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Marianna Lopes – Genética, 4° semestre FTC R E G U L A Ç Ã O D A expressao genica EXPRESSÃO GÊNICA EM EUCARIOTOS Sabendo que a expressão gênica envolve a síntese de proteína a partir do RNAm e isso requer muita energia e outros recursos (ex. C e N), a regulação da expressão gênica compreende o aumento ou a redução desses componentes através de mecanismos desenvolvidos para inibir a expressão gênica e, com isso, faz-se o controle da escolha de quais proteínas são feitas em cada momento celular e cada condição ambiental • A maior parte dos genes ficam inativados por essa regulação e, para que eles se expressem, é preciso desativar os mecanismos de inibição o Após a expressão da proteína escolhida funcionalmente, toda a maquinaria usada é desmontada e o gene é inativado Tipos de regulação em eucariotos • Regulação espacial: Atua em diferentes tipos celulares (tecidos) em um mesmo organismo • Regulação temporal: Atua numa célula isolada, com sinais biológicos ou ambientais (ex. UV ou hormônio), expressando genes diferentes em tempos diferentes ETAPAS PRÉVIAS À TRANSCRIÇÃO MECANISM. INTRÍNSECOS DA REGULAÇÃO Estrutura do DNA antes da transcrição O DNA compõe uma estrutura chamada nucleossomo, que compreende o enovelamento de suas fitas por proteínas básicas (histonas), que se organizam para formar um octâmero de histonas (2 H2a + 2 H2b + 2 H3 + 2 H4) Modificação covalente das histonas As histonas “aprisionam” o DNA, impedindo sua leitura, mas podem o liberar se sofrer modificações covalentes como a acetilação e a metilação, que promovem a transferência de um grupamento acetil ou metil para as caudas das histonas, fazendo com que a cromatina seja remodelada e ativada Eucariotos X procariotos • Transcrição e tradução separadas de forma temporal e espacial (núcleo e citosol) • Eucariotos possuem proteínas regulatórias maiores e mais complexas • O acesso aos promotores é restrito pela cromatina e eles são inativos normalmente • Não existe transcrição sem proteínas acessórias Marianna Lopes – Genética, 4° semestre FTC Complexo de pré-iniciação no promotor Sabendo que promotor é uma sequência nucleotídica localizada antes do ponto de início da transcrição, ele age como um regulador positivo para tal processo, visto que, apesar de estar “parado”, ele se une a outras proteínas ativadoras para formar o complexo de pré-iniciação • Proteínas ativadoras: São específicas e só desencadeiam a transcrição se estão ligadas ao seu promotor o Caso o TATA-box seja mutado, a proteína ativadora funcional designada a ele perde a funcionalidade, isto é, não conecta mais e assim deixa de promover a transcrição o A especificidade das proteínas e a chance de mutação em promotores podem inibir uma transcrição e, por isso, todo gene conta com vários promotores antes do ponto de início (alguns mais distantes e outros mais próximos) Tipos: Octamer-box, GC-box, CAAT- box, TATA-box, etc Fatores de transcrição Fundamentais em todos os promotores para que a transcrição seja iniciada, atuando no posicionamento correto da RNA-polimerase II, no desenovelamento/ desnaturação da fita de DNA e também na fosforilação e liberação da RNA-polimerase II no promotor, que a ativa Montagem do complexo pré-transcricional A proteína ativadora TBP reconhece e se liga ao TATA- box, provocando remodelamento da cromatina, que se curva para aproximar proteínas, de fato, envolvidas na transcrição e proteínas reguladoras (positivas ou negativas). Com isso, a RNA-polimerase II é recrutada e também se liga ao complexo, desencadeando a chegada de outras proteínas (ex. TFIIH) para que então essa enzima seja fosforilada e ativada para produzir o RNAm (nesse momento, os fatores de transcrição são liberados, exceto o TBP, e podem ser reutilizados) Ativadores da transcrição em eucariotos Enhancers, acentuadores ou intensificadores são regiões específicas, que agem de forma semelhante aos promotores, ou seja, regulam positivamente a transcrição, mas são mais afastadas da área gênica • Áreas informacionais, isto é, inertes, mas que se ligam com proteínas ativadoras • Localizadas