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Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Tutoria 01 Objetivo 01: Conhecer a embriologia, divisões e organização (geral e específica) do SNC e nervos cranianos (SNP) EMBRIOLOGIA 1. Processo Notocordal e notocorda O processo notocordal cresce cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma até atingir a placa pré-cordal- pequena área circular onde o ecto e o endo estão fundidos. ** A placa pré-cordal da origem ao endoderma da membrana orofaríngea A notocorda, por sua vez, é um bastão celular que: Define o eixo do embrião, dando-lhe uma certa rigidez É a base para o esqueleto axial Indica a futura área dos corpos vertebrais Induz o ectoderma adjacente a formação da placa neural 2. Placa Neural e tubo neural: O espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, forma a placa neural por volta do 20º dia. A placa neural cresce progressivamente, tornando-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda e forma a goteira neural. Os lábios da goteira neural se juntam para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tubo neural, isolando-o do meio externo. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) **O tubo neural da origem a elementos do SNC ** O processo de fechamento para formação do tubo neural inicia-se do meio da goteira neural para as extremidades (local de fechamento mais lento). Assim, em uma determinada idade é possível perceber o tubo neural no meio do embrião e a goteira nas extremidades. Mesmo em fases mais adiantadas, permanece dois orifícios nas extremidades cranial e caudal, respectivamente, neuróporo rostral e neuróporo caudal. Paredes do tubo neural: O crescimento das paredes e a diferenciação não são uniformes e se dividem em: Duas lâminas alares Duas lâminas basais Uma lâmina de assoalho Uma lâmina de teto Das lâminas alares e basais derivam neurônios e grupos de neurônios (núcleos) ligados, respectivamente, a sensibilidade e à motricidade, situados na medula e no tronco encefálico. Dilatação do tubo neural O calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo; a parte caudal, constitui a medula primitiva do embrião e da origem a medula do adulto. Cavidades do tubo neural A luz da membrana primitiva forma, no adulto, o canal central da medula, ou canal do epêndima, que no homem é muito estreito e parcialmente obliterado. A cavidade dilatada do robencéfalo forma o IV ventrículo As cavidades dilatadas do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo A luz do mesencefalo une o III e o IV ventrículo A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares. **Todas as cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contém o líquido cérebro-espinhal, ou liquor. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) 3. Crista neural No ponto em que o ectoderma se encontra na goteira neural, formando o tubo neural, desenvolvem-se células que formam de cada lafo uma lâmina longitudinal chamada de crista neural. ** A crista neural da origem ao elementos do SNP, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso (gânglios sensitivos; gânglios do SNA; medula da glândula suprarrenal; melanócitos; células de schwann; etc). Elas rapidamente se dividem e dão origem aos fragmentos que irão formar os gânglios espinhais, localizados na raiz dorsal dos nervos espinhais. 4. Diferenciação e organização neuronal Proliferação e migração neuronal A proliferação neuronal se intensifica após a formação do tubo neural. A partir de certo momento as células percussoras do neurônio passam a se dividir de forma assimétrica, formando outra célula percussora e um neurônio jovem se inicia. Existem células cujas prolongamentos se estendem da superfície ventricular até a superfície externa, chamadas de glia radial, precursoras dos astrócitos. Os neurônios migram aderidos a prolongamentos da glia radial e param até chegar a camada subsequente Diferenciação neuronal Após a migração, os neurônios jovens irão adquirir as características morfológicas e bioquímicas próprias da função que irão exercer. Começam a emitir seus axônios. A diferenciação depende de fatores indutores liberados por determinados grupos de neurônios. Morte neuronal programada e eliminação de sinapses Após as etapas da embriogênese, o número de neurônios e sinapses existentes é maior do que o que caracteriza o ser humano após o nascimento. Por isso, ocorre uma morte neuronal programada, regulada pela quantidade de tecido-alvo presente. Esse tecido alvo produz uma série de fatores neurotróficos, que bloqueiam um processo ativo de morte celular por apoptose nos neurônios. Ocorre então, uma competição entre os neurônios, e aqueles que conseguem estabilizar suas sinapses e assegurar quantidade suficiente de fatores tróficos sobrevivem, enquanto os demais sofrem apoptose e morrem. Ocorre também a eliminação de sinapses não utilizadas ou produzidas em excesso. Mielinização Na medula espinhal, as bainhas de mielina começam a formar-se durante o final do período fetal e continuam a formar-se durante o primeiro ano pós-natal. As bainhas de mielina, que envolvem as fibras nervosas situadas na medula espinhal, são sintetizadas por oligodendrócitos. A membrana plasmática destes se enrola em torno dos axônios, formando um certo número de camadas. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) A bainha de mielina em torno dos axônios das fibras nervosas periféricas é formada pela membrana plásmatica de células do neurolema (de Schwann), análoga aos oligodentrócitos. Estas células neurogliais originam-se de células da crista neural que migram para a periferia e enrolam-se em torno dos axônios somáticos motores e dos neurônios motores autônomos pré- ganglionares, quando estes saem do sistema nervoso central. Com aproximadamente 20 semanas, as fibras nervosas periféricas começam a tomar um aspecto esbranquiçado, resultante do depósito de mielina. A última região a concluir este processo é o córtex da região anterior do lobo frontal do cérebro, responsável pelas funções psíquicas superiores. Ela cresce até os 16, 17 anos, quando inicia o processo de eliminação de sinapses. O processo de mielinização no lobo frontal só está concluído próximo aos 30 anos. ORGANIZAÇÃO GERAL DO SN Os neurônios sensitivos, cujos corpos estão nos gânglios sensitivos, conduzem à medula ou ao tronco encefálico (sistema nervoso segmentar) impulsos nervosos originados em receptores situados na superfície ou no interior do animal. - -se, assim, arcos ref chapa quente. - - - -- de motores situados no sistema nervoso segmentar. envia, por meio de vias descendentes complexas, impulsos capazes de coordenar a resposta motora. DIVISÕES DO SNC Sistema nervoso central: É aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) Sistema nervoso periférico: É aquele que se localizam fora desse esqueleto (nervos Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) e gânglios). Encéfalo + Medula = SNC Medula (cap.4 machado) Tronco encefálico e cerebelo (cap.5 machado) Cérebro: Diencéfalo (cap. 6 machado)/ Telencéfalo (cap. 7 machado) Medula Espinhal: Medula significa miolo e indica tudo o que está dentro **A medula espinhal é uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem ocupa- lo completamente. Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno. O limite caudal tem importância clínica e, no adulto, situa- se geralmente na 2 vertebra lombar. A medula termina Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar. Essas intumescências correspondem a áreas em que fazem conexão com a medula as grosseiras raízes nervosas que formam o plexo braquial e o plexo lombossacral. Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta ou de um H. É possível observar a presença de três colunas: coluna anterior, posterior e lateral (apenas na parte torácica e lombar alta). No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula (ou canal do epêndima), resquício da luz do tubo neural no embrião. A substância branca é formada por fibras, a maior parte delas mielínicas, que sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões. Nos sulcos laterais anterior e posterior da medula, pequenos filamentos nervosos fazem conexão, denominados filamentos radiculares, que se unem para formar as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas raizes (ventral e drosal) se unem para formar os nervos espinhais. Existem 31 pares de nervos espinhais, aos quais correspondem a 31 segmentos medulares assim distribuidos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e, geralmente, 1 coccígeo. **Existem 8 pares de nervos cervicais, mas somente 7 vertebras. O primeiro par cervical emerge acima da 1 vertebra cervical. Já o 8 par emerge abaixo da 7 vertebra cervical. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) IMPO: No adulto, a medula não ocupa todo o canal medular, uma vez que termina no nível da 2ª vertebra lombar (LII). Abaixo o canal vertebral contém apenas meninges e as raizes nervosas que formam a cauda equina. **Até o quarto mês de vida intrauterina medula e coluna crescem no mesmo ritmo. Por isso a medula ocupa todo o comprimento da coluna. A partir do quarto mês a coluna começa a crescer mais do que a medula, sobretudo em sua porção caudal. Envoltórios da medula: **A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: dura-máter, arcnóide e pia-máter Dura-máter: Meninge mais externa formada por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente. Envolve toda a medula Os orifícios necessários a à passagem de raízes ficam então obliterados, não permitindo a saída de liquor Aracnóide Se dispõem entre a dura- mater e a pia-máter. Pia-Máter Meninge mais delicada e interna. Ela adere intimamente o tecido nervoso da superfície da medula. Espaços entre as meninges Em relação as meninges que envolvem a medula, existem três cavidades ou espaços: epidural, subdural e subaracnóideo. Espaço epidural Situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno** **As veias desse plexo tem comunicação com as veias da cavidade torácica, abdominal e pélvica. Espaço subdural Situado entre a dura-máter e a aracnoide Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) É uma fenda estreita com pequena quantidade de líquido Espaço subaracnóideo É o mais importante, situado entre a aracnoide e a pia-mater Contem uma quantidade razoável de liquor Entre o nível LII (término da medula) e o nível SII (termino do saco dural e aracnoide) o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de líquido e raízes que formam a cauda equina. Desse modo, é o local utilizado para: Retirada de líquido para fins terapêuticos ou diagnósticos; medida de pressão do liquor; introdução de anestésicos; e administração de medicamentos. Tronco Encefálico Interpõe-se entre a medula e o diencéfalo Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. O tronco encefálico se divide em: Bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e ponte, situado entre ambos. IMPO: O plexo coronoide o IV ventrículo produz o líquido cerebroespinhal Bulbo ou medula oblonga **Controle dos batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, deglutição, transmissão de informações sensoriais motoras (tb da face), aprendizagem de novos movimentos (núcleo olivar) A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos que continuam com os sulcos da medula. Estes sulcos delimitam as áreas anterior, lateral e posterior. Na área ventral do bulbo, observa-se a fissura mediana anterior, e de cada lado dela existe uma pirâmide formada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula- trato corticoespinhal. Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior, temos a área lateral do bulbo, onde se observa uma eminência oval, a oliva, formada por uma grande massa de substancia cinzenta. Ventralmente a oliva emergem, do sulco lateral anterior, os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII). Do sulco lateral posterior, emergem filamentos radiculares que se unem para formar os nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X), além dos filamentos que constituem a raiz craniana do nervo acessório (XI), a qual se une a raiz espinhal vinda da medula. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) A metade caudal do bulbo é percorrida por um estreito canal, continuação direta do canal central da medula, que se abre para formar o IV ventrículo. Entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior está a área posterior do bulbo. Essa é dividida em fascículo grácil e fascículo cuneiforme pelo sulco intermédio posterior. Estes fascículos são constituídos por fibras nervosas ascendentes, provenientes da medula, que terminam em duas massas se subst.. cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme Ponte **Postura corporal, equilíbrio e manutenção do tônus muscular. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilardo osso occipital e o dorso da sela turca do esfenoide. Sua base, situada ventralmente, apresenta estriação transversal em virtude da presença de numerosos feixes de fibras que a percorrem. Esses feixes convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, o pedúnculo cerebelar médio. No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio emerge o nervo trigêmeo (V). Esta emergência se faz por duas raízes, uma maior, ou raiz sensitiva e outra menor , ou raiz motora. Percorrendo longitudinalmente a parte ventral da ponte tem-se a o sulco basilar no qual se aloja a artéria basilar. A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, de onde emergem de cada lado, a partir da linha mediana, o nervo abducente (VI), nervo facial (VII) e nervo vestíbulo-coclear (VIII). Entre o nervo VII e VIII emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensitiva do VII par. Mesencéfalo **Recepção e coordenação da contração muscular, postura corporal e reflexos visuais e auditivos. O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo. É atravessa por um estreito canal o arqueduto cerebral que se une ao III e IV ventrículos. Ventralmente ao teto do mesencéfalo estão os dois pedúnculos cerebrais que, por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento (separado da base pela Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) substancia negra, formada por neurônios que contém melanina), e outra ventral, formada por fibras longitudinais, a base do pedúnculo. Do sulco medial emerge o nervo oculomotor (III) Em vista dorsal, o teto do mesencéfalo apresenta quatro eminências arredondadas, os colículos superiores e inferiores. Caudamente a cada colículo inferior emerge o nervo troclear (IV)- único dos pares que emerge dorsalmente Os colículos se ligam a pequenas eminências ovais do diencéfalo, os corpos geniculados, através de feixes de fibras nervosas denominadas braços dos colículos. **O colículo inferior se liga ao corpo geniculado medial pelo braço do conículo inferior, e faz parte da via auditiva. **O colículo superior se liga ao corpo geniculado lateral pelo braço do coniculo superior e faz parte da via óptica Cerebelo Fica situado dorsalmente ao bulbo e a ponte, contribuindo para a formação do teto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occiptal e está separado do lobo occipital do cérebro por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se a medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e a ponte e ao mesencéfalo pelo pedúnculo cerebelar médio e superior, respectivamente. **O cerebelo é importante para manutenção da postura, equilíbrio, coordenação dos movimentos e aprendizagem de habilidades motoras. Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção impar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam lâminas finas denominadas folhas do cerebelo. Existem também sulcos mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) É constituído de um centro com substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas do cerebelo, revestidas externamente por uma fina camada de substancia cinzenta, o córtex cerebelar. No interior do corpo medular existem quatro pares de núcleos de substancia cinzenta, que são os núcleos centrais do cerebelo: denteado, interpósito, subdividido em emboliforme e globoso, e o fastigal. **Deles saem todas as fibras nervosas eferentes do cerebelo Diencéfalo O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde, pois, ao telencéfalo. O diencéfalo compreende o tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas em relação ao III ventrículo III Ventrículo A cavidade do diencéfalo é uma estreita fenda impar e mediana denominada III ventrículo Continuar... Tálamo Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide, dispostas uma em cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo que participa da delimitação do forame interventricular Na parte posterior encontra-se uma eminência maior, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva e, o corpo geniculado lateral faz parte da via óptica e ambos são considerados por alguns autores como constituindo uma divisão do diencéfalo denominada metatálamo **O tálamo é uma área muito importante do cérebro, relacionada sobretudo com a sensibilidade. Hipotálamo Situado abaixo do tálamo, com importantes funções, relacionadas sobretudo com o controle da atividade visceral. Compreende: corpos mamilares, quiasma óptico (recebe as fibras do nervo óptico), túber cinéreo (local onde prende-se a hipófise), infundíbulo. **Regula o sistema nervoso autônomo e as glândulas endócrinas e é o principal responsável pela homeostase Epitálamo Seu elemento mais evidente é a glândula pineal (melatonina). A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas. A comissura posterior situa-se no ponto em que o Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada como o limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo. A pineal secreta melatonina que tem uma grande importância para o ritmo circadiano. Ela é sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina e o processo de síntese é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas. Durante a noite, este processo é ativado. O epitálamo é formado por: Trígono da Habênula – área triangular na extremidade posterior da tênia do tálamo junto ao corpo pineal. Corpo Pineal – é uma estrutura semelhante a uma glândula, de aproximadamente 8 mm de comprimento, que se situa entre os colículos superiores. Embora seu papel fisiológico ainda não esteja completamente esclarecido, a glândula pineal secreta o hormônio melatonina, sendo assim, uma glândula endócrina. A melatonina é considerada a promotora do sono e também