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Espondiloartropatias Soronegativas (Espondilite Anquilosante, Artrites Reativas) - Módulo Febre - Problema 7

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Thaís Pires 
1 
Espondiloartropatias Soronegativas 
1. Rever os aspectos morfofisiológicos da coluna vertebral. 
Composta habitualmente por 33 vértebras divididas em: 7 CERVICAIS, 12 TORÁCICAS, 5 LOMBARES, 5 SACRAIS 
e 4 COCCÍGEAS – as 9 últimas vértebras (sacrais + coccígeas), as 5 sacrais estão fundidas no adulto formando 
o SACRO e as 4 coccígeas se fundem a partir dos 30 anos para formar o CÓCCIX / As vértebras tornam-se 
MAIORES progressivamente até o SACRO e depois progressivamente MENORES até o cóccix – isso é uma 
consequência da necessidade do suporte de peso, uma vez que as forças são maiores logo acima do sacro – 
abaixo dele, o peso é transferido para o cíngulo do membro inferior, justificando a diminuição do seu tamanho 
/ A movimentação da coluna vertebral se dá pelo intercalar de vertebras e discos intervertebrais, 
principalmente no que tange às 25 PRIMEIRAS VERTEBRAS – embora haja pouco movimento aparente entre 
2 vértebras adjacentes, o conjunto deles permite uma certa flexibilidade para a CV, embora seja rígida o 
suficiente para proteger a ME 
 
Características gerais de uma vértebra 
 
VÉRTEBRA = CORPO VERTEBRAL + ARCO VERTEBRAL + 7 
PROCESSOS 
 
 Corpo Vertebral – é a região anterior do osso, 
aproximadamente cilíndrica, que confere resistência a CV e 
SUSTENTA O PESO do corpo – são progressivamente maiores de 
T IV até T XII / é composto por OSSO ESPONJOSO vascularizado, 
que possui trabéculas verticais longas e horizontais curtas, 
entremeadas por MEDULA ÓSSEA VERMELHA (função 
hematopoiética) revestido por OSSO COMPACTO / na face 
posterior do corpo, um ou mais FORAMES dão passagem para as 
VEIAS BASIVERTEBRAIS que drenam a medula óssea / na 
superfície superior e inferior, é recoberto por cartilagem hialina, 
que é remanescente do molde para o desenvolvimento do osso 
– na periferia do osso, há um aspecto de OSSO LISO que indica a 
MARGEM EPIFISAL, derivada da epífise anular 
 
 Arco Vertebral – localizado posteriormente ao corpo 
vertebral – consiste em dois PEDÍCULOS que partem do corpo 
vertebral para o encontro de duas LÂMINAS de ossos largas e 
planas, que se unem na linha mediana posterior / o arco vertebral 
e a face posterior do corpo vertebral foram o FORAME 
VERTEBRAL, e a sucessão dos forames vertebrais forma o CANAL 
VERTEBRAL que contém a ME 
Thaís Pires 
2 
 
Em vista lateral, observam-se as INCISURAS VERTEBRAIS acima e 
abaixo de cada pedículo (entre os processos articulares 
superiores e inferiores e a projeção posterior do corpo vertebral) 
– a junção INCISURA VERTEBRAL SUPERIOR + INFERIOR = 
FORAME INTERVERTEBRAL, que permite a passagem dos NERVOS 
ESPINAIS e posteriormente dos GÂNGLIOS SENSITIVOS 
 
 
 Processos 
• Partindo da junção das duas lâminas posteriormente nos arcos vertebrais, parte o PROCESSO 
ESPINHOSO inferiormente – local de fixação dos músculos profundos do dorso 
• Na junção da lâmina com os pedículos, partes dois PROCESSOS TRANSVERSOS lateralmente - local de 
fixação dos músculos profundos do dorso 
• Na junção da lâmina com os pedículos, partem quatro PROCESSOS ARTICULARES, cada um com uma 
face articular – 2 superiores e 2 inferiores – os processos de uma vertebra superior estão em aposição 
aos da inferior, permitindo o encaixe da ARTICULAÇÃO ZIGAPOFISÁRIA (evita deslizamento ant-post 
das vértebras, alinhando a CV) 
 
