Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Thaís Pires 1 Espondiloartropatias Soronegativas 1. Rever os aspectos morfofisiológicos da coluna vertebral. Composta habitualmente por 33 vértebras divididas em: 7 CERVICAIS, 12 TORÁCICAS, 5 LOMBARES, 5 SACRAIS e 4 COCCÍGEAS – as 9 últimas vértebras (sacrais + coccígeas), as 5 sacrais estão fundidas no adulto formando o SACRO e as 4 coccígeas se fundem a partir dos 30 anos para formar o CÓCCIX / As vértebras tornam-se MAIORES progressivamente até o SACRO e depois progressivamente MENORES até o cóccix – isso é uma consequência da necessidade do suporte de peso, uma vez que as forças são maiores logo acima do sacro – abaixo dele, o peso é transferido para o cíngulo do membro inferior, justificando a diminuição do seu tamanho / A movimentação da coluna vertebral se dá pelo intercalar de vertebras e discos intervertebrais, principalmente no que tange às 25 PRIMEIRAS VERTEBRAS – embora haja pouco movimento aparente entre 2 vértebras adjacentes, o conjunto deles permite uma certa flexibilidade para a CV, embora seja rígida o suficiente para proteger a ME Características gerais de uma vértebra VÉRTEBRA = CORPO VERTEBRAL + ARCO VERTEBRAL + 7 PROCESSOS Corpo Vertebral – é a região anterior do osso, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência a CV e SUSTENTA O PESO do corpo – são progressivamente maiores de T IV até T XII / é composto por OSSO ESPONJOSO vascularizado, que possui trabéculas verticais longas e horizontais curtas, entremeadas por MEDULA ÓSSEA VERMELHA (função hematopoiética) revestido por OSSO COMPACTO / na face posterior do corpo, um ou mais FORAMES dão passagem para as VEIAS BASIVERTEBRAIS que drenam a medula óssea / na superfície superior e inferior, é recoberto por cartilagem hialina, que é remanescente do molde para o desenvolvimento do osso – na periferia do osso, há um aspecto de OSSO LISO que indica a MARGEM EPIFISAL, derivada da epífise anular Arco Vertebral – localizado posteriormente ao corpo vertebral – consiste em dois PEDÍCULOS que partem do corpo vertebral para o encontro de duas LÂMINAS de ossos largas e planas, que se unem na linha mediana posterior / o arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral foram o FORAME VERTEBRAL, e a sucessão dos forames vertebrais forma o CANAL VERTEBRAL que contém a ME Thaís Pires 2 Em vista lateral, observam-se as INCISURAS VERTEBRAIS acima e abaixo de cada pedículo (entre os processos articulares superiores e inferiores e a projeção posterior do corpo vertebral) – a junção INCISURA VERTEBRAL SUPERIOR + INFERIOR = FORAME INTERVERTEBRAL, que permite a passagem dos NERVOS ESPINAIS e posteriormente dos GÂNGLIOS SENSITIVOS Processos • Partindo da junção das duas lâminas posteriormente nos arcos vertebrais, parte o PROCESSO ESPINHOSO inferiormente – local de fixação dos músculos profundos do dorso • Na junção da lâmina com os pedículos, partes dois PROCESSOS TRANSVERSOS lateralmente - local de fixação dos músculos profundos do dorso • Na junção da lâmina com os pedículos, partem quatro PROCESSOS ARTICULARES, cada um com uma face articular – 2 superiores e 2 inferiores – os processos de uma vertebra superior estão em aposição aos da inferior, permitindo o encaixe da ARTICULAÇÃO ZIGAPOFISÁRIA (evita deslizamento ant-post das vértebras, alinhando a CV) • Vértebras Cervicais São as menores das vértebras MÓVEIS (sustentam menos peso), localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas – embora possuam discos intervertebrais mais finos que os das outras regiões, eles são relativamente ESPESSOS