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Tiago A fé em ação

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Copyright © 2005,
Editora Cristã Evangélica
17a reimpressão, 2013
Todos os direitos nacionais e internacionais desta 
edição reservados.
Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada 
ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, 
seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, 
etc. - nem apropriada ou estocada em sistema 
de banco de dados, sem a expressa autoriza­
ção da Editora Cristã Evangélica (lei n° 9.610 
de 19/02/1998), salvo em breves citações, com 
indicação da fonte.
As citações bíblicas foram extraídas da versão 
Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2a edição 
(Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações 
de outras versões.
Editora filiada à
Associação de Editores Cristãos
©
Evangélica
Rua Goiânia, 294 - Parque Industrial 
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Como um bom comunicador, Tiago fala aos seus leitores de maneira direta e 
convincente, com ilustrações bem vívidas e declarações desafiantes.
A riqueza destas lições se acha na maneira tão prática pela qual os vários escri­
tores apresentam o ensino.
Tiago, como irmão de Jesus, era muito familiar ao Seu ensino. Isso se vê nos 
paralelismos de sua carta com o ensino prático do Sermão do Monte. Sua posição 
como pastor de um grande rebanho em Jerusalém o fez sensível a atitudes como pre­
conceito e fofoca que arruinam muitas igrejas. A igreja de Jerusalém era muito pobre 
(Rm 15.26), por isso Tiago apresenta o Evangelho do ponto de vista do oprimido. 
Este é um ponto muito relevante para a nossa situação, pois a opressão continua acon­
tecendo em nossos dias. O escritor Boerma afirma: “Lucas e Tiago são os escritores 
do Novo Testamento em cujos livros as palavras pobreza e riqueza mais aparecem”.
EJma contribuição chave desta epístola para a fé evangélica é a relação fé-obras. 
Vamos aprender uma grande verdade: as obras não produzem fé; é a fé que produz 
obras, e as obras confirmam a nossa fé.
Ao estudar a carta de Tiago, percebemos que ele dá muitos conselhos práticos 
sobre a provação, o cuidado de órfãos e viúvas, como enfrentar a tentação, não acep­
ção de pessoas, a sabedoria, o mau uso da língua, a influência do mundo, a soberba, 
o valor da oração e os problemas da apostasia. De fato, Tiago tinha como seus alvos: 
encorajar aqueles que estavam sofrendo na Dispersão; corrigir certas tendências de 
conduta e confrontar os cristãos com as suas responsabilidades cristãs.
Tiago se preocupou muito com a possibilidade da fé dos seus leitores não ser 
algo vitalmente operante na vida deles. Por isso, apresenta uma série de provas pelas 
quais é possível testar a autenticidade da fé cristã.
Será que, ao estudar esta carta tão prática, vamos passar neste vestibular?
John D. Barnett
índice
Abrindo 
a cena...
O valor das 
provações.
O que devemos 
valorizar...........
Provação e 
tentação...
Deus é bom 
e imutável..
Praticando 
a Palavra...
Fé sem 
parcialidade
Fé e 
obras
06
12
18
23
27
32
37
42
0 perigo da língua
sem controle.................................... 4 7
A verdadeira
sabedoria......................................... 5 2
A origem dos conflitos e
os meios para vencê-los................ 56
A maledicência
é condenada..................................... 61
O perigo da
autoconfiança.................................. 66
Condenação aos ricos 
gananciosos..................................... 6 9
A paciência e suas
recompensas.................................... 74
Juramento e
oração............................................... 79
Acerca dos que se
desviam............................................. 8 4 ,
1
Abrindo a cena
Pr José Humberto de Oliveira
texto básico __
textodevoçional
versículo-chave
Tiago 1.1
ICoríntios 15.1-11 
Tiago 2.17
"Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta"
alvo da lição
O aluno aprenderá a identificar os três principais elementos no estudo de uma 
epístola: o autor, os leitores e o propósito da carta.
seg Tg 1.1-27
ter Tg 2.1-26
qua Tg 3.1-18
qui Tg4.l-17 
sex Tg 5.1-20
sáb Jo 7.1-13
dom At 1.12-2.4
A epístola de Tiago é uma carta prática. Pertence à classificação de literatura na Bíblia conhecida como “literatura de sabedoria”. Seu propósito é caracteri­
zado por instruções para o viver diário e por uma compreensão das perplexidades da 
vida. Henrietta Mears, a denominou de “manual prático de religião” e outros escritores 
a chamam de “guia prático para a vida e a conduta cristã”.
Broadus Hale foi iluminado ao observar que “as falhas que Tiago estava 
tentando corrigir em seus leitores (fé sem obras, palavras sem atos, censuras, 
ambição, amor desordenado pelo ensino, valor à riqueza e posição, tratamento 
depreciativo dos pobres e viúvas, etc.) eram e são tipicamente farisaicas”. Desta 
forma, esta epístola é um convite e uma exortação para que os cristãos judeus 
lutem para ir além do judaísmo farisaico ou da fé inoperante. Assim como cre­
ram em Jesus Cristo para a salvação, a partir daí deveriam viver como discípulos 
do Senhor, e não apenas como fariseus “melhorados”. O vinho novo exige odres 
novos.
I. Quem é este tiago?
1. Os "Tiagos" do Novo Testamento
Quatro homens no Novo Testamento são chamados de Tiago.
a. Tiago, o filho de Zebedeu
O irmão de João que, juntamente com ele e Pedro, formava aquele trio mais 
íntimo de Jesus (Mc 5.37; 9.2; 10.35; 14.33).
b. Tiago, o filho de Alfeu
Um dos Doze. Seu nome é mencionado na lista dos apóstolos (M c 3.18). Em
Marcos 15.40 ele é chamado “Tiago, o menor” (texto paralelo em Mt 27.56).
Nada mais sabemos sobre ele.
c. Tiago, o pai de Judas
É mencionado em Lucas 6.16. Este Judas se diferencia do Iscariotes, conforme
João 14.22, e provavelmente é o mesmo Tadeu de Mateus 10.3 e Marcos 3.18.
d. Tiago,"o irmão do Senhor"
(G1 1.19). Este Tiago tinha uma posição influente na igreja de Jerusalém
(At 12.17; 15.13; G12.9).
Destes quatro, apenas dois poderiam ser o autor da epístola: o filho de Zebedeu 
e o irmão do Senhor. Contudo, Herodes Agripa I fez o primeiro "passar ao fio da es­
pada” (At 12.2) no ano 44 d.C., e a carta foi escrita numa data posterior. Além disso, 
o autor da epístola não se identifica como um apóstolo, como o fazem Paulo e Pedro 
em suas cartas. Isto apoia a conclusão de que nenhum dos dois apóstolos chamados 
Tiago escreveu esta carta. Diante disto, resta-nos Tiago, o irmão do Senhor Jesus.
2. Tiago, o irmão do Senhor
Os irmãos de Jesus são nomeados com Tiago aparecendo sempre em primeiro 
lugar, o que indicaria que ele era o mais velho dos quatro (Tiago, José, Judas e Simão 
- Mc 6.3). Os evangelhos também nos informam que eles não eram simpáticos ao 
ministério de seu outro irmão, Jesus. O evangelista João declara abertamente que 
“nem mesmo os seus irmãos criam nele” (Jo 7.5). É provável que o episódio de Maria 
e os irmãos querendo falar com Jesus tenha sido uma tentativa de levá-Lo para casa, 
acreditando que Ele pudesse estar fora de si (M t 12.46-50). Os irmãos tinham tão 
pouca simpatia por Ele que, ao precisar cumprir o dever de filho mais velho, pediu 
que o apóstolo João cuidasse de Maria (Jo 19.26-27). Ao relatar que o Cristo res- 
surreto apareceu particularmente a Tiago (lC o 15.7), o Espírito Santo nos informa, 
pelo apóstolo Paulo, que nosso Senhor sabia que seu “meio-irmão” precisava de um 
encontro especial com Aquele que fora gerado no mesmo ventre, mas não pelo mes­
mo Pai. Atos 1.14 declara que os irmãos de Jesus, juntamente com Maria,estavam 
presentes no cenáculo, aguardando o cumprimento da promessa do Pai (At 1.4; 2.1).
3. Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo
Ao colocar-se como “servo” e chamar Jesus Cristo de “Senhor”, Tiago testemunha 
claramente que, graças a Deus, reconheceu que seu irmão mais velho era realmente 
tudo o que afirmava ser.
II. Para quem Tiago escreveu?
"às doze tribos que se encontram na 
Dispersão, saudações."
(Tiago 1.1)
Esta carta foi incluída na divisão do Novo Testam ento que ficou co ­
nhecida como “Epístolas Gerais” porque não se dirige a um leitor ou igreja 
específicos. Todavia, D.A. Carson e outros encontram na carta evidências 
internas de que Tiago a escreveu para um público específico. Vários trechos 
da carta, dizem eles, deixam claro que os destinatários eram cristãos judeus, 
como a maneira natural de mencionar o Antigo Testamento (Tg 1.25; 2 .8-13) 
e a referência ao lugar onde os destinatários se reuniam como uma sinagoga
(Tg 2 .2).
1. "Às doze tribos"
Após o exílio babilónico (538 a .C ), as doze tribos de Israel já não existiam 
mais fisicamente, mas a expressão era usada para indicar o povo de Deus reunido 
nos últimos dias (Ez 47.13; Mt 19.28; Ap 21.12). Sendo assim, “doze tribos” é uma 
expressão simbólica que denota os que são filhos de Deus por causa da fé em Jesus 
Cristo, ou seja, “a igreja como o novo povo pactuai de Deus” (Introdução ao NT, 
Vida Nova, p.460). Alguns chegam a acreditar que havia cristãos judeus de cada uma 
das doze tribos de Israel entre estes convertidos, embora a comprovação não seja 
possível.
2. "Que se encontram na Dispersão"
A palavra “dispersão”, no grego diaspora, era usada para os judeus que viviam 
fora da Palestina e, por extensão, o local onde viviam. Ela aparece três vezes no N T 
( jo 7.35; T g l . l e l P e l . l ) . “Esta palavra adquiriu um sentido metafórico, caracte­
rizando os cristãos em geral como aqueles que viviam longe de seu verdadeiro lar 
celestial” (Carson, ob. cit., p.460).
Alguns estudiosos do N T sugerem que o pano de fundo da epístola de Tiago 
seja Atos 11.19: ‘'Então; os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio 
a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém 
a palavra, senão somente aos judeus”. O termo “dispersos” pertence à mesma raiz de 
“dispersão”. É possível harmonizar os leitores de Tiago com esses primeiros cristãos 
judeus que foram perseguidos em Jerusalém e tiveram que se espalhar pelos lugares 
mencionados no versículo acima. A carta seria a maneira possível de Tiago pastorear 
aquele “rebanho disperso”. .