• Vértebras Cervicais 
São as menores das vértebras MÓVEIS (sustentam menos peso), localizadas entre o crânio e as vértebras 
torácicas – embora possuam discos intervertebrais mais finos que os das outras regiões, eles são 
relativamente ESPESSOS quando avaliada a relação massa vértebra/massa disco – a espessura dos discos, 
somado ao fato de que os processos articulares adjacentes serem quase horizontais permite uma MAIOR 
AMPLITUDE de movimentação do que no resto da CV 
 
As vértebras de C3 a C7 são TÍPICAS, apresentando alterações no tamanho 
dos FORAMES VERTEBRAIS, que são maiores para acomodar a 
INTUMESCÊNCIA CERVICAL DA MEDULA ESPINAL, uma vez que faz a 
inervação dos MMSS / as margens superiores dos corpos vertebrais são 
ELEVADAS POSTEROLATERALMENTE (Unco) e DEPRIMIDAS 
ANTERIORMENTE, assemelhando-se a um banco → há um formato 
recíproco das vértebras adjacentes, o que permite uma movimentação de 
FLEXÃO E EXTENSÃO do pescoço, porém limita a ROTAÇÃO! 
 
Forame Transversário Oval – presente no processo 
transverso das vértebras, permite a passagem das 
ARTÉRIAS VERTEBRAIS E SUAS VEIAS ACOMPANHANTES 
 
Processos Transversos – terminam lateralmente em duas 
projeções: TUBÉRCULO ANTERIOR E POSTERIOR – esses 
tubérculos são fixação a um grupo de MÚSCULOS 
CERVICAIS LATERAIS (levantador da escápula e escalenos) / 
os tubérculos anteriores da vértebra C VI são chamados de 
TUBÉRCULOS CARÓTICOS 
 
Processos Espinhosos – das vértebras C3 a C6, são CURTOS 
e BÍFIDOS – a C7 apresenta um processo espinhoso longo que pode ser observado na flexão do pescoço 
Thaís Pires 
3 
 
Atlas (C1) – não possui CORPO e PROCESSO ESPINHOSO – no lugar do corpo, possui duas MASSAS 
LATERAIS que sustentam o peso do crânio (daí o nome atlas) – das massas laterais originam-se os 
PROCESSOS TRANSVERSOS, estando localizados mais lateralmente do que os das outras vértebras → 
vértebra mais LARGA que proporciona mais ALAVANCA para os músculos nele inseridos 
Suas FACES ARTICULARES SUPERIORES articulam-se com os CÔNDILOS OCCIPITAIS – o arco posterior 
do anel, possui um SULCO para a artéria vertebral 
 
 Áxis (C2) – é a mais forte das vértebras cervicais – C1 gira sobre C2 – possui duas grandes faces 
articulares superiores planas de sustentação, permitindo movimento de ROTAÇÃO / a principal característica 
do áxis é o DENTE que se projeta do corpo para cima – esse dente situa-se ANTERIORMENTE À ME, 
funcionando como eixo de rotação para a cabeça 
 
O dente do áxis é mantido contra a FACE POSTERIOR DO ARCO ANTERIOR do atlas 
pelo LIGAMENTO TRANSVERSO DO ATLAS – é um ligamento que se estende de 
uma massa lateral a outra do atlas, impedindo qualquer deslocamento horizontal 
do dente e permitindo apenas a rotação 
• Vértebras Torácicas 
Localizadas na parte superior do dorso e nelas fixam-se as COSTELAS, apresentando, portanto, as FÓVEAS 
COSTAIS para a articulação – as quatro vértebras intermediárias (T5 a T8) possuem todos os elementos típicos 
das torácicas 
 
 Processos Articulares – possuem orientação vertical quase 
coronal, definindo um arco cujo centro é o DISCO INTERVERTEBRAL – 
esse arco permite a ROTAÇÃO e algum grau de FLEXÃO LATERAL da 
coluna vertebral 
Thaís Pires 
4 
 
