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APONTAMENTOS DE DIREITO COMERCIAL
PARTE III - OS COMERCIANTES
Podem ser comerciantes as pessoas as pessoas singulares que não estando 
impedidas legalmente de exercerem uma actidade mercantil por si ou por 
representante e outras pessoas jurídicas que nos termos da lei possam ser 
qualificados comerciantes e as sociedades, artº 13.º C.Com.
Para ser comerciante é necessário que se tenha capacidade de exercício 
para praticar actos e fazer do comércio uma profissão. A profissionalidade 
significa a prática reiterada e regular de actos de comércio por natureza ou 
absolutos. Ou seja, não é necessário exclusividade na prática de actos de 
comércio, daí que pode ser comerciante e a par disso exercer outra actividade 
em simultâneo.
As sociedades comerciais são consideradas comerciantes desde que tenham 
personalidade jurídica através do seu registo definitivo, artº 13.º nº 2 C.Com.
Outras Pessoas Colectivas: São pessoas colectivas para além das 
sociedades comerciais, nomeadamente as empresas públicas e os 
agrupamentos de empresas criadas ao abrigo do artigo 27.º do C.Com e 
seguintes, exigindo-se apenas que estas entidades tenham por objecto a 
prática de actos de comércio. 
Quem não é considerado comerciante (sujeitos legalmente inibidos da 
profissão de comércio) – Não podem ser comerciantes determinadas 
pessoas singulares e determinadas colectivas:
a) Pessoas singulares : não são comerciantes os agricultores, que inclui a 
silvicultura, pecuária e pastorícia, art 230.º pfo 1º, 1ª parte e pfo 2º - artº 
464.º nº 2 e 4. Inclui-se também como não comerciantes os artesãos ainda 
que empreguem operários e utilizem máquinas, os profissionais liberais 
(advogados, médicos, contabilistas, peritos, jornalistas). Não são também 
comerciantes aqueles trabalhadores que de modo autónomo exercem a sua 
actividade (escritores, pintores, escultores e músicos, desde que sejam eles 
próprios a publicar ou vender, artº 230.º pfo 3º do C.Com.
- Gerentes ou Administradores; Gerentes das sociedades Anónimas e das 
sociedades por Quotas; os sócios comanditados das sociedades em 
Comandita simples e Comandita por acção e os sócios das sociedades em 
nome Colectivo.- Trata-se de uma incompatibilidade decorrente do direito 
privado.
b) Pessoas colecticvas: artº 14.º C.Com., há proibição para certas pessoas 
colectivas, como associações e corporações. Assim; 1- Associações de fim 
desinteressado ou altruístico: são aquelas que o seu objecto não tem 
interesses materiais, art. 14.º nº 1; 2- Associações de fim desinteressado 
ou egoístico mas ideal: Não têm interesses mas podem praticar actos de 
comerciais e exercer comércio (as sociedades recreativas, culturais, 
desportivas etc.) – associações de fim interessado ou egoístico de cariz 
económico não lucrativo (Sindicatos e afins) - As actividades comerciais que 
praticam são acessórias ou instrumentais da finalidade principal que é de 
carácter não mercantil; 3- O Estado e os seus órgãos desconcentrados 
locais bem como as instituições não podem ser comerciantes, podendo 
praticar actos de comércio sujeitos ao regime especial do Dtº Comercial, art. 
16.º C.Com.- incompatibilidade decorrente do direito público - 4- O 
Falido (artº 1135.º nº 1 CPC) é um instituto que em Angola tem aplicação 
exclusiva aos comerciantes impossibilitados de cumprir com as suas 
obrigações, considerando-se por isso mesmo em estado de falência.
A declaração de falência produz a inibição do comerciante falido para 
administrar e dispor dos seus bens havidos ou que de futuro lhe advenham 
(art. 1189.º nº 1 CPC) e essa declaração faz com que o comerciante fique 
proibido de exercer o comércio tanto de forma directa como por interposta 
pessoa (art.1191.º CPC) e também fica impedido de ser Gerente ou 
Administrador.
