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Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Crescimento Consiste em aumentar em estatura e tamanho a ponto de ter o ganho de peso e pondero estatural. Para que esse crescimento ocorra é preciso que ocorram 2 ações nas células : → Aumento no número de células (hipertrofia) através das mitoses. → Aumento no conteúdo proteico da célula (hipertrofia ). Já o desenvolvimento consiste na aquisição de funções . A diferenciação dos tecidos e expressão de proteínas específicas que determinarão as características funcionais de diferentes tecidos . Fatores que influenciam no crescimento Fatores intrínsecos: → Genética (potencial estatural) → Fatores metabólicos (capacidade neuroendócrina). Fatores extrínsecos → Nutrição (disponibilidade de nutrientes e tipos de nutrientes). → Cuidados gerais com a criança Disponibilidade de sono (na criança com sono equilibrado, ela tem entre a 00:00 e as 02:00 um pico de GH , o qual é essencial para o crescimento; se a criança não tem sono contínuo ou fica sob stress, diminui o pico de GH impactando negativamente neste crescimento). Prática de atividade física (estimula o crescimento musculoesquelético, aquisição de função motora, distribuição equilibrada de gordura e massa magra). Sistema neuroendócrino Quando falamos do sistema neuroendócrino, precisamos lembrar da hipófise anterior. Hipófise anterior É glândula mais propícia para liberação de diferentes tipos de hormônios por causa da sua constituição celular. Ela libera: → Prolactina pelo lactotrofos que influenciava na produção de leite, → Hormônio folículo estimulante ou luteinizante que influencia na função gonadal do ovário e dos testículos, → Adrenocorticotrófico pelos corticotrofos (ACTH) que influencia o córtex da adrenal), → Hormônio do crescimento - ativando os somatotrofos e ao mesmo tempo ativa os tireotrofos para liberar hormônio tireoestimulante que estimula a glândula tireoide. Quais desses eixos da adenohipófise que possa estar envolvido no crescimento? Hormônio do crescimento, hormônios tireoidianos e adrenal. O GH e o ACTH são antagônicos à ação da insulina porque eles aumentam o nível de glicose no sangue, então tem efeito catabólico sobre o carboidrato e esse aumento de glicemia estimula o pâncreas a fazer uma hiperinsulinemia. Mas consegue aumentar o nível de glicose mesmo com a insulina aumentada porque perifericamente tem aumento da resistência à insulina. Ou seja, tem os corticotrofos (cortisol no caso) inibindo o GLUT-4 (transportador de glicose ativado por insulina que vai diminuir a captação de glicose para músculo e tecido adiposo. O GH diminuindo o nº e a própria afinidade do receptor de insulina (faz um downstream nesse receptor) levando ao aumento da resistência mesmo com uma insulina aumentada. Isso é importante para crescimento porque precisa da disponibilidade da glicose para conseguir ter efeito de crescimento. No caso do cortisol que é contrário ao crescimento, essa glicose serve para dar energia numa situação de estresse. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Eixo do crescimento Se inicia no hipotálamo a partir do momento que ele libera o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) que estimula os somatotrofos da adenohipófise a liberar GH.. O GH tem uma ação na cartilagem epifisária e no crescimento linear óssea. Mas ao mesmo tempo vai também no fígado e estimula o fígado a liberar o fator de crescimento insulina-simile (ou semelhante a insulina que é o IGF- 1) quanto a sua proteína ligadora que é o IGFBP3. Quando a IGF-1 está liberada, tem uma ação sozinha de estimular o aumento e o nº da atividade dos condrócitos (que são as cartilagens para crescimento ósseo) e ao mesmo tempo junto com o GH ele também tem um efeito importante de crescimento muscular de tecido mole (fazendo com que esse indivíduo cresça por inteiro). IGF-1: fatores de crescimento insulina-simile (somatomedina C). Quando O GH E IGF-1 estão liberados, eles autorregulam seus eixos através de feedback. O IGF-1 estimula no hipotálamo a liberação da somatostatina (hormônio inibitório desse eixo) e esta quando ativa impede que o GH seja liberado. E o GH quando está aumentado, inibe o hormônio liberador de hormônio do crescimento que também vai inibir esse eixo. Funções do GH Funções do GH sozinho: → no tecido adiposo (aumenta a lipólise – fazendo a degradação de tecido