parece contribuir para o ajuste do relógio biológico do corpo. Comissura Posterior – é um feixe de fibras arredondado que cruza a linha mediana na junção do aqueduto com o terceiro ventrículo anterior e superiormente ao colículo superior. Marca o limite entre o mesencéfalo e diencéfalo Subtálamo Zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. Apresenta o núcleo subtalâmico, o qual tem conexões nos dois sentidos com o globo pálido através do circuito pálido-subtálamo-palidal, importante para a regulação da motricidade somática Telencéfalo Compreende os dois hemisférios cerebrais e a lâmina terminal. Os dois hemisférios são unidos pelo corpo caloso e possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares. Cada hemisfério possui três poloso: frontal, occipital e temporal; e três faces: dorsolateral, medial e inferior. A superfície do cérebro do homem apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros cerebrais. A existência dos sulcos permite considerável aumento da superfície sem grande aumento do volume cerebral. Em cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral (de Sylvius) e o sulco central (de Rolando). Os sulcos ajudam a delimitar os lobos cerebrais, querecebem sua denominação de acordo com os ossos do crânio, com os quais se relacionam – lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, existe a ínsula, situada profundamente no sulco lateral. A divisão em lobos não corresponde a uma divisão funcional, exceto pelo lobo occipital, que está todo, direta ou indiretamente, relacionado com a visão Lobo Frontal: Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Sulco Pré-central: mais ou menos paralelo ao sulco central. Sulco Frontal Superior: inicia-se na porção superior do sulco pré-central e dirigi-se anteriormente no lobo frontal. É perpendicular a ele. Sulco Frontal Inferior: partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo. Giro Pré-central: localiza-se entre o sulco central e o sulco pré-central. Neste giro se localiza a área motora principal do cérebro (córtex motor). : localiza-se acima Giro Frontal Superior do sulco frontal superior. Giro Frontal Médio: localiza-se entre o sulco frontal superior e inferior. Giro Frontal Inferior: localiza-se abaixo do sulco frontal inferior. O giro frontal inferior do hemisfério esquerdo é o centro cortical da palavra falada Lobo Temporal: Sulco Temporal Superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e dirige-se para trás paralelamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal. Sulco Temporal Inferior: paralelo ao sulco temporal superior é geralmente formado por duas ou mais partes descontinuas. Giro Temporal Superior: localiza-se entre o sulco lateral e o sulco temporal superior. Giro Temporal Médio: localiza-se entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior. localiza-se Giro Temporal Inferior: abaixo do sulco temporal inferior e se limita com o sulco occípito- temporal. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Lobos Parietal Sulco Pós-central: localiza-se posteriormente ao giro pós-central. É paralelo ao sulco central. Sulco Intraparietal: geralmente localiza-se perpendicular ao sulco pós-central (com o qual pode estar unido) e estende-se para trás para terminar no lobo occipital. Giro Pós-central: localiza-se entre o sulco central e o sulco pós-central. É no giro pós-central que se localiza uma das mais importantes áreas sensitivas do córtex, a área somestésica. Lóbulo Parietal Superior: localiza- se superiormente ao sulco intra- parietal. Lóbulo Parietal Inferior: localiza- se inferiormente ao sulco intraparietal. Neste, descrevem-se dois giros: o giro supramarginal, curvando em torno da extremidade do ramo posterior do sulco lateral, e o giro angular, curvando em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal superior. Lobo Occipital: O lobo occipital ocupa uma porção relativamente pequena da face súpero-lateral do cérebro, onde apresenta pequenos sulcos e giros irregulares e inconstantes. Lobo da Ínsula: O lobo da ínsula é visualizado afastando-se os lábios do sulco lateral. A ínsula tem forma cônica e seu ápice, voltado para baixo e para frente, é denominado de límen da ínsula. Sulco Central da Ínsula: parte do sulco circular, na porção superior da ínsula, e dirige-se no sentido antero- inferior. Divide a ínsula em duas partes: giros longos e giros curtos Sulco Circular da Ínsula: circunda a ínsula na sua borda superior. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Giros Longos da Ínsula: estão localizados posteriormente ao sulco central da ínsula. Giros Curtos da Ínsula: estão localizados anteriormente ao sulco central da ínsula. Núcleos da base: Consideram-se como núcleos da base os aglomerados de neurônios existentes (substância cinzenta) na porção basal do cérebro. Núcleo caudado: relaciona-se em toda a sua extensão com os ventrículos laterais. A cabeça do núcleo caudado funde-se com a parte anterior do putâmen. Os dois núcleos são, em conjunto, chamados de estriado, e têm funções relacionadas sobretudo com a motricidade. Núcleo lentiforme: medialmente relaciona-se com a cápsula interna que separa do núcleo caudado e do tálamo; lateralmente relaciona-se com o córtex da ínsula, do qual é separado por substância branca e pelo claustrum. É dividido em putâmen e globo pálido por uma fina lâmina de substância branca. O globo pálido é subdividido, por outra lâmina de substância branca, em uma porção lateral e outra medial, e tem função sobretudo motora. O núcleo caudado e o núcleo lentiforme constituem o corpo estriado dorsal. Claustrum: é uma delgada calota de substância cinzenta situada entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Separa-se daquele por uma fina lâmina branca, a cápsula extrema. Entre o claustrum e o núcleo lentiforme existe outra lâmina branca, a cápsula externa. Corpo amigdaloide: relacionada com a cauda do núcleo caudado. Tem importante função relacionada com as emoções, em especial com o medo. Núcleo accumbens: massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado. É uma importante área de prazer do cérebro. NERVOS CRANIANOS Nervos craneanos são os que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles liga-se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas o nervo ofatório e óptico, que se ligam, respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo Nervo Olfatório (I) É constituído por feixes nervosos que se originam na parte olfatória da mucosa das fossas nasais, atravessam a lâmina crivosa do osso etmóide e terminam no bulbo olfatório. É um nervo exclusivamente sensitivo, responsável pela condução dos impulsos olfatórios, sendo então classificado como Aferente Visceral Especial. Nervo Óptico (II) Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Constitui-se por feixes de fibras nervosas originadas na região da retina que penetram no crânio através do canal óptico. Os dois nervos ópticos unem-se no quiasma óptico, onde há um parcial cruzamento de suas fibras, que continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral. É um nervo totalmente sensitivo, classificando-se como Aferente Somático Especial. Nervo Oculomotor (III), Nervo Troclear (IV) e Nervo Abducente (VI) São Nervos responsáveis pela inervação dos músculos extrínsecos do Olho, que são os seguintes: Músculo Elevador da Pálpebra Superior, Músculo Reto Superior, Músculo Reto Inferior, Músculo Reto Lateral, Músculo Reto Medial, Músculo Oblíquo Superior, Músculo Oblíquo Inferior. Todos esses músculos são inervados pelo Nervo Óculomotor, excetuando-se o Músculo Reto Lateral(Inervado pelo Nervo Abducente) e o Músculo Oblíquo Superior(Inervado pelo Nervo Troclear). As fibras destes três Pares de Nervos são classificadas como Eferentes Somáticas. Nervo Trigêmeo (V) Possui uma raiz Sensitiva, consideravelmente maior, e uma raiz motora, sendo então considerado um nervo misto. Os Três Ramos ou Raízes do Nervo Trigêmeo, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, são: V.1 – Nervo Oftálmico: Responsável pela sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo. Possui três ramos terminais: nasociliar, frontal e lacrimal. V.2 – Nervo Maxilar: Inerva as partes moles compreendidas entre a pálpebra inferior, nariz e lábio superior. V.3 – Nervo Mandibular: É bastante ramificado, tendo como principais ramos o Nervo Lingual, que proporciona a sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da língua, e o Nervo Alveolar Inferior, que percorre o interior do osso Mandibular. Estas ramificações do Nervo Trigêmeo conduzem tanto impulsos exteroceptivos (temperatura, pressão, dor, tato), como propioceptivos (originados em receptores localizadosnos músculos da mastigação e na ATM). A Raiz motora deste nervo acompanha o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos da mastigação e classificando-se com Eferentes Viscerais Especiais. Nervo Facial (VII) Este Nervo emerge do sulco bulbopontino através de dois componentes: uma raiz motora e uma raiz sensitiva e visceral. Após um percurso pelo meato acústico interno, o Nervo Facial emerge do Crânio pelo forame estilomastóideo, possuindo cinco componentes funcionais. Desses cinco componentes, os três mais importantes são: VII.1 – Fibras Aferentes Viscerais Especiais: Para os Músculos Mímicos, Músculo Estilo- Hióideo, e ventre posterior do Músculo Digástrico. VII.2 - Fibras Eferentes Viscerais Gerais: Responsáveis pela inervação pré-ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) VII.3 – Fibras Aferentes Viscerais Especiais: Recebem impulsos gustativos provenientes dos 2/3 anteriores da língua. Nervo Vestibulo-coclear (VIII) Trata-se de um nervo exclusivamente sensitivo que ocupa, juntamente com os nervos Facial e Intermédio, o meato acústico interno. Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, que, apesar de unidas em um tronco comum, possuem origens, funções e conexões centrais diferentes. A parte vestibular é formada por fibras sensitivas que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, estando relacionada com a manutenção do Equilíbrio do corpo. Já a parte coclear é constituída por fibras originadas nos neurônios sensitivos do gânglio espiral, estando relacionada com a audição. As fibras desse nervo classificam-se como Aferentes Somáticas Especiais. Nervo Glossofaríngeo (IX) É um nervo misto, formado por filamentos que se reúnem para formar o tronco do Nervo Glossofaríngeo, que sai do crânio através do forame jugular. Apresenta dois gânglios: superior(jugular) e inferior(petroso), formados por neurônios sensitivos. Seus componentes funcionais assemelham-se aos do Nervo Facial, sendo o mais importante aquele composto por fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsilas, tuba auditiva, seio e corpos carotídeos. Esse Nervo também é responsável pela inervação da glândula Parótida através de fibras eferentes viscerais gerais. Nervo Vago (X) É o maior de todos os Nervos Cranianos, sendo misto, mas principalmente visceral. Emerge do crânio pelo forame jugular, atravessa o pescoço e o tórax, terminando no Abdome. No Seu longo trajeto o Vago dá origem a vários ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. Assim como os Nervos Facial e Glossofaríngeo, o Nervo Vago apresenta cinco componentes funcionais, dos quais destacam-se três principais: X.1 – Fibras Aferentes Viscerais Gerais: muito numerosas, conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traquéia, esôfago, vísceras do tórax e abdome. X.2 – Fibras Eferentes Viscerais Gerais: responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. X.3 – Fibras Eferentes Viscerais Especiais: Inervam os músculos da faringe e da laringe. O mais importate nervo motor é o nervo laríngeo recorrente. Nervo Acessório (XI) É um nervo formado por uma raiz craniana e uma raiz espinhal. Esta última raiz é formada por filamentos radiculares que constituem um tronco comum que penetra no crânio pelo forame magno. Este tronco une-se com os filamentos da raiz craniana e depois divide-se em um ramo interno, que acompanha o vago, e um ramo externo, que inerva os Músculos Trapézio e Esternocleidomastóideo. As fibras que se originam da raiz craniana e que se unem ao vago são de dois tipos: Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) XI.1 – Fibras Eferentes Viscerais Especiais: Inervam músculos da laringe através do laríngeo recorrente. XI.2 – Fibras Eferentes Viscerais Gerais: Inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais. Já as fibras da raiz espinhal são Eferentes Viscerais Especiais. Nervo Hipoglosso (XII) É um nervo sobremaneira motor que emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar seu tronco. Distribui-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. Suas Fibras são consideradas Eferentes Somáticas. Objetivo 02: Correlacionar as funções e as áreas do encéfalo 1. Cerebelo As principais funções do Cerebelo são: Manutenção do equilíbrio e da postura; controle do tônus muscular; controle dos movimentos voluntários; aprendizagem motora e funções cognitivas específicas 2. Tálamo As principais funções do tálamo são relacionadas com: a sensibilidade, motricidade, comportamento emocional, memória e ativação do córtex 3. Hipotálamo As principais funções do Hipotálamo são: Controle do Sistema nervoso autônomo; Regulação da temperatura corporal; Regulação do comportamento emocional; Regulação do equilíbrio Hidrossalino e da pressão arterial; Regulação da Ingestao de alimentos; Regulação do sistema endócrino; Relação e regulação de ritmos circadianos; Regulação do sono e vigília; e interação do comportamento sexual. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Para manter seu papel básico de controlador das funções viscerais, o hipotálamo mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e do tronco encefálico. O hipotálamo recebe informações sobre a atividade das vísceras, através de suas conexões diretas com o núcleo do trato solitário. Este núcleo recebe toda a sensibilidade visceral, tanto geral como especial (gustação), que entra no sistema nervoso pelos nervos NC VII, IX e X. O hipotálamo anterior controla principalmente o sistema parassimpático. Já a estimulação do hipotálamo posterior controla principalmente o sistema simpático. **Centro de perda de calor: hipotálamo anterior ou pré-optico **Centro de conservação de calor: hipotálamo posterior **Estímulo a alimentação ou Centro da fome: Hipotálamo lateral **Estímulo a saciedade ou Centro da saciedade: Hipotálamo ventromedial 4. Subtálamo Função motora Objetivo 03: Entender a avaliação da consciência e coma (Glasgow e Jouvet) 1. Escala de Glasgow: A Escala de Coma de Glasgow (ECG) surgiu com o objetivo de avaliar o estado de consciência do doente. A avaliação do nível de consciência é o aspecto mais importante da avaliação neurológica, da qual também faz parte a avaliação dos movimentos, dos sinais pupilares e oculares, dos padrões respiratórios e dos sinais vitais. O nível de consciência pode apresentar-se sob um estado de consciência total, de alerta e cooperação, ou numa ausência total de reação a qualquer forma de estímulo externo. Durante a avaliação da consciência, são observados seus dois componentes fundamentais: Estado de vigília: corresponde ao nível mais elementar da consciência, onde o doente reage de maneira apropriada a estímulos verbais e dolorosos. Conhecimento da consciência: diz respeito à avaliação da orientação do doente em relação a si próprio, ao tempo e ao espaço que o rodeia. Através da avaliação do conhecimento da consciência e das respostas do doente, são determinados os graus crescentes de confusão e desorientação. O nível de consciência depende da integridade do córtex cerebral e de sua ativação por uma estrutura do tronco encefálico, chamada Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), localizada na região pontomesencefálica. Para que exista uma alteração do nível de consciência há necessidade que ocorra: lesão ou disfunção de SARA; lesão ou disfunçãointensa e difusa do córtex cerebral ou ambos. A ECG baseia-se na observação de três parâmetros: abertura dos olhos, melhor resposta motora e melhor resposta verbal. Em cada parâmetro, a melhor resposta corresponde a uma pontuação e Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) pelo somatório obtém-se um valor que caracteriza o estado de consciência do doente. Os scores são: Score máximo (15): pessoa desperta e totalmente alerta Score igual ou inferior a 8: associado ao coma com prognóstico reservado Score mínimo (3): doente num coma profundo, completamente não responsivo Abertura ocular: O indicador abertura ocular está diretamente ligado à aparência de vigília que é um parâmetro de avaliação do funcionamento do mecanismo de ativação do córtex cerebral, ou seja, do SARA. Os nervos cranianos envolvidos na motricidade ocular são o III, o IV e o VI, cujos núcleos localizam-se no mesencéfalo e ponte, portanto apresentando íntima relação com o SARA. Os núcleos desses nervos estão intimamente relacionados através do fascículo longitudinal medial. Pela proximidade e associação destes com o SARA, a análise adequada da motricidade ocular extrínseca (MOE) horizontal é fundamental em casos de alteração do estado de consciência, permitindo concluir se há integridade dessa estrutura. Resposta verbal: A resposta verbal quando presente de forma coerente indica o mais alto grau de integração do Sistema Nervoso Central. **Se o paciente estiver intubado, a Escala de Coma de Glasgow possui apenas a abertura ocular e a resposta motora e então, um “T” é acrescentado para assinalar a incapacidade de resposta verbal. Resposta motora: A posição decorticada é a postura observada em casos de “ superior, isto é, cujo córtex cerebral não está ” S Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) quando em posição decorticada mantém-se deitado, numa postura imóvel e muito rígida. Quando aplicado algum estímulo, pode haver uma exacerbação da postura, podendo o tronco apresentar-se em opistótono, ou seja, arqueado A via motora se estende do giro pré-central até a porção baixa do tronco (bulbo), onde decussa para o lado oposto para atingir a medula cervical. Pela extensão, é comumente afetada em lesões estruturais do sistema nervoso central (SNC). Por isso, a presença de sinais motores focais, geralmente assimétricos, sugere doença estrutural, com raras exceções. A avaliação do padrão motor deve se basear na observação da movimentação espontânea do paciente, pesquisando tônus e reflexos (como a pesquisa do sinal de Babinski) e verificando o padrão motor à estimulação dolorosa em leito ungueal, região supra-orbitária e esterno. Com isso caracterizamos alguns padrões motores localizatórios: hemiparesia com comprometimento facial: lesão acima da ponte contralateral; Decorticação: lesão ou disfunção supratentorial; Descerebração: lesão ou disfunção de tronco encefálico ou até diencéfalo; Ausência de resposta: lesão periférica, pontina ou bulba A aplicação dessa escala é rápida, de fácil compreensão e permite concordância entre avaliadores. Por isso, ela tem sido usada frequentemente, principalmente nos quadros agudos e de trauma. Nessa escala a maior dificuldade está no indicador melhor resposta motora, para diferenciação entre os itens: padrão flexor, retirada inespecífica e localiza estímulos. 