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Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 1 Genética Regulação da expressão gênica DEFINIÇÃO: o O aumento ou a diminuição da expressão gênica (sempre que se referir à expressão gênica, fala-se em RNAm e proteína). Por exemplo, se determinada proteína está expressa em um determinado câncer, tem que ser usado um fármaco que diminua a quantidade de proteínas nessa célula; fazendo a terapia gênica diminuir a quantidade de RNAm e, consequentemente, a quantidade da proteína; o Ativar ou inativar genes para evitar sintomatologia de determinadas doenças. Essa regulação gênica não necessariamente servirá apenas para patologias genéticas, mas para as patologias como um todo, as quais dependem da expressão gênica. Existem mecanismos de regulação da expressão gênica para ativação e inativação de genes específicos (Mais mecanismos para inibição do que para a ativação da expressão). Muitas vezes, entretanto, esses mecanismos falham e tem-se a importâncias de adentrar com os fármacos para tratamento. Qual o custo (em termos de energia e recursos) para fazer uma proteína? Para uma proteína de tamanho médio (300 aas): o 1350 moléculas de ATP; o 1650 átomos de carbono; o 540 átomos de nitrogênio. Percebe-se, então, que é um gasto energético elevado. Em procariotos já existem esse mecanismo de regulação -> E. coli tem cerca de 4000 genes que codificam aproximadamente 2000 proteínas. QUEM, QUANDO, QUANTO: Já que a síntese de proteínas requer grandes quantidades de energia e recursos, os procariotos e eucariotos desenvolveram mecanismos elaborados para controlar a escolha de quais proteínas são feitas em diferentes momentos e sob diferentes condições ambientais. Então, será levado em consideração as características da célula e a sua função, além do seu momento e da sua necessidade para controlar quais genes estarão ativos e quais genes estarão inativos, sendo que a maior parte deles sempre estará inativa; apenas aqueles que são realmente necessários e fundamentais para o desenvolvimento das funções celulares daquela célula que vão se ativar. REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA EM EUCARIOTOS: Como já sabemos, a expressão gênica está relacionada com o RNAm e a com a proteína, e nos eucariotos esses eventos de transcrição e tradução são separados espacialmente (transcrição no núcleo e tradução no citoplasma). Portanto, é preciso levar em conta esses compartimentos celulares para saber, por exemplo, se tem ferramentas suficientes para atuar em nível nuclear, de modo que isso seja feito sem prejudicar a célula, ou se as moléculas só conseguem agir em nível citoplasmático, etc. Porém, em qualquer uma das etapas de produção de RNA e de produção de proteína, tem-se a possibilidade de fazer essas interferências. Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 2 Genética o Regulação espacial: diferentes tipos celulares em um mesmo organismo. É uma regulação que depende do local/ espaço que a célula ocupa dentro de um organismo, e isso faz com que ela tenha atividade, morfologia diferentes naquele indivíduo; o Regulação temporal: genes diferentes expressos em tempos diferentes em resposta a sinais biológicos ou estímulos ambientais. É uma regulação que depende da necessidade/momento em que a célula se encontra. Ex.: um osteoclasto precisa fazer a reabsorção do osso e mandar cálcio para a corrente sanguínea; então, se o osteoclasto tiver precisando, por uma necessidade fisiológica do organismo, liberar cálcio na corrente sanguínea, ele vai ativar a expressão dos genes que codificam para essas enzimas que digerem o osso e essas enzimas vão, nesse momento, ser super expressas. Isso seria um estímulo biológico que avisou sobre a deficiência do cálcio e isso estimulou a célula a produzir enzimas digestivas. Com esse processo, os níveis de cálcio irão subir e as paratireoides vão tentar controlar isso, até que o osteoclasto recebe outro sinal dizendo que agora ele não precisa mais digerir o osso e mandar cálcio para a corrente sanguínea; então aqueles genes que estavam super expressos anteriormente vão ser inativados, pois não há necessidade mais naquele momento do cálcio na corrente sanguínea; o Nos eucariotos a transcrição (núcleo) e tradução (citosol) são separadas temporal e espacialmente, já nas bactérias esses processos ocorrem simultaneamente e no mesmo compartimento; o Eucariotos possuem proteínas regulatórias maiores e mais complexas, quando comparadas aos procariotos; o O acesso aos promotores (regiões próximas ao gene) é restrito pela estrutura da cromatina (devido à complexidade); o Promotores de eucariotos são intrinsecamente inativos: não ocorre início de transcrição na ausência de proteínas acessórias. Só se ativam se acordo com a necessidade. COMO É FEITA A TRANSCRIÇÃO: Histonas: São proteínas que enovelam o material genético. Elas vão ser modificadas de maneira covalente através de mecanismos de acetilação (adição de um grupo acetil) e metilação (adição de um grupo metil). Feito isso, irá haver uma mudança nas histonas de forma covalente, o que irá permitir o desenovelamento do DNA ao redor dela. Quando as histonas são acetiladas, por exemplo, e modificadas covalentemente, o DNA passa a ser uma estrutura ativa (mas nem todo o DNA estará ativo, mas sim apenas as regiões específicas que contenham as informações do gene e das regiões regulatórias dele). Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 3 Genética Obs1): Normalmente as histonas estão desacetiladas. Obs:2): Nem todo o material genético é desenovelado, porque a transcrição ocorre em genes e momentos específicos. Obs3): Lembrar que desnaturar é quebrar a dupla fita e, nesse caso, só fez desenrolar a fita, então, não é desnaturação ainda que ocorre. Obs4): Nem toda região de DNA é codificante. Explicando a imagem: A: histonas não modificadas, então seu DNA está inativo (compactado nas histonas). B: acetilação das histonas, proporcionando o desenovelamento do DNA e, consequentemente, a transcrição daquela região de interesse. PROMOTOR GÊNICO: Região que serve para ancoragem e recrutamento dos fatores transcricionais. Lá vai haver um reconhecimento de todos esses fatores e um posterior início do processo transcricional. Essa região apresenta uma sequência consensual (sequência que se repete para todos os genes) de nucleotídeos que facilita a chegada dos fatores transcricionais e da própria enzima. Um dos principais promotores que tem é o TATA box (região de adenina e timina). FATORES DE TRANSCRIÇÃO: o São moléculas proteicas que vão ajudar a polimerase (nesse caso a RNA polimerase) para executar o processo transcricional; o São fundamentais em todos os promotores para que a transcrição seja iniciada; o São importantes no posicionamento correto da RNA polimerase II sobre os promotores; o Atuam na separação das fitas de DNA; o Liberação da RNA polimerase II da região promotora. COMPLEXO PRÉ-TRANSCRICIONAL: Explicando a imagem: reconhecimento da região TATA box pela proteína TBP. Ao reconhecer ela se liga induzindo uma mudança conformacional (curvatura) na estrutura do DNA, e aí terá o recrutamento de outros fatores transcricionais. A modificação na estrutura do DNA, RNA, morfologicamente falando, é fundamental para que se tenha uma aproximação das proteínas regulatórias.Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 4 Genética ATIVAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS: Enhancers, acenturadores ou intensificadores: são regiões não codificantes (regiões intronicas – importante papel regulatório). Elas podem aumentar ou diminuir a expressão gênica. Vão regular positivamente esse processo. Os ativadores se ligam aos intensificadores e juntos vão potencializar a expressão do gene. REPRESSÃO DA TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS: Está associada a uma região inerte do material genético. Se ligam a proteínas repressoras, e basicamente fazem: o Interferem na ligação da RNA polimerase II ao promotor; o Interferem na ligação de ativadores aos seus sítios específicos de ligação no DNA; o Interferem no complexo de transcrição envolvido no início da transcrição; o Interagem e inibem ativadores de transcrição. LIGAÇÃO COMPETITIVA AO DNA: A competição vai ser pelo sitio de ativação, entre a molécula ativadora e a inibidora. SUPERFÍCIE DE ATIVAÇÃO OCLUÍDA: Oclusão da superfície de ativação da proteína ativadora. Essa proteína tem alguns domínios específicos, um deles é o domínio catalítico; quando ele é bloqueado pela proteína repressora, o processo de aumento da transcrição do gene é interrompido, essas proteínas, no caso da imagem, não competiram pela ligação ao DNA, mas a superfície de ativação foi bloqueada pela proteína repressora. Mesmo se ligando ao DNA, a proteína ativadora não vai conseguir induzir o processo transcricional, porque sua superfície catalíca está bloqueada. INTERAÇÃO DIRETA COM FATORES TRANSCRICIONAIS: Com a dobra do DNA, vai haver uma aproximação da região promotora e dos fatores de transcrição, que irão se ligar. Isso vai bloquear o processo transcricional, pois ela é uma proteína repressora/inibitória. Note que, na imagem, a aproteína ativadora não consegue se aproximar da transcrição. REGULAÇÃO DOS GENES HEAT-SHOCK EM DROSOPHILA: Existem outras formas de se fazer expressão da regulação gênica. Por estímulos ambrientais, biológicos, por exemplo. Tudo Fernanda Carvalho, 4º semestre - TUT 04 5 Genética isso pode fazer com que se tenha um aumento ou diminuição da expressão dos genes. Os genes heat-shock são aqueles que se ativam em resposta a uma modificação muito drástica da temperatura. Alguns genes (ex.: hsp70 gene), quando há essa mudança brusca na temperatura, são super expressos. A primeira coisa que a célula faz, ao passar por uma mudança brusca de temperatura, é produzir chaperonas (que fazem o enovelamento da proteína para que ela fique funcional), pois com as chaperonas produzidas, ela pode começar a sintetizar outras proteínas que vão poder ser enoveladas pelas chaperonas que foram produzidas previamente. REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA POR HORMÔNIOS ESTEROIDES: o Estrogênio, progesterona, testosterona, glicocorticoides; o São hormônios que conseguem atravessar a bicamada lipídica, porque são lipofílicos e possuem receptor intracelular – eles se ligam a esses receptores e são translocados para o núcleo da célula. No núcleo, encontrarão DNA e vai haver alguns elementos HREs que respondem aos hormônios do material genético; o Cada receptor reconhece uma sequência HRE específica, e vai estimular a transcrição gênica e forma RNAm e proteínas no citosol. REPRESSÃO DA TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS: o Acontece na tradução, onde consegue bloquear a ação dos ribossomos e a parada da síntese de proteínas; o Forma mais comum: ligação de repressores de tradução ao RNAm; Ex: Síntese de hemoglobina nos eritrócitos. REGULAÇÃO MEDIADA POR PEQUENOS RNAS: o Atuam bloqueando a expressão gênica e acabam sendo guia de estudo para algumas patologias, quando se quer reduzir a expressão de determinado gene; o Para evitar o gasto energético pode-se degradar o RNA, e percebeu-se que esse mecanismo de degradação do RNA é um mecanismo natural induzido pelos micro RNAs e RNAs de interferência (miRNAs (micro) ou siRNAs (pequenos); o Mecanismo de regulação pós- transcricional (RNAm). Funciona como a união da sequência que se quer bloquear com um desses RNAs regulatórios.
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