adiposo para liberar ácidos graxos para os tecidos utilizarem essa fonte para promover seus efeitos metabólicos e deixe a glicose disponível para o SNC e crescimento), → no fígado -o GH libera o glicerol , que é um dos substratos que aumenta a gliconeogênese (aumentando assim) a glicemia; estimula a formação de IGF-1 junto com a sua proteína ligadora; síntese de proteínas hepáticas. → no músculo (o GH promove síntese proteica). Ou seja, o GH é catabólico para os efeitos do carboidrato (além das questões de diminuir o nº dos receptores e diminuir a questão da sensibilidade dos receptores da insulina fazendo aquela resistência, ele também diminui a captação de glicose pelo GLUT assim como o glicocorticoide, deixando a glicose disponível para ter nutriente para crescer) e anabólico para a proteína (o que confere a capacidade de crescimento). Funções do IGF1 IGF sozinho: função importante de crescimento linear por atuar especificamente no condrócito e junto com o GH em crescimento de osso também. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano O GH associado ao IGF: → Ajuda a diminuir a captação de glicose, → Aumenta massa magra, → Aumentar hipertrofia hiperplasia de tecidos cartilaginoso, ósseo e órgãos (coração, rim, pâncreas, tecido conjuntivo, pulmão, paratireoide). Crescimento ao longo da vida pelo GH o GH tem a função associada com o fato de ser adulto ou jovem porque seu local de ação é a cartilagem epifisária que vai estar diferenciada durante essas fases. Ao medir o ganho de peso e se o GH promove aumento da massa óssea e dos órgãos, em jovens e adultos , conseguimos identificar: Se injetar GH em um indivíduo até a fase que ele está chegando na adolescência (antes da fase adulta), a massa óssea e dos órgãos vão estar crescendo mesmo com a presença do GH, o crescimento é similar embora o GH já deu um “boom” maior. Isso porque durante essa fase de infância até puberdade só vemos pico por volta dos 2 anos e depois na adolescência. Ao injetar GH em um indivíduo que está na fase adulta, ele mantém um nível equilibrado de GH e não conseguir fazer tanto crescimento). Isso acontece porque a cartilagem epifisária do adulto está fechada (ela fecha na puberdade), assim, esse ganho de peso/crescimento não é em estatura (uma vez que estatura é só na fase infantil quando essa cartilagem está aberta). No adulto, esse ganho de peso é sinal de remodelamento ósseo ou aumento de parte mole. Tendo um crescimento transverso em relação ao osso onde vai depositando matriz óssea e aumentando peso. Hormônios tireoidianos São produzidos pela tireoide (maior glândula) situada abaixo da laringe, da cartilagem cricoidea e a tireoide produz esse hormônio a partir das células foliculares (em roxo na imagem). → O conteúdo de dentro dela que armazena esse hormônio é o colóide. Capacidade de produção de hormônio tireoidiano: As células foliculares tem toda uma maquinaria para produzir essa tireoglobulina (enzima molde que será favorável a formação dos hormônios tireoidianos). Essa enzima é produzida no folículo e entra para o espaço do coloide). → Para essa enzima produzir hormônio tireoidiano, ela precisa de iodo (a partir da dieta, o iodo inorgânico é captado a partir de um transporte ativo (quegasta energia) porque sempre tem mais iodo dentro das células foliculares, o que trará o iodo por um arraste com o influxo de 2Na+ para dentro da célula folicular). Na célula folicular, o iodo só terá ação se ligar na tireoglobulina. → No ápice da célula folicular tem uma pendrina (transportador de cargas ânion iônicas, ou seja, negativas) que faz com que o iodo oxidado pele tireoperoxidase ( ou então esse iodo agora organificado - quando ele começa a ter uma degradação dos resíduos de tirosina nessa tireoglobulina), ele passa a se juntar e ficar unido nessa molécula. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano → Após esse processo da tireoperoxidase, vemos o iodo se ligando na tireoglobulina formando a monoiodotirosina – MIT + se ligar a um MIT forma um DIT (diiodotirosina). E um MIT e um DIT se associando formam um triiodotironina – T3 e 2 DIT forma o T4. → Nessa conformação ligada, as células da tireoide conseguem deixar hormônio pronto e armazenado até uns 50 dias. Quando secretamos esse hormônio? Só secreta esse hormônio quando a célula folicular receber um estímulo que vem do TSH (hormônio tireoestimulante da hipófise). → O TSH quando é liberado, faz com que aja um processo ativo para que haja uma endocitose dessa gota de coloide com os hormônios , essa tireoglobulina vai se associar com os hormônios e com o lisossomo presente na célula folicular, vai sofrer um processo de hidrólise (degradação) e o T3 e o T4 entram na circulação e são lipofílicos. Na corrente sanguínea sempre encontramos um nível de hormônio tireoidiano T4 maior que o T3 porque é o T3 que exerce atividade biológica, então ele precisa estar elevado dentro da célula onde fará a ação. Essa regulação da liberação do hormônio tireoidiano é em função do eixo da tireoide: 1. Hipotálamo libera hormônio liberador de tireotrofina 2. Hormônio liberador de tireotrofina age no tireotrofo 3. Tireotrofo libera hormônio tireoestimulante 4. Estimula a tireoide 5. Tireoide libera hormônios tireoidianos T3 e T4 O T4 é liberado em maior quantidade que o T3, pois é responsável pelo feedback negativo. Nos tireotrofos da hipófise ou nas células hipotalâmicas, quando o T4 entra nesses locais ele é convertido a T3 por um processo de remoção de um iodo (chamado de desiodação) e aí então esse T3 passa a exercer os efeitos metabólicos sistêmicos. Como ele exerce esses efeitos? Ou seja, quando o T3 vem dessa retirada do iodo do T4 ele vai estar no citoplasma em uma concentração maior e como ele é lipofílico ele atravessa a membrana do núcleo e se liga ao seu receptor intranuclear e que está associado a fita do DNA (nossos genes). E aí ele se liga especificamente num local do DNA que esse receptor seja responsivo ao hormônio da tireoide e ele vai induzir a transcrição gênica e a síntese de diversas proteínas. Funções dos hormônios tireoidianos Promovem o aumento da taxa metabólica basal e termogênese (obrigatória e facultativa) → Na hora que o HHT começa a fazer síntese proteica para aumentar a taxa metabólica basal, ele aumenta atividade das mitocôndrias que fazem respiração (porque isso é uma termogênese obrigatória), ele ativa Na/K ATPase (que é uma enzima que acelera os processos de absorção e excreção de Na e K aumentando a taxa metabólica basal) com isso aumenta o consumo de oxigênio. → Quando o oxigênio está mais consumido porque a respiração está mais ativa, produz-se mais CO2 e deixa a respiração mais ativada para eliminar esse excesso de CO2. Se estou respirando mais, preciso de mais glicose (principal substrato da respiração celular), então ele causa catabolismo de carboidrato : aumenta a reabsorção de glicose intestinal, aumenta os processos de gliconeogênese e de quebra do glicogênio (glicogenólise) e aumenta a lipólise( para conseguir deixar glicerol para a gliconeogênese e ácido graxo para os músculos ter uma fonte alternativa de energia e polpar a glicose). Com isso, a taxa metabólica e a produção de calor continuam elevadas e ele tem um papel importantíssimo de síntese proteica (crescimento e maturação de órgãos e permite que o GH tenha o seu efeito). Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano → Como ele também promove a termogênese facultativa, ele ativa células beta adrenérgicas (se comporta como uma catecolamina) e ativa o simpático, o qual quando está ativo tem uma função de aumentar o débito cardíaco (por aumentar as miosinas para fazerem mais contrações) Aumenta o DC ativando os canais beta e a força ionotrópica (aumenta FC), isso vai elevando a PA , promovendo uma taquicardia e aumenta também via simpático agindo na dilatação dos brônquios para aumentar a ventilação e troca gasosa. Em relação ao SNC, o HHT está envolvido no desenvolvimento desse sistema, então a partir do feto já tem a ação dele para desenvolver esse sistema e garantir uma função adequada Crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso e ponderoestatural Da fase fetal até 2 anos de idade (em pleno crescimento e desenvolvimento do SN e pondero estatural – peso e altura): esse hormônio tireoidiano tem efeito essencial por: → Aumentar a taxa de proliferação dos neurônios, → Sinaliza o termino da proliferação (quando ele tem que parar porque atingiu a maturação dos neurônios em termos de nº e função), → Estimula diferenciação e migração e formação das redes de sinapse, → Estimula formação do axônio para conduzir o estímulo, o dendrito para captar e a mielina para acelerar esse estímulo → É permissivo para a ação do GH. Para um crescimento da criança ser adequado não é necessário só hormônio do crescimento, precisa