2. Escala de Jouvet: Nessa escala são avaliados dois parâmetros: perceptividade e reatividade. Dentro do parâmetro reatividade é considerada a reatividade inespecífica; específica e autonômica. Os indicadores utilizados para essa avaliação são os apresentados por Jouvet para realização da avaliação clínica e incluem: execução de ordem escrita; orientação no tempo e espaço; execução de ordem verbal e reflexo de "blinking" - na avaliação da perceptividade. Para avaliação de reatividade inespecífica é verificada a presença de reação orientada e reação de despertar. A reatividade específica ou reação à dor é determinada a partir da observação de mímica facial, reatividade vocal, reação de despertar, retirada de membros, perante aplicação de estímulo doloroso. A reatividade autonômica é avaliada pela observação de variações respiratórias, mudanças vasomotoras, mudanças no ritmo cardíaco, mudanças no tamanho pupilar após estimulação dolorosa. Perceptividade: Para avaliação desse parâmetro é aplicado os seguintes testes. O 1º teste consiste em solicitar ao paciente para obedecer uma ordem escrita: "feche os olhos" ou "ponha a sua língua para fora". O 2º teste é elaborado para testar a orientação no tempo e espaço: "Você sabe onde está? Você sabe que dia estamos? Que mês? Que ano?". No 3º teste é analisada a habilidade do paciente em obedecer um comando oral "feche seus olhos" ou "ponha a sua língua para fora". O 4º teste é para verificar e reflexo de "blinking" que consiste no fechamento dos olhos aos estímulos visuais de ameaça (5). Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) No parâmetro perceptividade o indivíduo é classificado em cinco categorias: P1- indivíduos com nenhuma perda de consciência, neurologicamente normais no que se refere ao nível de consciência. Estes pacientes devem receber pontuação máxima também nos itens referentes aos 3 tipos de reatividade P2- representa "obnubilação "; estes pacientes estão desorientados no tempo e no espaço ou são incapazes de obedecer a um comando escrito, porém executam ordens verbais; P3- representa o que tem sido reconhecido classicamente como "torpor". Inclui indivíduos com pobre compreensão da linguagem. Para eles, uma ordem verbal precisa ser repetida muitas vezes antes de ser obedecida e mesmo assim o faz lentamente. Apresenta o reflexo de "blinking" normal; P4- refere-se a pacientes que apresentam somente resposta a "blinking" (fechamento dos olhos aos estímulos visuais de ameaça); P5- para aqueles incluídos nessa categoria, toda a percepção está ausente, indicando um distúrbio orgânico ou funcional dos neurônios corticais. Reatividade: Na reatividade inespecífica é considerado reação orientada positiva, aquela reação do indivíduo que quando tem seus olhos abertos, volta o olhar para o lado da cama onde ocorreu o barulho forte ou chamaram o seu nome; e a reação de despertar é considerada presente quando o indivíduo abre os olhos pelo estímulo de alguma manobra que é realizada. Quanto a reatividade inespecífica pode-se designar o indivíduo em três grupos: R1- inclui os indivíduos que mostram uma reação orientada positiva com seus olhos abertos e uma reação positiva de despertar com os olhos fechados; R2- inclui aqueles que perdem a reação orientada com os olhos abertos, mas puderam ainda abrir seus olhos quando desafiados; R3- inclui indivíduos que perdem a capacidade de apresentar reação de despertar. Na reatividade à dor pode-se dividir os pacientes em quatro grupos: D1- é o grupo que apresenta reação normal. Há mímica característica, o choro e a retirada do membro; D2- ocorre perda da reação facial e vocal para dor, apresenta reação de despertar quando estimulado durante o sono e pode ainda retirar o membro; D3- os indivíduos incluídos nesses grupos apresentam como reação à dor somente a retirada do membro; D4- neste grupo são incluídos os pacientes com perda de todas as formas de reação à dor. Na reatividade autonômica é avaliada a resposta do sistema nervoso autônomo à estimulação dolorosa. A reação à dor causa um período de apnéia seguido por uma mais duradoura taquipnéia. O ritmo cardíaco pode acelerar ou diminuir,é freqüente mudanças vasomotoras ocasionando rubor, sudorese. Midríase também é muito comum. Neste indicador os pacientes são incluídos em dois grupos: Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) V1- inclui aqueles indivíduos que apresentam reações neuro-vegetativas ao estímulo doloroso; V2- são classificados nesse grupo aqueles que nenhuma reação autonômica à dor pode ser notada. A pontuação final nessa escala é dada pela somatória dos números que seguem as letras de cada item avaliado. Objetivo 04: Compreender os mecanismos da formação de memoria (circuito de papez) Memória é a capacidade de se adquirir, armazenar e evocar informações 1. Tipos de Memória Os dois critérios mais importantes são: a natureza da memória e o tempo de retenção do evento memorizado. Quanto ao primeiro critério distinguem-se dois tipos: memória declarativa (pode ser descrita por meio de palavras ou símbolos) e memória não-declarativa ou de procedimento (não podem ser descritos de maneira consciente). Neste caso, encontra-se a memória de procedimentos ou memória motora através da qual as pessoas aprendem sequencias motoras que lhes permitem executar tarefas como nadar e andar de bicicleta. Quanto ao segundo critério distinguem-se três tipos: memória operacional, ou de trabalho; memória