T1 – é atípica em relação às torácicas pois possui um processo espinhoso LONGO e QUASE HORIZONTAL, que 
pode ser quase tão saliente quanto do de C7 / na margem SUPERIOR, possui uma FÓVEA COMPLETA para a 
primeira costela, e, na superfície INFERIOR, uma HEMIFÓVEA para a segunda costela 
T12 - vértebra de transição para a região lombar, apresentando características torácicas na metade superior 
da vértebra (fóveas costais, processos articulares para rotação) e características lombares na metade inferior 
da vértebra (sem fóvea costal, processos articulares de extensão e flexão) → sujeita a estresse de transição, 
sendo FRATURADA mais frequentemente 
• Vértebras Lombares 
Como o peso que sustentam aumenta em direção a parte inferior da CV, essas vértebras possuem CORPOS 
VERTEBRAIS GRANDES 
 
Seus processos articulares orientam-se VERTICALMENTE, sendo as suas 
faces articulares orientadas no plano SAGITAL inicialmente, mas 
adotando posição CORONAL à medida que desce / a orientação sagital 
inicial com faces articulares voltadas LATERALMENTE são 
complementadas por faces adjacentes voltadas MEDIALMENTE, 
facilitando a FLEXÃO E EXTENSÃO, mas impedindo a ROTAÇÃO LATERAL 
 
Os PROCESSOS TRANSVERSOS seguem direção POSTERIOR, SUPERIOR e LATERAL, e na base desses processos 
encontram-se os PROCESSOS ACESSÓRIOS,que servem para a fixação dos músculos intertransversários 
Na face posterior dos PROCESSOS ARTICULARES SUPERIORES, existem pequenos tubérculos, os PROCESSOS 
MAMILARES, que permitem fixação dos músculos multífidos e intertransversários 
 
• Sacro 
Possui formato cuneiforme, que é resultante da rápida diminuição de tamanho das suas 5 vértebras que são 
fundidas na idade adulta, uma vez que a metade inferior dele NÃO SUSTENTA PESO / compõe a metade 
posterior da pelve, garantindo a sua resistência e transmitindo o peso do corpo para o CÍNGULO DO MI 
 
É inclinado de forma que se articula com L5 no ÂNGULO LOMBOSSACRAL, que varia de 130° a 160° - é 
frequentemente mais largo na mulher do que no homem / a FACE PÉLVICA do sacro é lisa e côncava, 
Thaís Pires 
5 
apresentando 4 linhas transversais que indicam o local de fusão das vértebras, que antes estavam separadas 
por cartilagem hialina / a FACE DORSAL do sacro é convexa e rugosa, apresentando a CRISTA SACRAL MEDIANA 
(processos espinhosos rudimentares) + CRISTAS SACRAIS MEDIAIS (processos articulares fundidos) + CRISTAS 
SACRAIS LATERAIS (processos transversos fundidos) 
 
 
 
Canal Sacral – é a continuação do CANAL 
VERTEBRAL e contém o feixe de nervos 
espinais originados abaixo de L1, a 
CAUDA EQUINA 
 
Forames Sacrais – nas faces pélvica e dorsal do sacro, existem 4 pares de forames sacrais para a saída dos 
ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais 
 
Base do Sacro – é formada pela face superior da vértebra S1 – seus processos articulares superiores articulam-
se com os inferiores da L5 / a margem projetada anteriormente é o PROMONTÓRIO DA BASE DO SACRO 
 
• Cóccix 
É um pequeno osso triangular formado pela fusão de 4 VERTEBRAS RUDIMENTARES – a PRIMEIRA VÉRTEBRA 
COCCÍGEA permanece separada do grupo fundido – face côncava e lisa = pélvica; convexa e processos 
articulares = dorsal 
 
• Articulações dos Corpos Vertebrais 
São SÍNFISES (fibrocartilagem) destinadas a sustentação do peso 
e a resistência – as faces articulares (não processos!!) das 
vértebras adjacentes são unidas por DISCOS INTERVERTEBRAIS E 
LIGAMENTOS 
 