SUJEITOS DE QUALIFICAÇÃO DUVIDOSA
1. Mandatários Comerciais: Os mandatários comerciais com representação 
não são comerciantes porque o mandato comercial é um contrato para que 
por mandato de outrem alguém pratique actos de comércio com efeitos 
jurídicos na esfera do mandante que é comerciante.
2. Gerentes de Comércio, Caixeiros e Auxiliares de comerciante (art. 
248.º CCom): Partindo da sua noção, não são comerciantes porque exercem 
a sua actividade em regime de subordinação. Portanto, em nome de outrem 
que é comerciante.
3. Comissários Comerciais (art. 266.º CCom): O comissário comercial 
enquanto mandatário comercial sem representação exerce a sua actividade 
sob contrato sem menção ou alusão de algum mandante. Considera-se 
comerciante porque pratica actos de comércio e os efeitos repercutem-se na 
sua esfera jurídica. 
4. Mediadores: devem ser considerados comerciantes quando explorem uma 
empresa comercial que se enquadre no âmbito do art. 230.º nº 3 – 
Mediadores são pessoas que estabelecem aproximação ou ligação entre 
outras pessoas para celebração de negócios mediante retribuição.
5. Corretores: Se forem sociedades comerciais, são comerciantes. Enquanto 
pessoas singulares há que distinguir aqueles que actuam com representação 
que não são comerciantes e os que actuam sem representação que serão 
comerciantes.
6- Gerentes ou Administradores das sociedades: Não são comerciantes 
porque praticam actos cujos efeitos se repercutem na pessoa jurídica que 
representam. Logo, só é comerciante a sociedade comercial.
7. Gerentes Comerciais: são comerciantes porque exercem uma actividade 
de intermediação nas trocas, pelo que os actos praticados são comerciais, 
porque actuam com autonomia sem subordinação.
8. Sócios de sociedades de responsabilidade ilimitada: Não são 
comerciantes apesar de responderem pessoalmente pelas dívidas sociais. 
Comerciantes são as sociedades.
9. Sociedades Comerciais sem Personalidade Jurídica: Podem ser 
comerciantes desde que pratiquem actos de comércio, ou seja, adquire 
qualidade de comerciante com a prática do acto, ou de actos que revelem o 
propósito de se dedicarem ao exercício habitual de uma actividade mercantil.
10. Comunidades Conjugais: Se for apenas um dos cônjuges que gere e 
administra a empresa é esse cônjuge o comerciante. Se os dois cônjuges 
administrarem ou gerem ou se um deles apenas pratica actos ordinários 
devem ser considerados todos comerciantes.
11. Comunidades de Herdeiros: Não são comerciantes o cabeça-de-casal 
que administra a empresa que integra uma herança, porque não exercem o 
comércio em nome próprio. Também não são comerciantes os herdeiros 
porque não actuam de forma individual e agregada.
O ESTATUTO DO COMERCIANTE
Estatuto de comerciante são direitos e deveres, vantagens e desvantagens 
jurídicas dos comerciantes. Regime jurídico aplicável, artigo 100.º CCom e 
212.º CC.
A Firma: É um sinal distintivo que em regra é do comerciante enquanto titular 
da empresa, não se referindo em particular a pessoa do comerciante. O uso 
da firma é obrigatório para todos os comerciantes quer estejam a exercer o 
comércio em nome individual, como para as sociedades comerciais.
COMPOSIÇÃO DA FIRMA
- Firma de comerciante em nome individual: Para constituir a firma, utiliza o 
seu nome, tanto completo como abreviado e pode facultativamente 
acrescentar uma referência da actividade que exerce, art. 20.º CCom. Ex: 
Teka Mateus Mbalu com actividade de barbeiro – a firma pode ser: Teka 
Mateus barbeiros ou Teka Mateus Mbalu.
