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Prof. Rafael Barros INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO Procedimentos cirúrgicos Pacientes internados ou admitidos para o procedimento Realizados dentro do Centro Cirúrgico Pelo menos 01 incisão Também cirurgias onde não há sutura Cirurgias videoendoscópicas são incluídas Não são cirúrgicos Procedimentos fora do Centro Cirúrgico (sutura no PS) Procedimentos sem incisão (punções, incisão prévia) Biópsias endoscópicas, episiotomias e circuncisões DEFINIÇÕES Infecções relacionadas aos procedimentos cirúrgicos Infecção em cirurgia endoscópica Infecção em ferida operatória Tempo de observação: Início até 30 dias após o procedimento No caso de implante de prótese início até 01 ano após o implante, ou até a retirada da prótese, se esta ocorrer em período inferior TEMPO DE OBSERVAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ISC incisional superficial envolve apenas a pele e o tecido celular subcutâneo do local da incisão ISC incisional profunda pode envolver ou não os mesmos tecidos da ISC superficial, mas envolve obrigatoriamente tecidos moles profundos, como fáscia e camadas musculares ISC órgão ou espaço específica envolve órgãos ou espaços profundos manipulados durante a cirurgia, mas não necessariamente a incisão Meningite após manipulação do SNC, peritonite após cirurgia abdominal, endocardite após troca de válvula cardíaca Classificação INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO www.ipig.org Um dos critérios deve estar presente Secreção purulenta no local da incisão (ISC superficial), drenada de tecidos moles profundos (ISC profunda) ou de órgão ou cavidade manipulados na cirurgia (ISC específica) Organismo isolado com técnica asséptica de material teoricamente estéril, de local previamente fechado DIAGNÓSTICO Diagnóstico - hemograma Abscesso ou evidência radiológica ou histopatológica sugestiva de infecção (tecidos profundos) Sinais inflamatórios na incisão e febre Diagnóstico de ISC pelo médico assistente necessário exame da ferida para comprovação Microbiota do próprio paciente importância da topografia da cirurgia, da técnica, do tempo de duração e das condições infecciosas prévias do paciente Equipe de saúde anti-sepsia pré-operatória e condições infecciosas Ambiente inanimado, incluindo material cirúrgico (importância menor, porém não irrelevante) falha no processo de esterilização, ar do ambiente cirúrgico (importante em algumas cirurgias; menor importância na prática diária) PRINCIPAIS AGENTES MICROBIANOS NA ISC Patógenos provenientes de 03 fontes “Excesso de mãos” Staphylococcus aureus e Estafilococos Coagulase – Negativa Colonizante de pele erradicação pela anti-sepsia impossível aumento da concentração no decorrer do procedimento descamação da pele atinge tecidos lesados pela cirurgia Enterobactérias (Gram -) E. coli, Klebsiella, Enterobacter Presentes em grandes concentrações em cavidades ocas cirurgias do tubo digestivo, vias biliares e urinárias Uso abusivo de cefalosporinas Gram (–) não fermentadores P. aeruginosa, Acinetobacter Internação prolongada, uso prévio de antimicrobianos, casos mais graves. Anaeróbios Principalmente cirurgias do trato digestivo; em geral, agem acompanhados de outros patógenos Enterococos Freqüência elevada, predominando em cirurgias do trato digestivo e ginecológicas Uso abusivo de cefalosporinas Estreptococos Menos freqüentes, porém curto período de incubação e maior gravidade Profissionais de saúde colonizados associados a surtos Importante ! Considerar as características específicas da instituição População atendida Principais patologias cirúrgicas Normas para uso de antimicrobianos Disponibilidade de antimicrobianos Média de permanência antes do procedimento Outras PRINCIPAIS AGENTES MICROBIANOS NA ISC Microrganismos atingem a ferida operatória em geral durante o ato cirúrgico Quando não há fechamento primário, ou há dreno, ocorreu manipulação excessiva da ferida ou deiscência contaminação pode ocorrer no pós-operatório Implante secundário de patógenos por via hematogênica A ruptura de continuidade da pele é o principal fator para ISC ! FATORES DE RISCO PARA ISC Trans Operatório Observar óstio – Ponto de fixação e sinais flogísticos. ROMPIMENTO DE FIO CIRÚRGICO Deiscência com sinais de infecção – Conduta? Deiscência sem sinais de Infecção. Relacionados ao paciente Estado clínico doenças agudas ou