8
Diáspora. Enciclopedistas e historiadores abrem espaço em suas obras para a 
“diáspora”. Eles a usam para referir-se às “colônias judaicas (forçadas ou não) que 
se estabeleceram em outras partes do mundo, fora de Israel”. Alguns afirmam que, 
historicamente, a primeira diáspora ocorreu quando os judeus foram exilados para a 
Babilônia por Nabucodonosor em 586 a.C.; mesmo após a libertação, apenas uma parte 
dos judeus retornou para Israel. Todavia, a diáspora judaica maior e culturalmente mais 
rica floresceu em Alexandria (a antiga capital do Egito), onde, no primeiro século a.C., 
quarenta por cento da população era formada de judeus. Isto quer dizer que na época 
de Jesus havia mais judeus fora da Palestina que nela mesma. Outra grande diáspora 
aconteceu no ano 70 d.C, com a destruição de Jerusalém pelos romanos. Apartir desse 
momento os judeus se dirigiram a diversos países da Ásia Menor e do sul da Europa, 
formando comunidades que mantiveram a religião e os hábitos culturais judaicos. 
Anos mais tarde, outros grupos se estabeleceram no leste europeu. Empurrados pelo 
islamismo, os judeus do norte da África migraram para a Península Ibérica. Expulsos 
de lá no século XV, foram para a Holanda (países baixos), Bálcãs, Turquia, Palestina 
e, estimulados pela colonização europeia, chegaram ao continente americano.
O extermínio de seis milhões de judeus em campos de concentração durante a 
II Guerra Mundial impulsionou a reconstituição de um Estado próprio, após quase 
2 mil anos de desaparecimento. A diáspora terminou em 1948, com a criação do 
Estado de Israel. Em 1996, estima-se que havia 4,5 milhões de judeus vivendo em 
Israel, cerca de 5,5 milhões nos Estados Unidos, 2,5 milhões nos países da CEI, 700 
mil na França, 500 mil no Reino Unido, 250 mil na Argentina e 130 mil no Brasil. 
Alguns veem nisto o cumprimento de Ezequiel 12.15: “Saberão que eu sou o Senhor; 
quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar pelas terras”
Entretanto, as opiniões judaicas a respeito da diáspora divergem. Enquanto a 
maioria dos judeus ortodoxos apoia o sionismo (movimento para unir os judeus da 
diáspora e estabelecê-los em Israel), outros se opõem ao conceito de moderna nação 
como um Estado secular e acreditam que esta só poderá existir após a chegada do 
Messias. Aqui entram questões não somente bíblicas e espirituais, mas políticas e 
ideológicas também, e assim nos calamos e voltamos para a estrada principal, após 
esta importante digressão.
III. O que Tiago pretendia transmitir a seus leitores?
Ao pedir de seus leitores, “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente 
ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22), Tiago deixa-nos claro que escreveu 
sua carta para dar conselhos práticos; encorajar aqueles que estavam sofrendo na
dispersão; corrigir certas tendências de conduta; e confrontar os cristãos com 
as responsabilidades da vida cristã. O esboço a seguir nos ajudará a perceber os 
principais assuntos da epístola.
1. Deus
É interessante observarmos a doutrina de Deus em Tiago, pois ele O apresenta 
como:
a. Doador de sabedoria (Tg 1.5)
b. Jamais tentado pelo mal (Tg 1.13)
C. Santo - Ele mesmo a ninguém tenta (Tg 1.13)
d. Imutável (Tg 1.17)
e. Criador (Tg 1.18)
f. Justo (Tg 1.20)
g. Pai (Tg 1.27; 3.9)
h. Deus que escolhe os rejeitados (Tg 2.5)
i. Amigo de Abraão (Tg 2.23)
j. Criador do homem (Tg 3.9)
k. Zeloso - não tolera rivais (Tg 4.4)
l. Doador de graça e resistente aos soberbos (Tg 4.6)
m. Legislador e Juiz (Tg 4.12)
2. Jesus Cristo
O nome de “Jesus Cristo” aparece duas vezes ( l . l ; 2.1), e “Senhor” (que tam­
bém é Jesus) ocorre 14 vezes (1.7, 12; 2.1; 3.9; 4.10, 15; 5.4, 7, 8, 10, 11, 14, 15). 
A preferência por se referir a Cristo como o “Senhor” ensina-nos que o autor quer 
que seus leitores saibam que o Deus de Israel a partir daí deve ser visto na pessoa 
do Senhor Jesus Cristo.
3. Fé e obras
E provável que a mais importante contribuição desta epístola para a fé evan­
gélica seja a relação fé-obras. Ao usar o termo “fé” por 12 vezes, Tiago demonstra 
que a nossa confiança no amor e poder de Deus e o conteúdo doutrinário, ou seja, 
aquilo em que cremos, define um cristão. Mas, se tudo isso não redundar em prática 
de coisas boas, esta fé está morta. A lição n° 8 desta revista tratará exclusivamente 
deste assunto.
4. A escatologia
Tiago lembra a seus leitores que “o juiz está às portas” (Tg 5.9). Este lembrete 
funciona como uma espécie de motivação para os cristãos viverem de maneira
santa e agradável a Deus ( l . 10-11; 2.12-13; 3.1; 5.1-6, 9, 12). Mas as recompensas 
de Deus também fazem parte da escatologia (últimas coisas), e é por isso que temos 
Tiago 1.12; 2.5; 4.10; 5.7-11.
5. A lei
Numa carta escrita por um cristão-judeu a leitores com iguais raízes raciais, não 
poderia faltar o tema “lei”. O termo ocorre sete vezes na epístola (Tg 1.25; 2.8, 9, 
10, 11, 12; 4 .1 1). E importante destacar que para Tiago a lei do N T se cumpriu no 
ensino e na obra de Jesus. Daí ele usar a expressão “lei da liberdade” (Tg 1.25; 2.12), 
que é a lei de Cristo.
6. Questões éticas e práticas da vida cristã
São questões como provação, pobreza e riqueza, tentação, visita a órfãos e viúvas, 
sabedoria, acepção de pessoas, mau uso da língua, mundanismo, soberba, maledi­
cência, omissão na prática do bem, opressão dos ricos, queixas, juramento, oração e 
apostasia. Muitos comentaristasveem uma ligação muito direta entre a epístola de 
Tiago e o Sermão do Monte (M t 5-7). Concordamos plenamente.
Conclusão
Se precisássemos resumir Tiago, diríamos que ele remove todo o pensamento 
que a fé pode estar presente em uma vida não transformada. Se você acredita nesta 
afirmação, então seja bem-vindo a esta série de estudos sobre a carta de Tiago, pois 
ela é uma carta para a igreja de hoje.
Desafio: Comprometa-se com Deus em ler toda a carta a cada semana, durante 
este quadrimestre.
um
!
Ij
0 valor das 
provações
Pr. Evaldo Alencar de Lima
texJjHjásiçj^^
textodevoçional
uersiculo-chave
Tiago 1.2-8 
Gênesis 45.1-15 
Tiago 1.2
"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações"
alvo da lição
O aluno compreenderá que as provações fazem parte do plano de Deus para 
promover a maturidade cristã.
leia a Bíblia diariamente
seg Tg 1.2-8
ter Rm 5.1-5
qua At 16.16-26
qui 2Co 13-11
sex Gn 22.1-19
sáb Mt4.1-11
dom Pv 27.21
A s fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações 
-ZTipodem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em 
Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó ( jó 1.6-12); do nosso semelhante, como no 
episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37.14-28; 50.20); e das 
mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e 
econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absolutamente certa, 
Deus está monitorando cada uma delas visando nossa edificação.
A seguir, apresentaremos três itens relacionados ao ensino de Tiago que dizem 
respeito ao valor das provações às quais, necessariamente, temos que responder.
I. O imperativo nas provações
(Tg 1.5)
Até o presente momento, ainda não me chegou nenhum irmão pulando de con­
tentamento e em brados de alegria, confessando: “Pastor, estou muito feliz porque 
a minha vida está cheia de provações!” Imagine alguém chegando a você e dizendo: 
“A medida que os meus problemas aumentam, a minha alegria transborda.” Talvez ficás­
semos assustados; acharíamos estranho, por uma razão muito simples: não estamos 
observando nem obedecendo o imperativo do “tende por motivo de toda alegria o 
passardes por várias provações” (Tg 1.2). Pulamos, sim, de contentamento quando 
recebemos as “bênçãos”. Entenda-se por “bênçãos” tudo aquilo que sacia o nosso 
desejo de ter e possuir, além do que proporciona bem-estar. As bênçãos de Deus na 
nossa vida incluem tanto aquelas que produzem prazer, como aquelas que causam
dor. Quando Paulo recebeu o “espinho na carne” este causava-lhe dor e sofrimento 
mas era bênção de Deus na vida do apóstolo. Sem a bênção do espinho ele poderia sí 
ensoberbecer e, consequentemente, envergonhar o evangelho. O desafio de encarai 
com alegria as provações foi vivenciado por alguns personagens da Bíblia. Destes 
destacaremos três exemplos.
1. Habacuque
A disposição do coração do profeta era louvar ao Senhor a todo custe 
(Hc 3.17-19). Ainda que a esterilidade prevalecesse, paralisando toda a fonte pro­
dutiva, Habacuque louvaria o Deus da sua salvação. Especialmente o verso 18 nos 
revela o segredo do profeta: o motivo da sua alegria estava fixado em Deus. Quandc 
a fonte da nossa alegria consiste nas bênçãos que Deus oferece e não no Deus que 
oferece as bênçãos, a nossa alegria está fadada à instabilidade; a nossa fé, à fraqueza 
e o nosso relacionamento com Deus à confusão. Infelizmente, em nossos dias, muitas 
pessoas vão aos templos com um único objetivo: receber bênçãos de Deus. Desejarr 
a cura de uma enfermidade, um emprego, a restauração da empresa que está às portas 
da falência, um livramento, enfim, a solução de problemas que atingem a todos os 
mortais. Não constitui pecado buscar as bênçãos de Deus. Jesus mesmo nos incitou £ 
pedir. Porém erramos o alvo quando fazemos da dádiva divina o nosso deus. Erramos 
também, quando a busca da bênção é o fator que motiva nossa ida aos cultos. Deus 
deve ser a razão do nosso culto, a finalidade exclusiva do nosso serviço, o motive 
supremo da nossa alegria.
2. Paulo
Paulo, que entusiasticamente fez a seguinte confissão: “Sim, deveras considere 
tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; 
por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo’ 
(Fp 3.8), demonstrou em seu ministério que realizava a missão para a qual foi chamadc 
com muita alegria, como um presente que recebera do Senhor, e não como um farde 
a ser suportado, apesar das provações que lhe sobrevinham. Ainda em Filipenses 
encontramos a razão por que Paulo transmite tanto entusiasmo e contentamento: 
“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquei 
situação” (Fp 4 .1 1). Tiago nos deixa o mandamento da alegria diante das provações 
e Paulo nos ensina o caminho para vivermos este princípio. O caminho é o aprendi­
zado. Paulo aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. Este deve ser c 
nosso alvo, o nosso desafio em meio às provações.