quando avaliada a relação massa vértebra/massa disco – a espessura dos discos, somado ao fato de que os processos articulares adjacentes serem quase horizontais permite uma MAIOR AMPLITUDE de movimentação do que no resto da CV As vértebras de C3 a C7 são TÍPICAS, apresentando alterações no tamanho dos FORAMES VERTEBRAIS, que são maiores para acomodar a INTUMESCÊNCIA CERVICAL DA MEDULA ESPINAL, uma vez que faz a inervação dos MMSS / as margens superiores dos corpos vertebrais são ELEVADAS POSTEROLATERALMENTE (Unco) e DEPRIMIDAS ANTERIORMENTE, assemelhando-se a um banco → há um formato recíproco das vértebras adjacentes, o que permite uma movimentação de FLEXÃO E EXTENSÃO do pescoço, porém limita a ROTAÇÃO! Forame Transversário Oval – presente no processo transverso das vértebras, permite a passagem das ARTÉRIAS VERTEBRAIS E SUAS VEIAS ACOMPANHANTES Processos Transversos – terminam lateralmente em duas projeções: TUBÉRCULO ANTERIOR E POSTERIOR – esses tubérculos são fixação a um grupo de MÚSCULOS CERVICAIS LATERAIS (levantador da escápula e escalenos) / os tubérculos anteriores da vértebra C VI são chamados de TUBÉRCULOS CARÓTICOS Processos Espinhosos – das vértebras C3 a C6, são CURTOS e BÍFIDOS – a C7 apresenta um processo espinhoso longo que pode ser observado na flexão do pescoço Thaís Pires 3 Atlas (C1) – não possui CORPO e PROCESSO ESPINHOSO – no lugar do corpo, possui duas MASSAS LATERAIS que sustentam o peso do crânio (daí o nome atlas) – das massas laterais originam-se os PROCESSOS TRANSVERSOS, estando localizados mais lateralmente do que os das outras vértebras → vértebra mais LARGA que proporciona mais ALAVANCA para os músculos nele inseridos Suas FACES ARTICULARES SUPERIORES articulam-se com os CÔNDILOS OCCIPITAIS – o arco posterior do anel, possui um SULCO para a artéria vertebral Áxis (C2) – é a mais forte das vértebras cervicais – C1 gira sobre C2 – possui duas grandes faces articulares superiores planas de sustentação, permitindo movimento de ROTAÇÃO / a principal característica do áxis é o DENTE que se projeta do corpo para cima – esse dente situa-se ANTERIORMENTE À ME, funcionando como eixo de rotação para a cabeça O dente do áxis é mantido contra a FACE POSTERIOR DO ARCO ANTERIOR do atlas pelo LIGAMENTO TRANSVERSO DO ATLAS – é um ligamento que se estende de uma massa lateral a outra do atlas, impedindo qualquer deslocamento horizontal do dente e permitindo apenas a rotação • Vértebras Torácicas Localizadas na parte superior do dorso e nelas fixam-se as COSTELAS, apresentando, portanto, as FÓVEAS COSTAIS para a articulação – as quatro vértebras intermediárias (T5 a T8) possuem todos os elementos típicos das torácicas Processos Articulares – possuem orientação vertical quase coronal, definindo um arco cujo centro é o DISCO INTERVERTEBRAL – esse arco permite a ROTAÇÃO e algum grau de FLEXÃO LATERAL da coluna vertebral Thaís Pires 4 T1 – é atípica em relação às torácicas pois possui um processo espinhoso LONGO e QUASE HORIZONTAL, que pode ser quase tão saliente quanto do de C7 / na margem SUPERIOR, possui uma FÓVEA COMPLETA para a primeira costela, e, na superfície INFERIOR, uma HEMIFÓVEA para a segunda costela T12 - vértebra de transição para a região lombar, apresentando características torácicas na metade superior da vértebra (fóveas costais, processos articulares para rotação) e características lombares na metade inferior da vértebra (sem fóvea costal, processos articulares de extensão e flexão) → sujeita a estresse de transição, sendo FRATURADA mais frequentemente • Vértebras Lombares Como o peso que sustentam