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METODOLOGIA-DO-ENSINO-DE-GEOGRAFIA


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1 
 
METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA 
 
 
 
 
2 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Sumário 
FACULESTE ............................................................................................................... 2 
Metodologia de Ensino ............................................................................................. 5 
Método tradicional ............................................................................................................. 6 
Método Construtivista ........................................................................................................ 8 
Método Sociointeracionista ................................................................................................ 9 
Método Montessoriano .................................................................................................... 10 
Método Waldorf ............................................................................................................... 12 
Método Freireano ............................................................................................................ 12 
Metodologias Ativas ......................................................................................................... 14 
Aprendizagem baseada em projetos ............................................................................. 15 
Sala de aula invertida .................................................................................................... 15 
Gamificação .................................................................................................................. 15 
Ensino híbrido ............................................................................................................... 16 
Metodologias de ensino em Geografia: formas neutras ou instrumento para 
construção de compreensão do conhecimento? ................................................. 16 
Sugestões de trabalho ............................................................................................ 20 
Aula expositiva ................................................................................................................. 21 
Estudo do meio ................................................................................................................ 21 
Construção de maquetes .................................................................................................. 23 
Tempestade de ideias - Brainstorming.............................................................................. 25 
Uso de jornais e revistas ................................................................................................... 25 
Referências .............................................................................................................. 27 
 
 
 
4 
Introdução 
Para começo de conversa e para um bom aprendizado, o educador precisa 
conhecer os objetivos da Geografia e do ensino da geografia escolar e compreender 
quais as implicações do objeto da ciência na práxis educativa. 
 
Figura 1 – Metodologia do Ensino de Geografia 
Por quê? 
Primeiro porque esse conhecimento acerca dos objetivos da ciência 
geográfica e seus desdobramentos para construir a geografia escolar dinâmica e 
transformadora vai exigir do professor mais do que apenas o conhecimento do 
conteúdo, ele precisa redimensionar seus valores para não se deixar levar por 
opiniões que oprimam o pensamento e o conhecimento prévio dos seus alunos. Os 
desafios e tendências atuais do ensino de geografia serão abordados visando uma 
compreensão metodológica ampla, o que torna necessário pensá-las 
constantemente sobre os vários elementos que podem ser utilizados para possibilitar 
uma aprendizagem contextualizada e significativa. 
 
 
5 
Segundo: a Geografia tem muito a contribuir na formação dos alunos ao 
fornecer um conjunto de saberes que lhes serve de instrumental teórico de 
interpretação do mundo para melhor apreendê-lo e nele atuar. Por tratar do espaço 
geográfico presente, estudando os processos pretéritos que o construíram e 
possibilitando refletir sobre seu futuro, ela deve atender às diversas inquietações dos 
estudantes quando deparam com os mais diversos objetos e ações que se 
materializam no território ou nele transitam. 
Terceiro: por seu caráter interdisciplinar, por fazer uso de conhecimentos das 
mais diversas áreas, como economia, sociologia, agronomia etc., a geografia 
apresenta, na escola, um vasto conjunto de elementos significativos da cultura que 
permite aos alunos obter uma visão menos fragmentada da realidade, compreender 
como o espaço é produzido pela sociedade e nele atuar de modo consciente e 
crítico (CAMPOS, 2010). 
Feitas estas considerações básicas, mas essenciais ao educador, vamos ao 
que interessa, começando por entender o que vem a ser metodologia de ensino. 
 
Metodologia de Ensino 
 Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo 
significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. 
Método é o processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar 
ao conhecimento. 
Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos praticados 
em determinada área para a produção do conhecimento. 
 
A metodologia consiste em uma meditação em relação aos métodos lógicos e 
científicos. Inicialmente, a metodologia era descrita como parte integrante da lógica 
que se focava nas diversas modalidades de pensamento e a sua aplicação. 
Posteriormente, a noção que a metodologia era algo exclusivo do campo da lógica 
foi abandonada, uma vez que os métodos podem ser aplicados a várias áreas do 
saber. 
 
