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Doenças respiratórias no período neonatal

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1 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
 
São consideradas as principais causas de 
internação no período neonatal. As 
manifestações ocorrem nas primeiras horas de 
vida, sendo os sinais e sintomas típicos: 
• Taquipneia: FR > 60 (normal é de 40 a 60). 
• Sinais de desconforto respiratório 
o Batimento de asa de nariz 
o Gemido expiratório 
o Head bobbing: movimentação 
da cabeça para cima e para 
baixo a cada ciclo respiratório 
o Retrações torácicas 
o Apneia (pausa superior a 20 
segundos ou superior a 10-15 
segundos acompanhada de 
bradicardia, cianose ou queda 
da saturação de oxigênio) 
o Cianose central: língua, nariz, 
lábios. Decorrente de hipoxemia 
grave. 
A avaliação do desconforto respiratório pode ser 
feita pelo boletim de Silverman-Andersen. Notas 
acima de 4 indicam dificuldade respiratória de 
moderada a grave. (quadro abaixo) 
 
A doença da membrana hialina (DMH), ou 
também chamada de síndrome do desconforto 
respiratório (SDR), é causada por deficiência 
qualitativa ou quantitativa do surfactante 
pulmonar. Sendo uma das principais causas de 
desconforto respiratório no RN pré-termo. 
O surfactante é detectado no pulmão fetal a 
partir da 20 semana, entretanto só encontramos 
níveis de surfactante que indicam maturação 
pulmonar após a 35 semana. 
Dentre os fatores de risco, temos: 
• Prematuridade – principal fator 
• Asfixia 
• Mae diabética 
• Sexo masculino e etnia branca 
• Partos múltiplos e parto cesáreo 
• Gestações múltiplas 
 
2 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
O quadro se inicia com taquipneia e sinais de 
desconforto respiratório. 
Essas manifestações surgem logo após o 
nascimento e vão piorando ao longo do primeiro 
dia de vida, tendo o ápice com 48horas. 
A melhora começa a ocorrer após 72hs de vida. 
Nos casos de má evolução tem-se crises de 
apneia e intensa deterioração. 
Achado no RX de tórax: infiltrado reticulogranular 
fino, chamado de vidro moído ou esmerilhado. É 
homogêneo e simétrico. 
Pode ser confundido com o quadro de 
pneumonia por strepto grupo B, CUIDADO. 
 
 
Gasometria arterial mostra hipoxemia inicial que 
com o tempo será associada a aumento da pCO2, 
com acidose respiratória. 
Manter internado em UTI neonatal até resolução 
do quadro. Tem como objetivo prevenir a 
hipoxemia e a acidose. Cuidados iniciais 
• Estabilização inicial 
• Controle térmico (deve estar entre 36,5 a 
37,5) 
• Hidratação venosa 
• Suporte nutricional 
CPAP precoce desde a sala de parto, para 
prevenção do colapso alveolar e redução da 
necessidade de ventilação mecânica na evolução 
da doença. 
Objetivo: manter a PaO2 entre 50 e 70 mmHg, 
podendo ser necessário o incremento gradual da 
FiO2 ofertada. 
Critérios para ventilação mecânica: 
• pH < 7,2 
• PaCO2 60mmHg 
• SatO2 < 90% com FiO2 0,4 a 0,7 e CPAP 
nasal 5-10 
• Apneia persistente ou grave 
Pode ser classificado em 3 tipos conforme sua 
origem: 
• Natural 
• Naturais modificados 
• Artificiais 
A instilação é feita por cânula traqueal. Deve ser 
considerado nos casos em que o RN não 
responde ao uso de CPAP. 
 
3 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
A cada 6 horas deve ser feita a avaliação da 
necessidade de doses adicionais, podendo-se 
totalizar até 2 ou 4 doses. 
OBS: como não tem como diferenciar a DMH da 
pneumonia, tratamos com antibióticos de amplo 
espectro (ampicilina + gentamicina) por no 
mínimo 48hrs. 
Evitar o parto prematuro. O uso de corticoide 
antenatal é uma medida capaz de reduzir 
bastante a incidência e a gravidade da doença. 
Recomendação: CPAP ainda na sala de parto 
para todos os RN pré-termo de maior risco. 
 