crônicas descompensadas e infecção em sítio distante avaliação clínica criteriosa é imprescindível ! Tempo de internação pré-operatório relacionado à colonização da pele pela microbiota hospitalar Estado nutricional desnutrição ou obesidade Imunodepressão e uso de corticosteróide menor inóculo e retardamento do processo de cicatrização Relacionados ao procedimento cirúrgico Imunossupressão provável contrapeso à liberação de proteínas que poderiam desencadear reação imune Rompimento da barreira epitelial interrupção do aporte de nutrientes Alterações no campo operatório HIPÓXIA + ACIDOSE DIFICULTAM A AÇÃO DOS NEUTRÓFILOS DEPOSIÇÃO DE FIBRINA SEQÜESTRO DE BACTÉRIAS E ALTERAÇÃO DOS MECANISMOS LOCAIS DE DEFESA Relacionados ao procedimento cirúrgico Classificação da cirurgia de acordo com o potencial de contaminação fator clássico de risco ! LIMPA POTENCIALMENTE CONTAMINADA CONTAMINADA INFECTADA Relacionados ao procedimento cirúrgico duração do procedimento cirúrgico Maior exposição ao ambiente externo Maior complexidade Pior estado clínico Menor experiência da equipe Desorganização da sala cirúrgica Cirurgias de urgência Preparo inadequado do paciente Pior estado clínico Técnica menos rigorosa Redução do tempo de internação pré-cirúrgico Avaliação pré-operatória em ambulatório Internação somente com avaliação pré-operatória Organização do agendamento de internação e cirurgia Lavagem das mãos na enfermaria (equipe de saúde) evitar a colonização do paciente com a flora hospitalar ! Estabilização do quadro clínico do paciente principalmente o tratamento de infecção prévia Paciente Oncológico Uso do PORTH-A-CATH OU CATETER TOTALMENTE IMPLANTADO PORTH-A-CATH – ANTES DO IMPLANTE PORTH-A-CATH. DURANTE O IMPLANTE PORTH-A-CATH. PÓS IMPLANTE. CURATIVO BEM REALIZADO. RADIOGRAFIA DE CONTROLE DO CATETER Banhopré-operatório noite anterior e manhã da cirurgia, com água e sabão Tricotomia se imprescindível e imediatamente antes do ato cirúrgico Paramentação cirúrgica Aventais milhares de células epiteliais são desprendidas por minuto, junto com bactérias, dispersando-se no ambiente o uso de avental de algodão reduz em aproximadamente 30% a taxa de dispersão Máscaras utilizadas com dupla finalidade prevenção da ISC e proteção dos membros da equipe cirúrgica contra respingos de sangue e secreções durante o procedimento Há controvérsias sobre o papel na prevenção das ISC, mas nenhuma quanto à proteção ocupacional Propés estudos concluíram não haver diferença significativa de contaminação no piso entre calçados limpos, calçados de uso habitual e propés. Paramentação cirúrgica Gorros devem cobrir totalmente o cabelo na cabeça e face Luvas devem ser usadas após a escovação das mãos e depois de vestido o avental estéril é recomendado o duplo enluvamento (para minimizar os efeitos de pequenos furos ou rupturas) ou a troca a cada 02 horas de procedimento Anti-sepsia das mãos dos membros da equipe cirúrgica Retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora residente Solução degermante de iodóforo (PVPI) ou de gluconato de clorhexidina, ou álcool a 70% com emoliente Escovação necessária nos leitos sub-ungueais e espaços interdigitais 05 minutos para a primeira cirurgia e 03 para os demais procedimentos Enxágüe em água corrente, das mãos para os cotovelos (mãos sempre acima do nível dos cotovelos) Antibioticoprofilaxia cirúrgica Indicação apropriada cirurgias potencialmente contaminadas e contaminadas Antimicrobiano adequado à flora esperada, em razão do tipo de cirurgia flora residente do local abordado considerar, também, menor toxicidade e custo Dose adequada e momento certo 01 a 02 horas antes do início do procedimento Uso por curto período cobertura durante o ato cirúrgico Concluindo: Melhor tratamento = PREVENÇÃO!!! QUESTÃO! Um dos critérios para diagnóstico de Infecção de sítio cirúrgico são os exames laboratoriais. Baseado nisso responda qual o exame de praxe solicitado e como você identifica infecção de forma imediata? Questão 2. Cliente ao 4º DPO por anastomose bílio-digestiva, Você observa um caso de abaulamento na ferida operatória ( F.O estufada). Associado a isso, cliente apresenta picos febris e ao retirar a gaze para realização do curativo havia presença de secreção purulenta. O que você, como enfermeiro(a), pode fazer para ajudar na condução e na realização de cuidados para com este paciente.
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