Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANATOMIA DAS MAMAS, APARELHO REPRODUTOR FEMININO E GLÂNDULAS SEXUAIS MAMAS · As mamas são as estruturas superficiais mais proeminentes na parede anterior do tórax. · São formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz adiposa, junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. · Homens e mulheres têm, mas normalmente elas só são bem desenvolvidas nas mulheres. · Nos homens, são rudimentares e não funcionais, formadas por alguns pequenos ductos ou cordões epiteliais. · Estão localizadas na tela subcutânea, sobre os músculos peitorais maior e menor. · Na parte mais proeminente da mama está a papila mamária, circundada por uma área cutânea pigmentada, a aréola. · A gordura ao redor do tecido glandular determina o tamanho das mamas não lactantes. · A mama fica apoiada sobre um leito que se estende transversalmente da margem lateral do esterno até a linha axilar média e verticalmente da costela II a VI. · Dois terços do leito são formados pela fáscia peitoral sobre o músculo peitoral maior. · Outro terço, pela fáscia que cobre o músculo serrátil anterior. · Entre a mama e a fáscia peitoral há um plano de tecido conjuntivo frouxo, o espaço retromamário. · Uma parte menor da glândula pode estender-se ao longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à fossa axilar, formando um processo axilar/cauda de Spence. · Esse processo axilar pode aumentar durante o ciclo menstrual. · A glândula mamária está firmemente fixada à derme da pele pelos ligamentos suspensores da mama (de Cooper). · O tamanho e o formato da mama são determinados por fatores genéticos, étnicos e alimentares. · Os ductos lactíferos dão origem a brotos que formam lóbulos da glândula mamária, os quais constituem o parênquima da glândula. Assim, cada lóbulo é drenado por um ducto lactífero. · Cada ducto tem uma parte dilatada, situada profundamente à aréola, que é o seio lactífero, no qual uma pequena gotícula de leite se acumula ou permanece na lactante. · Quando o bebê começa a mamar, a compressão da aréola expele as gotículas acumular e se continuar mamando, ocorre o reflexo de ejeção de leite. · As aréolas da mama contêm muitas glândulas sebáceas, que aumentam durante a gravidez e secretam uma substância oleosa, que atua como lubrificante protetor para a aréola e a papila. · As papilas mamárias são proeminências cônicas ou cilíndricas situadas nos centros das aréolas. Não tem gordura, pelos nem glândulas sudoríparas, sendo formadas principalmente por fibras musculares lisas circulares. · As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas, portanto, não tem capsula nem bainha. · Os alvéolos que secretam leite são organizados de modo semelhante a cachos de uvas. VASCULARIZAÇÃO DA MAMA · A vascularização arterial provém das seguintes artérias: · Ramos mamários mediais de ramos perfurantes e ramos intercostais anteriores da artéria torácica interna, a partir da artéria subclávia. · Artérias torácica lateral e toracoacromial, ramos da artéria axilar. · Artérias intercostais posteriores, ramos da aorta torácica. · A drenagem venosa se faz para a veia axilar e para a veia torácica interna. · A drenagem linfática se faz para o plexo linfático subareolar, ocorrendo da seguinte maneira: · A maior parte da linfa dos quadrantes laterais drena para os linfonodos axilares, inicialmente para os anteriores ou peitorais. · Entretanto, parte da linfa drena diretamente para outros linfonodos axilares ou para os linfonodos interpeitorais, deltopeitorais, supraclaviculares ou cervicais profundos inferiores. · A linfa remanescente dos quadrantes mediais drena para os linfonodos paraesternareis ou para a mama oposta. · A linfa dos quadrantes inferiores drena para os linfonodos abdominais (linfonodos frênicos inferiores subdiafragmáticos). · Essa drenagem é importante devido ao seu papel na metástase de células cancerosas. · A linfa da pele da mama, com exceção da papila e da aréola, drena para os linfonodos axilares, cervicais profundos inferiores e infraclaviculares ipsilaterais, além dos paraesternais de ambos os lados. · A