Thaís Pires 
6 
Discos Intervertebrais – oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais e formam a metade inferior da 
margem anterior do forame intervertebral – eles representam de 20 a 25% da altura da CV – permitem 
MOVIMENTAÇÃO + ABSORÇÃO CHOQUE / cada disco é formado por um ANEL FIBROSO externo (com lamelas 
concêntricas de fibrocartilagem) e um NÚCLEO PULPOSO central (com uma massa gelatinosa) / Entre C1-C2 
não há disco intervertebral e sua espessura aumenta a medida que a coluna vertebral desce – a espessura 
relacionada à vértebra é definida pela amplitude do movimento permitido na região (mais movimento, mais 
disco em relação à vértebra – cervical e lombar) 
 Anel Fibroso – anel de FIBROCARTILAGEM que forma a circunferência do disco – esse anel se insere 
nas MARGENS EPIFISIAIS das faces articulares dos corpos vertebrais, formada pelas epífises anulares fundidas 
→ as fibras de cada lamela seguem OBLIQUAMENTE de uma vértebra a outra, formando um ângulo de 30° 
com o eixo vertical – o anel é mais fino posteriormente e a sua vascularização 
diminui progressivamente em direção ao centro 
 Núcleo Pulposo – inicialmente, é composto por cerca de 88% de água e é 
mais CARTILAGÍNEO, tornando mais fibroso ao longo do desenvolvimento / sua 
natureza semilíquida é responsável pela FLEXIBILIDADE e RESILIÊNCIA do disco 
vertebral / é AVASCULAR e nutrido por difusão de vasos sanguíneos localizados 
na periferia do anel fibroso 
2. Analisar aspectos epidemiológicos relacionados com as 
espondiloartropatias soronegativas. 
 
 
Essas artrites soronegativas apresentam 
em comum a APRESENTAÇÃO CLÍNICA, 
LESÃO PATOLÓGICA BÁSICA e alguns 
ACHADOS LABORATORIAIS 
 
