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5- Modificações fisiológicas do organismo materno

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Introdução: entenda a gravidez como uma condição que impõe um grande estresse, uma 
grande sobrecarga ao organismo materno.
- Contínuo estado de adaptação - alguns autores utilizam a expressão adaptação, uma vez que 
o organismo precisa fazer uma série de reajustes em todos os seus sistemas fisiológicos: 
cardiovascular, respiratório, endócrino, renal, urinário, para poder se adaptar às sobrecargas 
impostas pelo estado hipercinético, hiperdinâmico que representa uma gravidez. E essas 
demandas são maiores quanto mais adiantada a evolução da gravidez;
- Alterações anatômicas, funcionais e bioquímicas - essas demandas impõem alterações 
anatômicas, funcionais e bioquímicas que eventualmente podem até descompensar algo da 
mãe;
- Limiar da capacidade funcional do organismo materno - O limiar entre o que é fisiológico e o 
que é patológico na gravidez as vezes é muito tênue, especialmente mães que não tem a 
saúde boa (ex: cardiopatia que estava compensada pode correr risco de descompensar; uma 
neuropatia; doenças endócrinas..). Muitas dessas modificações fisiológicas, por exemplo, os 
reajustes circulatórios, estão a um passe de romper esse limiar e tornar-se não mais 
fisiológica mas de fato uma alteração patológica no organismo da mãe, porque podem 
descompensar ou agravar quadros previamente compensados;
Descompensação ou agravamento de quadros patogênicos - Idealmente, mulheres portadoras 
de condições crônicas (hipertensas, diabéticas, cardiopatas, portadoras de doenças 
reumatologicas, renais...) devem ter uma gravidez bem planejada para que possam engravidar 
com o melhor grau de compensação possivel;
-
- Reflexos psicológicos, afetivos e sociais - a gravidez não é apenar um processo biológico, ela 
tambem é um evento com reflexos psíquicos, sociais, culturais, afetivos, familiares.. E temos 
que ter uma escuta qualificada para a demanda desse paciente. Muitas vezes preocupamos 
com uma hipertensão, indução de prematuridade e a mãe preocupa-se com o sexo do bebê. 
Tem que ter atenção com todas essas demandas para conciliar e chegar ao final da gravidez 
assegurando a integridade da saúde tanto materna quanto fetal.
Alterações Endócrinas: veremos a repercussão que a gravidez impõe ao organismo materno 
nos vários sistemas orgânicos, para saber diferenciar o que são queixas comuns das gestantes 
do que realmente tem relevância do ponto de vista de complicação clínica. Por exemplo 
hemese gravídica, é um desconforto comum no início da gravidez, mas que pode evoluir para 
hiperemese gravídica com repercussão no estado de hidratação, estado nutricional, equilíbrio 
hidroeletrolítico, então além do desconforto para paciente tem realmente repercussões 
organicas. Precisamos entender os sistemas para reconhecer o que vai além do desconforto e 
modificação fisiológica.
Placenta: vou falar de placenta semana que vem dentro do enfoque clinico, mas temos que 
encarar a placenta também como importante órgão endócrino. Existem vários hormônios de 
síntese placentária, tanto hormônios esteroides (que são aqueles derivados do colesterol, 
como por exemplo, estrogênios, progesterona, androgênios) como hormônios glicoproteicos 
(existe uma tireotrofina placentária, corticotrofina placentária, gonadotrofina coriônica).
-
Adriana Ávila T.67
Modificações fisiológicas do organismo materno
quinta-feira, 20 de agosto de 2020 12:22
 Página 1 de GO 
• Papel respiratório, nutricional, vascular, imunológico e endócrino - a placenta então é 
um órgão endócrino, além de outros papeis extremamente relevantes, é um órgão 
multifuncional (faz-se as vezes de pulmão, nutrição, aparelho cardiovascular, representa 
uma defesa imunológica...);
• Papel inicial do corpo lúteo - no início, quem dá sustentação hormonal para 
manutenção da gravidez, são os esteroides produzidos pelo corpo lúteo. Recordando o 
ciclo reprodutivo feminino de 28 dias, após o 14 dia/após ovulação, é o auge da fase 
lútea, o corpo lúteo vai estar extremamente desenvolvido secretando grandes 
quantidades de estrogênios e progesterona para propiciar desenvolvimento do 
endométrio que é onde o blastocisto vai nidar (implantar). O próprio embrião 
(blastocisto implantado) envia uma mensagem bioquímica ao ovário para manter o 
corpo lúteo ativo (porque todo corpo lúteo após 10 a 12 dias invariavelmente sofre 
regressão/luteolise/involução, e como não quero que isso aconteça, o embrião sinaliza 
bioquimicamente ao ovário que é para manter o corpo lúteo funcionante nas primeiras 
semanas durante e após a implantação);
• Gonadotrofina coriônica humana (HCG) - essa mensagem é bioquimicamente transmitida 
por esse hormônio glicoproteico: o HCG. Depois de um tempo, a própria placenta 
assume essa síntese de HCG e o corpo lúteo torna-se desnecessário e regride. 
(existe uma tireotrofina placentária, corticotrofina placentária, gonadotrofina coriônica).
• Síntese de esteroides sexuais (estrogênios – estriol, progesterona e androgênios)- a 
placenta também sintetiza esses hormônios extremamente relevantes para manutenção 
da gravidez. Estrogênios existem vários, dentre os quais, o principal sintetizado pela 
placenta é o estriol, que é menos potente que o estradiol. No entanto, como existe 
interconversão entre esses hormônios esteroides, é considerado importante porque a 
atividade estrogênica do estriol é mais fraca que do estradiol mas ele também se liga 
aos receptores estrogênicos. A síntese de estrogênio placentária é 30x mais potente do 
que a síntese do corpo lúteo, para vocês terem ideia da avalanche hormonal que a 
gestante sofre. Esse estrogênio tem vários papeis no sistema reprodutor, além da 
progesterona tambem; 
• Somatomamotrofina coriônica humana - também é conhecido como lactogênio 
placentário, mas é um nome inapropriado porque lactogênio da ideia de que produz 
leite e esse na verdade é o papel da prolactina, por isso o nome foi substituído. 
