10.4-6; Gálatas 1.9; a de Moisés, cf. Números 12.3 com Êxodo 32.19,20. No Novo Testamento tem três significados principais: Significa submisso à vontade de Deus (Mateus 5:5; 11:29; 21:5). Significa dócil: o homem que não é soberbo para aprender (Tiago 1:21). Com maior frequência significa considerado (I Coríntios 4:21; II Coríntios 10:1; Efésios 4:2). Aristóteles definiu a praotes como o termo médio entre a ira excessiva e a mansidão excessiva; como a qualidade do homem que está sempre irado, mas só no momento devido. 9. Temperança (Domínio próprio) - A palavra grega egkrateia, apresenta o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza. Leia ainda I Coríntios 7.9; Tito 1.8; 2.5. Esse Fruto só é experimentado por quem vive livre Sujeitar-se novamente à lei é provar algo insosso, é não provar os sabores do fruto. Na verdade, esse fruto já foi explicado por Cristo em João 15.2. “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (5.25). Estamos inseridos em um mundo onde somos influenciados a vivermos conduzidos por nossos sentimentos e vontades, sempre na busca do prazer a qualquer custo. Somos incentivados o tempo todo a viver fazendo o que “o coração mandar”. Mas, não é esta a direção “As obras da Carne e o Fruto do Espírito” Pr. Carlos Azevedo – Assembleia de Deus em Icoaraci 9 que recebemos na Palavra de Deus. A Bíblia nos adverte que o nosso coração é enganoso e, por vezes, leva-nos por caminhos de morte. “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. (Provérbios 25.28). A temperança abrange o controle da língua (Tg 3.2), controle do desejo sexual (1 Ts 4.3-8), moderação nos hábitos cotidianos(I Co 6.12-20), pois glutonaria e bebedice são hábitos pecaminosos oriundos da satisfação excessiva dos próprios desejos. E apesar de muitos não incluírem esse item como pecaminoso, devemos ter moderação no uso do tempo, haja vista a parábola do servo vigilante, onde Jesus destacou a importância de usarmos nosso tempo com sabedoria (Lc 12.35-48). Conclusão: Se quisermos agradar ao Senhor e subirmos com Ele no arrebatamento, cultivemos o Fruto do Espírito em nossas vidas e nos afastemos das Obras da Carne, pois o Senhor não tarda voltar: "E, eis que cedo venho" (Ap 22:12). BIBLIOGRAFIA GILBERTO, Antonio – O fruto do Espírito – CPAD WIERSBE, Warren W. – Comentário Bíblico Expositivo NT – Geográfica WIERSBE, Warren W. – Comentário Bíblico Expositivo AT - Geográfica BARCLAY, William – Comentário Bíblico de Gálatas – A Aurora DAVIDSON F. – O Novo Comentário da Bíblia - Gálatas – Vida Nova Bíblia Sagrada Digital STRONG, James – Dicionário Bíblico Strong – Sociedade Bíblica do Brasil
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