Espondilite Anquilosante – “espôndilo” 
significa vértebra e “anquilose” significa fusão – isso ocorre somente nos estágios mais avançados da doença, em 
que há degeneração articular e ossificação = anquilose óssea → a espondilite anquilosante = inflamação + fusão 
vertebral – é uma doença inflamatória que acomete basicamente o esqueleto axial , sendo a lesão da 
ARTICULAÇÃO SACROILÍACA seu marco fundamental 
 Predomina em HOMENS → a distribuição do HLA-B27 está presente em 90% dos pcts com EA e em 7% dos 
indivíduos caucasianos / ao contrário dos marcadores de AR, o HLA-B27 NÃO POSSUI RELAÇÃO COM O 
PROGNÓSTICO DA DOENÇA 
 Patogenia – as espondiloartropatias negativas tem como característica em comum a ENTESITE, 
uma inflamação da região de conexão do ligamento, tendão, músculo ao osso! Esse processo causa 
uma INFLAMAÇÃO LOCAL CRÔNICA que causa degeneração do osso, seguido de um processo de 
tentativa de reparação por NEOFORMAÇÃO ÓSSEA que evolui para ANQUILOSE (fusão) = 
OSSIFICAÇÃO DAS ÊNTESES / A ARTICULAÇÃO MAIS ACOMETIDA É A SACROILÍACA, QUE É 
NOTORIAMENTE LIGAMENTAR (possui locais de conexão óssea), embora qualquer articuação possa ser acometida 
Thaís Pires 
7 
 Na coluna vertebral, há uma entesite na região anterior da vértebra, onde se localiza o ânulo fibroso do disco 
vertebral – com o tempo o osso neoformado se transforma em uma protuberância óssea chamada 
SINDESMÓFITO → pontes entre as vértebras – posição com CIFOSE ACENTUADA E PERDA DA LORDOSE LOMBAR 
A artrite periférica que acompanha a EA difere da AR pois não apresenta VILOSIDADES SINOVIAIS EXUBERANTES, 
ainda que a sinóvia esteja aumentada e apresente o pannus / enquanto na AR ocorrem tipicamente erosões do 
osso articular, na EA ocorre estímulo para neoformação óssea nas áreas afetadas 
O envolvimento da coluna se dá de forma ASCENDENTE, i.e., começa pelas articulações SACROILÍACAS e COLUNA 
LOMBOSSACRA, evoluindo para a TORÁCICA e CERVICAL. Pode haver, também, acometimento das 
INTERAPOFISÁRIAS, contribuindo para a espondilite 
AR x EA – Em um indivíduo com infecção avançada por HIV, a AR tende a diminuir suas manifestações pela menor 
quantidade de LTCD4, enquanto a EA desencadeia uma forma GRAVE! Enquanto na AR há EROSÃO ÓSSEA, na EA 
ocorre NEOFORMAÇÃO ÓSSEA. A histopatologia da sinóvia na AR mostra agregados linfoides, células dendríticas 
e hiperplasia das células de revestimento da sinóvia, enquanto na EA há PMN, macrófagos e hipervascularização! 
Manifestações clínicas – geralmente, a primeira manifestação é DOR LOMBAR UNILATERAL, INSIDIOSA, 
PROFUNDA acompanhada de RIGIDEZ MATINAL/APÓS PERÍODOS DE REPOUSO/FRIO, que melhora após o início 
de atividades físicas. Após alguns MESES, o pct pode EVOLUIR A DOR para bilateral, persistente e contínua, que 
tende a piorar no período noturno. Além disso, há DIMINUIÇÃO DA AMPLITUDE DO MOV LOMBAR (AP e LL), que, 
inicialmente, é devido ao espasmo muscular paraespinhal, porém, em fases avançadas, é consequência da 
ANQUILOSE! 
 Pode ser achado, também, a HIPERSENSIBILIDADE ÓSSEA, que é um reflexo da entesite! Ao realizar a 
digitopressão em locais acometidos, o pct pode relatar dor. 
 Quando há acometimento da TORÁCICA, há uma cifose progressiva associada a uma REDUÇÃO DA 
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA, causando certa dispneia. Além disso, pela artrite costocondral, o pct pode referir 
sentir uma dor semelhante a uma angina! 
 Quando a anquilose chega à cervical (o que demora anos), o pct pode relatar episódios recorrentes de 
TORCICOLO, perda da EXTENSÃO CERVICAL. 
Teste de Schober – com o pct de pé, marca-se uma linha na apófise espinhosa da L5 e outra exatamente 10cm 
acima dela. Após isso, solicita-se que o pct realize uma flexão da coluna, sendo esperado que haja um aumento 
de 5 CM na distância entre as linhas, ou seja, que distem 15cm ou mais. Caso os valores sejam menor que 4, 
indicam COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DA LOMBAR 
Prognóstico e Evolução – cerca de 30% dos pcts masculinos referem que a doença afeta negativamente as 
atividades laborativas, enquanto os outros 70% apresentam uma forma branda da espondiloartropatiaManifestações Extra-Articulares 
• Oftalmológicas – principalmente naqueles que tem o HLA-B27, de 30-40% dos pcts podem tem UVEÍTE 
ANTERIOR AGUDA – dor, lacrimejamento excessivo, fotofobia - nenhuma relação com a gravidade da doença 
• Pulmonares – desenvolvimento de FIBROSE PULMONAR DOS LOBOS SUPERIORES que aparece depois de 20 
ANOS DA DOENÇA 
Thaís Pires 
8 
• Cardíacas – as valvas aórticas encontram-se espessadas e com certo grau de fibrose → insuficiência aórtica 
• Renais – amiloidose secundária manifestada por proteinúria 
• Neurológicas – síndrome da cauda equina – perda sensorial dos dermátomos sacrais, dor e fraqueza dos MMII 
Diagnóstico – Foi instituído um novo quadro de critérios diagnósticos para uma ESPONDILOARTRITE AXIAL, ou 
seja, a detecção da doença na fase de ENTESITE/ARTRITE quando ainda não há anquilose! Isso, assim como na AR, 
é importante pois aumenta a SENSIBILIDADE PRECOCE e, com o tto, permite impedir o surgimento de 
DEFORMIDADES ESQUELÉTICAS IRREVERSÍVEIS 
Diagnóstico Diferencial – em estágios iniciais, quando há ARTRITE PERIFÉRICA, pode haver confusão com AR 
– o comprometimento do QUADRIL, SACROILÍACAS, COLUNA, UVEÍTE ANTERIOR AGUDA ajudam a diferenciar 
/ Artrite reativa e psoriásica – amabs compartilham aspectos radiológicos com a EA, entretanto, a EA associada 
a essas artrites costuma se ASSIMÉTRICA E ALEATÓRIA 
 