 
6 
Cada área possui uma metodologia própria: 
A metodologia científica é a disciplina que trata do método científico. É a 
estrutura das diferentes ciências, e se baseia na análise sistemática dos fenômenos 
e na organização dos princípios e processos racionais e experimentais. Permite, por 
meio da investigação científica, a aquisição do conhecimento científico. 
Uma metodologia de pesquisa pode variar de acordo com a sua natureza. 
Assim, uma pesquisa pode ser qualitativa, quantitativa, básica ou aplicada. 
A metodologia do trabalho científico, por exemplo, para a realização de um 
trabalho de conclusão de curso (vulgarmente denominado TCC), é a parte em que é 
feita uma descrição minuciosa e rigorosa do objeto de estudo e das técnicas 
utilizadas nas atividades de pesquisa. 
A metodologia de ensino é a aplicação de diferentes métodos no processo 
ensino-aprendizagem. Os principais métodos de ensino usados no Brasil são: 
método Tradicional (ou Conteudista), o Construtivismo (de Piaget), o 
Sociointeracionismo (de Vygotsky) e o método Montessoriano (de Maria Montessori) 
(https://www.significados.com.br/metodologia/). 
A metodologiade ensino compreende todas as ferramentas que os 
educadores utilizam para transmitir os seus conhecimentos aos alunos. Cada 
professor utiliza um método para tal, em busca da melhor forma de motivar crianças 
e jovens, direcionando-os ao aprendizado. 
Logo, é possível perceber que uma metodologia de ensino é a soma de 
atitudes que molda a forma como os professores ministram as suas aulas e lidam 
com o conhecimento transmitido aos seus alunos. Nesse processo, podem ser 
utilizadas ferramentas como a leitura, os recursos visuais (filmes, vídeos do 
YouTube, videoaulas ou qualquer gravação) e sonoros. 
 
Método tradicional 
A metodologia tradicional de ensino parte do princípio em que o professor é o 
narrador dos fatos e os alunos, os ouvintes. Dentro do espaço da sala de aula, o 
https://www.significados.com.br/metodologia/
 
 
7 
educador prepara o conteúdo previamente e o transmite aos estudantes, que têm a 
função de assimilar e memorizar o que foi ensinado. 
 
Figura 2 – Método tradicional: professor fala, aluno escuta 
 
Para saber se os estudantes conseguiram cumprir o seu papel nessa 
equação, a metodologia aposta em avaliações e trabalhos valendo nota. O professor 
representa o protagonismo, sendo o detentor do conhecimento e a autoridade 
máxima para os seus alunos. A interação que existe entre eles se limita a esse 
modelo em que uma das partes ensina e a outra aprende. 
O ensino na metodologia tradicional é feito a partir de aulas padronizadas e 
materiais prontos, comumente em forma de apostilas. Por meio desses recursos, os 
alunos estudam com o objetivo de adquirir conhecimentos técnicos e alcançar boas 
notas. Para auxiliar aqueles que não conseguem atingir o mínimo solicitado pela 
escola, existem as atividades de recuperação. 
Além disso, os alunos são incentivados a atingir as notas mais altas, 
buscando sempre a superação. Em vista disso, essa metodologia prova-se ideal 
para um sistema em que, para ter acesso a universidades e complementar o ensino 
com um diploma universitário, é necessário ter boas colocações nos vestibulares. 
Por essa razão, muitas pessoas - inclusive pais e professores - apostam 
nessa metodologia como uma das mais seguras para crianças e jovens. Afinal, eles 
têm todas as ferramentas necessárias para chegarem preparados aos exames e 
conquistar boas posições. Ademais, é um dos modelos mais utilizados pelas escolas 
no Brasil, no entanto, não é um modelo que podemos considerar autônomo e crítico. 
 
 
8 
 
Método Construtivista 
Ao contrário da metodologia tradicional de ensino, na escola construtivista, o 
aluno se torna o protagonista de seu aprendizado. O educador, nesse cenário, é o 
responsável por facilitar esse processo, oferecendo o necessário para que o 
discente aprenda. 
A ideia surgiu por meio do trabalho do psicólogo suíço Jean Piaget. Ele 
acreditava que existia uma construção do conhecimento por meio das interações 
entre o meio e os sujeitos. As turmas, nesse caso, precisam ser menores, de modo 
que as experiências pelas quais os alunos passam contribuam para o seu 
aprendizado. 
Além disso, com salas de aulas mais reduzidas, os educadores podem 
acompanhar mais de perto os alunos, personalizando a forma de ensino de acordo 
com as necessidades deles. Por ser um mediador, o professor cria situações para 
estimular essa construção do conhecimento, respeitando o tempo de cada 
estudante. 
 
Figura 3 - Construtivismo 
 
 
 
9 
Na escola construtivista, não há, necessariamente, avaliações, pois se 
entende que o aluno vai construindo o seu raciocínio lógico em sala de aula dia após 
dia. Ele participa de debates, expondo a sua opinião sobre os mais diversos 
assuntos, e é incentivado por meio da prática a aprender. 
 