Inflamação do parênquima pulmonar por algum 
agente infeccioso. 
Classificadas de acordo com o momento de inicio 
em: 
1. Precoces (até 48hrs de vida) 
a. Congênitas (intraútero) 
b. Durante o parto 
2. Tardias (após 48hrs de vida) 
Quadros antes do nascimento ocorrem por 
transmissão transplacentária ou pela aspiração 
intraútero do líquido amniótico infectado 
(corioamnionite). 
Fatores de risco para esse quadro: 
• Corioamnionite clinica 
• Rotura de membranas > 18h 
• Trabalho de parto prematuro 
• Colonização por estreptococo do gr. B 
Principais agentes: 
• Estreptococo grupo B 
• Escherichia coli 
• Klebsiella 
• Listeria monocytogenes 
• Ureaplasma 
Clínica e radiologia são inespecíficas. Desse modo 
devemos analisar: clinica + fatores de risco + 
achados em exames complementares. 
Criança pode ter sinais clínicos de sepse, como: 
• intolerância alimentar 
• letargia 
• hipotonia 
• hipo ou hipertermia 
• distensão abdominal. 
Mostram desde áreas de opacificação uni ou 
bilateral, como um padrão reticulogranular 
difuso com broncogramas aéreos. Pode ser 
confundido com DMH. 
Ampicilina em dose elevada para cobertura de S. 
agalactiae, associada com gentamicina. 
 
Sigla: TTRN. Também pode ser chamada de 
doença do pulmão úmido. Resulta da dificuldade 
de reabsorção do liquido pulmonar após o 
nascimento. 
Todo pulmão tem acumulo de liquido em seu 
interior, o que facilita seu desenvolvimento 
intraútero. Cerca de 70% desse liquido é 
reabsorvido antes do nascimento. Outra parte sai 
através das vias aéreas superiores pela 
compressão do tórax no momento do parto. o 
restante é reabsorvido nas primeiras horas de 
vida. 
 
4 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
O TTRN acontece quando há um retardo na 
absorção desse liquido. 
O quadro acomete principalmente: 
• RN pré termo tardio 
• RN a termo 
Fatores de risco: 
• Cesariana eletiva sem trabalho de parto 
• Asfixia perinatal 
• Diabetes e asma brônquica materna 
• Policetemia 
Lembrar que o diagnóstico dessa patologia é de 
exclusão, devendo descartar outras doenças que 
cursam com dificuldade respiratória. Os 
primeiros sinais da doença iniciam-se nas 
primeiras horas de vida e evolui com: 
• Taquipneia (FR > 60) 
• Gemência e retrações em alguns casos 
As anormalidades normalmente melhoram em 
torno de 12 a 18 horas de vida, com resolução 
completa após 24hrs, o que ajuda a distinguir a 
TTRN da pneumonia e da aspiração meconial. 
• Diminuição da transparência pulmonar 
• Estrias radiopacas em direção ao hilo 
• Cissuras espessadas 
• Hipeaeração, com diafragma achatado 
• Discreta cardiomegalia e ou derrame 
pleural 
Gasometria alterada com discreta queda do 
oxigênio e pouca repercussão sobre o pH. 
Devem ficar em observação clínica, só recebendo 
alta após melhora do quadro. 
O tratamento básico é de suporte, administrando 
oxigênio suplementar para manter a SatO2 entre 
90 e 95%. Alguns melhoram com: 
• Oferta de O2 (FiO2 < 40%) por cateter 
nasal ou CPAP. 
• Se FR > 60, alimentação por sonda 
orogastrica 
• Não indicado atb ou diuréticos. 
Profilaxia: não indicar cesária eletiva antes das 39 
semanas ou até que se inicie o trabalho de parto 
espontâneo. 
 