- Firmas das sociedades – os requisitos constam do artigo 12.º LSC. Como 
princípio estabelece-se que devem ser redigidos correctamente em português, 
podendo entrar na composição palavras ou parte de palavras de línguas 
nacionais, bem como de palavras de línguas estrangeiras quando resultem do 
uso correcto de termos das línguas nacionais.
- Firma das Sociedades em Comandita, art. 203.º LSC – Deve ser formada 
pelo nome ou firma de pelo menos um dos sócios comanditados e acrescer a 
expressão “em Comandita” ou “& Comandita”, ou “em Comandita por Acções 
ou “& Comandita por Acções”. O sócio comanditário, ou pessoa estranha pode 
consentir que o seu nome ou firma figure nafirma social, ficando sujeito a 
responsabilidade perante terceiros imposta aos sócios comanditados.
- Firma das Sociedades por Quotas, art. 220.º LSC – Pode ser firm–nome 
ou firma-denominação. Quando a firmanão individualizar todos os sócios deve 
pelo menos ter o nome ou firma de um deles. A denominação deve identificar 
o objecto da sociedade. A firma deve sempre terminar com a expressão 
“Limitada” ou pela abreviatura “Lda”.
Para a firma apenas com denominação, basta a assinatura de apenas um 
gerente, mas para a firma-denominação só e vincula pela assinatura da 
maioria dos gerentes.
- Firma das Sociedades Anónimas, art. 303.º LSC – Privilegia-se a firma-
denominação que deve identificar o objecto social. Pode ainda incluir o nome 
ou nomes de pessoas quando autorizadas pelas próprias pessoas ou de seus 
representantes legais terminando sempre com a expressão “Sociedade 
Anónima”, ou pela abreviatura “SA”.
Tanto para as sociedades por quotas como para as sociedades anónimas, 
não se pode incluir ou manter na firma expressões indicativas de um objecto 
social que não esteja no contrato da sociedade.
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO DAS FIRMAS E DENOMINAÇÕES
1. Princípio da Verdade, art. 12.º LSC: a firma não deve incluir quaisquer 
ementos falsos que possam induzir em erro tanto a identidade do empresário 
como dos sócios.
2. Princípio da Novidade ou Exclusividade, a) Firma-nome, art. 27.º CCom, 
a firma a adoptar pelo comerciante deve ser distinta daquelas que já estejam 
registadas; b) Firma-denominação (firma mista) - A firma não pode ser 
idêntica a nenhuma outra que se encontre registada, art. 12.º LSC. Este 
princípio visa garantir e proteger o comerciante e terceiros (credores e o 
público) e tem uma função diferenciadora.
3. Princípio da capacidade Distintiva, art. 12.º nº 5 e 6 LSC: Para as firmas-
denominações os sinais distintivos devem diferenciar o seu titular de outros 
comerciantes. Quanto as firmas-nomes, o próprio nome já tem capacidade 
para isoladamente individualizar o comerciante.
4. Princípio da Unidade, art. 19.º CCom – O comerciante deve adoptar uma 
firma mesmo que tenha vários estabelecimentos.
5. Princípio da Licitude, art. 12.º nº 6 LSC – Proibição da inclusão na firma, 
de expressões não admitidas pela lei, contrárias à ordem pública e aos bons 
costumes e de expressões discriminatórias.
ALTERAÇÃO DAS FIRMAS E DENOMINAÇÕES
Os comerciantes podem de forma livre alterar as firmas ou denominações – 
(princípio da licitude da alteração das firmas e denominações)
TRANSMISSÃO DA FIRMA
A firma só pode ser transmitida em simultâneo com o estabelecimento 
comercial, (art. 24.º § Único CCom, (princípio da proibição de transmissão 
das firmas).