Método Sociointeracionista 
Uma vertente da metodologia de ensino tradicional é a sociointeracionista. 
Nesse modelo, os alunos são motivados por meio de atividades em equipe - 
recursos importantes para aproximá-los de seus colegas - e, logo, desenvolvendo 
habilidades socioemocionais. 
Criado por Vygosky, esse método entende o homem e seu desenvolvimento 
numa perspectiva sociocultural, ou seja, percebe que o homem se constitui na 
interação com o meio em que está inserido, sendo importante afirmar que essa 
interação entre homem e meio é considerada uma relação dialética, já que o 
indivíduo não só internaliza as formas culturais como também intervém e as 
transforma (RESENDE, 2009). 
O contato que o indivíduo tem com o meio e com seus iguais é mediado por 
um conhecimento e/ou experiência assimilado anteriormente, uma vez que o 
indivíduo não tem contato direto com os objetos, e sim mediado. Por isso, ele tem a 
sua teoria como socioconstrutivista, pois percebe que interação é mediada por 
várias relações, diferentemente do construtivismo, em que o sujeito age diretamente 
com o objeto (MAGALHÃES, 2007). 
Os alunos são incentivados a inovar, liderar projetos, criar soluções e lidar 
com outras pessoas. Eles são reconhecidos tanto por seus resultados conquistados 
quanto pelo esforço que empregaram nesse percurso. A escola que cria raízes 
sociointeracionistas acredita que o conhecimento é construído aos poucos, tendo o 
professor como um condutor até o aprendizado. 
A intenção é que esses alunos, com todos esses benefícios, desenvolvam 
habilidades socioemocionais, como: 
a) Proatividade. 
 
 
10 
b) Pensamento crítico. 
c) Colaboração com colegas. 
d) Criatividade. 
e) Perseverança. 
 
Método Montessoriano 
 
Diferentemente das metodologias em que o professor é um condutor do 
ensino ou mesmo o próprio protagonista do processo, nas escolas montessorianas 
há o profissional observador (A escola montessoriana foi criada por Maria 
Montessori, educadora, médica e pedagoga italiana). Esse educador, no caso, tem o 
objetivo de monitorar bem de perto o aprendizado de crianças e jovens, verificando a 
evolução e descobrindo as razões que bloqueiam o seu aprendizado, de fato. A 
avaliação é feita, então, por meio dessa observação. 
O currículo dessas escolas é multidisciplinar. Elas acreditam que as 
experiências são a melhor forma de aprendizado, já que unem diferentes disciplinas 
para tal. Além disso, deixam todos os objetos das salas de aula ao alcance das 
crianças, para motivar o aprendizado por meio dos sentidos. 
 
 
11 
 
Figura 4 – Escola Montessoriana 
Os princípios que caracterizam o conceito Montessori são: 
a) Educar para a paz: construindo cidadãos para que, desde pequenos, 
respeitem as outras pessoas e saibam conviver em sociedade; 
b) Educar pela ciência: os conceitos científicos devem guiar a aprendizagem dos 
alunos; 
c) Educação cósmica: além do respeito às pessoas, é ensinado a respeitar a 
natureza, vivendo de forma harmônica. 
Um dos ingredientes de sucesso da escola montessoriana é a autoeducação. 
Como cada aluno tem o seu ritmo de aprendizado, dando um passo de cada vez, 
entende-se que alguns consigam avançar mais rápido do que outros, por exemplo. 
Os materiais de uso mais fácil ficam na altura de seus olhos e à esquerda, 
enquanto os mais difíceis ficam embaixo e à direita. Como é possível perceber, essa 
organização acompanha a lógica da escrita, deixando o ambiente intuitivo para que 
a criança e o jovem comecem do simples e vão progredindo no aprendizado. 
Um dos diferenciais dessa metodologia é que as turmas são formadas por 
alunos de diferentes idades. Isso favorece que os mais velhos transmitam as suas 
 
 
12 
experiências aos mais novos, formando uma comunidade. Cada um deles pode 
escolher as atividades que sejam de seu interesse e o local onde desejam trabalhar. 
 
Método Waldorf 
O educador austríaco Rudolf Steiner foi o responsável por criar a metodologia 
Waldorf. Sua abordagem é mais humanista, visando ao aprendizado equacionado e 
interdisciplinar, com o auxílio de elementos artísticos e práticos. O intuito é que a 
vivência das criançasesteja em primeiro lugar, antes mesmo que a teoria. 
Em outras palavras, os alunos aprendem tudo que é exigido pelas normas 
educacionais por meio do exercício da liberdade e do desenvolvimento moral. O 
ensino é mais lúdico e não há uso de materiais prontos ou livros didáticos. 
Em escolas que utilizam a metodologia Waldorf, é comum ver os alunos 
ajudando em processos culinários ou participando de aulas de dança, música, teatro 
e tricô. A Unesco, inclusive, considera-a um método pedagógico inclusivo, que 
ensina a lidar com o diferente e a respeitar a diversidade por meio dessas 
atividades. 
Mas não pense que a metodologia Waldorf funciona somente para crianças. 
Como lida com a vivência dos estudantes, o seu princípio é se desenvolver lado a 
lado com eles. Nos primeiros 7 anos de ensino, cada educador é responsável por 
uma turma, ensinando todas as disciplinas. No período de Ensino Médio, há 
professores especialistas para matérias específicas — porém, o jovem ainda 
mantém o convívio com o tutor. 
As avaliações são realizadas de forma diária, mas não testam os 
conhecimentos sobre as matérias. A escola com essa metodologia acompanha o 
aproveitamento dos estudantes, bem como o seu comportamento. 
 