de curta duração e memória de longa duração. Memória operacional, ou de trabalho Este tipo de memória permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, durante o tempo suficiente para dar sequencia a um raciocínio. Uma pessoa com um déficit de memória operacional, como ocorre nas primeiras fases do Alzheimer, não consegue lembrar onde colocou um objeto segundos depois Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) O córtex pré-frontal determina o conteúdo da memória operacional que será selecionado para armazenamento, conforme a relevância do conteúdo naquele momento. Para isso, ele tem acesso as diversas áreas mnemônicas do córtex cerebral e verifica na memória curta ou longa se essa informação já existe ou não, e se vale guardar como memória curta ou longa. Memória de curta ou longa duração A memória de curta duração permite a retenção de informação por horas até que seja armazenada de forma mais duradoura Segundo Izquierdo, a memória de curta duração dura de 3 a 6 horas A memória de longa duração necessida de um mecanismo mais complexo **Esses dois tipos de memória dependem do hipocampo. 2. Áreas telencefalicas relacionadas com a memória: Hipocampo **Responsável pela consolidação das memórias É uma eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral acima do giro para-hipocampal Constituído de Arquicórtex O hipocampo recebe, através do córtex entorrinal, aferências de grandes áreas neocorticais e através do fórnix projeta-se aos corpos mamilares do hipotálamo Recebe também fibras da amigdala, que reforçam a memória de eventos associados a situações emocionais. O grau de consolidação da memoria pelo hipocampo é modulado pela aferência que ele recebe da amigdala. Essa consolidação é maior quando a informação a ser memorizada está associada a um evento de grande importância. **O hipocampo é responsável também pela memória espacial ou topográfica Giro denteado É um giro estreito e denteado situado entre a área entorrinal e o hipocampo. Sua estrutura é formada por apenas uma camada de neurônios (substancia cinzenta) Córtex Entorrinal Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Ocupa a maior parte do giro para-hipocampal medialmente a sulco rinal É um tipo de córtex primitivo (arquicortex) Recebe fibras do fórnice e envia fibras ao giro denteado que, por sua vez, se liga ao hipocampo **O córtex entorrinal funciona como um portão de entrada para o hipocampo, recebendo as diversas conexões que a ele chegam. Lesão no córtex entorrinal, mesmo estando intacto o hipocampo resulta em grande déficit de memória. O córtex entorrinal geralmente é o primeiro afetado na doença de Alzheimer Córtex para-hipocampal Ocupa a parte posterior do giro para-hipocampal continuando-se com o córtex cingular posterior a nível do istmo do giro do cíngulo Estudos de neuroimagem mostram que o córtex para-hipocampal é ativado pela visão de cenários, especialmente mais complexos, como uma rua ou paisagem. Entretanto a ativação só ocorre com cenários novos e não com os já conhecidos. **É ativado para memorizar cenários novos Pacientes com lesão no giro para-hipocampal são incapazes de memorizar cenários novos., embora consigam evocar cenários já conhecidos. Isso mostra que o córtex para-hipocampal não é o local de armazenamento de cenários (ele é ativado para memorizar os cenários novos). Deve-se armazenar em outras áreas, muito provavelmente no isocórtex, pis cenários antigos são lembrados Córtex cingular posterior O córtex cingular posterior, em especial a parte situada atrás do esplênio do corpo caloso, recebe muitas aferencias dos núcleos anteriores do tálamo que, por sua vez, recebem aferências do corpo mamilar pelo trato mamilotalâmico, integrando o circuito de papez O córtex cingular posterior está também relacionado com a memoria topográfica, ou seja, a capacidade de se orientar no espaço e memorizar caminhos e cenários novos, bem como evocar os já conhecidos. **lesão resulta na desorientação e incapacidade de encontrar caminhos já memorizados Área pré-frontal dorsolateral Tem diversas funções, entre elas o processamento da memória operacional O processamento da memória se faz na parte dorsolateral da área pré-frontal Áreas de associação do neocórtex Nessas áreas são armazenadas as memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Diferentes categorias de conhecimento são armazenadas em locais diferentes do neocórtexe podem ser lesadas separadamente 3. Áreas diencefálicas relacionadas com a memoria As estruturas diencefálicas envolvidas com a memoria são os corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferencias do córtex entorrinal e do hipocampo pelo fórnix e que, através do trato mamilotalâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo. 4. Mecanismo de formação das memórias Em relação a memória de trabalho, ocorre uma excitação prolongada das espinhas dendríticas das sinapses da área pré-frontal. Entretanto, essa excitação permanece por pouco tempo, como é característico da memoria de trabalho. Nos neurônios relacionados com a memoria ocorrem complexas reações químicas, envolvendo uma cascata de segundos-mensageiros, ao final das quais há ativação de alguns genes que determinam a transcrição de proteínas utilizadas na formação de novas sinapses ou na ampliação da área pre-sinaptica. Assim, na consolidação da memoria na Aplysia (molusco marinho que foi estudado), o numero de sinapses dobra, podendo diminuir com o tempo, na etapa do esquecimento. O mesmo fenômeno ocorre na consolidação das memorias de curto e longo prazo em mamíferos, como pode ser avaliado pelo aumento das espinhas dendriticas. Assim, a consolidação da memoria decorre da plasticidade sináptica. CIRCUITO DE PAPEZ O circuito de papez é composto pelo hipocampo, fornix, corpo mamilar, trato mamilotalamico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente o hipocampo, fechando o circuito. Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | Medicina UNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores) Módulo de Neuro Carolina Lucchesi | MedicinaUNIT **Nervos aferentes (sensitivos) e nervos eferentes (motores)
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