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REATORES E CINÉTICA HOMOGÊNEA Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Dimensionando reatores de escoamento contínuo Nesse capítulo será mostrado como dimensionar reatores contínuos (CSTR e PFR), a partir do conhecimento da velocidade de reação (que, como vimos, pode ser escrita em termos da concentração ou da conversão). Para dimensionar qualquer reator, é necessário termos os dados da velocidade da reação (-rA) em função da conversão (X). Para uma reação de 1ª ordem, por exemplo, temos: -rA = kCA = kCA0(1-X). Mas, vimos também que os volumes do CSTR e do PFR são funções do inverso da velocidade (ou seja, 1/-rA, uma vez que o termo –rA figura nos denominadores das equações de projetos para esses reatores) e então, temos: − = − XkCr AA 1 111 0 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Se plotarmos o gráfico de 1/-rA em função da conversão, vamos ter uma curva parecida com essa: Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Se uma reação for realizado de modo isotérmico (Temperatura constante), a velocidade geralmente é muito grande no início, quando a concentração de reagentes é maior (isto é, X →0) e assim, o termo -1/rA é muito pequeno. Mas, à medida que a reação avança e vai chegando ao final (com X alto) a velocidade da reação é pequena, e com isso, -1/rA fica grande e o formato da curva do gráfico anterior é explicada. Sendo assim, para reações irreversíveis, quanto mais próximo da máxima conversão (ou seja, X = 1), -rA →0 e o volume do reator tende a infinito. Para reações reversíveis, a máxima conversão é a conversão de equilíbrio, Xe, onde a velocidade da reação também tende a zero e, portanto o volume do reator também tende a infinito. O primeiro exercício, a seguir, mostrará como, a partir de dados de –rA e da conversão podemos dimensionar reatores. Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Exercício 1 Considere a reação em fase gasosa: A → B Que foi realizada a 500K e a 8,2 atm, onde a alimentação FA0 era de 0,4 mol/s. Os dados abaixo foram obtidos: a) Calcule o volume necessário de um CSTR para alcançar 80% de conversão; b) Sombreie a área do gráfico que daria o volume do item a); c) Calcule o volume necessário de um PFR para calcular 80% de conversão; d) Sombreie a área do gráfico necessária para dar o volume calculado no item c) X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 -rA(mol/m 3.s) 0,45 0,37 0,30 0,195 0,113 0,079 0,05 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Solução: Em primeiro lugar, devemos reescrever a tabela em termos de X, 1/-rA e de FA0/-rA: O gráfico FA0/-rA versus X poderá ser plotado para responder o item b), mas podemos responder o item a): a) Cálculo do volume do CSTR para X = 0,8 (80% de conversão): X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 1/-rA(m 3.s/mol) 2,22 2,70 3,33 5,13 8,85 12,65 20,00 FA0/-rA (m 3) 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,00 3 m 6,4== − = mol .m 20 x 0,8x s mol 4,0 )( 3 0 s saídar XF V A A Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores b) Área correspondente ao volume do CSTR A = 6,4 m3 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores c) Cálculo do volume do PFR para X = 0,8 (80% de conversão): Para resolver a integral, necessitamos fazer uma avaliação numérica. Podemos utilizar a regra de cinco pontos de Simpson: − = X A A r dX FV 0 0 4 X-X h :Onde )424( 3 )( 04 43210 4 0 = ++++= X X fffff h dXXf Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Para o problema, teremos: Em que h = 0,8/4 = 0,2. Finalmente: =− + =− + =− + =− + =− = − 8,0 0 )8,0( 1 )6,0( 1 4 )4,0( 1 2 )2,0( 1 4 )0( 1 3 XrXrXrXrXr h r dX AAAAAA ( ) mol .sm 413,5 mol .sm 20)85,8(4)13,5(2)33,3(422,2 3 2,0 33 8,0 0 =++++= − Ar dX 3 m 2,165== − = mol .sm 5,413x s mol 4,0 3 0 0 X A A r dX