Método Freireano 
Paulo Freire é um dos educadores mais conhecidos do Brasil. A proposta de 
sua metodologia é que os alunos compreendam aspectos da vida em sociedade, 
fazendo uma “leitura do mundo”, antes de entrarem em contato com as palavras. 
 
 
13 
 
Figura 51 – Paula Freire 
 
Segundo o método freireano, há três fases no processo de desenvolvimento 
do pensamento crítico. São elas: 
a) Investigação temática: o professor deve conhecer a fundo o aluno, desde o 
seu contexto social até as suas aptidões. A partir disso, ele planeja as 
temáticas a serem trabalhadas durante as aulas. Ou seja, o aprendizado é 
pautado nas experiências de vida dele; 
b) Tematização: professores e alunos, juntos, passam por um processo de 
decodificação desses temas escolhidos. Então, definem um problema, 
relacionado ao assunto, que se tornará um projeto; 
c) Problematização: é quando a visão crítica começa a tomar forma. Os alunos 
são incentivados a colocar a mão na massa e procurar soluções para o 
problema. 
Nesse contexto, o diálogo se apresenta como a melhor ferramenta de 
aprendizado. Munido de confiança, o aluno passa a entender o mundo por meio do 
conhecimento e a educação se torna uma forma de liberdade. 
 
1 A obra é um painel, de 1,00m x 1,50m, que o artista Luiz Carlos Cappellano produziu, em 2008, 
para o prédio do CEFORTEPE – Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa Educacional “Prof. 
Milton de Almeida Santos”, da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, no estado de São 
Paulo. Em termos artísticos, é uma pintura naïf. 
 
 
14 
 
Metodologias Ativas 
 
As metodologias ativas consistem em um modelo de aprendizagem que tem 
como maior objetivo tornar o estudante motivado, interessado e engajado ao longo 
de todo o período letivo. Ou seja, tal formato apresenta um novo paradigma na 
educação, que transforma a relação do educador com o discente. 
Dessa maneira, o aluno passa a ser o principal protagonista do processo de 
ensino, sendo que o professor assume a função de orientador ou mediador do 
conhecimento. Isso abre espaço para a interação e a participação cada vez mais 
proeminente dos estudantes na construção do saber. 
Com isso, as metodologias ativas podem ser implementadas de diversas 
formas na escola. Abaixo temos algumas das mais comuns utilizadas no contexto 
educacional. 
 
 
Figura 6 – Metodologias ativas 
 
 
 
15 
Aprendizagem baseada em projetos 
A aprendizagem baseada em projetos tem como intuito estimular os discentes 
para que aprendam por meio de desafios. Assim, é preciso que o estudante se 
esforce para encontrar, de maneira colaborativa com os outros colegas, possíveis 
soluções para os problemas apresentados pelo professor em sala de aula. Isso 
contribui, principalmente, para o desenvolvimento de um perfil investigativo e crítico 
perante a realidade, fazendo com que o conhecimento seja construído de maneira 
consistente. 
 
Sala de aula invertida 
No contexto da sala de aula invertida, ao contrário do modelo tradicional, o 
aluno tem acesso aos conteúdos antecipadamente. Sendo assim, tendo um 
conhecimento prévio das disciplinas, o professor pode elaborar e planejar melhor as 
aulas e utilizar, sempre que possível, recursos e ferramentas que complementem o 
aprendizado, como vídeos, imagens, textos, entre outros materiais. 
 
Gamificação 
Estratégias como a gamificação são responsáveis por favorecer a 
aprendizagem e contribuir para que o discente seja protagonista de seu próprio 
processo de ensino. Ela consiste, basicamente, na utilização de jogos que 
estimulam o pensamento crítico, a motivação e a dedicação para os momentos de 
estudo. 
Assim, quando aliada a conteúdos digitais, a gamificação pode ser muito bem 
aproveitada também pelo educador, que terá uma visão mais ampla do desempenho 
em sala de aula, entendendo o que deve ser modificado para atender às 
necessidades dos discentes. 
 
 
 
16 
Ensino híbrido 
No ensino híbrido, ocorre a junção do ensino tradicional com outros formatos 
e métodos, como a educação a distância. Nesse sentido, a tecnologia tem um papel 
fundamental, fazendo com que a transmissão do conhecimento ocorra de forma 
mais aprofundada e sólida. Isso permite que o aluno busque, de forma autônoma, 
por fontes, informações e dados que complementem o que foi passado em sala, 
tornando o aprendizado mais dinâmico e eficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metodologias de ensino em Geografia: formas neutras ou 
instrumento para construção de compreensão do 
conhecimento? 
 
Cavalcante (2013) adverte que as metodologias não são meras formas 
neutras nas quais se depositam conteúdos. Os conteúdos em suas especificidades 
pedem coerência nas suas formas de produção/transmissão/produção. As 
metodologias são evidentemente formuladas mediante concepção de homem, de 
mundo e de educação e, portanto, veiculam teoria. 
 