linfa dos linfonodos axilares drena para os linfonodos claviculares e para o tronco linfático subclávio. · A linfa dos linfonodos paraesternais entra nos troncos linfáticos broncomediastinais, que também drena linfa das vísceras torácicas. · Esses troncos se fundem um ao outro e com o tronco linfático jugular, drenando a cabeça e o pescoço para formar um ducto linfático direito. NERVOS DA MAMA · Derivam dos ramos cutâneos anteriores e laterais do 4º ao 6º nervo intercostal. APARELHO REPRODUTOR FEMININO · Dividido em órgãos externos e internos. · Os órgãos genitais femininos internos incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina. · Os órgãos genitais externos são o monte do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores do pudendo, o clitóris, vestíbulo, os bulbos do vestíbulo, as glândulas anexas (vestibulares, uretrais, parauretrais). · O monte púbico é onde ocorre a implantação de pelos pubianos. · O vestíbulo é a abertura. · O clitóris e o bulbo são órgãos erécteis. · As glândulas anexas são relacionadas a ejaculação feminina. VULVA · Composta pelos montes de vênus (púbis), clitóris, grandes e pequenos lábios. · Responsável pela cobertura da derme e mucosa na parte externa do aparelho reprodutor. · No câncer de vulva, pode acometer os pequenos e grandes lábios, o clitóris e o meato uretral. · A cirurgia de vulvectomia é utilizada para ressecção desses tumores. MUSCULATURA, FÁSCIAS E GLÂNDULAS · Principais músculos: músculo transverso profundo do períneo, músculo transversal superficial do períneo, músculo bulboesponjoso e músculo isquiocavernoso. · Estão ao redor da vagina e fazendo o suporte da pelve e do aparelho reprodutor feminino. · Existem 3 fáscias importantes: · Fáscia profunda de Glauder: em cima do músculo bulboesponjoso. · Fáscia de Colles: reveste o músculo transversal superficial do períneo. · Fáscia inferior: faz a cobertura do períneo. Também chamada de fáscia do diafragma urogenital. · Existem 2 glândulas importantes: · Glândula de Skene: glândula externa parauretral. Responsável pela ejaculação feminina. · Glândula de Bartholin: paravestibular. Responsável pela lubrificação do canal vaginal, preparando a mulher para o ato sexual mediante a estimulação. OVÁRIOS · São gônadas femininas com formato e tamanho aos de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os oócitos. · Produzem hormônios sexuais. · Na mulher mais idosa, o ovário é pequeno e bem atrófico. · Encontrados lateralmente entre o útero e a parede lateral da pelve. · Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal, o mesovário, que é uma subdivisão do ligamento largo do útero. · Os vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos cruzam a margem da pelve, entrando e saindo da face superolateral do ovário dentro de uma prega peritoneal, o ligamento suspensor do ovário, que é contínuo ao mesovário. · Medialmente ao mesovário, um ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero. · Não é coberto por peritônio. · O ligamento próprio do ovário comunica o ovário com o corno uterino. · O ligamento suspensor do ovário comunica o ovário ao infundíbulo ovariano, onde passa a artéria e a veia ovariana. · Os tumores do ovário, quando pequenos, são assintomáticos. Quando a paciente procura um médico, geralmente por ter aumento do volume abdominal, eles já estão grandes. TUBAS UTERINAS · Conduzem o óocito da cavidade peritoneal para a cavidade uterina, além de ser o local de fertilização. · Estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários. · Estão em um meso estreito, o mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. · Podem ser divididas em 4 partes: · Infundíbulo: é a extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. · Ampola: parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial doinfundíbulo. É onde ocorre a fertilização. · Istmo: parte com parede espessa e que entra no corno uterino. · Parte uterina: é o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero. · Irrigação arterial e drenagem venosa dos ovários e das tubas: · As artérias ováricas originam-se da aorta abdominal. · Os ramos