Alterações Radiológicas 
 Início – nada 
 Evolução 1 – melhores visualizadas em incidência de Ferguson (cefálica de 30°) - inicia com o 
BORRAMENTO DAS SACROILÍACAS com ESCLEROSE E EROSÕES SUBCONDRAIS classicamente bilaterais, mas 
que podem ser unilaterais também. A progressão das erosões pode causar o PSEUDO-ALARGAMENTO do 
espaço articular. Nas ENTESES, como no púbis e calcâneo, há EROSÕES, ESCLEROSE E NEOFORMAÇÕES, com 
possíveis esporões ósseos na inserção do calcâneo. 
 Evolução Coluna – inicia na LOMBAR de forma ascendente, ossificando ligamentos tendinosos 
bilateralmente e simétricos!!!!! → SINDESMÓFITOS → coluna em bambu (avançado e pouco comum). 
Quando inicia a lesão da lombar, isso significa que já há sacroileíte instalada! Os corpos vertebrais podem 
estar QUADRADOS pela osteíte da região anterior com erosão óssea. 
 
Tto – tem como principais objetivos: melhora SINTOMÁTICA, melhora da capacidade FUNCIONAL, prevenir 
DEFORMIDADES ARTICULARES E COMPLICAÇÕES, diminuir manifestações EXTRA-ARTICUALES 
 Geral – encorajar os pcts a MANTER POSTURA ERETA, dormir em DECÚBITO DORSAL em COLCHÃO 
FIRME, e a PRATICAR EXERCÍCIOS DE BAIXO IMPACTO, como natação. Lembrar da ABORDAGEM 
MULTIPROFISSIONAL, principalmente com a fisio... exercícios respiratórios. 
Thaís Pires 
9 
 Farmacológicos 
 AINES – eficazes para o controle da DOR E RIGIDEZ, então são primeira linha de tto! Dados 
recentes mostram que os AINES podem retardar a progressão radiológica da doença. Alguns autores usgerem 
iniciar com INDOMETACINA (75-150mg/dia) – Para os que não tem melhora sintomática com AINE, pode 
indicar PARACETAMOL OU OPIOIDES! 
Obs: NÃO PRESCREVER GLICOCORTICOIDES SISTÊMICOS, pois eles não melhoram os sintomas e pioram a 
osteoporose vertebral! 
 Sulfassalazina – antes do início com agentes biológicos, pode-se laçar mão da 
SULFASSALAZINA, principalmente naqueles pcts com artrite periférica. MTX sem evidências consistentes. A 
leflunomida, a talidomida e o pamidronato já foram sugeridos como tratamentos alternativos com discreto 
benefício. 
 Agentes Biol. Bloq. TNF alfa – causa melhora sintomática, melhora radiográfica, MESMO EM 
PCTS DE LONGA DATA COM EA. Indicado para pacientes com doença ativa que não obtiveram resposta ao 
uso de pelo menos dois AINEs diferentes. Antes do início do tratamento, todos os pacientes devem realizar 
teste tuberculínico (PPD) e radiografia de tórax. Pacientes com PPD ≥ 5 mm devem receber profilaxia para 
tuberculose. A resposta da uveíte a 
esses agentes não é previsível 
Efeitos colaterais - infecções graves, incluindo a tuberculose disseminada; distúrbios hematológicos, como 
a pancitopenia; distúrbios dismielinizantes; piora da insuficiência cardíaca congestiva; aparecimento de 
autoanticorpos para LES, além de sintomas clínicos da doença; reações de hipersensibilidade nos locais de 
aplicação; e doença hepática grave 
 