 
17 
Podemos afirmar então que a metodologia não deve ser vista como mero 
instrumento que leva ao conhecimento, mas sim, como conhecimento que é 
instrumento do professor no seu cotidiano. 
No caso da Geografia é um instrumento na construção da compreensão da 
produção/organização do espaço geográfico, junto aos alunos, com vistas, a partir 
do entendimento das mediações espaciais, estudar a sociedade. Para fazê-los se 
entenderem como determinados e determinantes do/no espaço, os professores 
precisam também se comprometer como determinados/determinantes no espaço 
social e, particularmente, no espaço da escola (CAVALCANTE, 2013). 
O método é algo ligado, de modo inextricável, à epistemologia, sendo 
impossível separar metodologia da teoria do conhecimento. Portanto quando nos 
referimos à metodologia do ensino de geografia precisamos posicionar de que 
Geografia estamos falando. Se estamos falando de uma Geografia que têm seus 
estatutos epistemológicos ainda fundados na concepção denominada hoje de 
tradicional nos círculos geográficos, que ainda vemos ensinada em muitos lugares, 
por muitos professores e presente num grande número de livros didáticos, não 
causa nenhum espanto se a metodologia desenvolvida por estes professores estiver 
calcada na pura e simples descrição dos fenômenos físicos e humanos. Neste 
sentido, é fundamental para a compreensão da questão do método/metodologia de 
Geografia o entendimento/leitura/relação com a epistemologia da Geografia 
(CAVALCANTE, 2013). 
Se na geografia tradicional as crianças só podem memorizar o que veem, e 
não conseguem a pensar o espaço geográfico imediatamente vivido e relacioná-los 
a outros espaços geográficos, é preciso buscar novos caminhos para o 
conhecimento geográfico chegar de formaque os alunos possam ser mais analistas 
e críticos, concordam? 
Então, se nossa intenção for, como professores de Geografia, a de ajudar a 
formar cidadãos, é preciso que as crianças aprendam a pensar seus espaços 
geográficos desde cedo. Para isso é fundamental entrar em contato com as 
experiências sociais tecidas no seu fazer cotidiano. Tentando considerar como é que 
meninos e meninas veem as coisas onde suas vidas são vividas, como se 
relacionam com os grupos sociais nos locais por onde circulam, quais são as 
 
 
18 
representações sociais que tem desses lugares. Enfim, considerar a realidade em 
que as crianças estão inseridas, levando em conta as informações que já possuem e 
as experiências vivenciadas (CAVALCANTE, 2013). 
Contextualizar o ensino de Geografia é perceber o mundo, considerar o saber 
que retrata a realidade e entender a educação como forma de intervenção no 
mundo, comprometida com a condição de educador e com a realidade social dos 
alunos. 
Anote aí: 
O conhecimento disciplinar deve ser dinâmico para poder gerar novos 
conhecimentos. 
Callai (1999) ensina que ao construir conceitos, o aluno realmente aprende, 
por exemplo, a entender um mapa, a compreender o relevo, o que é região, nação, 
município. Ao conhecer, analisar e buscar explicações para compreender a 
realidade que está sendo vivenciada no seu cotidiano, ao extrapolar para outras 
informações e ao exercitar a crítica sobre essa realidade, ele poderá abstrair essa 
realidade concreta, ir teorizando sobre ela e ir construindo o seu conhecimento. Ao 
construir conceitos, o aluno aprende e não fica apenas na memorização. 
A construção de conceitos é, assim, uma habilidade fundamental para a vida 
cotidiana, uma vez que possibilita às pessoas organizar a realidade, estabelecer 
classes de objeto, trocar experiências com o outro, construir conhecimento. Os 
instrumentos conceituais são importantes porque ajudam as pessoas a caracterizar 
o real, a classificá-lo, a fazer generalizações. “Os conceitos são importantes 
mediadores da relação das pessoas com a realidade; ele nos liberta da escravidão 
do particular” (COLL, 1997 apud CALLAI, 1999). 
A ideia é partir do concreto, daquilo que está à mão, diante dos olhos – aquilo 
que pode ser sentido – para construir então abstrações que nos façam entender 
melhor o mundo por nós percebido na instância do concreto. Dessa forma, aprender 
a pensar o espaço, construir e difundir uma outra representação do mundo e 
perceber e compreender as estratégias de organização do espaço, estabelecendo 
relações existentes entre os alunos, o espaço que ocupam, as condições de vida, 
 