Somatomamotrofina coriônica humana (o nome explica a ação: ação trófica sobre 
Obs.: Resposta da pergunta: o HCG não é produzido pelo corpo lúteo, é produzido pela 
placenta e antes da placenta pelo sincício trofoblasto do qual vai derivar a placenta. O HCG 
placentário é para manter os níveis após o corpo lúteo não dar conta mais de produzi-lo. Os 
níveis de HCG dobram a cada 48h, aí eles atingem um pico e depois decai e faz um platô 
que é mantido durante a gravidez inteira às custas da síntese placentária para manter o 
endométrio estável (HCG e progesterona mantem o endométrio); Explicação resumida: o hcg 
é produzido pelo sinciciotrofoblasto para manter o corpo lúteo funcionante no início da 
gestação, depois disso, a placenta assume a função de manter os níveis hormonais que o 
corpo lúteo mantinha e o decaimento na produção de hCG leva à regressão do corpo lúteo. 
Depois de decair, o nível de HCG entra em platô e é mantido durante toda gravidez pela 
síntese da placenta;
 Página 2 de GO 
Somatomamotrofina coriônica humana (o nome explica a ação: ação trófica sobre 
desenvolvimento somático das mamas), que permite o desenvolvimento das mamas, 
preparando-as para lactação
Gnrh E INIBINA - também produzidos pela placenta. O GNRH placentário faz que com 
o tempo a produção do HCG diminua mas nunca desapareça completamente. E a 
INIBINA participa tambem da inibição do HCG.
•
Hormônios glicoproteicos - Existe uma corticotrofina, tireotrofina... Todas com papel 
no metabolismo materno e fetal.
•
• Hiperplasia das células beta das ilhotas de langerhans;
• Aumento da produção de insulina;
Tendência a hipoglicemia e cetonúria no jejum;•
Pâncreas: A parte endócrina do pâncreas é afetada significativamente durante a gravidez;-
• Na segunda metade da gravidez, os hormônios contra-insulínicos (ou contra insulares) 
levam ao aumento da resistência periférica à insulina e ao hiperinsulinismo - Da 
vigéssima semana pra frente, passa a predominar o efeito contrário: os hormônios 
contra insulínicos. Asomatomamotrofina coriônica humana tem esse efeito, o cortisol 
tem esse efeito, a progesterona e o estrogênio também... Isso vai levar com o tempo 
a um aumento da resistência periférica a insulina. O pâncreas entende que está 
faltando insulina e produz ainda mais insulina, mas isso não adianta muito. Na base 
dessas alterações fisiológicas podemos pensar que pode surgir o desenvolvimento de 
diabetes gestacional. Porque temos duas situações: uma é a mulher que já era diabética 
e engravida e outra é a mulher normoglicêmica que desenvolve diabetes na gravidez. 
Por isso, os testes de rastreio, sendo o principal o teste oral de intolerância à glicose, 
são realizados entre 24 e 28 semanas justamente para poder ter o tempo de pegar o 
efeito desses hormônios contra insulares. Se eu fizer o teste oral de tolerância a glicose 
(feito com 75g de dextrosol) muito cedo, não terei tempo para pegar esse efeito dos 
hormônios contra insulares, por isso fazemos o rastreamento da DM na segunda metade 
da gravidez. 
Obs.: a hiperplasia das células beta das ilhotas de langerhans do pâncreas e isso leva a 
hiperinsulinismo inicial, no início a gestante tem tendência a hipoglicemia já que seus níveis 
insulinicos ficam muito elevados. Inclusive como elas passam longos períodos de jejum devido 
a hemese gravídica, elas podem inclusive vir a apresentar corpos cetônicos na urina 
(cetonúria) nos casos de jejum prolongado. Resposta da pergunta: motivo da hiperplasia: 
ocorre um estimulo para as células beta propiciado pelo estrogênio e progesterona, que são 
secretados lá na placenta não tem a função só de manter o endométrio não, tem vários 
efeitos sistêmicos. Temos a placenta como órgão endócrino estimulando outros órgãos 
endócrinos. 
Obs.: Resposta da pergunta: os hormônios contra insulínicos são produzidos na placenta 
também, é a progesterona, o estrogênio, a somatomamotrofina..., a não ser o cortisol que 
 Página 3 de GO 
também, é a progesterona, o estrogênio, a somatomamotrofina..., a não ser o cortisol que 
é produzido pela própria adrenal, do feto e da mãe.
Aumento de tamanho - a tireoide aumenta de volume na gravidez, ela torna-se muito 
facilmente palpável durante a gravidez. A primeira coisa que aumenta na gestante é a 
TBG (tireoglobulina), que é a globulina que se liga a própria tiroxina. Isso também é 
um efeito de estrogênio; 
•
Aumento de tireoglobulina sem alteração de t3 e t4 livre - no entanto, apesar da 
tiroglobulina aumentar, os níveis de T3 e T4 no final não vão se alterar muito. O T4 
total até aumenta mas o T4 livre não, ele se mantem estável;
•
HCG tem características químicas e funcionais comuns com TSH - outro hormônio que 
tem efeito importante de estimular atividade tireoidiana é o HCG. O HCG 
quimicamente/funcionalmente é muito similar ao TSH. Condições que levam à grande 
produção de HCG podem cursar tambem com hipertireoidismo simultâneo, a principal 
complicação obstétrica que evolui com isso é a doença trofoblastica gestacional
(conhecida como mola hidatiforme). Na mola hidatiforme existe uma hiperplasia 
trofoblástica (existe inclusive formas malignas que é o coriocarcinoma, que é uma 
neoplasia troflobástica), essas condições levam a síntese de HCG em níveis elevadíssimos 
e isso cursa simultaneamente com hipertireoidismo.
•
Tireoide:-
Aumentam de tamanho, principalmente se houver deficiência de cálcio - as paratireoides 
aumentam de tamanho, particularmente naquelas mães que já possuem uma tendência 
a hipocalcemia;
•
Reabsorção de cálcio dos ossos maternos - ocorre essa reabsorção do cálcio dos ossos 
maternos e por isso algumas mães precisam de suplementação de cálcio para atender 
essa necessidade metabólica aumentada que o feto exige;
•
Mobilização do cálcio iônico - é mobilizado principalmente o cálcio iônico;•
Feto remove cálcio para ossificação, mantendo a concentração normal nos líquidos 
extracelulares maternos - todo cálcio que a mãe ingere vai pro feto e como ela precisa 
para si, ela busca no osso dela pela atividade de paratormônio;
•
E lembrando que essas Necessidades de cálcio são ainda maiores na lactação do que na 
própria gravidez;
•
25 g no último trimestre da gravidez - a mãe tem que disponibilizar 25g de cálcio 
para o feto;
•
Maior absorção intestinal de cálcio pela vitamina D - para poder compensar esse 
Paratireoides: O feto é grande consumidor de cálcio, ele precisa e muita quantidade de cálcio 
para mineralizar o seu próprio esqueleto. Ele consegue esse cálcio da mãe e quem vai suprir 
isso é a função das glândulas paratireoides;
-
 Página 4 de GO 
• Maior absorção intestinal de cálcio pela vitamina D - para poder compensar esse 
quadro, ocorre maior absorção intestinal de cálcio que é facilitado na mucosa intestinal 
pela vitamina D (na forma 1,25diihidroxi-cole-calciferol, que promove absorção do 
cálcio);
Alterações do Sistema Reprodutor: os órgãos quanto da genitália interna quanto da externa 
sofrem muitas transformações durante a gravidez.
