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O Estado - D Internacional

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Consoante Mazzuoli, Estado é um ente jurídico 
dotado de personalidade internacional, formado de 
uma comunidade de indivíduos estabelecidos de 
maneira permanente em um território determinado, 
sob a autoridade de um governo independente e 
com a finalidade precípua de zelar pelo bem comum 
daqueles que o habitam. 
O elemento finalidade, embora não esteja arrolado 
nos requisitos listados na Convenção de 
Montevidéu, é considerado pela doutrina como 
elemento social do Estado, sendo, portanto, a 
motivação social da existência do Estado com o fim 
de zelar pelo bem comum dos seus habitantes. 
A existência de um Estado inicia com a reunião de 
seus elementos constitutivos em um dado momento 
histórico. 
O elemento povo significa a comunidade de 
indivíduos que se encontra sob a autoridade do 
governo central do Estado, e se identifica como 
nacionais desse Estado, há um laço político-jurídico 
que envolve o povo e o Estado, sendo os direitos e 
deveres recíprocos. Assim, o povo é formado pelos 
nacionais de dado Estado. 
É a área geográfica específica e delimitada sobre a 
qual aquele ente exerce sua total soberania. O 
princípio da territorialidade tem primazia no D.I e 
determina que o Estado deve aplicar às pessoas, 
aos bens e aos fatos ocorridos em território nacional 
o seu ordenamento jurídico, salvo exceções. Assim, 
a territorialidade compreende a área geográfica 
terrestre que delimita o Estado, bem como o espaço 
aéreo e os espaços marítimos estatais. 
 
Governo é o elemento que constitui o poder político 
que administra com autoridade a atividade de 
consecução das finalidades Estatais, as quais são 
desempenhadas de maneira soberana, com 
superioridade e independência em relação às 
demais instituições. 
Soberania interna: é a característica da 
superioridade do poder do Estado frente as demais 
instituições de determinada sociedade estatal. 
Soberania externa: é a independência em 
relação aos demais Estados e outros membros da 
sociedade internacional, no sentido de não se 
submeter a qualquer outro poder externo e de existir 
igualdade jurídica entre todos os Estados mundiais. 
• Ocupação de terras sem posse (terra nullius); 
• Separação/desmembramento de parte de 
seu território; 
• Dissolução/ desintegração: entes que se 
separam pra dar lugar a novos Estados; 
• Fusão/ agregação/ unificação: entes estatais 
desaparecem para dar lugar a um só. 
• Guerras e conquistas: proibidas pelo D.I. 
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• Fusão de um Estado com outro criando um 
terceiro; 
• Dissolução/ desagregação; 
• Divisão/ desmembramento de um Estado 
dando origem a um e extinguindo originário; 
• Negociações internacionais; 
• Guerras e conquistas: vedadas pelo D.I; 
 
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Direito Internacional 
O reconhecimento de um Estado é ato unilateral, 
político e discricionário de determinado ente de D.I 
que aceita outro ente como um novo Estado 
soberano. Este ato apenas reconhece e declara uma 
situação de fato já existente. 
• Ato unilateral; 
• Ato discricionário; 
• Ato irrevogável; 
• Ato meramente declaratório; 
• Ato expresso ou tácito; 
• Ato incondicionado a qualquer conduta do 
Estado a ser reconhecido; 
• Ato individual ou coletivo. 
Art.13 Carta da Organização dos Estados 
Americanos: 
A existência política do Estado é independente do 
seu reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo 
antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de 
defender a sua integridade e independência, de 
promover a sua conservação e prosperidade, e, por 
conseguinte, de se organizar como melhor entender, 
de legislar sobre os seus interesses, de administrar 
os seus serviços e de determinar a jurisdição e a 
competência dos seus tribunais. O exercício desses 
direitos não tem outros limites senão o do exercício 
dos direitos de outros Estados, conforme o direito 
internacional. 
Art.14: O reconhecimento significa que o Estado que 
o outorga aceita a personalidade do novo Estado 
com todos os direitos e deveres que, para um e 
outro, determina o direito internacional. 
Já o reconhecimento de Governo ocorre os casos de 
ruptura revolucionária/quebra da ordem política 
anterior instaurando um novo governo, o qual outros 
Estados reconhecem como o novo representante 
internacional daquele Estado. 
• Ato unilateral; 
• Ato discricionário; 
• Ato irrevogável; 
• Ato meramente declaratório; 
• Ato individual ou coletivo. 
A doutrina diverge quanto a legitimidade do 
reconhecimento de um governo, sendo duas 
posições: 
Doutrina Tobar: Afirma a possibilidade de 
reconhecimento de governo pelos demais Estados, 
porém, esse novo governo deve garantir a efetiva 
aprovação popular para ganhar reconhecimento. 
Doutrina Estrada: Afirma a impossibilidade de 
reconhecimento de governo pelos demais Estados, 
ao passo que essa atitude seria uma invasão a 
soberania interna de cada país. 
Os direitos e deveres dos Estados constam na 
Convenção de Montevidéu de 1933, os mais 
expressivos são: 
Direitos: 
• Direito de existência, defesa e conservação; 
• Direito à autodeterminação; 
• Direito à igualdade; 
• Direito à auto-organização e administração; 
• Direito a não sofrer qualquer tipo de 
intervenção externas em assuntos internos; 
• Direito ao exercício do poder soberano 
sobre as pessoas, bens e jurisdição; 
Deveres: 
• Dever de respeitar os direitos de outros 
Estados; 
• Dever de não intervenção; 
• Dever de solução pacífica dos conflitos; 
• Dever de cooperação internacional. 
Como já dito, o princípio da territorialidade é a 
regra no D.I e determina que o Estado deva 
aplicar às pessoas, bens e fatos ocorridos em 
território nacional o seu ordenamento jurídico, 
salvo exceções, essas exceções são as 
chamadas imunidades, as quais, os sujeitos de 
D.I gozam de várias. 
Imunidade de jurisdição: 
A imunidade de jurisdição significa que o Estado 
soberano não poderá ter seus atos submetidos 
ao Poder Judiciário de outro Estado, nenhum 
Estado estrangeiro soberano poderá ser 
submetido à jurisdição interna de outro Estado. 
No Brasil, a imunidade de jurisdição não é 
absoluta, depende do ato executado pelo 
Estado: 
 
 
Se for Ato de Império 
Quando o exerce atos 
privativos de Estado 
Soberano; como ente 
de D.I 
Tem imunidade de 
jurisdição 
Ex: Concessão de 
vistos, admissão de 
estrangeiros, envio de 
representantes 
diplom... 
Se for Ato de Gestão 
O Estado atua como 
administrador de 
interesses estatais, 
equiparado a um 
particular, sem 
prerrogativas soberanas; 
Não tem imunidade de 
jurisdição 
Ex. contratação de 
funcionários, o Estado 
que contrata age em 
igualdade com o 
particular.

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