de o nível tireoidiano estar adequado para que o GH junto com ele propiciando um anabolismo proteico fazendo a criança crescer a custa de dar energia para esse crescimento de outras fontes, fazer lipólise e catabolismo do carboidrato para deixar a energia suficiente para o crescimento proteico. De acordo com o gráfico: → Traço pontilhado :temos o nível de T4 da mãe, → Traço contínuo vermelhoé o nível de T4 do feto, → Traço verde o nível de hCG (hormônio placentário) → Traço azul o nível de TSH da mãe. Na concepção até a 1º fase da gestação (1º trimestre), vemos que: O hormônio tireoideano da mãe está aumentado (ou seja , o HT vem essencialmente da mãe ) em função da ativação placentária do hormônio gonadotrópico (também aumentado) que está inclusive estimulando a tireoide da mãe ( tal ponto que o TSH dela está diminuído ). A partir do final dos primeiros 3 meses (começando o 4º mês), A tireoide do feto começa a ganhar função (aumenta o nível de TSH do feto) pois células foliculares começam a captar iodo . O nível da mãe também continua elevado, mas não mais por conta do hormônio placentário (o qual está abaixado), mas sim por um funcionamento do eixo materno. Esse nível aumentado durante todo esse período da função tireoidiana está fazendo todas essas funções: desenvolvimento e crescimento neurológico. Com o nascimento o feto continua cada vez mais a ser dependente tanto no final da gestação quanto no período pós natal do HT que ele sintetiza (o qual vai estar aumentado), mas ainda tem durante uma fase pós natal, o hormônio circulante de T4 da mãe no sangue do feto e com o tempo isso finaliza por não ter mais esse nível circulante e o feto aí é totalmente dependente do seu eixo. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Danos que acontecem num adulto em relação a baixa de HT pode ser revertido porque já passou pelo seu crescimento e desenvolvimento neurológico. Já na criança, o dano é permanente se ele não tiver HT adequado, porque não fez nenhum desenvolvimento neurológico completo e porque HT éessencial para que GH consiga fazer crescimento pondero estatural também. Ou seja, na criança esse dano pode ter efeito permanente. Hormônios das adrenais As glândulas adrenais tem uma divisão de: Córtex zona glomerulosa, a qual produz mineralocorticoide, ex: aldosterona; zona fasciculada – produz glicocorticoide, ex: cortisol; zona reticular – produz androgênios, exs: DHEA e androstenediona) e medula (tem atividade similar ao simpático, a partir das células cromafins, que leva o aumento de epinefrina). Para que um hormônio tenha efeito no corpo, ele necessita de um receptor: → MR – Receptores para mineralocorticoides (serve para a ligação da aldosterona), → GR – receptores para glicocorticoides (ligação para o cortisol) → AR – receptores para androgênio (ligação para o androgênio causar seus efeitos). O receptor de mineralocorticoide tem uma finidade 3.000x pela aldosterona do que o cortisol, só que no nosso sangue temos 2.000x mais cortisol do que mineralocorticoide. Então quando se tem excesso de cortisol, o cortisol passa a agir no receptor de mineralocorticoide (se houver elevação do cortisol, passa a exercer efeito mineralocorticoide e glicocorticoide juntos), ou seja, excesso de cortisol ativa vias da aldosterona porque age em seu receptor. Regulação do estresse: Esteroidogênese – a partir do LH, a lipoproteína de baixa densidade que traz colesterol no seu conteúdo, consegue ter nas mitocôndrias das glândulas adrenais uma série de enzimas que fazem a produção de um ou outro hormônio (dependendo do estímulo que receber). → De forma geral, para a formação do mineralocorticoide, as únicas vias que se assemelham do glicogênio e do androgênio são as vias iniciais onde esse colesterol é ativo até formar progesterona. → A partir daí, todas as outras enzimas que formam aldosterona são específicas dessa síntese. → Já quando olhamos a vida do glicocorticoide e do androgênio, temos o compartilhamento de enzimas que formam progesterona, das enzimas que formam a hidroxiprogesterona-17 e a partir daí tem diferenciação. Ou seja, a partir das etapas finais que tem enzima específica que sintetiza no caso da liase (hidroxilase) os androgênios ou no caso da desoxicortisol, o cortisol que é um glicocorticoide. Qual a Implicância fisiológica disso? Para liberar mineralocorticoide tem um estímulo específico que a adrenal detecta para fazer ação e essa produção que é a presença aumenta de angiotensina II. Ou seja, esse indivíduo com uma desidratação precisa aumentar a função da aldosterona para regular esse volume ou um indivíduo que está em hipercalemia precisa aumentar aldosterona porque ela excreta K. → Se tiver ativação do eixo endócrino onde o ACTH está sendo liberado, ele atua ativando várias das enzimas que concomitantemente vai fazer essa adrenal liberar o cortisol (zona fasciculada), mas liberar também na zona reticular os androgênios. Pelo ACTH tem a estimulação das 2 vias: → numa situação onde ele esteja muito aumentado vejo as 2 rotas de esteroidogênese aumentada também. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Cortisol Tem funções diversas o tecido adiposo, músculo, fígado e sistema imunitário. → Imunossupressor, → hiperglicemiante (gliconeogênese), → catabolismo de proteína para ter uma disponibilidade de gliconeogênese → catabolismo de tecido adiposo para ter disponibilidade para aumentar glicemia que é o principal efeito dele ser hiperglicemiante. Glicocorticoide → Degradação muscular (proteolítico) com isso tem um “boom” de aminoácido para no fígado promover síntese de uma nova glicose e aumentar a glicemia. → No tecido adiposo, ele faz lipólise (“boom” de ácido graxo sendo liberado na corrente sanguínea) → Ao mesmo tempo ele aumenta a ligação e sua distribuição à receptores tipo GR localizados mais na cavidade abdominal e facial nas vísceras e no omento .Acaba fazendo uma má adipogênese visceral (faz então uma redistribuição de gordura). → tem uma função no catabolismo de carboidrato final e aumentar glicemia, catabolismo proteico e catabolismo lipídico. → Em relação a parte óssea, ele tem uma função antagônica a vitamina D, então ele promove uma diminuição da reabsorção de cálcio nos intestinos e rins que é uma ação da vitamina. → Ele ativa osteoclasto e diminui osteoblasto ( por promover um catabolismo proteico menor, acaba levando a uma síntese menor de colágeno e fibroblasto que são essenciais para a formação óssea, ou seja, ele aumenta a reabsorção óssea levando a pessoa a ter uma osteoporose), → Promove além do feedback, uma excitação a mais no SN deixando a pessoa mais irritada (hormônio do stress), → Aumenta a secreção de HCl nas células gástricas levando a uma ulceração nervosa, → Como ele está em elevação ele pode ter ação no próprio rim de ativar a via da aldosterona e promover o aumento da reabsorção de sódio que culmina em aumento de volume. → Ao mesmo tempo que ao agir nos receptores MR quando ele está elevado, ele promove uma vasoconstricção geral no receptor adrenérgico que vai fazer essa PA se elevar muito. → E ele tem uma função imunossupressora e anti- cicatrização, ou seja, inibe neutrófilos, citocinas anti inflamatórias de serem secretadas, inibe ativação dos linfócitos, acaba tendo efeito importante de inibir a via do ácido araquidônico para não produzir COX-1 e COX-2 não fazendo agregação plaquetária adequada, não tem uma vasodilatação adequada. Efeito dos mineralocorticoides Túbulo distal inicial é onde a aldosterona tem efeito. Quando ela é liberada, ela atua ativando a transcrição de RNAm por se ligar ao seu receptor nuclear e faz uma série de funções: → ativa bomba Na/K ATPase → aumenta a síntese de canais do tipo ENaC para promover reabsorção de sódio → aumenta a permeabilidade dos canais de K para excretar potássio. Então no final, quando a aldosterona está ativa, ela reabsorve sódio e excreta potássio – isso numa condição normal. Para cada sódio que ela reabsorveu nessa porção, se acompanharmos o túbulo distal final e o ducto coletor inicial tem uma célula intercalar alfa que vai fazer com que para cada sódio que reabsorvido, 1 hidrogênio e 1 potássio seja excretado. Então se o cotransportador estiver funcionando, esse cotransportador de hidrogênio/potássio ATPase, excreta hidrogênio numa situação normal porque em geral produzimos mais ácido do que base ( manda o hidrogênio embora), consequentemente reabsorve potássio tendo como efeito final compensatório renal para esse feito da aldosterona é mandar hidrogênio embora e reabsorver potássio. Efeitos dos androgênios Quando o androgênio é secretado também em resposta ACHT elevado, ele tem um efeito em homem e mulher principalmente durante a infância e adolescência (onde se faz a divisão de caracteres secundários ganhando a função de diferenciação de gênero) → Ele