na curva da cromatina para que fiquem mais próximas do ponto de início da transcrição (se comparar com a cromatina linear) Repressores da transcrição em eucariotos Marianna Lopes – Genética, 4° semestre FTC Regiões específicas do material genético e proteínas passíveis de ligação nelas que atuam de várias formas para bloquear o processo transcricional, interferindo no complexo pré-transcricional, nos ativadores da transcrição e na ligação entre a RNA-polimerase II e o promotor e na ligação entre ativadores e seus sítios de ligação específicos no DNA • Ligação competitiva ao DNA: Competição por um sítio de ligação ou um pedaço dele com a proteína ativadora • Superfície de ativação ocluída: Bloqueio da superfície enzimática catalítica, que se liga a outras moléculas para estimular a transcrição • Interação direta com fatores transcricionais: Ligação de uma proteína repressora ao fator de transcrição, fazendo redução ou inativação do processo transcricional MECANISM, BIOLÓGICOS DE REGULAÇÃO Regulação de genes heat-shock em Drosophila Descoberta quando uma célula sofreu grande estresse térmico (heat-shock), a variação de temperatura (ex. muito baixa para muito alta) pode regular a expressão gênica • Regulação por variação de temperatura o Baixa: Bloqueio da transcrição o Alta: Ativação da transcrição • Genes heat-shock (ex. gene hsp70): Genes responsáveis pela síntese de chaperonas, isto é, proteínas que promovem o dobramento de outras proteínas no citoplasma para torná-las terciárias e funcionais o No heat-shock, as chaperonas existentes são desnaturadas e a célula iniciamente sintetiza novas chaperonas a partir de fatores de transcrição heat-shock (HSTF) Regulação de genes por hormônios esteroides Hormônios esteroides (lipofíicos) são internalizados em células-alvo ao atravessar a bicamada lipídica da membrana plasmática e então se combinam a seus receptores intracelulares para atingir o núcleo, onde entram em contato com elementos de resposta a hormônios (HREs), presentes no DNA, que regulam a expressão gênica estimulando a transcrição • Hormônios esteroides: Glicocorticoides, estrogênio, progesterona, testosterona Regulação de genes por hormônios peptídicos Hormônios peptídicos não entram na célula-alvo, eles se ligam a seu respectivo receptor de tirosina-quinase, que proporciona vários efeitos a nível celular (ex. insulina promove efeito metabotrópico e mitogênico) • Hormônios peptídicos: Insulina, prolactina, somatotrofina Repressão da transcrição (eucariotos) Com o ribossomo já montado e o RNAm já sendo lido, proteínas repressoras do processo translacional, que são ligadas ao RNAm, podem se ligar ao ribossomo e interromperem a tradução (ex. síntese de eritrócitos) Regulação mediada por pequenos RNAs (sRNA) Uma vez que o RNAm já se encontra no citoplasma, há regulação negativa com bloqueio da tradução através de microRNAs ou RNAs de interferência, que fazem o pareamento (geralmente parcial) de uma sequência complementar à sequência de RNAm que deve ser bloqueada, formando o complexo de silenciamento induzido por RNA (RISC), isto é, uma molécula de fita dupla, que é identificada no citosol e, então, sofre um programa de clivagem/fragmentação, impedindo que aquele trecho de RNAm seja convertido em proteína • A estrutura molecular de fita dupla não pode permanecer no citosol (somente no núcleo) • MicroRNA: RNAs com mesma função, que podem ser feitos biologicamente ou por terapia gênica (farmacologicamente), mas se constituem de uma molécula veiculada com forma de microesferas de lipossomos ou nanopartículas, que fazem drug-delivery, isto é, o endereçamento de drogas para tecidos específicos o O endereçamento específico se faz com a marcaçãode anticorpos exclusivos de certo tecido o Câncer de mama: Um proto-oncogene codifica a proteína HER2, que é receptora Marianna Lopes – Genética, 4° semestre FTC de fatores de crescimento nas células tumorais e, para inibir a expressão dessa proteína através da regulação do RNAm em citosol (o tratamento precisa que o microRNA seja endereçado para o tecido mamário)
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