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Andréa Regina Dias da Silva DECIV|EM|UFOP CIV209|Teoria das Estruturas II As reações de apoio estão também indicadas. Figura 2.12. Reações de apoio (kN) e momento fletor (kNm) para a viga contínua 2.3.2 SOLUÇÃO 2: Eliminando vínculos internos ou continuidade interna (esforços internos) Outra possibilidade de definição de um sistema principal é liberando graus de liberdade de seções internas. Sendo assim, uma boa escolha, é liberar rotações nesse processo. Na Figura 2.13 mostra-se um pórtico no qual a rotação da seção S foi liberada. Ao liberar a rotação, introduzindo uma rótula na seção, Figura 2.13b, o ângulo entre as tangentes à configuração deformada é diferente de zero, ou seja, as tangentes são diferentes, representando a descontinuidade de rotação. Perceba que na Figura 2.13a, as tangentes à esquerda e à direita de S são iguais. Isso representa a continuidade de rotação nesse ponto, típica da ligação rígida. Ao liberar a rotação de uma seção, o momento fletor nessa posição é nulo. Portanto, na definição do SP, o momento fletor em S é considerado como hiperestático. (a) Continuidade de rotação da seção S (b) Descontinuidade de rotação da seção S Figura 2.13. Liberação de vínculo interno. 24 12,8 3,2 20,8 31,2 4,8 0,8 A B C D continuidade de rotação S S tangente à configuração deformada S S tangente à configuração deformada rotação relativa Andréa Regina Dias da Silva DECIV|EM|UFOP CIV209|Teoria das Estruturas II Seguindo essa ideia, a estrutura isostática mostrada na Figura 2.14 foi obtida a partir da estrutura original (Figura 2.7) liberando as rotações relativas das seções transversais B e C. Sendo assim, define-se como hiperestáticos, os momentos fletores nessas seções, denotados respectivamente por X1 e X2. O sentido desses momentos é arbitrário. Observe que o momento fletor deve ser introduzindo à esquerda e direita das rótulas introduzidas. Quando se introduz rótulas numa estrutura, existe a possibilidade de separação da mesma nos pontos onde a rótula foi introduzida. Na Figura 2.14b indica-se a separação da estrutura nas seções articuladas. Destacam-se os apoios fictícios, apoios do segundo gênero, que indicam a existência de duas forças de ligação. (a) Sistema Principal usado na Solução 2 e Hiperestáticos (b) Vigas independentes para análise Figura 2.14. Sistema Principal usado na Solução 2 e Hiperestáticos. O objetivo inicial é encontrar os Hiperestáticos X1 e X2 tais que as condições de compatibilidade violadas sejam restabelecidas. Nesse caso, as rotações relativas das seções adjacentes às rótulas em B e C devem ser nulas, pois existe uma continuidade de rotação nessas seções em virtude da presença de ligação rígida entre elas. O passo seguinte é a solução dos casos básicos para obtenção dos deslocamentos na direção dos vínculos liberados, ou seja, rotação relativa das seções adjacentes à rótula em B e em C. Nas figuras a seguir, 2.15, 2.16 e 2.17, será exibida a estrutura usada, o carregamento atuante, a sua configuração deformada (em linha tracejada), os deslocamentos a serem determinados em cada caso básico, as reações de apoio e o diagrama de momento fletor. A B C D X1 X2 A B X1 B CX1 X2 C D X2 apoio fictício: na separação de uma rótula indica o ponto onde um trecho está sendo suportado por outro Andréa Regina Dias da Silva DECIV|EM|UFOP CIV209|Teoria das