3. Jesus
“Homem de dores e que sabe o que é padecer”, assim era Jesus de Nazaré. Sofrer 
rejeição. Padeceu por fazer a vontade de Deus. Foi perseguido e desprezado. Mas
13
não perdeu a doçura em meio às lutas. As provações não deixaram Jesus amargurado. 
Continuava sereno. Mesmo tendo uma “agenda apertada” atraía as crianças e lhes 
dispensava atenção. Apesar das dificuldades, contemplava e ensinou os Seus discí­
pulos a contemplar os lírios do campo e as aves do céu. Instruiu-os a cultivar a arte 
da contemplação. Ensinou-lhes a vencer as inquietações do cotidiano tirando lições 
da natureza. Jesus tinha motivos para a amargura, para o ódio. Foi traído pelo preço 
de um escravo, trocado por um homicida e crucificado como um malfeitor. Senhor 
das Suas emoções e fiel guerreiro contra o ódio e a amargura, Jesus optou pelo amor. 
Mesmo crucificado, sofrendo as mais terríveis dores, não Lhe faltou ternura para 
transmitir graça e perdão àqueles que só lhe causaram males. Seguimos os passos do 
nosso Mestre quando temos alegria, serenidade e ternura nas provações.
II. 0 propósito das provações
(Tg 1.3-4}
É muito comum, quando estão em meio às aflições, as pessoas dizerem que 
não sabem o porquê de tudo isso que lhes está acontecendo. É verdade que nem 
sempre sabemos o motivo das experiências desagradáveis pelas quais passamos. 
A dor e o sofrimento quase sempre nos tiram a capacidade de perceber a razão 
dos fatos. Não sabermos o porquê da provação não a invalida. Ela continua sendo 
genuína e tem propósito. As vezes, eu não sei a razão, mas Deus sabe. Isso basta. 
Jó não tinha a menor ideia por que estava passando por tamanho sofrimento; 
por que ele estava sendo tão provado. Não obstante, Deus sabia. E Jó, no devido 
tempo, sabería também. A palavra de Deus, a nossa experiência com Ele e o fu­
turo se encarregarão de nos confirmar que as provações na vida do cristão têm 
propósitos definidos. Nada acontece por acaso. Não estamos à mercê da História. 
Somos servos do Todo-Poderoso, Aquele que age em todas as coisas para o bem 
daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito 
(cf. Rm 8 .28). As provações visam produzir dois resultados, como veremos a 
seguir.
1. Fé aprovada
Abraão é considerado o pai dos que têm fé. Para que ele recebesse esse honroso 
título, sua fé foi provada até as últimas consequências. Quando chamado, obedeceu 
(Hb 11.8); quando posto à prova, ofereceu Isaque (Hb 11.17). Sua fé esteve sobre 
o altar da provação.
Fé aprovada é aquela que produz perseverança. A fé genuína, resultado direto dos 
testes de que Deus faz uso para promovê-la, induz o crente a continuar caminhando
mesmo quando as circunstâncias não lhe são favoráveis. Ela induz o crente a continuar 
crendo em Deus e em Sua Palavra mesmo quando a dor não passa, quando a doença 
prevalece sobre a saúde, quando o emprego não vem; embora haja perdas e danos, 
sua fé permanece inabalável.
2. Caráteraprovado
A nossa experiência vai comprovar que a maioria das grandes mudanças que 
ocorreram em nosso caráter se deram em meio às provações. O sofrimento, muitas 
vezes, age como um verdadeiro instrumento da graça para reduzir a nada o orgulho 
do soberbo e a autossuficiência do arrogante. Quanta gente que se achava o dono da 
situação, supremo e intocável, só se aproximou da cruz devido ao rigor das provações 
a que foi submetido? As provações têm como objetivo, também, polir o caráter, ainda 
que seja a ferro e fogo. Evidentemente o poder transformador não está na dureza das 
tribulações, mas no Espírito Santo que age. Este, sabiamente, faz uso das circunstâncias 
e dos acontecimentos para nos instruir e nos moldar.
Devido ao estado caído em que o homem se encontra e a dureza de coração 
provocada pelo pecado após a queda, nem sempre nos é fácil ouvir a voz de Deus 
em situações normais. Às vezes, o leito de enfermidade, o luto pela perda de alguém 
que nos era importantíssimo, a dor e o sofrimento de uma crise existencial, entre 
outras, constituem oportunidades onde a voz de Deus é ouvida com mais clareza e 
os nossos valores e conceitos são mais bem avaliados. Não devemos subestimar o 
valor que as provações exercem na vida do crente no que diz respeito à construção 
de um caráter aprovado por Deus.
III. 0 essencial nas provações
(Tg 1.5-8)
Todos os frutos que as provações visam produzir podem se tornar nulos se 
nos faltar o essencial - a sabedoria para passar por elas. A sabedoria é o ingrediente 
que, quando não nos faz compreender o porquê da dor, por exemplo, nos ensina a 
aceitá-la com paciência. A sabedoria nos faz perceber que, apesar da provação, Deus 
é nosso aliado.
A falta de sabedoria, que seria a falta de compreensão das realidades eter­
nas e do governo de Deus em todas as coisas, nos impele a não aceitar a pro­
vação e a duvidar da bondade de Deus. A instrução é clara: aquele que tem 
sabedoria deve aplicá-la; e quem não tem deve pedir com fé, resistindo a toda 
dúvida.
E quanto a você, cuja fé está sendo severamente provada, pergunto-lhe: como 
está sendo sua reação? Como você está se comportando enquanto sua fé está sendo 
testada? Em meio às suas lágrimas é possível perceber alegria, ou apenas murmura­
ção? Atos 16.19-26 relata um interessante episódio. Paulo e Silas já estavam presos, 
depois de terem sido açoitados, com os pés no tronco. Por volta da meia-noite, co­
meçaram a orar e cantar louvores a Deus. Orar em uma ocasião como essa não é tão 
difícil; cantar louvores, sim, soa estranho ao nosso entendimento. Numa situação 
semelhante normalmente choramos. Paulo e Silas cantaram. Aí eu vejo sabedoria. 
Deus, para eles, era tão real quanto o sofrimento. Eles tinham o sofrimento como 
razão para murmurar e abandonar a fé. Em contrapartida, tinham Deus para render 
louvores. Deus é maior que o sofrimento. E assim que a sabedoria faz seus cálculos. Se 
Deus é maior que o sofrimento, então rendamos a Ele o que Lhe é devido, e quanto 
ao sofrimento, paciência.
Veja três momentos na vida de Jesus, onde Ele age com profunda sabedoria ao 
ser provado.
1. Diante do príncipe das trevas
Depois de jejuar 40 dias, Jesus teve fome. Foi tentado pelo Diabo, e em todas 
as três investidas registradas em Mateus 4.1-11, Jesus rebateu com “está escrito”. O 
Mestre poderia ter usado os mais impressionantes discursos para combater o príncipe 
das trevas, no entanto, recorreu às Sagradas Escrituras. Desta forma, demonstrou que 
contra o Diabo, nossa arma mais eficaz é a espada do Espírito, a Bíblia. Contra o mal, 
age sabiamente quem age baseado na palavra de Deus.
2. Diante das autoridades judaicas
Os principais sacerdotes e os anciãos do povo, movidos pela inveja, não tarda­
ram a perguntar com que autoridade Jesus estava a realizar o Seu trabalho, além de 
ensinar. Jesus Cristo os calou com a pergunta: donde era o batismo de João, do céu 
ou dos homens (M t 21.23-27) ? Quanta sabedoria! Evidentemente eles tinham uma 
resposta. Em momento algum deram crédito ao ministério de João. Mas, devido ao 
ambiente composto por uma multidão que acreditava ser João Batista um profeta, 
foram obrigados a se calar.
3. Diante das autoridades romanas
Em virtude da fama de Jesus, Herodes desej ava vê-Lo. Queria ver milagres. Nada 
viu e desprezou o Rei dos reis. Em relação a Antipas, Jesus manteve silêncio absoluto 
(Lc 23.8-12). Não quis lançar pérola aos porcos. A sabedoria se manifestou sem 
palavras. Pilatos ficou grandemente admirado pelo fato de Jesus não responder às 
acusações dirigidas contra Ele pelos principais sacerdotes e pelos anciãos. O silêncio
16
de Jesus impressionou o governador da Judeia (M t 27.12-14). Não devemos esquecer 
que o silêncio de Jesus também aconteceu para cumprir as escrituras do AT quando 
dizem que não proferiu palavra quando levado ao matadouro.
Conclusão
Uma vez que as provações estão no plano que Deus arquitetou para o nosso 
benefício e crescimento espiritual, só nos resta encontrar o caminho da alegria, da 
sabedoria e da confiança de que Ele está usando todas as circunstâncias para imprimir 
na nossa vida, no nosso caráter, as indeléveis marcas de Cristo. Aceitemo-las com 
alegria!
17
3
0 que devemos 
valorizar
Pr. Silas Arbolato da Cunha
texto básico 1 Tiago 1.9-11 ■ leia a Bíblia diariamente
SI 73.1-28texto devocional | Romanos 5.1-11 seg
ter SI 49.1-20versículo-chave I Tiaqo 1.11
"Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e qua Mc 8.34-38
desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em 
seus caminhos" qui 1Tm 6.17-19
sex Pv 30.7-9
alvo da lição i
sáb Is 40.6-8
0 aluno ficará motivado a adequar sua escala de valores à de Deus. dom Rm 5.1-11
Já vimos anteriormente que as tribulações e o sofrimento são como ferramentas que Deus usa na nossa vida para nos tornar aquilo que Ele planej ou. Alegrem- Tiago, o sofrimento está dentro da soberania e do projeto de Deus.
Por mais que a provação seja uma ferramenta nas mãos de Deus, ela sempre é 
dolorosa. A provação sempre traz uma tônica bem forte daquilo que é desagradável, 
desconfortável, inseguro. Esta seção da carta provavelmente descreve a realidade 
profetizada por Ágabo em Atos 11.28-29.
Diante desta realidade, uma pergunta que provavelmente pairava na mente 
dos leitores de Tiago era: “Valeu a pena ter crido em Cristo e agora estar sofrendo 
perseguição, fome, pobreza?” Talvez alguns daqueles crentes tenham feito suas as 
palavras de Asafe - "inutilmente conservei puro o coração” (SI 73.13). Eles olhavam 
para as pessoas à sua volta e as viam numa condição muito boa. Mas a situação deles 
era bem diferente. Não é assim que nos sentimos algumas vezes também?
1. Recebemos um diagnóstico do médico não muito agradável - sobrevém-nos a 
insegurança, não sabemos o que vai acontecer conosco ou com nossa família.
