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O papel do historiador com a memória A obra de história serve para desmistificar a memória, nela, usando de fontes e métodos, o historiador apresenta, denuncia e mostra como e por que aquela memória foi construída, sendo, essa obra, uma narrativa do presente. A história é o conhecimento sobre alguma coisa, entretanto, ela não é narrativa do passado humano, do acontecimento posterior, não é obra literária e não é pesquisa ou estudo (confundir os fins com os meios). Dessa forma, o conhecimento histórico é o resultado da pesquisa ou do estudo. O resultado da pesquisa, que é o conhecimento histórico, busca falar uma verdade, um conhecimento válido, e o historiador sempre está em seu presente, a projeção que ele faz do conhecimento do passado tem a ver com o presente que ele vive. O resultado da pesquisa se coloca diante de fatos que aconteceram, o resultado e a pesquisa se debruçam sobre aquilo que existiu. A história é plural, trata da coletividade, simboliza o que aconteceu na sociedade. A história é uma pesquisa, um trabalho intelectual, rigoroso e sistemático para se aproximar da verdade, criando uma discussão, numa busca de causa e efeito, que beire uma explicação plausível/coerente para algum fato histórico, e o resultado dessa pesquisa é o conhecimento histórico. A explicação dentro da pesquisa histórica deve estar próximo do que dá para entender como válido sobre o que aconteceu, pensando na relação das fontes com o contexto histórico a partir da construção de um processo de elaboração de uma obra que vai deter esse conhecimento. É um processo de busca pela verdade, utilizando de conhecimentos válidos. A busca da explicação para um determinado evento é a busca de fontes. A verdade e o entender daquilo que aconteceu no mundo é o ideal buscado pelo historiador. Contudo, existe uma particularidade no conhecimento histórico, que são as diversas intepretações dos historiadores sobre determinados períodos, criando historiografia, com diversas obras com narrativas diferentes de um mesmo período histórico. A história dá uma explicação para os fatos do passado através de fontes, métodos e análises. As fontes são aquilo que foi produzido durante a época que está sendo estudada. Mas, o que é passado? O passado é o registro do que aconteceu. Mais especificamente, o passado é tudo que foi registrado pelos humanos, e toda sua produção; e o que são os humanos? São todas as ações suscetíveis da humanidade: ações, todas as obras, criações (manifestações materiais), pensamentos, sentimentos, tradições orais, espirituais (manifestações imateriais), e tudo, como manifestação humana, é fonte histórica. O passado do historiador não tem preconceito, não há uma ideia pré- concebida do passado, desta forma, ele tenta entender a vivência e realidade das pessoas dessa época, aceitado o passado como ele se apresenta; não tendo aberturas para cometer anacronismo, relacionando verdades da realidade do presente com os fatos que aconteceram no passado. Toda escolha de estudo de fatos históricos feita pelo historiador já é um ato político; pensar nas situações do passado de forma que implique na posição política no presente, as questões históricas se movimentam para gerar reflexões na atualidade, é a relação do presente com o passado, aprender com o passado para nos posicionarmos no presente. Assim, pode-se concluir que a história nunca é neutra, nunca é imparcial. Ao analisar os fatos do passado estamos pensando essas questões e atitudes na sociedade atual; é o valor da história, assumir uma posição política ao entender uma realidade passada para compreender e analisar a realidade no presente e pensar nossas ações, a história deixa de ser cronologia para ser explicação.
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