aumenta em direção a parte inferior da CV, essas vértebras possuem CORPOS VERTEBRAIS GRANDES Seus processos articulares orientam-se VERTICALMENTE, sendo as suas faces articulares orientadas no plano SAGITAL inicialmente, mas adotando posição CORONAL à medida que desce / a orientação sagital inicial com faces articulares voltadas LATERALMENTE são complementadas por faces adjacentes voltadas MEDIALMENTE, facilitando a FLEXÃO E EXTENSÃO, mas impedindo a ROTAÇÃO LATERAL Os PROCESSOS TRANSVERSOS seguem direção POSTERIOR, SUPERIOR e LATERAL, e na base desses processos encontram-se os PROCESSOS ACESSÓRIOS,que servem para a fixação dos músculos intertransversários Na face posterior dos PROCESSOS ARTICULARES SUPERIORES, existem pequenos tubérculos, os PROCESSOS MAMILARES, que permitem fixação dos músculos multífidos e intertransversários • Sacro Possui formato cuneiforme, que é resultante da rápida diminuição de tamanho das suas 5 vértebras que são fundidas na idade adulta, uma vez que a metade inferior dele NÃO SUSTENTA PESO / compõe a metade posterior da pelve, garantindo a sua resistência e transmitindo o peso do corpo para o CÍNGULO DO MI É inclinado de forma que se articula com L5 no ÂNGULO LOMBOSSACRAL, que varia de 130° a 160° - é frequentemente mais largo na mulher do que no homem / a FACE PÉLVICA do sacro é lisa e côncava, Thaís Pires 5 apresentando 4 linhas transversais que indicam o local de fusão das vértebras, que antes estavam separadas por cartilagem hialina / a FACE DORSAL do sacro é convexa e rugosa, apresentando a CRISTA SACRAL MEDIANA (processos espinhosos rudimentares) + CRISTAS SACRAIS MEDIAIS (processos articulares fundidos) + CRISTAS SACRAIS LATERAIS (processos transversos fundidos) Canal Sacral – é a continuação do CANAL VERTEBRAL e contém o feixe de nervos espinais originados abaixo de L1, a CAUDA EQUINA Forames Sacrais – nas faces pélvica e dorsal do sacro, existem 4 pares de forames sacrais para a saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais Base do Sacro – é formada pela face superior da vértebra S1 – seus processos articulares superiores articulam- se com os inferiores da L5 / a margem projetada anteriormente é o PROMONTÓRIO DA BASE DO SACRO • Cóccix É um pequeno osso triangular formado pela fusão de 4 VERTEBRAS RUDIMENTARES – a PRIMEIRA VÉRTEBRA COCCÍGEA permanece separada do grupo fundido – face côncava e lisa = pélvica; convexa e processos articulares = dorsal • Articulações dos Corpos Vertebrais São SÍNFISES (fibrocartilagem) destinadas a sustentação do peso e a resistência – as faces articulares (não processos!!) das vértebras adjacentes são unidas por DISCOS INTERVERTEBRAIS E LIGAMENTOS Thaís Pires 6 Discos Intervertebrais – oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais e formam a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral – eles representam de 20 a 25% da altura da CV – permitem MOVIMENTAÇÃO + ABSORÇÃO CHOQUE / cada disco é formado por um ANEL FIBROSO externo (com lamelas concêntricas de fibrocartilagem) e um NÚCLEO PULPOSO central (com uma massa gelatinosa) / Entre C1-C2 não há disco intervertebral e sua espessura aumenta a medida que a coluna vertebral desce – a espessura relacionada à vértebra é definida pela amplitude do movimento permitido na região (mais movimento, mais disco em relação à vértebra – cervical e lombar) Anel Fibroso – anel de FIBROCARTILAGEM que forma a circunferência do disco – esse anel se insere nas MARGENS EPIFISIAIS das faces articulares dos corpos vertebrais, formada pelas epífises anulares fundidas → as fibras de cada lamela