2. Enfrentamos as dores de relacionamentos quebrados - temos ressentimentos, 
raiva.
3. Perdemos um emprego - a angústia nos abate, o desconforto, a ansiedad0 ° r,c 
temores se instalam em nosso coração, sofremos restrições.
Como nos sentimos diante de situações como essas?
Observe ainda o que Asafe diz no Salmo 73.2 e 11. Tanto o salmista quanto os 
leitores de Tiago estão com um sentimento de inveja, um sentimento de que per­
deram tempo na vida levando Deus a sério. Isto nos leva a uma questão: o que de 
fato tem valor na vida que estamos vivendo? Será que passar por restrições e seguir 
os conselhos de Deus, o caminho de Deus, vale a pena? Tiago nos apresenta três 
perspectivas desta situação.
I. Igualdade no contraste
(Tg 1.9-10)
Notem que por duas vezes Tiago usa a palavra orgulhar. Uma vez para o irmão 
de condição humilde e a outra para o rico (Tg 1.9-11 NVl).
Ambos devem olhar além das circunstâncias físicas externas, em direção aos 
valores espirituais interiores e circunstâncias do reino celestial que não se veem. “O 
contraste antitético entre pobre e rico retoma um tema bíblico comum:a transito- 
riedade das coisas deste mundo, nas quais não devemos depositar nossa confiança e 
nem nos orgulhar” (Douglas J. Moo).
Todavia, há coisas das quais devemos nos orgulhar. É fácil alguém abastado se 
orgulhar de sua condição, e aquele que “está por baixo” nutrir sentimentos como 
a inveja. Ambos estão com perspectivas erradas dos valores de Deus, daquilo que 
Deus considera de fato como valor. Observemos que os valores humanos não são 
os mesmos de Deus.
E possível que os crentes estivessem olhando os ricos, que estavam “numa boa”, 
enquanto eles estavam sendo perseguidos. Sua atitude estava correta? Apalavra insig­
nificância (ARA) no versículo 10 e humilde no versículo 9 têm a mesma raiz grega. 
Então, quando falamos de riqueza e pobreza, precisamos entender duas coisas sobre as 
quais Tiago não está falando e uma terceira que trata da fugacidade dos valores terrenos.
1. A pobreza não é má e não é resultado de incredulidade
Ilustração: num encontro de pastores, um irmão compartilhou a alegria de que 
naquela semana havia comprado um carro, depois de cinco anos poupando, e pediu 
que os outros louvassem a Deus com ele. Alguém perguntou: “Que carro?” “Um Gol 
86”, foi a resposta. “Um gol 86? Eu não vou louvar nada, você é filho de Deus, deveria 
ter um carro importado 0 km. Você não crê no Deus que eu creio”. Interessante esta
19
percepção, na qual ser pobre (literalmente no grego - de baixa condição social) signi­
fica ser incrédulo. Não é disto que Tiago está falando. O pobre não pode ser acusado 
nem condenado por sua pobreza, como se esta fosse resultado de incredulidade.
2. A riqueza não é tudo e não é pecado
Os ricos também não são acusados ou condenados por serem ricos, mas por 
depositarem sua confiança nas riquezas (cf. lTm 6.9, 17-19). A palavra de Paulo é 
contra a ambição, a ganância, o apego, o viver em função do dinheiro e o confiar no 
dinheiro que se tem. Possuir bens, ser rico, não implica pecar. O amor ao dinheiro é 
a raiz de todos os males, não o dinheiro em si.
3. As "moedas" que mais valorizamos
Há três moedas valorizadas na nossa sociedade: a riqueza, a beleza e a inteligência. 
Que valor tem isso de fato? Num determinado momento, o dinheiro possuído pode 
ser perdido (“farápara si asas”) . Além disso, ao morrer, o ser humano não levará nada 
consigo (Pv23.5, SI 49.16-17).
Quando você passar desta vida para a eternidade, aquilo que é considerado de valor 
aqui não terá valor lá. Seus títulos, a beleza da sua casa, seu carro, seu dinheiro, sua beleza 
física de nada valerão na eternidade. Não se orgulhe disso, não confie nisso. Você confia 
no que você ganha? Você confia que é a sua empresa que vai manter você lá o resto da 
vida, sustentando você? Essas coisas não fazem parte da ordem de valores de Deus, é 
tudo aparência. O sol vai bater, elas irão desaparecer, e na hora em que comparecermos 
perante Deus, estas moedas não vão valer nada. É isto que Tiago está dizendo (Tg 1.11).
Então, o que vale para Deus? Quais são os valores eternos?
II. 0 que é valor para Deus?
Há um motivo significante para nos orgulharmos, e para saber qual é, precisamos 
olhar para nós do mesmo modo como Deus o faz. Jesus, no Sermão do Monte, disse 
"Bem-aventurados os humildes de espírito,porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Feliz 
é aquele que compreende corretamente a sua condição diante de Deus, pois Ele não 
Se agrada da soberba, mas da humildade (Tg 4.6). A melhor maneira de investir no 
que realmente tem valor é enxergar a nossa insignificância e incapacidade de cumprir 
as exigências de Deus, sem pretender requerer qualquer tipo de direito.
Do que podemos nos orgulhar nesta vida? Em que vale a pena investirmos ? Paulo, 
em Romanos 5.1-11, usou três vezes a palavra gloriar, que tem o mesmo sentido da
20
usada por Tiago: orgulhar (Tg 1.9-10 N V l). Esta passagem de Romanos 5 apresenta 
os motivos de termos orgulho alegre.
1. Nossa posição em Cristo
(Rm 5.1,11)
Fomos justificados mediante a fé e temos paz com Deus. Tenhamos o alegre 
orgulho do fato de Deus estender o Seu favor e enviar Seu filho para morrer por nós. 
Nos gloriamos em Deus, por Jesus Cristo, por Quem recebemos a reconciliação. E 
só por fé, exclusivamente por fé, está apaziguada a nossa situação com Deus.
2. Nossa esperança da glória de Deus
(Rm 5.2)
Tenhamos o alegre orgulho por causa das coisas que Deus prometeu, especial­
mente a eternidade com Ele.
3. Nossa dignidade nas tribulações
(Rm 5.3)
Tenhamos o alegre orgulho de passarmos por elas, pois isto faz parte do projeto 
de Deus para nossa vida, de nos fazer crescer, perseverar.
Vejamos alguns motivos que Pedro também nos apresenta, embora não empregue 
o verbo gloriar (lP e 2.9-10):
a. raça eleita - temos uma linhagem divina;
b. sacerdotes reais - temos acesso à presença de Deus continuamente;
C. nação santa - fomos separados com um propósito;
d. propriedade exclusiva de Deus - somos alvo dos cuidados do Pai;
e. propósito - temos o privilégio de compartilhar o que Deus tem feito por nós.
Quantos motivos para nos orgulharmos alegremente! Esta é a diferente escala 
de valores de Deus, que vale para toda a eternidade. A “moeda” que vale é a graça de 
Deus que nos alcançou e nos dá uma nova perspectiva para a eternidade.
Conclusão
Quais são os seus valores? Você tem valorizado a aparência da casa, trabalho, 
dinheiro, beleza, segurando a “cumbuca”, sem perceber que enquanto a agarra, está 
acumulando um prejuízo eterno? Você quer uma riqueza que vale a pena? Certamente 
não é a que está guardada neste mundo. Ela está reservada nos céus. Não acumule 
“tralhas”!
21
Talvez nesta vida você não vá ter o dinheiro, o carro, a casa, a beleza que vo< 
gostaria, mas, lembre-se: seus valores acabam definindo sua agenda, suas prioridad 
e seus procedimentos.
Você quer se orgulhar de algo? Orgulhe-se da posição que Deus lhe concede 
das provisões que Deus lhe deu, da herança que Ele lhe prometeu. Tenha o aleg 
orgulho de valorizar as mesmas coisas que Deus valoriza!
4
Provação 
e tentação
Pr.Esli Pereira Faustino
7
$
%
texto básico
texto devocional
versículo-chave
Tiago 1.12-15 
Deuteronômio 8.1-5 
Êxodo 20.20
"Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar, e para que 
o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis"
alvo da lição
O aluno entenderá que a prova é um processo utilizado por Deus para disciplina 
e crescimento espiritual de Seus filhos, enquanto a tentação é uma forma de 
solicitação para a prática do mal.
leia a Biblia diariamente
seg Dt 13.1-9 
ter 5126.1-12 
qua 1Ts 2.1-6 
qui S1139.1-24 
sex Pv 3.1-12
sáb Zc 13.7-9
dom ICo 3.10-17
Os israelitas, na revelação do Antigo Testamento, eram proibidos de pôr Deus à prova (Dt 6.16), embora o tenham feito de modo notório no deserto, 
em Massá, que significa tentação (Êx 17.2-7).
O termo hebraico para “provar” foi usado quando Deus testou tanto Abraão 
(G n 2 2 .l) quanto o rei Ezequias (2Cr 32.31) com o propósito de aprimorar o caráter 
deles, a fim de que andassem em Seus caminhos. Foi uma prova de caráter elevado, 
vinda diretamente das mãos do Senhor, para pôr o ente querido na fornalha de fogo a 
fim de provar a realidade da sua fé. Só entendemos esse fato à luz de Hebreus 12.4-13, 
onde a palavra de Deus declara o propósito divino da nossa disciplina.
Coisa diferente, entretanto, significa sermos provados pelas mãos de Satanás - o 
adversário das nossas almas. Nesse caso, trata-se de uma solicitação para a prática 
do mal, com fins destrutivos (Lc 22.31-32), ou mesmo a provação provocada pelas 
circunstâncias (Ec 2.1). Daí o propósito desta lição: fazer diferença entre provação 
e tentação.
I. O prêmio da perseverança na provação
(Tg 1.12)
Tiago emprega o mesmo termo usado nas bem-aventuranças do chamado Ser­
mão do Monte para passar a ideia de felicidade resultante de uma fé aprovada após 
a passagem do período de turbulência. É o prêmio de quem venceu na corrida da 
vida e suportou com paciência a longa travessia dodeserto (Hb 11.36-40). Jesus
23
lembrou aos discípulos o aspecto futuro do prêmio pela renúncia de tudo nesta vidz 
(M t 19.28-29); e Paulo menciona o que Deus reserva para aqueles que O amare 
( l Co 2.9). Segundo H.E. Alexander, a Bíblia menciona cinco coroas dos vencedores. 
Cada uma trata de um aspecto da vida cristã:
1. A coroa incorruptível como prêmio do combate espiritual (lC o 9.24-27);
2 . A coroa da glória como prêmio de serviço para os obreiros fiéis ( IPe 5.4);
3. Acoroa da vida como prêmio da provação (Tg 1.12; Ap 2.10);
4 . A coroa da justiça como prêmio da salvação (2Tm 4 .7 -8 ) para os que amam a 
volta de Jesus;
5. A coroa da alegria como prêmio para ganhadores de almas (lT s 2 .19-20; Fp4.l).
II. A força destruidora da cobiça
(Tg 1.13-4)
A tentação em si não é pecado. Pode ser descartada, mas uma vez assumida, se 
transforma em pecado e desvio dos padrões estabelecidos por Deus.