ascendentes das artérias uterinas originam-se dos ramos das artérias ilíacas internas. · Tanto a artéria ovárica quanto a uterina ascendente terminam bifurcando-se em ramos ováricos e tubários, que irrigam os ovários e as tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam-se entre si, criando uma circulação colateral. · As veias que drenam para o ovário formam um plexo venoso pampiniforme no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. · As veias do plexo se fundem para formar a veia ovárica. · A veia ovárica direita ascende e entra na VCI. · A esquerda drena para a veia renal esquerda. · As veias tubárias drenam para as veias ovárias e para o plexo venoso uterino. · A inervação é derivada em parte do plexo ovárico e em parte do plexo uterino. ÚTERO · É um órgão muscular, oco, piriforme, com paredes espessas. · Normalmente anterovertido. · É o local de desenvolvimento do embrião e do feto. · As paredes musculares adaptam-se ao crescimento do feto e garantem a força para sua expulsão durante o parto. · O útero não gravídico geralmente está localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga e o colo entre a bexiga e o reto. · Pode ser dividido em: corpo, fundo, istmo e colo. · O istmo é a transição do corpo para o colo. É onde ocorre a incisão do parto cesárea. CORPO DO ÚTERO · Forma os dois terços superiores do órgão. · Inclui o fundo do útero, que é a parte arredondada superiormente aos óstios uterinos. · Situado entre as lâminas do ligamento largo e é livremente móvel. · Tem duas faces: anterior (bexiga) e posterior (intestino). · É separado do colo pelo istmo do útero. · A parede do corpo é formada por 3 camadas: · Perimétrio – a túnica serosa, consiste em peritônio sustentado por uma fina lâmina de tecido conjuntivo. · Miométrio – a camada média de músculo liso. Os principais ramos dos vasos sanguíneos e nervos estão localizados nessa camada. Contraído no parto e na menstruação. · Endométrio – túnica mucosa interna. Sofre modificações em cada estágio do ciclo menstrual. · A cavidade do útero vai do óstio uterino até a parede do fundo do útero · Continua inferiormente com o canal do colo do útero. · A cavidade do útero e o lúmen da vagina constituem o canal do parto. COLO DO ÚTERO · É o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito. · Dividido em duas porções: porção supravaginal (entre o istmo e a vagina) e porção vaginal (que se projeta para a parte superior da parede anterior da vagina). · A porção vaginal circunda o óstio do útero e é circundada pelo fórnice da vagina. · A quantidade de tecido muscular no colo é menor do que no corpo. · É, em sua maior parte, fibroso e consiste principalmente em colágeno com uma pequena quantidade de músculo liso e elastina. · Ligamento paracervical ou ligamento de Makenrodt: está posterior a vagina. Serve para sustentar o colo do útero e o istmo. · É onde vai tratar o câncer de colo uterino. · Tem gordura e alguns linfonodos juntos. · Também chamado de paramétrio. · A única forma de tocar é pelo toque retal. · Na histerectomia simples, retira-se o útero e o colo do útero. Na total, retira-se o paramétrio junto. LIGAMENTOS DO ÚTERO · São ligamentos de fixação do útero na pelve. · Ligamento útero-ovário: fixa-se ao útero posteroinferiormente à junção uterotubária. · Ligamento redondo do útero: fixa-se anteroinferiormente a essa junção. Está dentro do canal inguinal, sendo relacionado aos casos de hérnia inguinal. · Ligamento largo do útero: se estende das laterais do útero até as paredes e o assoalho da pelve. · Ajuda a manter o útero em posição. · Lateralmente, é prolongado como ligamento suspensor do ovário. · A maior parte do ligamento largo é o mesométrio, que serve como meso para o próprio útero. · Entre as lâminas do ligamento largo de cada útero, tem-se o ligamento útero-ovárico posterossuperiormente e o ligamento redondo do útero anteroinferiormente. · O colo do útero é a parte menos móvel do órgão em razão da sustentação passiva proporcionada por condensações de ligamentos fixados a ele: · Ligamentos transversos do colo: estendem-se da porção supravaginal do colo e