Peso vai a 1.000 gramas, forma globosa, esférica e cilíndrica - órgão que em prazo de 
poucas semanas, sai de um peso de 30g-50g para 1000g às custas de hiperplasia e 
hipertrofia, tanto do miométrio, quanto do tecido conjuntivo;
•
Hiperplasia e hipertrofia miometrial e conjuntiva (estrogênio) - mais uma vez sendo 
papel do estrogênio. O miométrio contém receptores ativos para o estrogênio (teremos 
aulas sobre miomas uterinos que são neoplasias benignas estrogênio-dependentes). Como 
o estrogênio encontra-se muito aumentado por síntese placentária, vai ocorrer tanto 
um aumento na quantidade das células miometriais (hiperplasia) quanto um aumento 
de volume dessas células miometriais (hipertrofia). Além disso, o tecido conjuntivo 
intersticial entre as fibras miometriais vai expandir bastante com o efeito estrogênico, 
fazendo com que o útero aumente muito de volume, chegando a pesar mil gramas. Ele 
vai modificando de forma também, nas primeiras semanas ele tem uma forma mais 
globosa, pesado, perceptível ao toque. Depois ele vai ficando esférico, depois cilíndrico, 
até atingir a conformação do útero a termo;
•
Incremento da espessura endometrial, principalmente vascular - o endométrio 
desenvolve-se bastante, aumenta muito sua vascularização. Parte do endométrio é a 
decídua basal que vai contribuir pra formação da placenta. O endométrio fica então 
muito espesso, no início é ele que provê a nutrição pro blastocisto por difusão. Depois 
o embrião busca outras conexões com a circulação materna para obter esses nutrientes 
de forma mais eficaz;
•
Colo posteriorizado e amolecido - o colo muda de posição e de consistência. A medida 
que o útero cresce, ele se torna mais posteriorizado, mais dificilmente atingido pelo 
toque. E fica com a consistência amolecida, a consistência do colo ginecológico é 
semelhante a do nariz e a consistência do colo obstétrico é semelhante a do lábio;
•
• Tampão mucoso cervical - por efeito da progesterona forma-se um espesso tampão 
mucoso cervical para isolar o ambiente uterino de uma cavidade contaminada como é 
cavidade vaginal. Esse tampão mucoso cervical tem papel de proteção contra 
microrganismos da flora vaginal normal mas que podem ser patogênicos para o 
concepto.. Nas últimas semanas de gravidez, a síntese placentária de progesterona cai 
um pouquinho, mas esse pouquinho que cai é importante para desencadear o mecanismo 
do parto, e uma coisa que precede o trabalho de parto é a liberação/eliminação desse 
tampão mucoso cervical, é um fator preditivo de parto nos próximos dias porque tá 
caindo um pouco o nível de progesterona e ela começa a eliminar esse tampão mucoso 
Útero:-
 Página 5 de GO 
caindo um pouco o nível de progesterona e ela começa a eliminar esse tampão mucoso 
cervical (parece um catarro esbranquiçado ou transparente);
• Miométrio quiescente (progesterona) - Outro papel essencial da progesterona é não 
permitira deflagração de potencial de ação na célula miometrial. Ela deixa o miométrio 
num estado de latência, de quiescência, tanto é que um dos mecanismos determinantes 
do trabalho de parto é que a progesterona caia um pouco, então em alguns casos a 
suplementação de progesterona (via oral ou vaginal) pode ser eficiente em algumas 
formas de trabalho de parto imaturo, porque é papel da progesterona manter a célula 
miometrial quietinha;
• Contrações espontâneas indolores de baixo tônus (braxton-hicks) - a célula miometrial 
se contrai um pouco, há contrações espontâneas, indolores, de baixo tônus (chamadas 
de braxton-hicks). São contrações que não tem intensidade, tônus e frequência 
suficientes para dilatar o colo, muitas vezes não são percebidas pela gestante nem pelo 
examinador, mas são alterações eletrofisiologicamente demonstráveis em pesquisa. 
Cardiotopografia é um registro gráfico da atividade uterina e nos dá ideia do bem estar 
fetal. Posso fazer cardiotopografias basais (fora trabalho de parto) ou cardiotopografias 
durante o trabalho de parto (mais utilizado). Existem parâmetros que nos atestam 
sobre a vitalidade fetal (principal função do exame) e além disso ela demonstra 
também, em um dos registros gráficos, a contratilidade uterina, ela pode demonstrar 
tanto as contrações de braxton-hick, que são indolores e sem consequências patológicas, 
e pode mostrar também as contrações do trabalho de parto.
Mucosa vaginal espessada - o estrogênio aumenta a espessura do epitélio vaginal, ele 
torna a mucosa vaginal mais resistente, porque ela vai ser submetida a um trauma no 
parto. Citologicamente, pelo padrão de descamação, se eu quiser consigo demonstrar 
isso, não é feita citologia hormonal com objetivo hormonal em gestante, é feita com 
objetivo oncótico, mas se eu fizer a pesquisa hormonal através do padrão de 
descamação eu consigo evidenciar esse espessamento da mucosa vaginal, o aumento da 
elasticidade que as paredes vaginais vão ter, tudo isso para propiciar uma 
distensibilidade que permita a passagem do bebê;
•
Aumento da elasticidade;•
• Resíduo vaginal aumentado - temos que estar atento para diferenciar o que é conteúdo 
fisiológico do que é patológico. Pode fazer exame especular, fazer toque, para poder 
identificar se o resíduo pode ser anormal;
• Maior distensão para preparar a passagem do feto - tudo isso ocorre para propiciar 
uma distensibilidade que permita a passagem do bebê;
Maior vascularização;•
Maior pigmentação vulvar.•
Vagina e Períneo: -
Tubas e Ovários:
 Página 6 de GO 
Aumentam de volume;•
Corpo lúteo ativo até 7ª semana; •
Supressão da ovulação - gestantes são anovulatórias. O desenvolvimento folicular fica 
suprimido devido ao grande nível de estrogênio e progesterona de síntese placentária.