FV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores d) Área correspondente ao volume do PFR V = 2,165 m3 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Exercício 2 Do problema proposto no Exercício 1, qual seria a conversão alcançada se o CSTR tivesse um volume de 5,6 m3? Solução: Da equação de projeto para um CSTR: Necessitamos então de uma combinação de produto (1/-rA)X que forneça um valor de 14 m3.s/mol. Então, temos que tomar os dados da tabela do exercício anterior e realizar uma interpolação. Adicionamos, primeiro, à tabela mais uma coluna contendo os valores de (1/-rA)X. mol .sm 14 1 4,0 m3 6,511 )( 3 0 0 = − = − → − =→ − = X r s mol X r X rF V saídar XF V A AAAA A Aula 3 – Dimensionamento de reatores A conversão deve ficar entre 0,7 e 0,8, pois o valor desejado (14) está entre 8,86 e 16,00. Interpolando: Portanto, a conversão alcançada num CSTR de 5,6 m3 é, aproximadamente, 77,2% X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 1/-rA(m 3.s/mol) 2,22 2,70 3,33 5,13 8,85 12,65 20,00 FA0/-rA (m 3) 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,00 (1/-rA)X(m 3.s/mol) 0 0,27 0,67 2,05 5,31 8,86 16,00 0,772X =→ − − = − − 86,814 86,816 7,0 7,08,0 X Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Reatores em Série Em algumas situações os reatores contínuos são conectados em série, de forma que a corrente de saída de um reator é utilizada como corrente de entrada em outro reator. Sendo assim, a conversão X alcançada após a saída de cada reator é o número de mols que reagiu até aquele ponto para cada mol de reagente que é alimentado no primeiro reator. Então, a corrente que sai do ponto i de um reator, FAi, é igual ao número de mols alimentados no primeiro reator, menos todos os mols de A reagidos até o ponto i. reator primeiro no entram queA de Mols i ponto o até reagidosA de Mols =iX )1(000 iAiAAAi XFXFFF −=−= Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Exemplificando PFR 1 CSTR PFR 2FA0 FA1 FA2 FA3 X2X1 X3 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores CSTRs em série CSTR 1 CSTR 2 FA0 FA1 FA2 1 10 1 A A r XF V − = 2 120 2 )( A A r XXF V − − = X1 X2 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Exercício 3 Para a mesma reação e dados do Exercício 1, vamos considerar a reação realizada em dois CSTRs em série. Considere que a conversão no primeiro seja de 40% e, após o segundo reator, a conversão alcance 80%. Determine os volumes dos CSTRs. Solução: Para o primeiro CSTR, temos X1 = 0,4. Então: Para o segundo CSTR, temos X2 = 0,8. Logo: X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 FA0/-rA (m 3) 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,00 3 m 0,82 0,4x m 05,2 31 1 0 1 10 1 == − = − = X r F r XF V A A A A 3 m 3,2 0,4) - (0,8 x m 8)( )( 3 12 2 0 2 120 2 ==− − = − − = XX r F r XXF V A A A A Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Se compararmos com o Exercício 1, que exigiu a mesma conversão num só CSTR, teremos: V = V1 + V2 = 4,02 m 3 Como no Exercício 1 (para um só reator) o volume foi de 6,4 m3, vemos que é vantajoso usar os CSTRs em série. Um gráfico de Levenspiel pode ser montado. CSTR 1 – CSTR 2 - Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores PFRs em série PFR 1 PFR 2 FA0 FA1 FA2 − = 1 0 01 X A A r dX FV X1 X2 − = 2 1 02 X X A A r dX FV Considere X1 = 0,4 e X2 = 0,8 (como no caso dos dois CSTRs) Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Porém, sabemos que: Esse resultado é o mesmo que seria obtido de um PFR com o mesmo volume total, ou seja, a conversão global de dois PFRs em série é a mesma que de um PFR com o mesmo volume total. PFR 1 – PFR 2 - − = − + − =+= 22 1 1 0 00 0 021 X A A X X A A X A A r dX F r dX F r dX FVVV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Observação Importante!! Um PFR pode ser modeladocomo uma série de CSTRs. Quanto mais CSTRs de volumes cada vez menores