seguem OBLIQUAMENTE de uma vértebra a outra, formando um ângulo de 30° com o eixo vertical – o anel é mais fino posteriormente e a sua vascularização diminui progressivamente em direção ao centro Núcleo Pulposo – inicialmente, é composto por cerca de 88% de água e é mais CARTILAGÍNEO, tornando mais fibroso ao longo do desenvolvimento / sua natureza semilíquida é responsável pela FLEXIBILIDADE e RESILIÊNCIA do disco vertebral / é AVASCULAR e nutrido por difusão de vasos sanguíneos localizados na periferia do anel fibroso 2. Analisar aspectos epidemiológicos relacionados com as espondiloartropatias soronegativas. Essas artrites soronegativas apresentam em comum a APRESENTAÇÃO CLÍNICA, LESÃO PATOLÓGICA BÁSICA e alguns ACHADOS LABORATORIAIS Espondilite Anquilosante – “espôndilo” significa vértebra e “anquilose” significa fusão – isso ocorre somente nos estágios mais avançados da doença, em que há degeneração articular e ossificação = anquilose óssea → a espondilite anquilosante = inflamação + fusão vertebral – é uma doença inflamatória que acomete basicamente o esqueleto axial , sendo a lesão da ARTICULAÇÃO SACROILÍACA seu marco fundamental Predomina em HOMENS → a distribuição do HLA-B27 está presente em 90% dos pcts com EA e em 7% dos indivíduos caucasianos / ao contrário dos marcadores de AR, o HLA-B27 NÃO POSSUI RELAÇÃO COM O PROGNÓSTICO DA DOENÇA Patogenia – as espondiloartropatias negativas tem como característica em comum a ENTESITE, uma inflamação da região de conexão do ligamento, tendão, músculo ao osso! Esse processo causa uma INFLAMAÇÃO LOCAL CRÔNICA que causa degeneração do osso, seguido de um processo de tentativa de reparação por NEOFORMAÇÃO ÓSSEA que evolui para ANQUILOSE (fusão) = OSSIFICAÇÃO DAS ÊNTESES / A ARTICULAÇÃO MAIS ACOMETIDA É A SACROILÍACA, QUE É NOTORIAMENTE LIGAMENTAR (possui locais de conexão óssea), embora qualquer articuação possa ser acometida Thaís Pires 7 Na coluna vertebral, há uma entesite na região anterior da vértebra, onde se localiza o ânulo fibroso do disco vertebral – com o tempo o osso neoformado se transforma em uma protuberância óssea chamada SINDESMÓFITO → pontes entre as vértebras – posição com CIFOSE ACENTUADA E PERDA DA LORDOSE LOMBAR A artrite periférica que acompanha a EA difere da AR pois não apresenta VILOSIDADES SINOVIAIS EXUBERANTES, ainda que a sinóvia esteja aumentada e apresente o pannus / enquanto na AR ocorrem tipicamente erosões do osso articular, na EA ocorre estímulo para neoformação óssea nas áreas afetadas O envolvimento da coluna se dá de forma ASCENDENTE, i.e., começa pelas articulações SACROILÍACAS e COLUNA LOMBOSSACRA, evoluindo para a TORÁCICA e CERVICAL. Pode haver, também, acometimento das INTERAPOFISÁRIAS, contribuindo para a espondilite AR x EA – Em um indivíduo com infecção avançada por HIV, a AR tende a diminuir suas manifestações pela menor quantidade de LTCD4, enquanto a EA desencadeia uma forma GRAVE! Enquanto na AR há EROSÃO ÓSSEA, na EA ocorre NEOFORMAÇÃO ÓSSEA. A histopatologia da sinóvia na AR mostra agregados linfoides, células dendríticas e hiperplasia das células de revestimento da sinóvia, enquanto na EA há PMN, macrófagos e hipervascularização! Manifestações clínicas – geralmente, a primeira manifestação é DOR LOMBAR UNILATERAL, INSIDIOSA, PROFUNDA acompanhada de RIGIDEZ MATINAL/APÓS PERÍODOS DE REPOUSO/FRIO, que melhora após o início de atividades físicas. Após alguns MESES, o pct pode EVOLUIR A DOR para bilateral, persistente e contínua, que tende a piorar no período noturno. Além disso, há DIMINUIÇÃO DA AMPLITUDE DO MOV LOMBAR (AP e