A palavra cobiça vem do latim, com o sentido de um desejo recheado de avidez 
O problema central está em pensarmos em nós mesmos e não propriamente nai 
coisas que podemos obter, situação que torna o ambicioso uma pessoa sempre des 
contente e insatisfeita. A cobiça, depois de destituir o homem de sua força espiritua 
e governá-lo inexoravelmente durante a vida, torna a existência humana um malogro
Segundo o Dicionário Houaiss, a cobiça está em oposição ao desprendimen 
to, sendo um desejo imoderado de bens, honras e riquezas em forma de ambiçã: 
concupiscente.
Segundo o Comentário Bíblico Moody, a palavra tentação carrega a ideia c; 
seduzir ao pecado. Tiago tinha em mente a doutrina judia de “yetzer hará” (impuls: 
do mal), que tornava Deus indiretamente responsável pelo mal. Tiago não concorã 
com essa ideia. Para ele, Deus é imune ao mal.
O último mandamento do Decálogo fala sobre a cobiça como uma força interna qr 
leva o ser humano ao ponto culminante da existência em busca da realização pessoal. L
mandamento põe uma cerca de arame farpado em volta deste sentimento, que é capaz 
de transtornar toda a nossa personalidade. Como conseguimos extirpar os maus desejos 
do coração? Substituindo-os por entranhados afetos de misericórdia (Rm 7.7; 13.9; 
Ef 5.3; lTm ó.10; 2Tm 4.3; ICo 10.6; Cl 3.12-14).
III. O processo de gestação do mal no interior humano
(Tg 1.14-15)
Os dois verbos gregos usados no texto eram usados pelos caçadores e pescadores 
para atrair as presas e tirá-las do seu esconderijo, atraindo-as para as armadilhas, redes 
ou anzóis num processo de atração das vítimas. Segundo Tiago, algo semelhante 
ao processo de gravidez: "o pecado uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.15). O 
segundo verbo podia se referir aos atrativos de uma prostituta. Nesse caso descreve 
o resultado de ceder às suas tentações.
O livro do Apocalipse, por descrever as últimas formas de sedução do mal no 
mundo, utiliza os mesmos dois verbos com frequência (Ap 2.20; 13.14; 18.23; 19.20; 
20.8). O primeiro efeito da concupiscência é tirar o homem de seu repouso original, 
o segundo é atraí-lo para a armadilha definitiva.
Olhando para o pecado deDavicomBate-Seba (2Sm 11.1-5), podemos perceber 
claramente este processo de gestação do mal.
1. Ociosidade
Era primavera (abril-maio), depois das chuvas, o “tempo em que os reis costuma­
vam sair para a guerra”, mas Davi ficou em Jerusalém (v.l). Quando uma pessoa está na 
ociosidade e deixa de fazer o que deve, sua mente se desarma e enfraquece o espírito 
de vigilância.
2. Concupiscência dos olhos
“Uma tarde... passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando 
banho; era ela mui formosa (o hebraico acrescenta uma expressão idiomática: ‘de se ver’) ” 
(v.2). O vislumbre transforma-se em olhar fixo. Agora que os olhos estão sendo saciados, 
não há espaço para se pensar em Deus. Afinal, “a cobiça atrai e seduz" (Tg 1.14).
3. Concepção da cobiça
Eis o próximo passo: "Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado” 
(Tg 1.15). Davi envia mensageiros para trazerem a mulher. Ela veio, “e ele se deitou com 
ela" (2Sm 11.4). O termo grego para “concebido” é traduzido como “prender” ou “ficar
grávida”. E foi isto, literalmente, o que aconteceu com Bate-Seba: “A mulher concebeu e 
mandou dizer a Davi: Estou grávida" (2Sm 11.5).
4. O resultado
“E o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.15). O resultado de se per­
mitir que a cobiça seduza é o que faz parte da história humana desde Gênesis 2.17: 
a morte. Davi e Bate-Seba não morreram, mas Urias e o bebê morreram.
"É melhor evitar a isca do que debater-se na armadilha."
(John Dryden)
Conclusão
Devemos esperar que a fé verdadeira seja provada pelas tribulações desta vida 
presente. Pois importa entrar para o reino de Deus através de muitas tribulações 
(At 14.22), prosseguir em meio a grandes sofrimentos ( IPe 5.8-9), mas certos de que 
o mal, embora pareça descontrolado no mundo, está sob a alçada de Deus e é usado 
para o bem daqueles que amam o Senhor e são chamados segundo o Seu propósito 
(Rm 8.26-28). .
Deus é imune ao mal e com ele lida sem Se comprometer, o que não acontece 
com os seres humanos que acabam enredados por ele (Gn 3 .4 -6 ).
Que possamos lutar incansavelmente contra as tentações, procurando aprender 
do Senhor quando somos provados!
26
Deus é bom 
e imutável
texto básico Tiago 1.16-18 
Atos 17.24-28 
Tiago 1.17
"Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, 
em quem não pode existir variação ou sombra de mudança"
texto devocional
versículo-chave
alvo da lição
0 aluno terá certeza de que a bondade do Deus que jamais muda está sempre 
presente na vida cristã e o encoraja a confiar no Senhor, apesar das provações.
leia a Bíblia diariamente
seg Ml 3.21-25
ter SI 25.8-10
qua At 17.22-30
qui Zc 9.14-17
sex S1102.18-28
sáb Ap 1.4-8
dom Hc 3.17-19
Lembro-me perfeitamente da primeira vez em que entrei num avião. Era um dia cinzento, de céu nublado e com uma leve garoa que nem um pouco en­
corajava um estreante. Apesar do pequeno avião e das circunstâncias desconfortáveis 
daquela tarde, tentei demonstrar uma aparente tranquilidade racional. Quando o 
aparelho começou a deslocar-se na pista, apertei discretamente os dedos das mãos e, 
como que numa atitude fatalista, entreguei-me à sorte. Em poucos segundos vi a pista 
distanciando-se dos meus olhos e, rapidamente, o avião alcançou a altura das nuvens, 
as quais foram tornando cada vez menor a minha visibilidade da janela. A expectativa e 
a incerteza do que aconteceria, após aqueles momentos enevoados, eram grandes. Até 
que minha frieza exterior foi abruptamente assaltada por uma visão jamais esquecida. 
O avião ao atravessar a densa barreira de vapor levou-me a contemplar um céu tão 
azul e um sol tão brilhante que eu mesmo não saberia afirmar se já tinha visto algo 
assim. Foram instantes de contemplação, mas também de muita reflexão, pois aquela 
nova experiência ensinou-me a reconhecer que, apesar do dia cinzento e chuvoso lá 
embaixo, o sol sempre esteve no mesmo lugar brilhando tão intensamente como sem­
pre brilhou! Com certeza já enfrentamos ou estamos enfrentando dias cinzentos da 
vida; atribulados ou enevoados pelas dificuldades, ansiedades, temores ou tristezas da 
vida... A lição é a mesma: apesar das circunstâncias adversas que enfrentamos na vida, 
não devemos perder a confiança, pois Deus é o mesmo, eternamente bom e imutável!
Antes de prosseguirmos é muito importante que lembremos que esta epístola 
foi dirigida a um grupo de crentes dispersos, os quais estavam sujeitos a todo tipo de 
dificuldades. No início da epístola, Tiago aborda os conceitos de provação e tentação. 
A provação pode ser vista como de natureza externa, e serve de instrumento de Deus 
para aprovar e aperfeiçoar aquele que nela persevera (Tg 1.2-8). Já a tentação pode ser
vista como de natureza interna, e serve de instrumento da própria cobiça humana para 
reprovar e destruir quem ela concebe (Tg 1.12-15). Tiago estava preocupado que um 
mau entendimentodestes conceitos poderia gerar um mau entendimento do caráter de 
Deus por parte dos seus leitores. Por isso, ordena: “não vos enganeis” ou "não vos deixeis 
enganar” diante das circunstâncias (Tg 1.16). Visando a instrução ou mesmo uma pos­
sível correção, o autor faz duas declarações a respeito de uma visão correta do caráter 
e da pessoa de Deus que o crente deve manter, mesmo em circunstâncias adversas.
I. Deus é bom
(Tg 1.17)
Aprimeira declaração a respeito de uma visão correta de Deus diante das adver­
sidades é que “Deus í bom”. Afirma Tiago: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá 
do alto> descendo do Pai da luzes”. Em outras palavras, tudo aquilo que é bom procede 
de Deus, o qual é bom. Embora parecesse estranho ouvir sobre a bondade de Deus 
diante de situações ruins da vida, os cristãos dispersos do primeiro século precisavam 
aprender a não confundir o caráter de Deus com as circunstâncias adversas da vida. 
Tiago ensina o seguinte.
1. A manifestação da bondade de Deus evidencia-se em Seus presentes
Deus manifesta Sua bondade através das Suas dádivas ou dons. Estas duas 
palavras têm significados parecidos: “dádiva” pode significar presente, galardão ou 
mesmo dom; e “dom” também pode significar presente (Rm 5.16). Este não é o con­
texto para a palavra dom (carisma) espiritual, mas de um presente que manifesta a 
benevolência de Deus. O bom Deus derrama Sua graça e misericórdia nos homens, 
dando o sol e a chuva (Mt 5.45), as estações frutíferas (At 14.17), a vida e a respiração 
(At 17.25), por exemplo.
2. A manifestação da bondade de Deus revela Sua perfeição
As palavras “dádiva” e “dom” são qualificadas pelos adjetivos “boa” e “perfeito”. 
O autor não está fazendo uma distinção entre os termos, mas usando um estilo 
literário para pensar numa mesma coisa. Quando coloca os dois adjetivos lado a 
lado está se referindo a algo de valor incomparável. Suas dádivas revelam o caráter 
benevolente do próprio Deus perfeito. O termo “perfeito” é o mesmo que descreve 
Deus em Mateus 5.48.
3. A manifestação da bondade de Deus expressa Sua pessoa
A origem destas dádivas e dons é o próprio Deus, pois “são lá do alto”. Somente 
pode ser divina. O que se origina no coração humano não é bom (Tg 1.14), mas o
28
que é unicamente bom e perfeito procede de Deus (“descendo do Pai das luzes”) . Mais 
à frente, Tiago cria um contraste entre a sabedoria que procede de Deus e a sabe­
doria humana: “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, 
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” 
(Tg3.17), enquanto que a humana é “terrena, animal e demoníaca” (Tg 3.15). Assim, 
a bondade de Deus expressa Sua Pessoa. A expressão “Pai das luzes” sugere tanto a 
figura paternal do Deus benevolente (veja também 1.27 e 3.9) quanto a do Criador 
benevolente, uma vez que o termo “luzes” frequentemente, faz alusão aos astros e 
corpos celestes (sol, lua e estrelas).