Artrites Reativas - formas de inflamação articular, não supurativas, que têm origem em um processo infeccioso 
à distância → na maioria das vezes, é uma inflamação NO TRATO DIGESTÓRIO OU NA GENITÁLIA / Utilizamos o 
termo síndrome de Reiter quando a artrite reativa está associada a outras manifestações inflamatórias, compondo 
a síndrome: URETRITE + CONJUNTIVITE + ARTRITE– mais frequentemente Shigella e Chlamydia 
 HLA-B27 – para os soropositovos para HLA, há 5x MAIS chances de desenvolver artrite reativa e, dentre os já 
com a doença, 60-85% são HLA-B27 POSITIVOS. Nos soropositivos para HIV, nem sempre há essa associação HLA-
AR. A presença do HLA-B27 prolonga a sobrevida das bactérias dentro dos leucócitos, permitindo a sua 
disseminação para as articulações, onde causa a artrite! 
PCTS COM HLA-B27 POSSUEM PIOR PROGNÓSTICO 
Epidemio – indivíduos entre 18-40 anos – quando se fala de infecção entérica, a proporção entre sexos é 1:1; 
quando se fala em infecção venérea, há predomínio dos homens. 
Agentes Etiológicos 
 Diarreias Infecciosas – Shigella, Salmonella, Campylobacter, Yersinia – diarreia invasiva, com sangue, muco 
e pus 
 Doenças Venéreas – Chlamydia trachomatis 
Existem duas formas clássicas da artrite reativa: PÓS DISENTÉRICA/EPIDÊMICA ou PÓS VENÉREA/ENDÊMICA, 
sendo a primeira mais frequente em crianças e a segunda mais frequente em jovens após uretrites ou 
cervicites. 
Manifestações Clínicas – vai desde uma MONOARTRITE EFÊMERA até uma MULTISSISTÊMICA GRAVE, sendo 
ambos desenvolvidos após 1-4 SEMANAS DA INFECÇÃO PRIMÁRIA (diarreia ou relação sexual que transmitiu a 
doença) 
 Sintomas Constitucionais – fadiga, mal estar, febre, perda ponderal 
Thaís Pires 
10 
 Artrite – oligoarticular, assimétrica, aditiva e PRINCIPALMENTE MMII. Pode manifestar: dactilite, artralgia, 
tendinite aquiles, fasciíte plantar... entesopatias! 
 Apx 20% dos pcts desenvolvem sacroileíte ascendente, semelhante a EA 
Manifestações Associadas 
 Balanite Circinada – inflamação da glande – é manifestação do ceratoderma blenorrágico, que 
ocorre em até 30% dos casos como forma pós venérea da Are → pápulas escamosas com crostas na palma 
das mãos 
 Uveíte Anterior 
 Úlceras Orais 
 
Artrite Psoriásica - artropatia inflamatória crônica que afeta até 30% dos PORTADORES DE PSORÍASE GRAVE - cerca 
de 80% das vezes as lesões cutâneas da psoríase precedem o surgimento das MANIFESTAÇÕES articulares, mas é 
importante ter em mente que em 20% a artrite começa antes !!! (até dois anos antes) ou ao mesmo tempo em que 
as lesões cutâneas! 
POR DEFINIÇÃO, se um portador de psoríase abrir um quadro articular semelhante à artrite reumatoide, porém, o 
fator reumatoide em seu sangue for negativo, o correto será classificá-lo como artrite psoriásica! Por outro lado, se 
o fator reumatoide for positivo, o correto será classificá-lo como AR + PSORÍASE CONCOMITANTE... 
 Desse modo, a diferenciação com AR se dá pela ausência do fator reumatoide e pelo acometimento das 
IFD, além da frequente presença de sinais clínicos de entesite, como dactilite (“dedo em salsicha”) e inflamação do 
calcâneo 
 
 
 
 
 
 
 
3. Discutir o diagnóstico diferencial das espondiloartropatias soronegativas. 
4. Conhecer os principais exames complementares (e suas alterações), assim como os critérios adotados 
para o diagnóstico de espondilite anquilosante. 
5. Conhecer como se realizar o exame físico da coluna e o exame osteoarticular, essenciais para fazer-se 
o diagnóstico de espondilite anquilosante, assim como para o diagnóstico diferencial com as outras 
espondiloartropatias. 
6. Conhecer a relação das espondiloartropatias soronegativas como HLA-B27. 
7. Relacionar os medicamentos utilizados no tratamento da espondilite anquilosante.

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