forem utilizados, maior a aproximação para um volume total de um PFR. − = −=→ X A A n i A iA n r dX F r XF 0 0 1 0 lim Gráfico de Levenspiel para 5 CSTRs em série Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Combinação de CSTRs e PFRs Para exemplificar esse caso, vamos resolver o próximo exercício Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Exercício 4 Imagine uma reação em fase líquida, ocorrendo reversivelmente e adiabaticamente (não isotérmico): A ↔ B Os dados para essa reação foram coletados e estão na tabela abaixo. O arranjo de reatores desejado para o processo são três reatores em série na seguinte ordem: CSTR – PFR – CSTR. Se a vazão molar de entrada é de 60 kmol/h, determine o volume de cada reator para conseguir, respectivamente, 20% de conversão no primeiro reator, 60% no segundo e, no terceiro, a conversão final de 65%. X 0 0,2 0,4 0,6 0,65 -rA (kmol/m 3.h) 39 53 59 38 25 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Esquema CSTR 1 PFR FA0 FA1 FA2 1 10 1 A A r XF V − = 3 230 3 )( A A r XXF V − − = X1=0,2 CSTR 2 X2=0,6 X3=0,65 FA3 − = 2 1 02 X X A A r dX FV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Trabalhando os dados: O volume do 1º CSTR é (X1 = 0,2): Para o PFR (X2 = 0,6): Avaliando a integral pela fórmula de Simpson para três pontos (h = (0,6-0,2)/2 = 0,2): X 0 0,2 0,4 0,6 0,65 1/-rA(m 3.h/kmol) 0,026 0,019 0,017 0,026 0,04 FA0/-rA (m 3) 1,56 1,14 1,02 1,56 2,4 3 m 0,228 0,2x m 14,1 31 1 0 1 10 1 == − = − = X r F r XF V A A A A − = 6,0 2,0 02 A A r dX FV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores O volume do 2º CSTR é (X3 = 0,65): 3 0,452m=++= =− + =− + =− = − = 3 000 6,0 2,0 02 m ]56,1)02,1(414,1[ 3 2,0 )6,0()4,0( 4 )2,0(3 2,0 Xr F Xr F Xr F r dX FV A A A A A A A A 3 m 0,12==− − = − − = 0,6)-(0,65 x m 4,2)( )( 3 23 3 0 3 230 3 XX r F r XXF V A A A A Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Um gráfico de Levenspiel pode ser construído: CSTR 1 PFR CSTR 2 V = 0,228 m3 V = 0,452 m3 V = 0,12 m3 Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de Reatores Sequenciamento de reatores Frequentemente somos questionados a decidir qual sequenciamento de reatores pode dar a melhor conversão. Qual o melhor, um CSTR seguido de um PFR, ou o contrário? A resposta depende do gráfico de Levesnpiel (curva de FA0/-rA em função de X) e também do tamanho relativo dos reatores. O que é melhor? ou CSTR PFR PFR CSTR Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Exercício 5 Para a mesma reação e dados do Exercício 1, vamos considerar a reação realizada numa sequência de um CSTR e um PFR. Decida qual deve ser a melhor sequência para que haja conversão de 40% no primeiro reator e 80% no segundo. Solução: Arranjo 1: CSTR → PFR Para o primeiro reator Para o segundo reator, temos X2 = 0,8. Logo: X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 FA0/-rA (m 3) 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,00 3 m 0,82 0,4x m 05,2 31 1 0 1 10 1 == − = − = X r F r XF V A A A A − = 8,0 4,0 02 A A r dX FV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Usando a fórmula dos três pontos de Simpson: Volume total: 2,434 m3. Arranjo 2: PFR → CSTR Para o primeiro reator: 3 1,614m=++= =− + =− + =− = − = 3 000 8,0 4,0 02 m ]8)54,3(405,2[ 3 2,0 )8,0()6,0( 4 )4,0(3 2,0 Xr F Xr F Xr F r dX FV A A A A A A A A − = 4,0 0 01 A A r dX FV Prof. Isaías Soares Aula 3 – Dimensionamento de reatores Usando a fórmula dos três pontos de Simpson: Para o segundo reator, temos X2 = 0,8, assim: 3 0,55m=++= =− + =− + =− = − = 3 000 4,0 0 02 m ]05,2)33,1(489,0[ 3 2,0 )4,0()2,0( 4 )0(3 2,0 Xr F Xr F Xr F r dX FV A A A A A A A A 3 m 3,2 0,4)-(0,8 x m 8)( )( 3 12 2 0 2 120 2 ==− − = − − = XX r F r XXF V A A A A Volume total: 3,75 m3. Portanto: O melhor arranjo é o primeiro (CSTR→PFR). Prof. Isaías Soares
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