Estas considerações a respeito da bondade de Deus revelam que, apesar das 
circunstâncias adversas da vida ou mesmo da permissão do mal na vida do crente 
(exemplo da história de Jó), Deus não é injusto, cruel ou sádico. Ele não tenta Seus 
próprios filhos, pelo contrário é bom e benevolente, e aperfeiçoa a quem ama.
II. Deus é imutável
(Tg 1.17)
Uma segunda declaração a respeito de uma visão correta de Deus diante das 
adversidades é que “Deus é imutável”. Escreveu Tiago a respeito de Deus: “em quem 
não pode existir variação ou sombra de mudança”. O autor não apenas utiliza o tema 
bondade para defender a imutabilidade de Deus, claramente apresentada em outras 
partes da Escrituras, como faz dela uma preparação de outros atributos e ações divinas 
apresentadas ao longo da epístola.
1. A bondade divina e a imutabilidade de Deus
A ideia de imutabilidade de Deus está arraigada à ideia da Sua bondade. Isso 
implica a certeza de que a bondade do Deus imutável nunca sofre alteração ou 
mudança. Com respeito à pessoa de Deus, a Nova Versão Internacional traduz: 
“que não muda como sombras inconstantes”. A palavra grega traduzida como “som­
bra” pode implicar o ato de fazer sombra ou de refletir uma determinada imagem. 
Tiago escolheu esta palavra para afirmar que Deus é como uma luz que não pode 
ser colocada na sombra ou extinta.
2. Atributos divinos e a imutabilidade de Deus
O conceito desta imutabilidade prepara e se aplica à descrição de Deus que Tiago 
apresenta na sua epístola.
a. Doador da sabedoria (Tg 1.5)
29
b. Fiel às Suas promessas (Tg 1.12; 2.5)
C. Recompensador (Tg 1.12)
d. Justo (Tg 1.20; 2.23)
e. Único (Tg 2.19)
f. Criador do homem (Tg 3.9)
g. Gracioso (Tg 4.6)
h. Legislador e Juiz (Tg 4.12)
i. Soberano (Tg 4.15)
j. Misericordioso e Compassivo (Tg 5 .1 l)
k. Restaurador da vida (Tg 5.15)
3. As Escrituras Sagradas e a imutabilidade de Deus
Quanto a esta imutabilidade de Deus, a epístola de Tiago encontra bases na pró­
pria palavra de Deus. Muito embora as expressões “então se arrependeu o Senhor” 
(Gn 6.6) e “Deus se arrependeu” ( jn 3.10) pareçam implicar uma mutabilidade de 
Deus, apenas representam, através da força de uma linguagem carregada do senti­
mentalismo pela narrativa bíblica, uma de duas reações divinas consequentes à ação 
humana naquele contexto: bênção aos tementes e obedientes; juízo aos incrédulos e 
desobedientes. A doutrina da imutabilidade de Deus é encontrada em textos muito 
claros das Escrituras.
a. “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. 
Porventura, tendo ele prometido, não 0 fiará'? Ou, tendo fialado, não 0 cumprirá?” 
(Nm 23.19).
b. “Tu, porém, és sempre 0 mesmo” (SI 102.27)
C. "Porque eu, 0 Senhor, não mudo” (Ml 3.6) (ver também ISm 15.29; Hb 6.17-18;
13.8; Ap 1.4,8).
Assim, Tiago conduz aqueles crentes dispersos a não terem quaisquer razões 
para questionar ou duvidar da pessoa e do caráter de Deus. As duras provas da vida 
não podem afetar ou comprometer a pessoa ou as ações de Deus.
Conclusão
A grande demonstração da bondade imutável de Deus para conosco apresentada 
por Tiago está no último versículo deste parágrafo: “Pois, segundo 0 seu querer, ele nos 
gerou pela palavra da verdade, para que fiássemos como que primícias das suas criaturas” 
(Tg 1.18). Abondade de Deus nos alcançou com a salvação em Cristo Jesus, a qual
30
nos encoraja e fortalece a prosseguir adiante mesmo diante das provas e adversidades 
da vida. E sempre bom lembramos que mesmo quando os nossos dias se encontram 
nublados, cinzentos ou chuvosos, sobre as mais densas, sombrias e carregadas nuvens, 
sempre existirá o Sol que nunca Se apaga.
Nunca se esqueça: o Deus bondoso e imutável está soberanamente presente em 
nossas provações!
31
6
Praticando 
a Palavra
Pr. Luiz César N. Araújo
T ia g o 1 .1 9 -2 7 
S a lm o 1 6 .1 -1 1 
T ia g o 1 .21
"Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, a 
mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a
0 aluno entenderá a relevância da Palavra de Deus para salvar e e< 
como os cuidados que devemos tomar com a nossa própria palavra.
T em-se falado muito ultimamente no poder das palavras. A ênfase, no en­tanto, tem sido dada para palavras chamadas “místicas”, de maldição, de 
imprecações, etc. Tem-se esquecido do poder da palavra sobrenatural de Deus e de 
resposta do crente à Sua Palavra. A Bíblia é uma fonte inesgotável de riqueza. Espe 
cificamente nesta porção citada por Tiago é uma fonte inesgotável de riqueza. Issc 
requer do leitor atenção e cuidado, como veremos.
Os irmãos já pensaram em como a palavra é importante em nossa vida cristã; 
É pela palavra de Deus que chegamos ao conhecimento da salvação, dos propósi 
tos Dele para nós, dos Seus atributos e Seus sentimentos em relação à Sua criação 
Em resposta à palavra de Deus, com a nossa palavra, tomamos posse da salvaçãc 
(Rm 10.9-10). Também com a nossa palavra oramos, na convicção de que Ele St 
relaciona conosco pessoalmente. A essência donosso relacionamento com Deus st 
dá mediante a palavra Dele e a nossa como resposta.
Deus gosta de falar. A Bíblia é prova disso, pois é a declaração de Sua vontade 
A diferença entre a palavra de Deus e a nossa é que Deus nunca cometerá um erre 
por mais que fale, enquanto nós devemos tomar muito cuidado, para não pecarmo 
contra Ele e outras pessoas enquanto falamos. Vejamos como a aplicação da palavr; 
deve ser feita neste texto de Tiago (1.19-27).
I. A palavra de Deus e seus resultados
Sabemos que Deus é poder e Sua Palavra, consequentemente, é poderosa. Ela influenci 
positivamente, de várias formas, a vida de cada um que tem Jesus como Senhor de sua vida
texto básico leia a Bíblia diariamente
seg SI 119.1-24
ter S1119.25-48
>/) com qua SI 119.49-72
alma" qul SI 119.73-96
sex SI119.97-120
r, bem sáb S1119.121-144
dom SI 119.145-176
32
1. A palavra de Deus salva a alma
dg i.2 i)
Deus não salva por meio do sacrifício de animais (Hb 9.11-12) nem pelas nossas 
obras (Ef 2.8-10).E pela pregação do evangelho, das Boas-Novas, que podemos chegar 
ao pleno conhecimento da salvação. Sendo assim, a ordem bíblica é que preguemos a 
Palavra crendo que esta é a única forma de uma pessoa salvar sua alma do inferno eterno 
(Tg 1.21). Lembremos que a palavra alma, neste texto, indica o homem real, o ser 
essencial, a vida integral.
Devemos tomar cuidado para não falhar na pregação da Palavra. Às vezes, a 
igrejapode servista apenas como uma comunidade alternativa, uma espécie de clube 
religioso. Não fomos chamados a entreter as pessoas, a produzir shows evangélicos, 
a enfeitar a pregação bíblica com cores e luzes, mas a pregar a Palavra, quer ouçam 
quer não, a tempo e a fora de tempo (2Tm 4.2). Ai de nós se não fizermos assim 
(lC o 9.16).
2. A palavra de Deus traz felicidade
(Tg 1.25)
O que vive a palavra do Senhor será bem-aventurado (feliz) naquilo que realizar. 
O que medita na palavra do Senhor será bem sucedido em tudo que fizer (SI 1.3). A 
alegria será o resultado da obediência à Palavra e à vontade de Deus reveladas nela. 
Haverá sempre um senso de realização no coração do que obedece a Sua Palavra.
O que não obedece a Palavra e simplesmente a ouve não será capaz de se ver 
livre da impureza da maldade (v.2l). Este é como alguém que não deixa a Palavra 
moldar o seu caráter. Ele apenas a contempla e acha bonita e interessante, como a 
sua própria imagem em um espelho (v.23-24), mas não permite que ela deixe marcas 
eternas em sua vida. Veja com Tiago fala da diferença entre contemplar a Palavra 
(v.23) e praticá-la (v.25). O que contempla é chamado de negligente, o que pratica, 
de bem-aventurado. Que tipo de leitor você é? Alguém que lê a Bíblia só de vez em 
quando, superficial e rapidamente, como um olhar no espelho, ou você a considera 
atentamente e persevera nela? Se você levar a leitura da Bíblia a sério e tentar colocar 
em prática o que ela ensina, com certeza será muito feliz e abençoado.
II. A palavra do homem e seus cuidados
Nossas palavras devem ser ponderadas, produzidas pelo conhecimento da pa­
lavra de Deus e pela prática das verdades aprendidas (Tg 1.22). Quanto mais assim 
fizermos, mais pessoas à nossa volta serão abençoadas.
33
Tiago dá atenção especial aos efeitos das nossas palavras (3.26); as quais precisar 
de alguns cuidados. Vejamos.
1. 0 cristão deve ser pronto para ouvir e tardio para falar
(Tg 1.19)
Devemos ouvir bem o que nos está sendo ensinado, e devemos ser ponderados e 
cuidadosos ao falar. Uma das interpretações desse texto é que Tiago está se referindc 
à precipitação na proclamação do Evangelho. Vamos nos deter nessa interpretação.
Neste sentido é importante ouvir bem a palavra para falar melhor depois. Querr. 
não compreende claramente o que ouve, pode deturpar a mensagem. A instrução 
precede a prática. Talvez seja por isso que Paulo disse que para ser um obreiro apro­
vado era preciso manejar bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15). Quantas heresias e 
seitas proliferam porque algumas pessoas não recebem bem a instrução e já come­
çam a ensinar! Hoje em dia, algumas instituições estão formando obreiros com oitc 
meses de curso e enviando-os para abrir igrejas e liderar grupos. O resultado é crise 
doutrinária e espiritual, tanto do que ensina como de seus liderados.