REQUISITOS RELATIVOS A TRANSMISSÃO DA FIRMA
● O transmitente da firma transmite também o estabelecimento comercial;
● Que haja acordo entre o transmitente e o adquirente do estabelecimento 
comercial mediante cláusula expressa;
● Que se faça menção da sucessão (deve o adquirente deixar claro que não é o 
titular originário, devendo constar de documentos, assinaturas de que é sucessor 
do adquirente primitivo).
TUTELA DO DIREITO A FIRMA OU DENOMINAÇÃO
A firma depois de ser registada, o seu titular fica com o direito exclusivo 
podendo exigir de terceiros que a usem no âmbito do território. Qualquer 
violação o titular pode exigir indemnização por perdas e danos, evocando o 
disposto no art. 72.º CC.
EXTINÇÃO DA FIRMA
A extinção da firma pode ocorrer quando em princípio se verificar a cessação 
da actividade do comerciante ou com o cancelamento do registo.
NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO A FIRMA
A firma deve ser entendida como um direito de propriedade, porque é um 
direito que incide sobre um bem imaterial com valor de uso (coisa incorpórea) 
pode ser objecto de direitos reais. 
PARTE III - 2 – O INSTITUTO DA FALÊNCIA
Falência: É o estado de impossibilidade económica do comerciante de fazer 
cumprir as suas obrigações perante os credores.
A Impossibilidade económica vai culminar numa declaração do comerciante 
que deixará de ser capaz de gerir os seus negócios e praticar actos de 
comércio. 
A falência procura acautelar três situações de interesses: a) interesse dos 
credores, b) procura acautelar interesses do próprio comerciante em continuar 
a sua actividade, c) interesses do Estado.
QUAIS SÃO OS SUJEITOS OU PESSOAS QUE PODEM SER 
DECLARADOS FALIDOS?
- Podem ser declarados falidos os comerciantes em nome individual, art. 1164 
CPC e as sociedades comerciais;
- Os sócios das sociedades comerciais de responsabilidade ilimitada 
(sociedades em comandita e as sociedades com responsabilidade ilimitada, na 
medida em que as sociedades de responsabilidade ilimitada os sócios 
respondem ilimitadamente até com o seu património privado, art. 1291.º nº 1 
CPC.
REQUISITOS DA FALÊNCIA: Variam consoante se trate de um comerciante 
em nome individual ou de sociedade de responsabilidade ilimitada. Assim:
1. O facto de o comerciante não conseguir honrar as suas obrigações diante 
dos credores
2. Quando se verificar a dissipação e extravio de bens (falência culposa ou 
fraudulenta).
3. No que respeita as Sociedades por Quotas e as Sociedades Anónimas para 
além de se lhes aplicar o disposto no nº 1 do art. 1174.º CPC, é aplicado 
também o previsto no nº 2 do referido preceito legal.
CLASSIFICAÇÃO DA FALÊNCIA
1. CAUSAL: Quando a impossibilidade de cumprir as obrigações sejam por 
factos exteriores à vontade do falido, art. 1275.º CPC.
2. CULPOSA: Quando é originada por incúria, imprudência, dolo, negligência 
ou prodigalidade do falido, art. 1276.º CPC. Ex: distribuição dos lucros da 
empresa antes do acerto das contas do ano económico.
3. FRAUDULENTA: Quando o falido depois da saber da impossibilidade para 
cumprir com as suas obrigações pague ou faculte meios para alguns dos 
credores serem pagos em detrimento de outros, quando invocar créditos que 
não existem ou quando no balanço omitir por dolo certos activos art. 1277.º 
CPC. È também fraudulenta a falência quando incide sobre actos simulados 
ou praticados de m má-fé. A falência fraudulenta é criminalmente punida, art. 
1278.º CPC.
DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA
A declaração de falência, art. 1173.º nº 1 é o decretar da falência mediante 
requerimento de qualquer credor, do Ministério Público quando não houver 
acordo de credores ou concordata.
A declaração de falência é feita dentro de dois anos a contar da verificação e 
não da data do conhecimento do facto. Esses dois anos são feitos ainda que 
o comerciante tenha parado a sua actividade, art. 1140.º nº 1 CPC.