 
19 
saúde, escolaridade e entendendo o homem como um ser social que constrói seus 
conhecimentos através de suas experiências de vida (CAVALCANTE, 2013). 
Callai (1999), destaca que as representações sociais dos alunos são 
importante recurso na formação dos conceitos, porque expressam o conhecimento 
cotidiano do aluno, ou seja, o que ele conhece e que já é compartilhado socialmente, 
ajudam na superação do relativismo e do subjetivismo no ensino. 
Essa ideia implica em se preocupar menos com os conteúdos e suas 
quantidades e mais com a qualidade da construção do pensamento geográfico das 
crianças, imaginando que se as crianças são capazes de aprender a se situar e se 
orientar onde quer que estejam, fazem isso à medida que aprendem a observar, 
descrever, construir explicações e relacionar lugares, pessoas e fenômenos. 
Conteúdos, conceitos, objetivos remetem inevitavelmente à discussão acerca 
do currículo, a construção de um currículo em uma abordagem democrática onde a 
produção do conhecimento pode e deve fazer-se rigorosa, porém solidária e 
fundamentalmente comprometida com os valores legítimos da sociedade brasileira. 
Currículo consiste numa realidade histórica específica que expressa um modo 
particular de relação entre os homens, é também expressão de movimento, 
diferença, controvérsia, luta, história, processo, relação. A construção do currículo 
deve pautar-se pelo resgate da cultura de que o aluno é portador. Nesse sentido, 
deve-se compreender que o saber geográfico da sala de aula é diferente do saber 
geográfico científico. Na sala de aula gesta-se um novo, um outro. 
Metodologicamente implica em ver os estudantes como construtores do 
conhecimento, responsáveis pela elaboração de um saber novo e, portanto, autores 
e não somente atores. 
Enfim as metodologias não são formas nas quais se depositam conteúdos, 
são conhecimentos que instrumentalizam o professor, e é nesta perspectiva que 
visualizamos a proposição. E acerca da metodologia do ensino de Geografia 
podemos afirmar que uma das prerrogativas do ensino da ciência geográfica parte 
das palavras de Freire (1998, p.29) “o ato de estudar implica sempre o de ler, 
mesmo que neste não se esgote. De ler o mundo, de ler a palavra e assim ler a 
leitura do mundo anteriormente feita”. 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sugestões de trabalho 
Pois bem, vamos a algumas possibilidades diversificadas para levar os 
conhecimentos advindos da Geografia para nossos alunos? 
Lembramos que a escolha das atividades, o preparo e até mesmo o 
estabelecimentos de regras podem ser feitas em conjunto com os alunos. Assim, os 
alunos tornam se mais atuantes, desenvolvendo várias habilidades e obtendo bom 
aproveitamento. Pode-se também trabalhar de maneira integrada, visando à 
interdisciplinaridade, e promover a formação cidadã, por meio da transversalidade, 
assim como avaliar o conhecimento dos alunos. Deve se sugerir para a classe a 
 
 
21 
formação de equipes com tamanho reduzido, pois ao formar duplas, ou mesmo trios, 
eles têm mais chances de participação. 
Tempestade de ideias, o famoso Brainstorming; construção de Atlas, 
pesquisas, leitura, releitura e produção de novos textos, maquetes, jogos, música, 
fotografia, documentários, filmes, estudo do meio, criação de jornal com notícias 
geográficas...Ufa, quantas possibilidades não é mesmo?! 
Vejamos algumas dicas: 
 
Aula expositiva 
A aula expositiva sempre esteve presente na prática docente, 
independentemente da concepção pedagógica. Sendo assim, Veiga (2000) sugere 
que essa técnica de ensino, ao invés de ser rejeitada pelo professor na atualidade, 
deve ser transformada, inovada, e assim tornar-se uma eficiente ferramenta de 
trabalho. 
Uma das alternativas sugeridas para essa transformação, é dar à aula 
expositiva uma dimensão dialógica, transformando-a em uma aula expositiva 
dialogada. Esse novo formato vai permitir estabelecer entre professor e aluno um 
intercâmbio de conhecimentos e experiências, uma busca recíproca do saber, 
contrapondo-se ao ensino autoritário. A autora destaca, ainda, que “[...] o diálogo 
não é uma técnica pedagógica, mas é a posição do professor em relação aos 
estudantes e ao conteúdo” (VEIGA, 2000, p. 106). 
Para Freire e Shor, (1986) citados por Veiga (2000), nesse formato de aula, o 
professor pode utilizar como ponto de partida os conhecimentos prévios do aluno, 
relacionando-os à temática da aula e assim valorizar a realidade vivida do aluno. E 
quando problematizar os temas é possível estimular o aluno, identificando 
alternativas de reelaboração da produção do conhecimento. 
 
Estudo do meio 
A aula de campo/trabalho de campo/estudo de meio/pesquisa de campo. 
Essas são algumas das expressões comumente utilizadas para se referir a uma das 
 
 
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estratégias de ensino bastante utilizadas por professores de Geografia como forma 
de concretizar o conteúdo trabalhado de forma teórica em sala de aula. 
O trabalho de campo compreende: 
 
[...] toda e qualquer atividade investigativa e exploratória que ocorre fora do 
ambiente escolar [...] um instrumento didático importante no ensino de 
Geografia, uma ciência que se encarrega de explicar os fenômenos 
resultantes da relação sociedade/espaço (PEREIRA;SOUZA, 2007, p. 2). 
 