Certa vez, um aluno de teologia perguntou a C.H. Spurgeon por que ele 
teria que ficar quatro ou cinco anos estudando teologia e não apenas seis me­
ses, visto que o tempo é curto para a obra de Deus ser realizada. A resposta foi 
“Um pé de abóbora nasce, cresce e produz em alguns meses, mas uma criançe 
pode destruí-lo com facilidade. Uma árvore leva anos até produzir frutos, mai 
fica tão robusta que o fará por muitos e muitos anos”. Será que é este o sen­
timento do apóstolo Paulo, quando pediu a Timóteo que não impusesse a; 
mãos precipitadamente? Isto é, que não ordenasse obreiros apressa-damente! 
(lT m 5.22).
2. 0 cristão deve despojar-se da ira antes de falar
(Tg 1.21)
A palavra precipitada pode causar a ira e esta pode levar à palavra precipitada 
E um ciclo vicioso. Quanto mais palavras precipitadas, mais ira, quanto mais ira 
mais palavras precipitadas. O melhor, segundo Tiago, é ser ponderado nas duas 
coisas. Uma pessoa tardia em irar-se exerce a paciência e o domínio próprio. A ira e 
abrigada no coração dos que não têm juízo (Ec 7.9). Paulo, escrevendo aos efésios 
exortou a que os irmãos se afastassem de amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias 
e malícias (E f 4.31); em Gênesis 49.7 lemos: "maldito seja seu furor... e a sua ira 
disse Jacó, falando a seus filhos Simeão e Levi; Salomão, em Provérbios 21.9, di: 
que é melhor a pobreza do que viver com pessoa briguenta. A ira atrapalha a oraçãc 
(•lTm 2.8).
34
p n ü I
A Bíblia relata a possibilidade de uma “ira justa” (E f 4.26), uma espécie de 
‘indignação” diante do erro, mas esta não pode perdurar e dar lugar ao diabo 
(E f 4 .27); ela deve ser dominada para que não cause danos maiores do que o 
erro que a gerou. Ainda que nos indignemos diante dos pecados e injustiças, de­
vemos tomar muito cuidado para que este sentimento não esteja carregado de 
impureza e maldade (Tg 1.21). E preciso deixar para Deus a vingança por atos 
contra nós cometidos (Rm 12.19). A nossa ira não produz a justiça de Deus 
(Tg IÃO), isto é, ela não pode implantar a justiça de Deus em alguém, ou ainda, 
ela não pode justificar ninguém. A ira do homem não pode produzir qualquer ação 
justa aos olhos de Deus visto que o homem é pecador e não há nele justiça própria
(Rm 3 .IO).
Devemos tomar cuidado para que, em nome da “justiça de Deus”, não procuremos 
exercer sobre os outros a nossa própria vontade, e não a de Deus.
3. 0 cristão deve falar sem maldade
(Tg 1.26)
Tiago faz uma correlação entre a verdadeira religião e aquela que é vã. A religião 
se torna vã quando não é acompanhada de palavras coerentes e abençoadoras. O 
que falamos espelha o que somos. Jesus disse que a boca fala do que está cheio o 
coração (Mt 12.34). Paulo, no mesmo sentido, diz que os convertidos devem falar 
palavras que edificam, que trazem graça aos que as ouvem (E f 4.29). Não pode ser 
puro o coração de alguém cuja língua não é limpa. J. Sidlow Baxter disse certa vez 
que uma das primeiras coisas que acontece quando alguém está realmente cheio 
do Espírito não é falar em línguas, mas, sim, aprender a dominar a língua que já 
tem.
4. 0 cristão deve praticar a Palavra
(Tg 1.27)
Se o mau uso da língua expõe a falsa religião, a verdadeira religião mostra os 
seus frutos de maneira clara. Tiago afirma que a verdadeira religião, a religião sem 
manchas, se revela quando visitamos os órfãos e as viúvas e nos mantemos puros 
diante das coisas do mundo.
Visitar os órfãos e viúvas e cuidar deles era comum no início da igreja 
( lTm 5.16). Parece que os diáconos deviam cuidar das viúvas sem assistência financei­
ra (At 6.1-7). Tiago aconselha a que mostremos generosidade com as pessoas menos 
favorecidas, especialmente as da família cristã (lTm 5.8; Gl. 6.10). Devemos ajudar 
a suprir as suas necessidades, demonstrando nosso amor por elas; é a vida cristã em 
prática, não apenas falada, mas verdadeira ( l jo 3.18).
35
Manter-se puro no mundo também é citado por Tiago como uma forma de 
verdadeira religiosidade. Ele se une ao Apóstolo Paulo, que disse que não devemos 
nos assemelhar ao sistema deste mundo (Rm 12.1-2). Não devemos imitar as pessoas 
não convertidas em seus costumes pecaminosos. Somos propriedade exclusiva de 
Deus (lP e 2.9) e, como tais, devemos agradá-Lo em tudo o que fazemos. Através de 
exercícios espirituais como a oração, a leitura da Bíblia, a comunhão com a igreja, 
o exercício dos dons espirituais, podemos nos fortalecer, e no final não nos conta­
minarmos com o sistema mundano que nos cerca. As vezes, nos sentimos atraídos 
pelas ofertas e encantos deste presente século, mas a aparência deste mundo passa 
e não resistirá ao julgamento eterno (lC o 7.31). Os que se tornam muito íntimos e 
amigos do sistema do mundo acabam se afastando de Deus (Tg4.4), e aos poucos vão 
deixando de servir ao Senhor (2Tm 4.10).
Faça uma análise criteriosa de sua vida cristã agora mesmo. Através de reflexão vej a 
se você tem assimilado alguns sentimentos, pensamentos e comportamentos iguais aos 
das pessoas que não conhecem a Cristo. Peça a Deus que sonde o seu coração e descubra 
se há nele algum caminho mau (SI 139.23-24). Tome a decisão de manter-se puro do 
mundo, não se contaminando com as coisas atraentes que ele oferece. Resista como 
fez Daniel e veja como Deus o abençoou quando tomou a mesma decisão (Dn 1.8).
Conclusão
Fazendo uma correlação entre a palavra de Deus e a nossa podemos dizer que a 
Palavra Dele é viva e eficaz (H b 4 .1 2 ). Quanto mais falamos da palavra de 
Deus, tanto mais as pessoas são abençoadas. As nossas palavras são deficientes 
e devem ser cheias de cuidado e vigilância. Para que a nossa palavra também 
abençoe, devemos alinhá-la com a de Deus. Devemos consagrar os nossos lá­
bios ao Senhor (SI 19.14). Se a semente da palavra de Deus estiver plantada em 
nosso coração, o resultado é que a nossa conversa edificará aos que nos ouvem 
(E f 4.29). Sendo assim, o mundo reconhecerá que a nossa religião é verdadeira e 
que temos ligação, não com o mundo, mas com Deus. Só assim Deus será glorificado 
através de nós (M t 5.14-16).
36
7
Fé sem 
parcialidade
Pr.Vanderli Alves Neto
texto básico
texto devocional
versículo-chave
Tiago 2.1-13 
Atos 10.23-36 
Atos 10.34
"Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção 
de pessoas"
alvo da lição
O aluno ficará alerta quanto ao perigo de uma fé discriminativa na igreja, e saberá 
que quem deixa de ajudar o próximo mostra que ainda não tem fé.
leia a Biblia diariamente
seg Zc 7.8-14
ter At 8.1-3
qua Ef 2.11-22
qui At 16.19-26
sex Lc 14.7-14
sáb 1Co 1.10-17
dom ICo 1.26-29
Tiago aqui levanta um problema de ordem interna da igreja que deve ser tratado com muito cuidado e discernimento espiritual: o problema das diferenças 
entre os membros da igreja. Não tomar partido, ou seja, não tratar os irmãos com 
parcialidade deve ser a nossa opção como servos do Senhor Jesus Cristo (Rm 6.22). 
Honrar um irmão na congregação em detrimento do outro é, no mínimo, uma atitude 
incoerente em relação à fé cristã (E f 2.19-22) que, portanto, deve ser evitada.
Tiago foi incumbido de enfatizar a ética cristã. Ele apresenta essencialmente o 
ensino de Cristo. Tem-se dito que a epístola de Tiago é baseada no sermão da mon­
tanha. Examinando-a com cuidado, verificamos que, até certo ponto, essa afirmação 
faz sentido (Mt 5.1-16).
No trecho de 2.1-13, Tiago condena a parcialidade dentro do corpo de Cristo, 
que é a igreja. Se Cristo é o Senhor de nossa vida, por que não podemos fazer acepção 
de pessoas?
Para responder esta pergunta, vamos considerar pelo menos três razões.
I. Porque é incompatível com o caráter de Deus
Acepção é a tradução de uma palavra grega que significa literalmente “receber o 
rosto”. No Novo Testamento ela é usada primeiramente como uma tradução literal 
da palavra hebraica do Antigo Testamento que corresponde ao nosso termo acepção. 
“Receber o rosto” é fazer julgamentos e estabelecer diferenças baseadas em conside-
m
£
Á
rações externas, tais como aparência física, status social ou raça. Deus jamais agiria 
assim, conforme frequentes afirmações nas Escrituras: Romanos 2.11; Efésios 6.9 
Colossenses 3.25; Atos 10.34.
1. Criados à imagem de Deus
(Gn 1.26-27)
A discriminação vai contra o caráter de Deus, que nos criou à Sua imagem e 
semelhança.
2. Oportunidades de salvação
(1Tm 2.S-6)
A discriminação vai contra o caráter de Deus, que oferece oportunidades iguais 
de salvação para todos os povos, independente de raça, cor e posição social
3. Julgamento imparcial
(At 10.34-35)
A discriminação vai contra o caráter de Deus, que julga de maneira imparcial as 
ações dos homens.
As indagações de Tiago (Tg 2.4-7) parecem demonstrar um certo favoritismo da 
parte de Deus pelos pobres. É mais fácil ter fé quando é pobre? Aparentemente sim. 
“Para Tiago os ricos são perversos e os pobres são piedosos (Tg 2.4-5). Isso pode 
ter sido uma situação toda peculiar às pessoas a quem ele escreve” (Arthur Duck). 
Sabemos que o pobre pode ser tão ruim, tão ganancioso e com pensamentos tãc 
pervertidos quanto o rico. O pobre só não tem as mesmas oportunidades.
II. Porque é incompatível com os princípios cristãos
Arthur Duck afirmou que: “Como cristãos não podemos aceitar as divisões 
sociais e políticas que o mundo impõe sobre nós. A fé cristã tem que acabar com as 
distinções que existem na sociedade”.