•
Tubas e Ovários:-
Aumento de volume (ductos, ácinos, estroma gorduroso e vascularização) - e tudo isso 
aumenta, e tudo isso é efeito sinérgico do estrogênio, progesterona, prolactina e 
somatamamotrofina (HPL);
•
Efeitos estrogênicos, progestogênicos e da prolactina - todos esses hormônios atuam 
sinergicamente para permitir o desenvolvimento ductal, glandular e estromal das 
mamas;
•
Rede vascular venosa exuberante (Rede de Haller);•
Aréola e mamilo aumentam de superfície e se tornam mais pigmentados;•
Glândulas sebáceas proeminentes (Tubérculos de Montgomery); •
Estrias - alteração da pele; •
Colostro - no início a produção é mais de colostro (secreção láctea mais serosa com 
conteúdo pobre de gordura e proteína, mas é importante contendo anticorpos...), 
depois do segundo, terceiro ou quarto dia que vem o leite maduro;
•
Inibição da lactação pelo estrogênio e progesterona - a produção de leite fica inibida 
porque o estrogênio e a progesterona inibem a atividade da prolactina. Os níveis da 
prolactina são crescentes durante a gestação, mas para que exerçam seu efeito de 
lactogênese, eles têm que ser pulsáteis (tem que ter picos de tempos em tempos). 
Como os níveis de estrogênio e progesterona mantem-se continuamente elevados 
durante a gravidez, eles inibem o efeito da prolactina de promover a lactação. Tanto 
que quando faz a secção do cordão umbilical no parto e para de haver transferência de 
estrogênio e progesterona pro recém-nascido, logo logo libera a prolactina pra ser 
liberada nesse padrão cíclico/pulsátil para estimular a produção láctea;
•
Papel auxiliar do HPL, Insulina, GH e Glicocorticoides - todos eles contribuem no 
processo de lactação.
•
Mamas: preparo para lactação-
Alterações do Sistema Digestório:
Ptialismo até o 4º mês (dificuldade de deglutição) - fenômeno comum nas primeiras 
semanas da gravidez, ocorre excesso de produção saliva (menos frequente) e dificuldade 
de deglutição da saliva. Coincide com o período de hemese gravídica;
•
Boca:-
 Página 7 de GO 
de deglutição da saliva. Coincide com o período de hemese gravídica;
Alterações gustativas, com mudanças do paladar e hábitos alimentares - muito comum 
nas gestantes também; As papilas gustativas tornam-se menos sensíveis e as vezes 
gestante podem buscar alimentos que sejam mais perceptíveis;
•
• Calcificação dentária estável - a calcificação dentária não é afetada;
Edema gengival - pode dificultar a higiene;•
Escovação e antissepsia adequadas;•
Tratamento odontológico se necessário - pode ser feito;•
Eructações, flatulência, tendência a constipação, distensão abdominal;•
Progesterona diminui tônus do esfíncter esofágico - esse é um efeito principalmente da 
progesterona que tem um efeito miorelaxante voltado para o miometrio mas não é 
especifico para ele. Como há musculo liso em toda a parede do tubo digestório, todos 
eles tendem a relaxar também. Isso diminui o tônus do esfíncter esofágico e vai 
favorecer a ocorrência de refluxo e pirose (que são queixas constantes e muito 
comuns);
•
Refluxo gastro-esofágico e pirose;•
Maior produção de gastrina;•
Deslocamento por fator mecânico - ocorre deslocamento das alças intestinais por um 
fator mecânico;
•
Redução do trânsito intestinal e da contratilidade da vesícula biliar - ocorre redução da 
contratilidade da vesícula biliar que é fator para dificuldade digestória. E a redução do 
transito intestinal é a origem da constipação. Então é importante orientar uma dieta 
rica em fibras, uma boa hidratação para contornar alguns desses sintomas. 
•
Esôfago, Estômago, Intestinos:-
Ligeiro aumento e deslocamento - macroscopicamente sofre um pequeno aumento de 
volume e deslocamento da posição;
•
Aumento de fosfatase alcalina, gama-gt e bilirrubinas - dentre as enzimas hepáticas, as 
que podem ter alguma elevação são a fosfatase alcalina e a gama GT;
•
Transaminases não se alteram - já as transaminases (glutâmico oxalacético e a 
glutâmico pirúvica, que agora chamamos de aminotranferases) elas não se alteram 
significativamente, elas são marcadoras de necrose hepatocelular que não deve ocorrer 
na gravidez normal. Existe uma condição gravissíma, que é uma complicação da doença 
hipertensiva especifica da gravidez, chamada de HELLP SINDROME (hipertensão que 
ocorre elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas), mas é 
•
Fígado e Vias Biliares:-
 Página 8 de GO 
ocorre elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas), mas é 
patológica. Na gravidez normal ocorre pequeno aumento de F.A. e GAMA-GT mas sem 
elevação de TGO e TGP;
Esvaziamento biliar lento e incompleto favorece estase e litíase (bile mais espessa e 
com maior saturação de colesterol) - já a bile sofre modificações favorece, como a 
vesícula biliar reduz a sua contratilidade, ela tem uma maior dificuldade de se esvaziar, 
e isso vai favorecer a estase biliar e a formação de litíase biliar (cálculo na vesícula), a 
bile se torna mais espessa com maior saturação do colesterol. Tanto que a litíase biliar 
é mais comum em paciente que já tiveram filhos.
•
Alterações Imunológicas:
• Os receptores celularese as proteínas do complexo principal de histocompatibilidade 
(MHC) não se expressam, eles "enganam" sistema imunológico da mãe, não há 
expressão nem das proteínas do complexo principal de histocompatibilidade e nem dos 
seus receptores celulares;
• Os Produtos dos genes MHC que são chamados de antígenos leucocitários humanos 
(HLA) que não exibem polimorfismo que é essencial para imunogenicidade, então os 
genes que levam ao HLA, ao não expressar o polimorfismo eles tambem não 
sensibilizam o sistema imune da mãe;
• Efeito protetor do trofoblasto - o próprio trofoblasto tem efeito protetor, ele cria 
um ambiente um ambiente imunoprivilegiado para o embrião implantado;
• Ocorre também uma Diminuição na produção de anticorpos maternos, embora IgG 
comprovadamente cruze a membrana placentária e vá conferir imunidade ao feto, mas 
globalmente a produção de gamaglobulinas reduz pelo organismo materno;
Diminuição de outros fenômenos envolvidos na resposta imune, como por exemplo os 
fatores quimiotáticos de leucócitos polimorfonucleares e funções de aderência - ocorre 
um estado de "imunossupressão", o que pode predispor a mãe a processos infecciosos;
•
• Transferência placentária de IgG e participação de macrófagos.