Castrogiovanni (2000) entende o trabalho de campo como toda atividade 
oportunizada fora da sala de aula que busque concretizar etapas do conhecimento 
e/ou desenvolver habilidades em situações concretas perante a observação e 
participação. 
O trabalho de campo oportuniza também diferentes questionamentos, aguça 
a curiosidade e valoriza os temas trabalhados em sala de aula. Promove 
posteriormente, rodas de conversas, trabalho em grupo, apresentação seminário, 
relatório de campo, entre outros trabalhos. 
O estudo do meio é uma metodologia muito importante para relacionar a 
teoria (apresentada em sala de aula) à realidade, além de desenvolver a observação 
crítica e o espírito científico de investigação, entre muitos outros procedimentos 
necessários para o estudo da Geografia. Para que atinja bons resultados, é 
necessário que o estudo do meio seja bem planejado. Portanto, o professor deve 
tomar determinadas providências para realiza-lo, seguindo passos importantes, 
como: 
a) escolher o local de estudo (bairro, indústria, mata, propriedade rural, usina 
etc.) e agendar a visita com a pessoa responsável por ele; 
b) conhecer o local escolhido antes de levar os alunos e traçar o roteiro da 
visita, certificando-se de que não haverá riscos; 
c) enviar um bilhete aos pais ou responsáveis, informando-lhes o local e 
horário de saída, o endereço a ser visitado e o horário de retomo, e também um 
 
 
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pedido de autorização, por escrito, para retirar os alunos da escola (os alunos que 
não forem autorizados a participar da visita deverão permanecer na escola, 
desenvolvendo alguma atividade sob a responsabilidade de outro profissional); 
d) discutir previamente (em sala) o assunto que será visto em campo, o 
roteiro, o cronograma (tempo da atividade, horário para lanche etc.) e o retorno, 
assim como definir regras de disciplina a serem cumpridas durante o trabalho; 
e) solicitar à direção da escola uma ou duas pessoas para auxiliá-lo. De 
preferência, o trabalho de campo deve ser realizado com uma turma de cada vez. 
Pode-se, ainda, convidar professores de outras áreas para uma prática 
interdisciplinar, além dos pais ou responsáveis pelos alunos que queiram 
acompanha-los. A avaliação do estudo do meio pode ser feita com uma ficha auto 
avaliativa, uma conversa informal, um relatório, um croqui (desenho) ou com a 
produção de mapas, plantas e maquetes do local visitado, de acordo com o que for 
mais adequado (VESENTINI, 2004). 
 
Construção de maquetes 
 
A construção de maquetes é uma estratégia que permite desenvolver noções 
espaciais e cartográficas, além de proporcionar o convívio social e a participação 
dos alunos em atividades práticas. Podem ser construídas maquetes da escola, do 
bairro, de bacias hidrográficas e do relevo. Para isso, podem ser utilizados materiais 
como isopor, papelão, massa de modelar, massa de vidraceiro e papel maché. 
 
 
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Figura 7 – Maquete em isopor 
 
A maquete permite uma concreta manipulação e visualização, em terceira 
dimensão (3D), de diferentes dados e informações, construída a partir de uma base 
cartográfica plana, em duas dimensões (2D), podendo ser usada, principalmente, 
por estudantes do ensino fundamental, que ainda apresentam um nível de abstração 
insuficiente para a interpretação de mapas e cartas hipsométricos. “[...] a maquete 
aparece como o processo de restituição do 'concreto' (relevo) a partir de uma 
abstração' (curvas de nível), centrando-se aí sua real utilidade, complementada com 
os diversos usos deste modelo concreto trabalhado pelos alunos” (SIMIELLI et al.; 
1991, p. 6). 
A maquete contribui, também, no aprendizado de alunos portadores de 
deficiência visual, podendo estes, sentir as diferentes formas de relevo através do 
tato (LOMBARDO; CASTRO, 1997). Para isso, a maquete deve ser construída 
utilizando uma linguagem tátil e alguns cuidados específicos, tais como adoção de 
materiais de revestimento agradáveis ao tato. Tamanho adequado (recomenda-se 
50cm X 50cm). Pintura dos conjuntos em cores fortes (para que possa ser utilizada 
por estudantes com visão sub-normal, chamados alunos videntes) e legenda em 
escrita convencional e Braille. 
 
 
 
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Tempestade de ideias - Brainstorming 
 
Tempestade de ideias ou brainstorming é uma técnica de reunião coletiva de 
criação usada em dinâmicas de grupo, sua principal característica é explorar as 
habilidades, potencialidades e criatividade de uma pessoa, direcionado ao serviço 
de acordo com o interesse. 
 