A expressão: “Ouçam, meus amados irmãos” (2.5 NVI) demonstra uma certa se­
veridade da parte de Tiago, mas ao mesmo tempo revela o seu cuidado pastoral pelas 
ovelhas. É como se ele estivesse dizendo: “favorecendo os ricos vocês estão indo contra 
Deus, que favorece os pobres”. Todos sabiam que Deus escolhera Israel no passado; e os 
próprios judeus se viam como o povo escolhido de Deus (Dt 4.37; 7.7; 14.2). Mas aqu: 
Tiago aplica o termo “eleição” de modo específico aos pobres. Peter Davids informa-nos 
que “a maior parte dos membros da igreja primitiva era constituída de pobres, como a
38
dejerusalém (2Co 8.9). Tiago está aplicando o ensinamento dejesus sobre ospobres 
(Lc 4.18; 6.20). Jesus selecionara os pobres como os especialmente contemplados 
com o Seu reino. Eles são favoritos aos olhos de Deus, visto que Deus os vê de modo 
bem diferente. Isto é, os pobres não são pessoas desprezíveis, mas são escolhidos para 
serem ricos na fé e herdeiros do reino - o contrário da perspectiva mundana” (Tiago: 
Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Vida, p.81-82). Entretanto, é importantíssimo 
ressaltar que a pobreza em si não é caminho para a salvação, mas apenas deixa o coração 
mais fértil ou mais aberto para a semente do evangelho de Jesus Cristo.
Tiago faz determinadas perguntas e afirmações (2.5-7), provando com elas que 
havia acepção de pessoas naquela comunidade cristã. Examinemos essas perguntas.
1. Não são os ricos que oprimem vocês?
(Tg 2.6)
“Oprimem” - palavra usada também em Atos 10.38, para falar dos oprimidos 
pelo diabo. Se a questão aqui envolve um julgamento legal, a igreja se colocou contra 
um indivíduo pobre e não contra todos os pobres.
aplicação
Menosprezo e opressão sã,o características dos ricos de fora da igreja, com raras exceções, que não 
deveriam acontecer entre os salvos.
2. Não são des os que os arrastam para os tribunais?
(Tg 2.6)
É muito provável que alguns judeus ricos estivessem arrastando os cristãos diante 
dos tribunais, assim como Paulo fazia antes de sua conversão (At 8.1-3). Paulo teve 
de suportar as mesmas coisas que impusera sobre os outros (At 16.19-26). “Os ricos 
arrastavam os crentes pobres para os tribunais por dois motivos. Primeiro, quando o 
pobre necessitava de um empréstimo, o rico dava com juros elevados. E quando surgia 
disputa na hora do pagamento ouo pobre não tinha como restituir o empréstimo, o rico 
contratava o melhor advogado e ambos se associavam. Resultado: o pobre ficava mais 
pobre e o rico mais rico. A segunda forma do rico arrastar o pobre para os tribunais era 
por acusações caluniosas, acusando os cristãos de perturbarem a tranquilidade e a ordem 
da comunidade” (Tiago, Peter Davids, p.82-83).
3. Não são eles que difamam o bom nome que sobre vocês foi invocado?
(Tg 2.7)
“Difamar o nome invocado sobre os cristãos” mostra claramente que havia per­
seguição religiosa contra eles. O termo “invocar” se refere à ocasião em que o nome 
de alguém é invocado sobre uma outra pessoa, passando a primeira a se tornar sua
39
propriedade. O nome de Jesus havia sido invocado sobre os cristãos e eles se tornaram 
posse de Deus (lP e 2.9-10).
A igreja deve tomar muito cuidado para não se assemelhar àqueles que blasfemam 
o bom nome que sobre ela foi invocado (Ap 12.17). A Bíblia Viva traduz o versículo 
7 assim: “E grande parte das vezes são eles que se riem de Jesus Cristo, cujo nome honroso 
vocês levam".
III. Porque é incompatível com a natureza da igreja
Não é possível hoje pensarmos numa igreja tão somente para um grupo de­
terminado de pessoas. A igreja não pode estar aliada a um grupo político ou social, 
pobres ou ricos, ou a determinado grupo étnico (lC o 1.10-11). A igreja tem de 
estar de portas abertas para todas as camadas da sociedade. Foi Jesus que reforçou 
o ensinamento da lei de que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao pró­
ximo como a nós mesmos. Essa lei se baseia no modelo de Cristo, que não fazia 
diferença entre rico e pobre - Ele morreu por todos (Rm 5.5-8). Jesus nos ensinou 
a amar o próximo. O mandamento específico citado por Tiago, “Amarás o próxi­
mo como a ti mesmo”, é um dos prediletos de Jesus, que o citou várias vezes nos 
evangelhos.
Três princípios bíblicos devem governar nossos relacionamentos na igreja 
(T g2).
1. Amor ao próximo
O amor ao próximo deve ser evidenciado em obediência e submissão à palavra 
de Deus (Tg 2.8). Em várias passagens do Antigo e do Novo Testamento, somos 
exortados a amar o Senhor Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, 
de todo o nosso entendimento e de toda a nossa força (Dt 6.5; Mc 12.30). Este é o 
primeiro e o maior mandamento, como ensinou Jesus. O segundo mandamento é o 
amor pelos nossos semelhantes (Mc 12.31; Jo 13.34-35).
2. Não violar um mandamento
Violar um mandamento é desobedecer ao próprio Deus, e faz com que a pessoa 
se torne culpada diante Dele (Tg 2.9-11). “Neste aspecto é interessante observar 
que, no cristianismo primitivo, o mandamento do amor estava intimamente ligado 
aos mandamentos do próximo da segunda tábua do decálogo (veja Mt 19.18,19; 
Rm 13.8-10). Portanto, embora empregue uma lógica extraída do AT, Tiago a aplica 
a uma situação nova” ( Tiago - Introdução e Comentário, Douglas J. Moo).
3. Justiça e amor
A justiça e o amor exigem que todas as pessoas sejam tratadas com dignid, 
(Tg 2.12-13). Há muitos que pensam que amar é um mero sentimento prazeroso 
coração. Isto não é verdade. De acordo com a palavra de Deus o próximo é a pessoa 
a quem devemos amar, sem demonstrar nenhuma parcialidade. Todos merecem 
nosso amor e respeito.
Tiago defende o ensino bíblico de que a pessoa que guarda todas as leis de Deus, 
mas quebra um único princípio, se torna culpada de todos os outros. Para Peter H. 
Davids, a razão que alicerça este ensino é o truísmo. Isto não significa que as más 
consequências são sempre as mesmas, não importando que mandamento a pessoa 
quebra, mas significa que, quando alguém quebra um mandamento, demonstra uma 
atitude básica contra o Outorgador da lei que caracteriza tal pessoa como transgressor 
(Dt 27.26).
Conclusão
A luz do ensino de Tiago podemos concluir que a acepção de pessoas é um pe­
cado contra o mandamento do amor (Tg 2.8-9), e que este mandamento é que deve 
governar aqueles que professam fé em Jesus Cristo (Tg 2.1). Tiago dá ênfase a dois 
verbos: “falar” e “proceder” (v.12); os verbos estão no tempo presente, enfatizando 
que a maneira de “falar” e “proceder” deve ser a nossa conduta de vida. Aquele que não 
usou de misericórdia não pode esperar receber um julgamento misericordioso. Isso vem 
como uma advertência para todos os cristãos (v. 13). Jesus ensinou: “Bem-aventurados os 
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5.7).
“Pelas misericórdias de Deus as nossas boas ações são aceitas diante Dele como 
evidência de que a salvação pela misericórdia de Deus nos alcançou” (Arthur Duck).
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Fé e obras
Pr. José Humberto de Oliveira
I W i m P - f f » Tiago 2.14-26 
Gênesis 22.1-19
versículo-chave
"Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem 
obras é morta"
alvo da lição
0 aluno entenderá que a fé deve, necessariamente, ser traduzida em obras que 
beneficiam o próximo e glorificam a Deus.
leia a Bíblia diariamente ^
seg Mt 5.13-16;25.31-46
ter Lc10.25-37; Ef 2.10
qua 1 Jo 3.16-18
qui Gn 15.1-21
sex Gn 22.1-19
sáb Js 2.1-24
dom Rm 4.1-25
i òcê acreditaria numa pessoa que se diz eletricista, mas não consegue troca: 
J uma lâmpada? Você acreditaria num homem que diz ser excelente pilote 
mas não consegue estacionar o carro numa garagem? Você acreditaria em alguérr. 
que diz ser matemático, mas não sabe o resultado de 8 x 8? Tiago também quer sabe: 
como é que uma pessoa pode dizer que tem fé, mas não possui uma obra, nem uma 
sequer, para poder provar esta fé! O problema é sério!
Qual é a fé que salva? Como conciliar Romanos 3.28 com Tiago 2.24? Estaria 
Tiago contradizendo o ensino de Paulo? Qual o papel das obras na salvação?
I. Qual é o problema?
“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obrasi 
Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" (Tg 2.14).
O versículo acima, que é uma pergunta, leva-nos ao ponto central deste pará­
grafo, ou desta lição. Tiago quer saber como uma pessoa sem obras pode dizer que 
está salva? Antes que você pense errado, acompanhe comigo algumas observações.
1. Tiago inicia o parágrafo fazendo uma pergunta
(Tg 2.14)
Uma pergunta não é uma afirmação. Uma pergunta chama ou espera uma res­
posta. Então, o autor está apenas iniciando o diálogo com seus leitores. A palavn 
“proveito”, no grego, significa “lucro ou vantagem”. Não pense que Tiago estejá
pregando a salvação pelas obras, contradizendo o apóstolo Paulo. Analise as três 
afirmações a seguir.
a. Tiago dirige suas perguntas a alguém que defende a “fé somente”.
b. Tiago não afirma que a fé não pode salvar; ele está dizendo que a fé que essa 
pessoa afirma ter, ou seja, uma fé sem obras, não pode salvar.
C. Paulo e Tiago querem dizer a mesma coisa com a palavra “obras”: atos pratica­
dos em obediência à Palavra de Deus. A diferença entre eles é o contexto em 
que estas obras são praticadas. Paulo nega que as obras possam ter algum valor 
em nos colocar num relacionamento com Deus; Tiago insiste em que, uma 
vez estabelecido o relacionamento, as obras são essenciais (Tiago: Introdução e 
Comentário, Douglas Moo, p. 100).
2. Tiago ilustra de cinco maneiras o ensino que quer transmitir
(Tg 2.15-25)
a. Indiferença em face dos irmãos necessitados (Tg 2 .15-17)
Como reage o crente? Ele se despede das pessoas necessitadas usando palavras evasivas e 
piedosas: “Vá em paz, irmão”, ou “estarei orando por você.” Mas o necessitado não está pre­
cisando de oração, e sim de auxílio material. Observe que Tiago não está falando de alguém 
na igreja que está querendo um carro mais novo ou uma casa na praia ou no campo. Ele está 
falando de gente na igreja que não tem o pão de cada dia e roupa suficiente para se cobrir ou 
se proteger do frio. O prefeito, não evangélico, de uma cidade do interior de São Paulo fez a se­
guinte afirmação: “Quando vejo um mendigo na rua, tenho a certeza que ele não é evangélico”. 
Que testemunho bonito, demonstrando que os crentes estão cuidando dos seus ( lTm 5.9)!
b. Pergunta retórica (Tg 2

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