Sigla: SAM. Decorre da aspiração de líquido 
amniótico meconial que leva a inflamação e 
obstrução. Mortalidade alta 
Mecônio → material estéril, espesso, verde-
escuro e sem odor, que resulta do acumulo de 
debris do intestino fetal durante o terceiro 
trimestre. Composto por água, células intestinais 
descamadas, muco, lanugem, bile, líquido 
amniótico e vernix caseoso. 
Qualquer fator que predispõe o RN à asfixia pode 
estar associado com o desenvolvimento da SAM. 
A asfixia também aumenta os movimentos 
respiratórios do feto, ↑ a chance de aspiração do 
mecônio. 
Mecônio no pulmão: pneumonite química, 
obstrução de vias aéreas pequenas, 
aprisionamento de ar por mecanismo valvular, 
atelectasias e áreas de shunt intrapulmonar, 
com consequente hipoxemia. 
Um percentual dos RNs com SAM apresentará 
algum grau de hipertensão arterial pulmonar, 
pois o processo induz ao vasoespasmo e 
hipertrofia da musculatura lisa arteriolar → 
hiperinsuflação→ enfisema intersticial → 
pneumotórax ou pneumomediastino. 
 
5 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
Grupos de risco: 
• RN com idade gestacional maior do que 
40 semanas 
• RN que sofreram asfixia perinatal ou 
qualquer tipo de sofrimento fetal. 
• Impregnação meconial em cordão 
umbilical 
• Pele seca, enrugada e sem vernix 
• Ausculta pode ter estertores em ambos 
os campos 
• Sinais de insuficiência respiratória nas 
primeiras horas de vida. 
• Hiperdistensao do tórax 
• Gemencia 
• Cianose 
• Retrações 
Infiltrado grosseiro e difuso, alternando com 
áreas de hipotransparencia e hiperinsuflação. 
Devemos tentar localizar áreas de 
extravasamento de ar, enfisema intersticial e 
pneumotórax. 
 
Melhor tratamento é a prevenção. Com boa 
assistência ao parto, evitando que o feto entre 
em sofrimento fetal / asfixia. 
 
Tratamento pós natal 
• Cuidados gerais: manutenção da 
temperatura, correção de anemia, 
alterações de glicemia e suporte hídrico 
• Suporte ventilatório: CPAP ou ventilação 
mecânica a depende do caso. 
• Antibioticoterapia: usar atb até que 
infecção seja descartada: culturas 
negativas. Usamos Ampicilina + 
gentamicina. 
• Surfactante: vem sendo utilizada nos 
últimos anos. O mecônio inativa o 
surfactante endógeno. 
• Tratamento da hipertensão pulmonar 
persistente neonatal: próximo tópico. 
Deve sempre ser manejada. 
 
Hipoxemia grave e refratária, secundaria à 
diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar e shunt 
da direita para a esquerda por meio do forame 
oval e ou canal arterial. 
A HPPN é caracterizada pela manutenção de 
resistência vascular pulmonar aumentada após 
o nascimento, com resistência sistêmica normal 
ou diminuída. Como consequência, há o 
estabelecimento de shunt extrapulmonar 
através do forame oval e do canal arterial, ainda 
presentes no início da vida. Como a resistência 
pulmonar será maior do que a sistêmica, o shunt 
será estabelecido da direita para a esquerda, 
levando sangue não oxigenado para a circulação 
sistêmica. 
Alterações que mantem a resistência pulmonar 
são: 
• Grupo funcional: resistência é decorrente 
de vasoconstrição pulmonar 
• Grupo orgânico: alterações estruturais 
no leito vascular pulmonar. 
 
