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RESENHA CRÍTICA - DISCIPLINA: CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA O DILEMA das redes. Direção de Jeff Orlowski. Produção de Netflix. Intérpretes: Tristan Harris, Jaron Lanier, Skyler Gisondo et al. Roteiro: Davis Coombe, Vickie Curtis e Jeff Orlowski. Eua, 2020. (94 min.), NETFLIX, color. Legendado. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/81254224. Acesso em: 21 set. 2020. Introduzido pelo pensamento do dramaturgo grego Sófocles “Nada grandioso entra na vida dos mortais sem uma maldição” o filme aborda uma balança ética, onde de um lado estão as redes sociais e suas benesses e como isso influencia o comportamento humano. Do outro as grandes corporações da tecnologia aliadas à grandes empresas do mundo comprando e vendendo seus usuários, como produtos. Basicamente, como as redes ou ferramentas sociais dominam nossas vidas e como quem está por trás dela tem noção do poder que têm sobre nossas vidas. O vídeo é dividido em duas visões: uma família, representada por atores, que serve como modelo do uso das ferramentas sociais esquematizado, expondo o lado positivo e o negativo. E traz também o conflito ético do cientista da computação Tristan Harris, em formato de depoimento acerca das apropriações das grandes empresas ao pensamento e comportamento de seus usuários. Não apenas ele, mas engenheiros, empresários, cientistas e vários profissionais representantes dessas empresas Big Techs, narrando as participações deles nessa escalada tecnológica desde o início. A ideia da geração de lucro, baseado na atenção, no tempo de uso das plataformas, numa tendência viciante. E como as pessoas não se dão conta da proposição que “Se você não está pagando pelo produto, você é o produto”, levando a cabo que muito do que recebemos “gratuitamente” nessas ferramentas são na verdade iscas para prender a atenção, e uma vez fisgado cada passo nosso é monitorado e utilizado ao interesse dessas gigantes da tecnologia. Discute inclusive o comportamento coletivo, num nível mundial, como a tendência das fake news e influência nos resultados políticos dos últimos anos. E como isso virou parte do modelo de negócio do momento. Um dos aforismos bate inclusive na tecla de que saímos da era da informação para a era da desinformação. Por fim, pensamento reflexivo de Buckminster Fuller que prevê que “A utopia e a ignorância competirão em uma corrida até o momento final, indicando uma indecisão ao qual lado essa balança vai pender, e é questionado aos entrevistados sobre o otimismo e a necessidade de promover uma mudança na responsabilidade das empresas e como as pessoas podem se livrar do “mal” que eles iniciaram, expondo a mea culpa deles. Confrontando o filme com a escola de poder sente-se a questão de que o micropoder apontado por Mintzberg conduz o modelo de negócio baseado nas necessidades biológicas e afetivas humanas que é percebida negativamente, mas não combatida pois representa muito lucro e vemos macropoder quando vislumbramos a tendência de mercado poderosa que se encontra num momento irrefreável com o crescente consumo de informações e produtos pelo mundo.
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