Não ocorre reação de rejeição - o organismo materno não executa o fenômeno de rejeição 
contra o "enxerto" que lhe é implantado com 50% de material antigênico (genes do pai) 
porque:
-
Alterações metabólicas:
Necessidade diária de 30-35 cal/kg/dia - aumento da necessidade calórica;•
• Média de ganho de peso normal é 12,5 kg - existe um gráfico para registrar o ganho 
de peso a cada consulta de pré-natal, coloca na curva e vê em termos de percentil se 
a curva está muito ascendente (acima do normal) ou menor que o normal (a má 
nutrição materna também está relacionada a restrição do crescimento intrauterino 
Ganho de peso:-
 Página 9 de GO 
○ Feto 3,5 kg, placenta e líquido amniótico 2 kg - são valores aproximados;
○ Útero 1 kg, mamas 0,5 kg;
○ Líquido extravascular e sangue 2,5 kg;
○ Aumento da água celular, deposição de gordura e proteínas (reservas maternas) 
3,0 kg;
nutrição materna também está relacionada a restrição do crescimento intrauterino 
fetal); A soma dos fatores descritos aproxima a média de ganho de peso de 12,5kg:
Armazenamento de proteínas, cálcio, fosfato e ferro pela mãe - todos eles essenciais 
pro desenvolvimento fetal.
•
Inicialmente promovem reserva materna e depois desvio de glicose e aminoácidos para o 
feto - "relação de parasitismo", e é isso que vai propiciar o chamado Efeito 
diabetogênico, que acontece principalmente na primeira metade;
•
Hiperinsulinemia leva a hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial prolongada;•
○ Maior captação periférica de glicose, armazenamento de glicogênio, redução da 
glicogenólise e da glicemia jejum - a 1 metade é dita anabólica porque existe uma 
maior captação periférica de glicose, existe um armazenamento intracelular na 
forma de reserva que é o glicogênio, e redução da glicogenólise. Isso faz com que a 
gestante (somado àquelas questões da hemese gravídica, dificuldade na 
alimentação..) tenda no início tende à hipoglicemia ou pelo menos à redução dos 
níveis glicêmicos dos níveis glicêmicos em jejum;
1ª metade (ANABÓLICA):•
○ Aumento da produção de hormônios contra insulínicos, resistência periférica à 
insulina, diminuição da tolerância à glicose, aumento da glicogenólise - quando 
aumenta a produção daqueles hormônios contra insulares (lactogênio placentário, 
estrogênio, progesterona, somatomamotrofina) progrido pra fase dita 
CATABOLICA, que leva a uma resistência periférica a insulina com uma diminuição 
de tolerância a glicose que, no limite, pode ter o efeito diabetoêenico e tornar a 
mãe diabética especifica na gravidez (tem que existir o componente familiar ou a 
predisposição genética pra isso na maioria dos casos). A gestante aqui tende a 
hiperglicemia. Por isso que é nesse momento que aplico o teste oral de tolerância 
a glicose (consenso do ministério da saúde em como rastrear diabetes gestacional).
2ª metade (CATABÓLICA):•
Glicose:-
Catabolismo de gorduras - para disponibilizar a concentração de ácidos graxos no plasma 
(relação de "parasitismo");
•
Lipídios:-
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(relação de "parasitismo");
Aumento da concentração de ácidos graxos no plasma;•
Alguns Hormônios exercem esse efeito lipolítico, principalmente a adrenalina, mas 
também o GH, glucagon, HPL;
•
Aumento de LDL-colesterol (efeito estrogênico) - o estrogênio aumenta um pouco o 
LDL;
•
Aumento de hdl-colesterol e triglicérides (efeito progestogênico) - progesterona 
aumenta triglicérides e HDL, de modo que os níveis totais de colesterol aumentem um 
pouco.
•
Obs.: essas alterações não costumam ser muito significativas, nem precisam ser rastreadas 
na gravidez. Nos exames de rotina pré-natal eu não falei de pedir colesterol total, hdl... 
Claro que apresenta risco a longo prazo caso seja um quadro não controlado mas geralmente 
não acarreta problema na gravidez.
500 gramas (feto + placenta) - total de proteína que tem que ser disponibilizada pra 
acumulo por síntese tanto do feto quanto da placenta;
•
500 gramas (útero, glândulas mamárias, hemoglobina, plasma) - mais esse gasto para 
poder desenvolver o útero, glândulas mamarias, sintetizar hemoglobina, mais a expansão 
plasmática;
•
Maior necessidade de ingestão diária - é fato; •
Se não houver ingestão adequada também de carboidratos e gordura, as necessidades 
energéticas são supridas pelo catabolismo das reservas proteicas;
•
Insulina facilita transporte de aminoácidos para o interior das células - pra disponibilizar 
essa grande quantidade de proteína necessária;
•
Devido à hemodiluição, concentrações ficam diminuídas - de modo geral, as proteínas 
plasmáticas, embora os níveis aumentem, a gente considera que em termos relativos 
suas concentrações ficam diminuídas porque vai ocorrer tambem uma expansão de 
volume (hemodiluição);
•
Fibrinogênio, alfa e beta-globulinas mais representativos - substancias de natureza 
proteica (não só os anticorpos que são as gama-globulinas mas tambem as alfa e beta-
globulinas que transportam muitas substancias na circulação) elas se tornam mais 
representativas com níveis mais elevados.