6 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
RN inicia um quadro de desconforto respiratório 
logo após o nascimento, caracterizado por: 
• Taquipneia 
• retrações intercostais e subcostais, 
• gemidos 
• batimentos de asas de nariz 
• cianose. 
A melhora da cianose com a oferta de O2 é 
mínima. 
RN’s com HPPN apresentam dessaturação ao 
simples manuseio. 
Exame físico ausculta-se hiperfonese de B2, além 
de um sopro de regurgitação tricúspide. 
Ecocardiograma é fundamental. Demonstrando 
shunt direito esquerdo por meio do forame oval 
ou canal arterial. 
Observa-se um gradiente de PaO2 entre o leito 
pré-ductal (artéria radial direita) e o pós-ductal 
(extremidades inferiores). 
As medidas iniciais englobam a oferta de 
oxigênio e a correção da acidose, hipotensão e 
hipercapnia. 
Todas as crianças com esse quadro devem ser 
internadas. Os quadros com hipoxemia 
persistente demandam a intubação traqueal e a 
ventilação mecânica. A sedação costuma ser 
necessária. 
O óxido nítrico (NO), sendo um vasodilatador 
potente, pode ser usado na forma de gás. 
Deve ser feita atb empírica para tratamento de 
sepse neonatal. 
 
 
É a ocorrência de uma pausa respiratória de 
mais de 20 segundos ou com duração mais curta, 
se associada à queda de saturação, bradicardia 
ou cianose em um RN pré-termo. 
Lembrar que os RN naturalmente apresentam 
pausa em sua respiração de cerca de 5 a 10 
segundos sem que isso produza modificações em 
seu organismo. 
Se inicia nas primeiras semanas de vida, mas 
pode ocorrer mais tardiamente na presença de 
outras enfermidades respiratórias. 
Tem inicio no 2 ao 7 dia de vida. Se começar logo 
após o parto, no PT, pode indicar outras doenças, 
como sepse neonatal. 
Quanto menor a idade gestacional, maior a 
incidência de apneia neonatal. Na pratica, todos 
PT ≤ 28 semanas terão apneia da prematuridade. 
Se começar tardiamente devemos investigar 
mais profundamente (após a 2 semana em pré-
termos ou em qualquer época em bebes a 
termo). 
• Monitorização cardiorrespiratória 
• Estimulação tátil em dorso e sola dos pés. 
• Ventilação com máscara e balão auto 
inflável 
A apneia recorrente da prematuridade poderá 
ser tratada com medicações estimulantes, como 
teofilina e cafeína, cujo papel é aumentar a 
resposta central à hipercarbia e melhorar a 
força contrátil do diafragma. 
A maioria dos casos de apneia idiopática da 
prematuridade se resolve quando o bebê 
alcança 37 semanas de idade gestacional. 
 
 
 
 
7 Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT-CUS 2020 
Caracteriza-se por hipoplasia de alvéolos, de 
vasos pulmonares e fibrose. É o resultado de uma 
lesão pulmonar que se estabelece em RN que 
necessitam de oxigenoterapia e suporte 
ventilatório. 
O quadro clínico clássico é de um RN pré-termo 
que, em vez de apresentar a melhora evolutiva 
esperada em um quadro de doença de 
membrana hialina, persiste com necessidade 
crescente de oxigênio e suporte ventilatório. 
Os sinais/sintomas mais frequentemente 
encontrados são a taquipneia, retrações 
intercostais e subcostais, roncos e crepitações à 
ausculta. 
O diagnóstico deve ser considerado nos RNs pré-
termo que necessitem concentrações de 
oxigênio maiores que 21% por um período maior 
ou igual a 28 dias. Em função da idade 
gestacional, está criança será avaliada com 36 
semanas de idade gestacional ou 56 dias de vida 
para determinação da gravidade da doença. 
 
Radiografia pode revelar enfisema intersticial, 
atelectasias com áreas de hiperinsuflação e 
formações císticas. 
 
 
 
Suporte ventilatório + 
• Suporte nutricional 
• Diuréticos 
• Broncodilatadores 
• Corticoides 
Uma medida de prevenção importante diz 
respeito à profilaxia para a infecção pelo vírus 
sincicial respiratório com a utilização do 
palivizumabe.

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