LEGITIMIDADE ACTIVA PARA A PROPOSIÇÃO DA ACÇÃO DA 
DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA:
● O próprio comerciante e os credores, art. 1176.º nº 1 al. a);
● O MP em caso de fuga e em caso de ausência do comerciante, arcte. 1176.º 
nº 1 al. b).
EFEITOS DA FALÊNCIA: EFEITOS PATRIMONIAIS 
1. Numa acção de falência faz-se a apreensão dos bens do comerciante. Todos 
os bens de que o comerciante seja proprietário passa a constituir a massa 
falida, e vai se destinar à venda para com o produto sem pagos os credores, 
art. 1205.º CPC.
2. A massa falida passa a ser administrada por um administrador de massa 
falida, (art. 1208.º e 1210.º …CPC) que é nomeado pelo tribunal e tem as 
funções de promover a administração, a gestão da massa falida, promovendo 
que o comerciante seja titular, a venda dos activos da massa falida e o 
dinheiro vai sendo depositado à ordem do Ministério Público, e quando o 
administrador fechar a sua conta, esse dinheiro passa para o tribunal que vai 
proceder ao pagamento dos credores do comerciantes.
EFEITOS PESSOAIS
1. O falido fica inibido de administrar e dispor dos seus bens, quer sejam os 
bens de que ele seja já titular, quer os bens futuros, art. 1189.º CPC.
2. O falido fica também inibido de desenvolver qualquer actividade comercial 
quer seja directamente, quer seja por interposta pessoa, concomitantemente, 
fica proibido de ser gerente ou administrador de qualquercivil e comercial, 
art. 1191.º CPC.
3. Todos os actos praticados pelo comerciante após a declaração de falência 
são ineficazes em relação a massa falida, art. 1190.º CPC.
A falência representa a morte (técnica) do comerciante. Mas é sempre 
possível ao levantamento e reabilitação do falido (art. 1183.º CPC), quando 
existe concordata aprovada em assembleia de credores (art. 1152.º CPC), ou 
no acordo de credores que vão deliberar em constituir uma nova sociedade 
por quotas sem consentimento do comerciante, e com o produto da gestão 
vão procedendo a liquidação dos créditos do comerciante. Os dois 
mecanismos vão permitir a que o comerciante não venha a ser declarado 
definitivamente falido.
PROVIDÊNCIAS DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESA:
1. A Concordata, art. 1140.º CPC: Permite a redução ou modificação dos 
débitos da empresa através da atribuição de uma moratória para o 
pagamento das dívidas, através do perdão mitigado das dívidas ou através 
da diminuição das taxas de juro aplicados a esses créditos.
2. Acordo de Credores, Art. 1161.º CPC: Mecanismo através do qual os 
credores expropriam o comerciante do seu estabelecimento comercial 
passando esses a serem os gestores e donos do negócio. 
TERMO DA INIBIÇÃO E REABILITAÇÃO DO FALIDO
Art. 1283.º CPC – a falência é uma situação temporária, porque depois de 
observados certos pressupostos, ela pode ser levantada para que o 
comerciante falido possa praticar actos de comércio e reabilitar o comércio. 
Assim:
● Decorridos vinte anos a inibição deve ser levantada desde que não existam 
bens susceptiveis de penhora.
● Ter transitado em julgado a sentença de homologação da concordata ou 
acordo de credores.
● Tenham sido saldadas as dívidas por pagamento ou perdão.
● Decurso de cinco anos e terem sido pagos 50% dos créditos reclamados.
● Decurso de dez anos com pagamento de 25% dos créditos reclamados.
NB: depois de levantada a inibição, independentemente da falência ter sido 
causal, culposa ou fraudulenta e o falido ter cumprido a pena ou ter sido 
perdoado, a inibição deve ser levantada para que o comerciante possa 
exercer em pleno a sua actividade, art. 1284.º CPC.

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