•
Proteínas: o metabolismo proteico por sua vez é bastante alterado com repercussões mais 
imediatas
-
Cálcio 250 mg/dia necessidades fetais, ingestão recomendada de 1.500 mg/dia; •
Sais Minerais:-
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Magnésio diminui mas não há evidências para reposição - existem muitas 
suplementações pra gestante e temos que tomar cuidado porque não pode ser 
insuficiente mas também não deve fazer uso abusivo. Tentar suplementar aqueles 
elementos que são realmente essenciais pro desenvolvimento fetal;
•
Fósforo 200 mg/dia - pode ser necessário suplementar as vezes pois as necessidades 
metabólicas são bastante elevadas;
•
Ferro – 70% na hemoglobina e 25% na ferritina. Necessidades totais de 1.300 mg na 
gravidez, na segunda metade 6-7 mg/dia. Se as reservas maternas forem deficientes, o 
feto obterá ferro dos eritrócitos ou diretamente da absorção intestinal materna. Valor 
mínimo da hemoglobina > OU = 11,0 g/dl e ferro sérico 30 mcg/dl - o feto é um 
grande consumidor de ferro, inclusive compete com a mãe, se preciso for, ele torna a 
mãe anêmica mas ele utiliza todo o ferro dele pra síntese da hemoglobina dele. 70% do 
estoque de ferro vai está no conteúdo da hemoglobina, 25% na ferritina e o resto em 
outras reservas. Na gravidez inteira preciso de 1300mg. Nós, com dietas normais sem 
nenhuma restrição, ingerimos por volta de 2,5mg por dia então ficaríamos a quem das 
necessidades para atender a demanda fetal. Na segunda metade chega a necessitar de 6 
a 7mg de ferro por dia. Quando falta para o feto, ele busca nas reservas da mãe, ele 
torna ela anêmica, destrói os eritrócitos dela, compete pela absorçãointestinal... Por 
isso os valores de hemoglobina normais na gestante são ligeiramente diferentes. Só tem 
diminuição significativa e anemia se forem valores inferiores a 10,5g/dl ou 11g/dl, e o 
valor de corte de ferro sérico 30mcg/dl. A suplementação de ferro é necessária 
profilaticamente para todas as gestantes e terapeuticamente para muitas. Não 
necessariamente por via oral, existem formas parenterais;
•
Iodo reduzido pela depuração renal, aumentando o trabalho da tireoide - o iodo fica 
reduzido e a tireoide trabalha mais na gravidez. Como tenho mais excreção renal de 
iodo, a tireoide tem que captar mais esse iodo para sintetizar T3 e T4.
•
A: cuidados com altos níveis que podem ser teratogênicos - Se tiver que fazer 
tratamento, reponha somente aquele item. Não aumente a dose de comprimidos que 
contém muitos nutrientes porque pode aumentar a toxicidade (exemplo: a vitamina A 
em níveis elevados está relacionado com teratogênicidade);
•
○ B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e B6 (piridoxina) ligadas ao metabolismo 
energético;
○ B9 (ácido fólico) e B12 (cianocobalamina) ligadas á síntese de hemoglobina o 
ácido fólico aqui importante pro fechamento do tubo neural e a B12 ligada a 
síntese de hemoglobina juntamente com ácido fólico. Uma forma importante de 
anemia na gravidez é anemia megaloblástica.
Complexo B:•
Vitaminas:-
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C: relação com gengivites e abortamentos - a carência de vitamina C pode estar 
relacionada com gengivites, pode ter repercussões sistêmicas, abortamentos...;
•
D: fundamental para absorção de cálcio e fósforo - essencial para absorção de cálcio e 
fosforo, muitas vezes é suplementada;
•
E: papel desconhecido mas carência ligada ao abortamento - a hipovitaminose E está 
estaticamente relacionada ao abortamento;
•
K: mecanismo anti-hemorrágico - tem efeito anti-hemorrágico, uma vez que estimula a 
síntese de fatores da coagulação. Para gestantes usuárias de anticonvulsivantes, 
administramos vit K.
•
Alterações do Sistema Urinário: são alterações relevantes e de repercussão imediata, desde o 
início da gravidez.
Há aumento do fluxo plasmático renal e do ritmo de filtração glomerular. Embora isto leve 
a um aumento da excreção de sódio, é compensado pelos efeitos do estrogênio, sistema 
renina-angiotensina-aldosterona e desoxicorticosterona - aumento do fluxo plasmático renal e 
RFG, aumenta consequentemente o debito urinário das gestantes. Se eu tenho aumento 
desses, teria um aumento da excreção de sódio, mas como tenho tambem um estimulo do 
estrogênio sobre o SRAA (além de corticoides da adrenal), é compensada esse efeito e parte 
desse sódio filtrado é reabsorvido;
-
Sequestro de água nos membros inferiores em posição supina durante o dia e redistribuição 
à noite com decúbito lateral levando a nictúria - ocorre maior retenção de água, 
principalmente nos MMII. A frequência urinaria aumenta (pois aumentou o fluxo plasmático 
renal e RFG) e diurese mais abundante. Como está retendo água (especialmente se fica 
muito de pé ou sentada), quando a gestante deita a noite, parte desse liquido é 
reabsorvido e muitas vezes ela terá nicturia (queixas comuns);
-
Aumento do clearance de creatinina - pode ser utilizado como método de avaliação da 
função renal nas gestantes que necessitem (avaliação da função renal não é obrigatória em 
gestantes de risco habitual, nem a creatinina seria nem o clearence são exames de rotina 
pré-natal, mas nas gestantes nefropatas, hipertensas, pode ser importante);
-
Glicosúria pode ser fisiológica por ultrapassar a capacidade de reabsorção tubular, se a 
glicemia estiver normal - glicosúria pode ser fisiológica ou patológica. Como aumenta o fluxo 
plasmático renal e aumenta o RFG, as vezes filtra tanta glicose, que ultrapassa a capacidade 
de reabsorção tubular e aparece glicosúria no EAS do pré-natal de maneira fisiológica DESDE 
QUE a glicemia esteja normal (ex: se estive com glicemia de 300/400mg/dl, não considero 
a glicosúria como fisiológica. Tem que olhar dentro do contexto);
-
Obs.: além desses fenômenos, existem também os chamados fenômenos mecânicos e 
hormonais que afetam o sistema urinário, especialmente a parte coletora dele 
(anteriormente falamos mais da parte filtrante/dos nefrons). Aqui falaremos da parte 
coletora (parte que recolhe a "diferença" entre o filtrado e o reabsorvido):
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Dilatação dos cálices, pelves renais e ureteres devido tanto a fatores mecânicos obstrutivos 
quanto hormonais relaxantes da musculatura lisa pela progesterona - acontece dilatação 
pielocalicial, tanto os cálices maiores e menores, quanto as pelves renais e os ureteres 
tornam-se dilatados, em parte por fatores mecânicos (útero vai se expandindo/o útero 
gravídico comprime mecanicamente essas estruturas obstruindo seu trajeto), em parte por 
fatores hormonais com o papel relaxante muscular da progesterona (que teoricamente 
relaxaria o miométrio mas afeta qualquer lugar que tenha musculo liso, como na parede dos 
ureteres) então a peristalse ureteral fica reduzida também, e isso vai favorecer estase e 
refluxo urinário;
-
Estase urinária e refluxo - é fator desencadeante/predisponente para infecções urinarias 
(uma intercorrência extremamente comum);
-
Aumenta a capacidade vesical e eleva-se resíduo pós-miccional - capacidade vesical 
globalmente fica aumentada mas o resíduo pós miccional também aumenta (é possivel medir 
isso com US, mas não é feito habitualmente) e isso também favorece estase urinaria e 
ocorrência de infecção também;
-
Aumento de volume uterino causa polaciúria - principalmente no início da gestação, os 
úteros mais antiversofletidos, crescem principalmente sobre a bexiga, isso pode levar a 
polaciúria (micções frequentes e esvaziamento incompleto). Às vezes é difícil diferenciar isso 
clinicamente de uma cistite;
-
Aumento da pressão intravesical pode levar a incontinência principalmente de esforço -
perdas involuntárias de urina são referidas em muitas gestantes, especialmente aquelas que 
já tiveram outras gestações anteriores.