Figura 6 e 7 – Tempestade de ideias 
 
No ensino escolar essa técnica pode ser usada como estratégia. Em cada 
início de assunto pode-se colocar em prática. A execução ocorre a partir de 
questionamentos realizados no início de cada tema, nos inúmeros capítulos dos 
livros. O conjunto de perguntas deve ser respondido pelos alunos de forma oral, 
baseados nas experiências e nos conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Tudo 
que eles forem expressando deve ser anotado no quadro, pois cada palavra 
registrada será usada como ponto de partida para o conhecimento do conteúdo que 
se pretende estudar. 
 
Uso de jornais e revistas 
O uso do jornal impresso e de revistas em sala de aula, como fonte de leitura 
de temas geográficos, servem como mediadores entre a escola e a sociedade, 
atuando como fonte primária de informação. 
 
 
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Além de contribuir para formar leitores, auxiliam o contato do aluno com a 
língua padrão, “[...] os bons jornais oferecem, tanto ao professor como aos alunos, 
uma norma padrão escrita que sirva de ponto de referência para a correção na 
produção de textos” (FARIA, 2006, p. 11). 
Além disso, esses formatos de textos são bons exemplos de registros 
geográficos e históricos. Quando utilizados em sala de aula o professor deve 
esclarecer ao aluno a diversidade de textos que podem ser encontrados nesses 
materiais como: título, legenda, artigo de opinião, box, cabeçalho, coluna e 
chamada, bem como as ilustrações, fotografias, cartuns, charges, tirinhas e 
infográficos (CAVALCANTI, 1999). 
A leitura é um bem cultural e o acesso a ela deve ser oportunizado a todas as 
pessoas, pois de acordo com Ghilardi (1999, p. 107) “[...] o analfabeto, ho je, não é 
simplesmente aquele que não sabe ler ou escrever, mas o que não compreende os 
textos que circundam”. 
Para Silva e Lima (2008), a utilização de materiais com potencialidade 
significativa em substituição ao livro didático coloca o professor diante do desafio de 
se orientar por outros recursos. Ele passa a ter uma nova função no processo de 
ensino, tornando-se, com isso, um constante pesquisador de novas formas e 
situações de aprendizagem. 
O uso de jornais e revistas em sala de aula pode enriquecer os temas 
geográficos e ainda desenvolver no aluno interesse e mesmo autonomia, tornando-o 
um leitor crítico de textos das diferentes mídias. 
Essa estratégia de ensino possibilita o envolvimento do aluno com os temas 
geográficos abordados, promove ainda o seu amadurecimento na hora de coletar 
dados, de selecionar informações, podendo ainda desenvolver um posicionamento 
crítico frente às matérias selecionadas, além da possibilidade de percepção da 
realidade próxima em relação aos fatos cotidianos. O aluno tem a possibilidade de 
refletir sobre a intencionalidade e o posicionamento dos autores dos textos por ele 
escolhidos. 
 
 
 
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Referências 
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Associação dos Geógrafos Brasileiros: São Paulo, 1999. 
 
CAMPOS, A. C. Metodologia do ensino de Geografia. São Cristóvão (SE): 
Universidade Federal de Sergipe, 2010. 
 
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do cotidiano. 6. ed. Porto Alegre: Mediação. 2008. 
 
CAVALCANTE, M. B. (Des)caminhos da prática de ensino da geografia: o 
pensar e o fazer geográfico. RevistaGeotemas. Pau dos Ferros, Rio Grande do 
Norte, Brasil, v 3, n. 1, p. 227-233, jan./jun., 2013. 
 
CAVALCANTI, J. O jornal como proposta pedagógica. São Paulo: Paulus, 1999. 
 
ELEVA PLATAFORMA DE ENSINO. Metodologia de ensino: tudo o que você 
precisa saber sobre o tema! (2019). Disponível em: 
https://blog.elevaplataforma.com.br/metodologia-de-ensino/ 
 
FARIA, M. A. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. 
 
FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho 
& Água, 1998 
 
 
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GHILARDI, M. I. Mídia, educação e leitura. IN: BAZOTTO, V. H.; GHILARDI M. I. 
(org.) Mídia, poder, educação e leitura. São Paulo: Anhembi Morumbi: Associação 
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LOMBARDO, M. A., CASTRO; J. H M. O uso de maquete como recurso didático. 
Anais do II Colóquio de Cartografia para Crianças, Belo Horizonte, 1996. In: Revista 
Geografia e Ensino. UFMG.1GG Departamento de Geografia. 6(1) p. 81-83, 1997. 
 
MAGALHÃES, M. M. G. A perspectiva da Linguística: linguagem, língua e fala. Rio 
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PEREIRA, R. M.; SOUZA, J. C. de. Uma reflexão acerca da importância do 
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http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1195 
 
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Fani Alessandri (org). A Geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. p. 
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SIMIELLI, M. E. R. et al. Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso 
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VESENTINI, J. W. O ensino de Geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 
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