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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA 
CURSO DE DIREITO - NOITE 
SEMESTRE VII 
ÉTICA PROFISSIONAL 
 
 
 
 
MARCELO DOS SANTOS RIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
SITUAÇÕES ÉTICAS – ÉTICA PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRATO-CE 
2019 
 
SITUAÇÕES ÉTICAS - Posicione-se sobre as seguintes situações éticas, 
fundamentandoas nos ordenamentos da OAB, podendo ainda levar em 
consideração as decisões dos TED’s – Tribunais de Ética e Disciplina da 
OAB. 
✓ A contratação para a “causa” obriga sua vitória ? 
Como o advogado possui uma relação de contrato com seus clientes, ele 
é obrigado a ter cuidados primordiais para fazer com que os direitos destas 
pessoas sejam adequadamente representados, tendo em vista a confiança que 
deverá ser conquistada, devendo evitar atitudes antiéticas, bem como não 
abandonar nem desamparar seu cliente. Esse é o foco principal da atividade de 
um bom advogado, não é vencer, mas sim proporcionar ao seu cliente todas as 
atitudes capazes de garantir seus direitos na causa, e cientificá-lo de que 
também há deveres. 
Portanto, nem sempre é possível vencer a causa e o advogado não deve 
pautar seu contrato nisso, deve atuar de modo transparente. Não é ético 
trabalhar com propagandas enganosas, fere, inclusive, o código de defesa do 
consumidor, não só o código de ética da OAB. 
✓ O Moralista é passível de atitude antiética? 
 A ética diz respeito mais ao modo de nos comportamos e decidirmos 
nosso convívio e o modo como partilhamos valores. Sem adentrar muito nos 
conceitos filosóficos de ética e moral, é bem comum, inclusive, profissionais 
moralistas, que pregam regras que não praticam, que falam sem se ver como 
exemplo prático. Então atitudes como mentir para o cliente a respeito da 
situação real da causa, a fim de postergar datas, ou ganhar mais dinheiro, não 
são condizentes com o moralismo exacerbado atual. 
✓ Esconder seu pensamento sobre a “causa” só para agradar e conseguir 
o cliente é estar em conformidade com a ética? 
 O § 1º,do artigo 31, assevera que o advogado, no exercício da profissão, 
deve manter independência em qualquer circunstância. E o § 2º diz que 
Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de 
incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão. 
Isso também se aplica ao cliente, o advogado deve atuar com transparência, 
deve focar na realidade da causa e não apenas no conforto do cliente, 
vinculando-se exclusivamente em agradar o cliente, esse ato desabonará, mais 
cedo ou mais tarde, a confiança que deve existir entre advogado e cliente. 
Portanto, os pensamentos devem ser expostos no todo, se o cliente decidir 
mudar de advogado, é uma opção plenamente possível, que não macula 
nenhuma das partes do contrato. 
 
✓ A procuração outorgada pelo Cliente lhe confere “Carta Branca” para 
utilizar de todos os meios da defesa da “causa” ? 
O Código de Ética e Disciplina da OAB assevera que "é defeso ao 
advogado expor os fatos em juízo falseando deliberadamente a verdade ou 
estribando-se na má-fé" (art. 6º) e é dever do advogado abster-se de 
"emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e 
a dignidade da pessoa humana" (art. 2º, inc. VIII, alínea "d"). 
Além disso, o art. 34 da Lei nº 8.909/94 prescreve ser infração disciplinar, 
punível com suspensão de até doze meses, o ato do advogado de "prestar 
concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou 
destinado a fraudá-la" (inc. XVII), bem como o ato de "solicitar ou receber de 
constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta" (inc. 
XVIII). 
Fica evidente que o advogado deve utilizar todos os meios lícitos e se 
coadune com a moral,ética e boa fé para defender o seu cliente. A procuração 
não confere,pois, uma “carta branca” para defender o cliente com meios ilícitos, 
que deturpem o devido processo legal e todos os princípios que dele decorrem. 
 
✓ O aviltamento do valor dos honorários mínimos ou a suplantação do 
valor máximo são considerados infrações éticas? 
O art. 41 do código de ética da OAB impõe ao advogado o dever de evitar 
o aviltamento de serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou 
inferior ao mínimo fixado pela tabela de honorários. Além disso, o art. 39 
estabelece que a celebração de convênios para prestação de serviços jurídicos 
com redução dos valores estabelecidos na tabela de honorários implica 
captação de clientes ou causa e, por conseguinte, o art. 7° veda a captação de 
clientela. Nesse contexto, o aviltamento dos honorários mínimos constitui 
infração ética por violar esses dispositivos do código de ética da OAB. 
Além disso, a suplantação do valor máximo também constitui infração 
ética por ofensa ao art. 38 do código de ética da OAB. Segunda o referido 
dispositivo, na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários 
devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando 
acrescidos dos de honorários da sucumbência, não podem ser superiores 
às vantagens advindas em favor do constituinte ou do cliente. 
 
✓ Poder, Dinheiro e Sexo são elementos inerentes a profissão. Como 
esses três elementos devem ser manjados eticamente no curso da vida 
profissional? 
O código de ética e disciplina da OAB prescreve, em todo o seu bojo, que 
a ética é primordial no exercício da profissão advocatícia, após cumprida essa 
primazia, é que se deve considerar outros aspectos inerentes a profissão, 
como o poder, o dinheiro e o sexo, todos vinculados à ética profissional. Alguns 
artigos do código de ética e disciplina da OAB regram claramente esses fatores 
da vida, estabelecendo deveres que tragam credibilidade ao advogado no 
exercício de sua profissão. Como os seguintes: 
Art. 2º, Parágrafo único – São deveres do advogado; 
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da 
profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e 
indispensabilidade; 
II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, 
veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; 
... 
VIII – abster-se de: 
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; 
 
Nesse viés, há deveres e recomendações inerentes a profissão, deveres 
relacionados ao decoro, dignidade, honestidade e boa-fé. Mesmo que isso 
implique perda de clientes, o que significa que o dinheiro é secundário, não 
está a cima de tudo. 
 
✓ Ao Advogado é permitido fazer Publicidade ou Propaganda de seus 
serviços? Explicite e fundamente. 
O artigo 28 do código de ética traz essa permissão, no entanto ela não é 
absoluta e imantada pelo espírito avassalador do mercado. 
Art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, 
individual ou coletivamente, com discrição e moderação, para 
finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em 
conjunto com outra atividade. 
O advogado deve atender a regras estabelecidos pela OAB. O Art. 29 do 
CED dispõe que é vedado o anúncio de serviços profissionais no rádio e TV. É 
proibido atribuir denominação fantasia aos serviços advocatícios. O parágrafo 
4° do art. 29 do CED, diz que o anúncio de advogado não deve mencionar, 
direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de 
emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela. 
O art. 30 do CED afirma que o anúncio sob a forma de placas, na 
sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição 
quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto 
mercantilista, vedada a utilização de outdoor ou equivalente. E, por fim, 
segundo o parágrafo 1° do art. 31 do CED, são vedadas referências a valores 
dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou 
expressões que possam iludir ou confundir o público, informaçõesde 
serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação 
de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e 
estrutura da sede profissional .

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