-
Alterações Hematológicas:
• Expansão eritrocitária desproporcional em relação ao plasma - aqui ocorre o fenômeno 
de hemodiluição mencionado anteriormente;
• Eritropoetina eleva atividade da medula óssea - existe uma atividade medular 
aumentada de eritropoese, por produção aumentada de eritropoietina, mas ela não 
acompanha na mesma proporção a expansão volêmica. Por isso para considerar os 
valores de anemia em gestantes, tem que ser inferior a 11g/dl;
Volume sanguíneo aumenta 40-50%, atingindo o máximo 32ª semana;-
Leucócitos 5.000 a 12.000/mm3 até 25.000/mm3 no trabalho de parto - leucócitos 
aumentam (mais uma vez atento para o contexto para reconhecer se é alteração fisiológica 
da gravidez ou se é leucocitose mesmo - ex: se a gestante tem febre - um achado 
laboratorial sozinho pode ser só modificação fisiológica, já o achado laboratorial dentro de um 
contexto clinico pode ter significado diferente);
-
- Proteína C reativa e fosfatase alcalina leucocitária aumentam;
Viscosidade sanguínea e hematócrito caem;
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Viscosidade sanguínea e hematócrito caem;-
Concentração de hemoglobina – Valor normal > OU = 11,0 g/dl - ele falou inferior e no slide 
tá ">"?;
-
Necessidade de suplementação profilática de ferro.-
Alterações Sanguíneas:
• Aumentam a síntese hepática dos fatores de coagulação e aumenta agregação 
plaquetária;
• Elevam-se os níveis de fibrinogênio e de plasminogênio;
• Elevam-se os níveis de prostaciclina e tromboxane;
• Ocorre supressão do sistema fibrinolítico;
• Suscetibilidade ao tromboembolismo;
- Estado de hipercoagulabilidade - a gravidez é um estado de hipercoagulabilidade sanguínea 
porque:
- Pode ocorrer coagulopatia de consumo.
Obs.: todas essas alterações, tanto de aumento de coagulação quanto de expansão da 
volemia, são para preparar o organismo materno para as perdas queele terá no momento 
do parto, que são rápidas mas bastante agudas (podem chegar até 2000ml). Qualquer 
gestante tem uma susceptibilidade maior a fenômenos tromboembólicos.
Alterações Cardiovasculares:
Estado hiperdinâmico ou hipercinético;-
• Fadiga, dispneia, palpitações, tonturas, dor torácica - maioria das gestantes pode 
queixar alguns desses sintomas;
Sintomas:-
• Hiperfonese e desdobramento de bulhas, sopros sistólicos, edema - alguns sinais 
também são frequentes, sopros sistólicos de hiperfluxo são extremamente comuns; 
edema principalmente de membros inferiores;
Sinais:-
Redução da resistência vascular periférica devido ao “shunt” placentário e vasodilatação 
induzida pela síntese endotelial de prostaciclinas - no início as gestantes fazem muita 
hipotensão arterial porque existe uma redução da resistência vascular periférica. A placenta 
representa um shunt/desvio grande na circulação. O estrogênio e as prostaciclinas 
sintetizadas pelo endotélio promovem grande vasodilatação, levando a hipotensão postural ou 
até mesmo quando deitadas em decúbito dorsal;
-
Rx tórax:
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• Aumento da silhueta cárdica, deslocamento do ápice superiormente e à esquerda;
Rx tórax:-
• Aumento de massa e dimensão ventriculares - ele pode estar alterado. Os valores de 
referência mudam mesmo na gravidez normal;
Ecocardiograma:-
• Elevação da cúpula diafragmática e rotação do eixo elétrico para a esquerda modifica o 
registro eletrofisiológico.
Eletrocardiograma:-
Obs: RX, ECO e ECG não são exames da propedêutica de rotina pré-natal. Mesmo nas 
cardiopatas e penumopatas, onde os exames podem ser necessários, eles têm que ser 
interpretados mais cuidadosamente, pois os parâmetros mudam mesmo na gravidez normal.
Débito cardíaco elevado 30-50%, iniciando-se desde o 1º trimestre e atingindo maior 
ascensão entre 20-24 semanas, estabilizando-se na 32ª semana e normalizando-se 2 
semanas após o parto - o puerpério (as primeiras semanas pós parto) ainda é período de 
vigilância pra descompensação. Estamos falando de modificações fisiológicas do organismo 
materno, mas demora um pouco para normalizar a volemia depois (as vezes 2 semanas);
-
Frequência cardíaca eleva-se em 10-20 bpm por aumento do volume de ejeção;-
Retorno venoso diminui nas últimas semanas - porque vai ficar retido principalmente nos 
membros inferiores nas últimas semanas;
-
Queda da pressão arterial no 2º trimestre por relaxamento muscular liso, retornando ao 
normal no 3º trimestre. Ela pode ter tendência a hipotensão arterial (mais uma vez atua o 
estrogênio com papel vasodilatador e progesterona que diminui o tônus muscular liso). No 
terceiro trimestre tende a normalizar;
-
Há hipotensão em decúbito dorsal por compressão da veia cava inferior e ativação do sistema 
renina-angiotensina-aldosterona por ativação estrogênica e consequente vasodilatação. É 
comum que gestantes tenham hipotensão, tanto supina (de pé) quanto em decúbito dorsal 
(porque comprime a veia cava superior). A melhor posição pra gestante fazer repouso é em 
decúbito lateral esquerdo porque descomprimo a veia cava superior, facilito o retorno venoso 
e consequentemente a perfusão periférica. 