Estruturas II (a) Configuração deformada e termos de carga (b) Diagrama de momento fletor, M0 (valores em kNm) Figura 2.15. Caso 0: Solicitação externa isolada no Sistema Principal (a) Configuração deformada e coeficientes de flexibilidade (b) Diagrama de momento fletor, M1 (valores em kNm/kNm) Figura 2.16. Caso 1: Hiperestático X1 isolado no Sistema Principal Vale destacar que o cálculo das reações de apoio e dos esforços internos é feita impondo as condições de equilíbrio estático. Maiores detalhes serão fornecidos em sala de aula. O cálculo dos termos de carga e coeficientes de flexibilidade é apresentado a seguir. Será possível perceber como é mais direto o processo de cálculo para esse SP adotado. Ressalta-se novamente que o Princípio das Forças Virtuais é aplicado, e faz-se uso da Tabela 1 do Apêndice A para cálculo das integrais através da combinação de diagramas. 1 0 10 1 321 4 24 1 3 rad estrutura M M dx EI EI EI δ = = = −− ⋅ ⋅ ⋅ 12 kN/m A B C D 24 24 δ10 δ20=0 B C D 24 A δ11 δ21 1 4 1 4 1 2 B C DA 1 1 . X1 1 1 B C DA Andréa Regina Dias da Silva DECIV|EM|UFOP CIV209|Teoria das Estruturas II (a) Configuração deformada e coeficientes de flexibilidade (b) Diagrama de momento fletor, M2 (valores em kNm/kNm) Figura 2.17. Caso 2: Hiperestático X2 isolado no Sistema Principal 2 0 20 0 estrutura M M dx EI δ = = 1 1 11 1 81 8 1 1 33 rad kNm estrutura M M dx EI EI EI δ = = =+ ⋅ ⋅ ⋅ 2 2 22 1 81 8 1 1 33 rad kNm estrutura M M dx EI EI EI δ = = =+ ⋅ ⋅ ⋅ 1 2 12 21 1 21 4 1 1 36 rad kNm estrutura M M dx EI EI EI δ = δ = = =+ ⋅ ⋅ ⋅ Perceba novamente a alteração nas unidades dos coeficientes de flexibilidade. Importante ter atenção que, embora δ12 e δ21 sejam iguais em intensidade, as unidades desses parâmetros podem ser diferentes dependendo do SP adotado. Para restabelecer as condições cinemáticas de forma a encontrar os hiperestáticos, deve-se usar o Princípio da Superposição de Efeitos e anular as rotações relativas das seções adjacentes às rótulas em B e C: 10 11 1 21 2 0 relativa B X Xθ = δ +δ +δ = (2.12) 10 11 1 21 2 0 relativa C X Xθ = δ +δ +δ = (2.13) Usando os parâmetros já conhecidos, e colocando (2.12) e (2.13) na forma matricial, vem: 1 2 32 8 3 2 3 01 1 0 2 3 8 3 0 X XEI EI − + = (2.14) cuja solução fornece X1 = 12,8 kNm (momento fletor em B) e X2 = -3,2 kNm (momento δ12 δ22 1 4 1 4 1 2 B C DA 1 1 . X2 1 1 B C DA Andréa Regina Dias da Silva DECIV|EM|UFOP CIV209|Teoria das Estruturas II fletor em C). O sinal negativo para X2 indica que sentido arbitrado inicialmente (Figura 2.14) é incorreto. Na Figura 2.14, considerou-se que o momento tracionava fibra superior. Usando os resultados apresentados nas Figuras 2.15, 2.16 e 2.17, e aplicando o Princípio da Superposição de Efeitos, as reações de apoio (em kN) podem ser encontradas através da Equação 2.6: ( )0 1 1 2 2 1 24 12,8 20,8 kN 4 A A A AR R R X R X = + + = + ⋅ =− ↑ ( ) ( )0 1 1 2 2 1 1 24 12,8 31, 2 kN3, 2 2 4 B B B BR R R X R X = + + = + ⋅ + ⋅ =−− ↑ ( ) ( )0 1 1 2 2 1 1 0 12,8 4,8 kN3, 2 4 2 C C C CR R R X R X = + + = + ⋅ + ⋅ = −−− ↓ ( ) ( )0 1 1 2 2 1 0,8 kN3, 2 4 D D D DR R R X R X = + + = ⋅ =−− ↑ O diagrama final de momento fletor pode ser visto na Figura 2.12 mostrada anteriormente. Para que seja reforçado o entendimento do método, aplicado diretamente à análise de vigas, recomenda-se que se faça o exercício a seguir.
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