consegue distribuir e dar as características sexuais secundárias para homem e mulher (ex: se pegarmos um homem e uma mulher da mesma idade com a mesma porcentagem de gordura, veremos que por conta do androgênio ele tem uma distribuição de gordura diferenciada, então isso é um caracter secundário) Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Ou seja, os androgênios da adrenal vão favorecer essa distribuição de pelos diferenciado entre homem e mulher, distribuição de gordura, timbre da voz e a própria libido (desejo sexual). No homem, além dessa função secundária, associada a sua função gonadal do eixo hipotálamo-hipófise- testículo, ele vai também dar as características primárias (favorece a formação dos espermatozoides - gametogênese, diferenciação da genitália masculina durante o desenvolvimentoembrionário e seu crescimento na puberdade fazendo o crescimento e desenvolvimento de pênis e testículo). Ou seja, ele tem função dupla no homem e secundária para homem e mulher. Interação da regulação central do crescimento e desenvolvimento Se tiver o eixo da tireoide ativo estimula ou inibe o crescimento? Estimula o crescimento (GH e síntese proteica). → Se tem glicocorticoide (cortisol) aumentado: por ser contrário ao crescimento, ele tem 2 funções para diminuir o crescimento – Impede o funcionamento adequado do eixo da tireoide - Impede as funções adequadas do GH (inibe o hormônio liberador de GH e inibe a síntese proteica que é o mecanismo básico para ter crescimento). O que o glicocorticoide faz em relação a função reprodutora? Toda vez em situação de stress crônico (aumento da ativação do eixo do stress) inibe a função gonadal impedindo a liberação de LH e FSH causando na mulher uma amenorreia anovulatória (não consegue ovular e disfunção menstrual de um ciclo que não está ocorrendo) e no homem uma impotência ou perda de libido por conta do que o stress crônico está causando no eixo. Ao associar tireoide com hormônio do stress e hormônio reprodutor: Podemos ver que esses eixos se comunicam, quando o glicocorticoide inibe a função do HT por impedir a liberação do hormônio liberador de tireotrofina (inibiu o TRH), esse TRH quando inativo também inativa a função desse eixo. Exemplo: HIPOTIREOIDISMO onde tem esse eixo inibido, também apresenta amenorreia anovulatória, impotência e perda de libido porque a baixa de HT/falta dele impactua negativamente sobre o eixo reprodutor. 1) A- A ossado do famoso “Gigante Irlandês”, Charles Byrne (1761-1783), que media 2,3 metros de altura está exposta no museu do colégio real de cirurgiões de Londres. Além do tamanho, impressiona as deformidades craniofaciais e de extremidades apresentadas. B – Em janeiro de 2008, com 61 anos, Sylvester Stallone confessa, para a revista New York Times, ter usado GH(hormônio do crescimento) para ficar musculoso no novo filme Rambo 4. Frente a estes dois casos demonstrando alterações no hormônio de crescimento, responda: a) Quais são as semelhanças e diferenças apresentadas nos dois casos referentes ao hormônio do crescimento? Responda associando os níveis séricos de GH e IGF-1 em ambos os casos e nomeie as alterações correspondentes. No caso 1: o paciente por produzir gigantismo, possui uma desregulação no eixo hipotálamo-hipófise- gonadal, com isso tem uma produção exacerbada e GH e IGF-1. No caso 2 : O GH e IGF-1 estarão aumentados porque ao injetar o hormônio do crescimento , induz o fígado a produzir o IGF-1 (não importa da onde venha o estímulo , o fígado sempre vai responder ao hormônio do crescimento), assim ao dosar no sangue , além do GH , aparecerá o nível aumentado de IGF-1. Os dois casos se assemelham em relação ao nível de GH e IGF-1 que estarão aumentados nos 2 casos. A diferença entre eles é que o segundo, por injetar o hormônio GH após a fase de crescimento (ou seja, as cartilagens já estão fechas), o alto nível de GH e IGF-1 não leva ao aumento da estatura. Quando acontece gigantismo e acromegalia? O gigantismo é quando a hipersecreção começa na infância em problemas de fechamento de estruturas e a acromegalia começa na vida adulta (aqui não muda mais o tamanho, só o remodelamento ósseo). Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano b) Quais são os sinais e sintomas cardiovasculares, musculoesquelético e endócrinos esperados em ambos os casos? Responda associando as funções específicas do GH e IGF-1 em cada um destes sistemas. No coração ocorre uma diminuição no DC, aumento da RVP e a pessoa vai ficando hipertensa para tentar compensar esse débito diminuído. No músculo esquelético acontece as acromegalias nos ossos e por não estar com o fluxo sanguíneo adequado pode começar a ter deteriorização com o tempo. A massa muscular também fica aumentada pelo aumento da síntese de proteínas e se não corrigir isso, pela baixa do fluxo sanguíneo para responder aquele DC diminuído pode vir a ser comprometido. No sistema endócrino podemos observar o desenvolvimento de diabetes, porque o GH é hiperglicemiante e causa resistência à insulina. Podemos observar placa de ateroma também (o GH não mexe com função imunológica, então o que explica a placa é a lipólise, como tem muito colesterol elevado tem um aumento da propensão de formação da placa) sendo mais suscetível a ter infarto agudo do miocárdio também. c) Explique por que poderia ser utilizado para tratamento do caso A o octreotide, análogo da somatostatina? O uso dessa medicação iria ajudar no caso A, pois ele estimula a somatostatina, o qual por ser hormônio inibidor do somatotrofo da hipófise, inibe a secreção de GH, assim não deixaria acontecer o gigantismo nem a acromegalia. Esse medicamento deveria ser usado pela vida inteira. 2) A – T.V.F, 50 anos, procurou o ambulatório de endocrinologia pois apresentava sonolência excessiva e um inchaço no pescoço que a incomodava. Aos exames laboratoriais foi detectado níveis séricos: T4 livre 0,1 ng/dL (valores de referência: 0,5 a 1,5 ng/dL), TSH 41 mUI/ml (valores de referência: 0,5 a 5,0 mUI/mL) e anti-TPO (anticorpo antitireoperoxidade – TPO) 410 UI/L (valores de referência: menor que 35 UI/L) sendo então seu diagnóstico confirmado. B – RN, 15 dias de vida, sexo masculino, em BEG, é trazido para consulta de puericultura de rotina. Mãe traz resultado do exame do teste do pezinho colhido após 72 horas de vida que evidencia TSH 25 mUI/mL (valores de referência: até 15 mUI/ml). Frente a este resultado foi solicitado dosagem de TSH e T4 livre, por punção venosa, para confirmação de diagnóstico sugestivo de hipotireoidismo congênito. a) Quais foram os prováveis diagnósticos nos dois casos? Responda associando os resultados laboratoriais e a classificação etiológica do hipotireoidismo discriminando o local de sua origem. No caso A apresenta hormônio tireoidiano baixo e TSH alto, o que indica que o problema está diretamente ligado com a glândula tireoide, a qual está recebendo estímulo da hipófise (por isso o aumento) e não consegue produzir HT suficiente, sendo diagnosticado como hipotireoidismo primário. No caso B o TSH também está elevado, o que demostra que a hipófise está mandando estímulo para a tireoide funcionar, sendo assim, o possível diagnóstico é de um hipotireoidismo primário congênito. → Primário é na glândula tireoide → Secundário na hipófise → Terciário no hipotálamo. b) Quais são os sinais e sintomas classicamente esperados em ambos os casos? Serão os mesmos? Justifique. No adulto, observamos fatores reversíveis, como sonolência (devido a lentidão do metabolismo e do catabolismo), peso aumentado, o crescimento de pelos e unhas estará prejudicado, a pele estará seca e o paciente também pode possuir bradicardia (devido a diminuição do efeito simpático). Na criança, por ainda está na fase de desenvolvimento, encontramos fatores irreversíveis, como, atraso de crescimento pondero estudar, atraso do desenvolvimento neurológico, podendo vir a ter cretinismo (retardo mental e crescimento prejudicado). c) Por que no caso B ainda não há aparecimento de sinais e sintomas? Justifique sua resposta. Na fase em que a criança do caso está, ela ainda possui hormônio materno circulando ainda. Após 1 mês de pós natal, aproximadamente, a criança será dependente apenas do seu próprio hormônio tireoidiano, sendo assim, será possível encontrar alguns sintomas (dificuldade na amamentação, devido a macroglossia). Por isso, a importância do teste do pesinho, para que o tratamento comece de formaprecoce evitando que aja um dano irreversível. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano d) Nos casos apresentados haverá necessidade de tratamento com levotiroxina? Se sim, por quanto tempo? R: Sim, a levotiroxina é a forma sintética do principal hormônio produzido pela glândula tireoide, chamado de tiroxina (T4), o qual precisa ser suprido para esses pacientes. O tratamento deve ser iniciado e continuar por toda vida. Na criança ele evita retardo mental e auxilia no crescimento e se desenvolvimento. Já no adulto é utilizado para proporcionar uma qualidade de vida. 3) F.L.O, 20 anos, sexo feminino, procurou o ambulatório de endocrinologia pois apresentava história de aumento de peso principalmente na região abdominal e na face, fraqueza muscular, irritabilidade, amenorreia, estrias violáceas e hirsutismo. Para confirmação diagnostica foi aferido PA=160x90 mmHg e solicitado exames laboratoriais que constatou, após teste com supressão noturna de dexametasona (1mg), elevação sérica de ACTH (30 pg/mL, referência <5 pg/mL) e cortisol (3 ug/dL, referência menor ou igual a 1,8 ug/dL), confirmada pelo hipercortisolismo em urina de 24 h que estava 3 vezes elevado, bem como glicemia de jejum = 230 mg/dL. Frente a esse caso, responda: a) Qual é o provável diagnóstico desta paciente? Responda associando os resultados laboratoriais e classificação etiológica do hipercortisolismo discriminando o local de sua origem. O provável diagnóstico é o hipercortisolismo secundário, pois o ACTH ainda se encontra alto mesmo com o feedback negativo do cortisol, sendo assim o problema está na hipófise. Se o problema fosse na adrenal ao dar o cortisol teria que fazer um feedback negativo, ou seja, abaixar o ACTH e o CRH. Mas não é isso que está acontecendo. b) Explique os sinais e sintomas apresentados por esta mulher associados com sua alteração hormonal. A paciente apresenta aumento de peso na região abdominal e na face porque o seu catabolismo esta aumentado e consequentemente a adipogênese visceral também está aumentada, fazendo com que os glicocorticoides atuem em seus receptores presentes no omento e na região da face e do pescoço depositando a gordura que está sendo quebrada em outros locais gerando uma obesidade específica. Ela relata fraqueza muscular e estria porque o glicocorticoide no metabolismo proteico faz proteólise, o que impede a formação adequada das proteínas para a pele. A irritabilidade acontece poque cortisol é hormônio do stress. Hirsutismo ocorre porque o ACTH está alto pode estar estimulando também os androgênios. Sua PA está alta porque o glicocorticoide em excesso atua estimulando simpático e ao mesmo tempo tem ação mineralocorticoide então começa a atuar como se fosse a aldosterona. A paciente está com hiperglicemia porque tem resistência à insulina e pelo cortisol ativar uma série de ações que são hiperglicemiantes (faz catabolismo proteico e impede o efeito da insulina). c) Pode-se esperar observar nesta mulher alcalose metabólica hipocalêmica? Justifique sua resposta. R: Sim, uma vez que a hipocalemia é justificada pela retenção de sódio e consequentemente excreção de potássio. Isso pode ocorrer porque o cortisol tem ação mineralocorticoide (reabsorve sódio e manda potássio embora). Assim , em uma situação de hipocalemia, o ducto coletor ativa o cotransporte e começa a reabsorver mais potássio para equilibrar o íon potássio e manda hidrogênio embora, causando uma alcalose metabólica hipocalêmica. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano d) Se em vez de mulher, esta fosse uma criança de 5 anos, com estes mesmos achados laboratoriais quais os prováveis sinais e sintomas apresentados? Justifique considerando o padrão de crescimento ponderoestatural e sintomas decorrentes da hiperprodução de androgênios em meninas e meninos. O crescimento desta criança estaria prejudicado pela falta de glicocorticoide, ocorrendo a diminuição da ação do GH, inibição do HT e impedimento da síntese proteica. Em relação aos androgênios estaria aumentado nesta criança, pois quando se tem ACTH elevado (que é o caso da mulher do caso), o ACTH não estimula só glicocorticoide, ele estimula também os androgênios. Esse aumento dos androgênios causa a apresentação de caracteres secundários na menina e no menino vindo inicialmente mais rápido (crescimento de pelos, voz engrossando, distúrbios de ovulação como amenorreia na menina). No menino, além dessa função secundária, associada a sua função gonadal do eixo hipotálamo-hipófise- testículo, ele vai também dar as características primárias (favorece a formação dos espermatozoides - gametogênese, diferenciação da genitália masculina durante o desenvolvimento embrionário e seu crescimento na puberdade fazendo o crescimento e desenvolvimento de pênis e testículo).