-
Alterações do Sistema Nervoso Central:
Sonolência, fadiga, lentidão psíquica por efeito depressor da progesterona - efeito 
principalmente progestogênico sobre o sistema nervoso;
-
Manifestações parestésicas principalmente em extremidades e cãimbras;-
Distensão ocular, espasmos arteriolares, dificuldade de adaptação das lentes de contato - a 
esfericidade/curvatura da córnea fica alterada, por isso a dificuldade com as lentes;
-
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A presença de escotomas ocorre nos casos de hipertensão - esse aqui não consideramos 
fisiológico. Escotomas é uma alteração patológica muito relacionada aos casos de hipertensão. 
A presença de escotomas visuais geralmente é indicativo de agravamento dos quadros de 
hipertensão;
-
Diminuição da acuidade auditiva, zumbidos - fenômenos de acúfenos (zumbidos);-
Hiposmia ou anosmia, obstrução nasal, rinite, epistaxe - hiposmia e anosmia pode acontecer 
as vezes por congestão da mucosa nasal, as vezes facilita ocorrência de obstrução, rinites, 
epistaxe...
-
Alterações Osteoarticulares: são alterações imediatas e progressivas
Lordose progressiva compensatória do eixo para equilíbrio - ocorre uma acentuação da 
lordose fisiológica que temos na coluna vertebral lombar. Ela se acentua mais para compensar 
o eixo de gravidade do corpo para que a gestante mantenha o equilíbrio;
-
Deslocamento posterior do centro de gravidade sobre MMII - ocorre um deslocamento 
posterior do centro de gravidade, fazendo mais força nos membros inferiores, a barriga curva 
para frente, a gestante força para trás e abre mais as pernas para tentar manter o 
equilíbrio. Às vezes é causa de lombalgia, cervicalgia...;
-
São comuns lombalgia, cervicalgia e síndrome do túnel do carpo - síndrome do túnel do 
carpo já é patológico;
-
- Aumento da mobilidade das articulações sacrais, ilíacas e púbicas por efeito estrogênico ou da 
relaxina - o objetivo desses hormônios é atuar nas articulações da pelve (sacro ilíacas, sínfise 
púbica) aumentando a mobilidade para facilitar o mecanismo da parturição;
- Orientação postural, ergonômica, exercícios de alongamento e fortalecimento muscular, 
hidroginástica, fisioterapia, orientações sobre calçados e vestuários (evitar salto alto, roupas 
apertadas) e práticas alternativas (massagem, calor local) são úteis - as queixas comentadas 
geralmente melhoram com essas medidas mais simples, técnicas não medicamentosas, 
intervenções não farmacológicas propiciam alivio dos sintomas.
Alterações do Sistema Respiratório: sofre alterações significativas
Elevação diafragmática, aumento da circunferência torácica, ampliação do ângulo subcostal, 
afrouxamento dos ligamentos intercostais são as alterações anatômicas mais comuns - o 
útero gravídico em expansão desloca a cúpula diafragmática, aumenta a circunferência 
torácica, o ângulo subcostal amplia e os ligamentos se afrouxam pelas mesmas ações 
hormonais. Essas são alterações puramente anatômicas mais comuns;
-
Adaptação da função pulmonar pela demanda de oxigênio: progesterona torna o centro 
respiratório mais sensível à pco2, aumentos significativos do volume corrente e do 
volume/min, redução do volume residual e da capacidade residual funcional sem alteração da 
capacidade pulmonar total - ocorrem alterações funcionais também. O pulmão tem que se 
adaptar a uma maior demanda pelo oxigênio. A progesterona atua no sistema nervoso 
-
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adaptar a uma maior demanda pelo oxigênio. A progesterona atua no sistema nervoso 
central sobre o centro respiratório, tornando ele mais sensível às variações da Pc02. Ocorre 
um aumento do volume corrente e do volume/min mas isso é compensado por uma redução 
do volume residual e da capacidade residual funcional, então a capacidade pulmonar total em 
si não chega a ser desequilibrada porque, embora alguns parâmetros aumentem, outros 
diminuem;
Aumento da Po2 - a saturação de oxigênio melhora (porque o feto é um grande consumidor 
de oxigênio e vai precisar disso). Na gravidez, para compensar, a gestante aumenta a 
excreção renal de bicabornato;
-
Aumento da excreção renal de bicarbonato (estado de alcalose respiratória compensada) com 
manutenção do pH. Então do ponto de vista metabólico, a gravidez é um estado de alcalose 
respiratória compensada porque ela tem que manter o pH. Então ela vai aumentar a 
excreção de bicabornato, de ácido também e pra compensar ela compensa isso no sistema 
respiratório. Posso fazer gasometria pra medir as vezes um caso patológico, mas nos casos 
fisiológicos é esse o achado.
-
Alteração Cutâneas:
Tendência à hiperpigmentação por efeito do hormônio melanotrófico, com a presença de 
cloasmas na face (melasmas gravídicos), linha alba transforma-se em linha nigra,escurecimento da vulva, coxas, axilas e aréolas - tendência a hiperpigmentação difusamente, 
esse é um efeito tanto do hormônio melanotrófico quanto do estrogênio. Muito comum a 
ocorrência de cloasmas na face (chamado também de melasma gravídico), a linha alba passa a 
ser chamada de linha nigra pois fica bem pigmentada. Muitas dessas pigmentações regridem 
parcialmente mas não totalmente; 
-
Recomendável o uso de filtro solar;-
- Permanecem em 30% dos casos - muitas dessas pigmentações regridem parcialmente mas 
não totalmente;
Estiramento leva a estrias inicialmente violáceas e depois nacaradas e indeléveis, 
principalmente em abdome, mamas, nádegas e coxas - estrias recentes são mais 
avermelhadas e antigas esbranquiçadas. São permanentes mas existem tratamentos 
cosméticos e afins;
-
Hiperfunção das glândulas sudoríparas e sebáceas causam maior transpiração - tem mais 
sensação de calor.
-
Alterações do Estado Emocional: entram aqui esses fatores familiares, culturais, sociais...
Ansiedade - medo de complicações obstétricas, medo de anomalias congênitas são muito 
comuns;
-
Labilidade emocional - mudanças no humor de um momento para o outro. Tem que haver 
um suporte emocional, maioria das vezes não precisa e nem deve ter intervenção 
farmacológica;
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farmacológica;
Influência do contexto familiar e de fatores sócio-culturais;-
Gestações planejadas ou não desejada;-
Cuidados com a depressão puerperal - esses casos necessitam de intervenção terapêutica e 
farmacológicas.
Obs.: Resposta da pergunta -> intervenções farmacológicas (com benzodiazepinico, etc) não 
são indicadas. Mas claro que tudo dentro de um contexto, se houver necessidade, faz-se 
intervenção mas geralmente não são recomendadas. Haverá uma aula sobre medicamentos na 
gravidez.
-
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