das paredes laterais do fórnice da vagina até as paredes laterais da pelve. · Ligamentos retouretinos: palpáveis ao toque retal. RELAÇÕES DO ÚTERO · Anteriormente: fossa supravesical, a escavação vesicouterina da cavidade peritoneal e a face superior da bexiga urinária. · O corpo do útero é separado da bexiga urinária pela escavação vesicouterina. · Posteriormente: a escavação retouterina contendo alças de intestino delgadoe a face anterior do reto. · O corpo do útero é separado do reto pela escavação retouterina. · Essa escavação também é chamada de fundo de saco de Douglas. · Lateralmente: o ligamento largo peritoneal ladeando o corpo do útero e os ligamentos transversos do colo, fasciais. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DO ÚTERO · A vascularização provém das artérias uterinas, com possível irrigação colateral das artérias ováricas. · As veias uterinas penetram nos ligamentos largos e formam um plexo venoso uterino de cada lado do colo. · As veias do plexo drenam para as veias ilíacas internas. · OBS: existe uma relação importante do ureter com a artéria uterina, uma vez que estão localizadas muito próximas. Quando vai retirar o útero, deve-se tomar cuidado para não lesionar o ureter. VAGINA · É um tubo musculomembranáceo distensível. · Estende-se do vestíbulo da vagina até o colo uterino. · A fenda entre os lábios menores e o pudendo é o vestíbulo da vagina. · A parte vaginal do colo do útero está localizada anteriormente na parte superior da vagina. · A vagina: · Serve como canal para o líquido menstrual, forma a parte inferior do canal de parto, recebe o pênis e o sêmen ejaculado durante a relação sexual, comunica-se superiormente com o canal do colo do útero e inferiormente com o vestíbulo da vagina. · Geralmente encontra-se colapsada. · Situa-se posteriormente à bexiga urinária e à uretra. · Situa-se anteriormente ao reto. · O fórnice da vagina, que é o recesso ao redor do colo, tem partes anterior, posterior e lateral. · A parte posterior é a mais profunda e tem íntima relação com a escavação retouterina. · O fórnice é onde a vagina se liga ao colo uterino. · Algumas doenças podem acometer esse fórnice, como ocorre com o HPV. Além do câncer de colo de útero, o HPV também é responsável pela condilomatose vaginal. · OBS: Quando a mulher tem alguma infecção ginecológica, quantidades de líquido tendem a se acumular nas escavações. Quando faz o toque, a paciente sente dor, e isso acontece porque o espaço está abaulado. Assim, realiza-se a introdução de uma agulha e coleta o líquido, que é submetido a exames bacteriológicos. Isso é comum na doença inflamatória pélvica aguda. · Quatro músculos comprimem a vagina e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso. · Está relacionada: · Anteriormente com o fundo da bexiga e uretra. · Lateralmente com o músculo levantador do ânus, a fáscia visceral da pelve e ureteres. · Posteriormente com o canal anal, reto e a escavação retouterina. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA VAGINA · As artérias que irrigam a parte superior originam-se das artérias uterinas. · As artérias que suprem as partes média e inferior da vagina são ramos das artérias vaginal e pudenda interna. · As veias vaginais formam plexos venosos vaginais. · Essas veias são contínuas com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uterovaginal e drenam para as veias ilíacas internas através da veia uterina. · Esse plexo também se comunica com os plexos venosos vesical e retal.· A drenagem linfática ocorre para os linfonodos ilíacos internos e externos, sacrais e inguinais. INERVAÇÃO DA VAGINA E DO ÚTERO · Apenas os dois quintos inferiores da vagina têm inervação somática, que provém do nervo perineal profundo, um ramo do nervo pudendo. · Apenas essa parte é sensível ao toque e temperatura. · A maior parte da vagina tem inervação visceral, que provém de nervos derivados do plexo nervoso uterovaginal (ramos do plexo hipogástrico). · Também é o do útero. · A inervação simpática é feita pelos nervos esplâncnicos lombares e a parassimpática pelos nervos esplâncnicos pélvicos S2 a S4.
Compartilhar