LL), que, inicialmente, é devido ao espasmo muscular paraespinhal, porém, em fases avançadas, é consequência da ANQUILOSE! Pode ser achado, também, a HIPERSENSIBILIDADE ÓSSEA, que é um reflexo da entesite! Ao realizar a digitopressão em locais acometidos, o pct pode relatar dor. Quando há acometimento da TORÁCICA, há uma cifose progressiva associada a uma REDUÇÃO DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA, causando certa dispneia. Além disso, pela artrite costocondral, o pct pode referir sentir uma dor semelhante a uma angina! Quando a anquilose chega à cervical (o que demora anos), o pct pode relatar episódios recorrentes de TORCICOLO, perda da EXTENSÃO CERVICAL. Teste de Schober – com o pct de pé, marca-se uma linha na apófise espinhosa da L5 e outra exatamente 10cm acima dela. Após isso, solicita-se que o pct realize uma flexão da coluna, sendo esperado que haja um aumento de 5 CM na distância entre as linhas, ou seja, que distem 15cm ou mais. Caso os valores sejam menor que 4, indicam COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DA LOMBAR Prognóstico e Evolução – cerca de 30% dos pcts masculinos referem que a doença afeta negativamente as atividades laborativas, enquanto os outros 70% apresentam uma forma branda da espondiloartropatiaManifestações Extra-Articulares • Oftalmológicas – principalmente naqueles que tem o HLA-B27, de 30-40% dos pcts podem tem UVEÍTE ANTERIOR AGUDA – dor, lacrimejamento excessivo, fotofobia - nenhuma relação com a gravidade da doença • Pulmonares – desenvolvimento de FIBROSE PULMONAR DOS LOBOS SUPERIORES que aparece depois de 20 ANOS DA DOENÇA Thaís Pires 8 • Cardíacas – as valvas aórticas encontram-se espessadas e com certo grau de fibrose → insuficiência aórtica • Renais – amiloidose secundária manifestada por proteinúria • Neurológicas – síndrome da cauda equina – perda sensorial dos dermátomos sacrais, dor e fraqueza dos MMII Diagnóstico – Foi instituído um novo quadro de critérios diagnósticos para uma ESPONDILOARTRITE AXIAL, ou seja, a detecção da doença na fase de ENTESITE/ARTRITE quando ainda não há anquilose! Isso, assim como na AR, é importante pois aumenta a SENSIBILIDADE PRECOCE e, com o tto, permite impedir o surgimento de DEFORMIDADES ESQUELÉTICAS IRREVERSÍVEIS Diagnóstico Diferencial – em estágios iniciais, quando há ARTRITE PERIFÉRICA, pode haver confusão com AR – o comprometimento do QUADRIL, SACROILÍACAS, COLUNA, UVEÍTE ANTERIOR AGUDA ajudam a diferenciar / Artrite reativa e psoriásica – amabs compartilham aspectos radiológicos com a EA, entretanto, a EA associada a essas artrites costuma se ASSIMÉTRICA E ALEATÓRIA Alterações Radiológicas Início – nada Evolução 1 – melhores visualizadas em incidência de Ferguson (cefálica de 30°) - inicia com o BORRAMENTO DAS SACROILÍACAS com ESCLEROSE E EROSÕES SUBCONDRAIS classicamente bilaterais, mas que podem ser unilaterais também. A progressão das erosões pode causar o PSEUDO-ALARGAMENTO do espaço articular. Nas ENTESES, como no púbis e calcâneo, há EROSÕES, ESCLEROSE E NEOFORMAÇÕES, com possíveis esporões ósseos na inserção do calcâneo. Evolução Coluna – inicia na LOMBAR de forma ascendente, ossificando ligamentos tendinosos bilateralmente e simétricos!!!!! → SINDESMÓFITOS → coluna em bambu (avançado e pouco comum). Quando inicia a lesão da lombar, isso significa que já há sacroileíte instalada! Os corpos vertebrais podem estar QUADRADOS pela osteíte da região anterior com erosão óssea. Tto – tem como principais objetivos: melhora SINTOMÁTICA, melhora da capacidade FUNCIONAL, prevenir DEFORMIDADES ARTICULARES E COMPLICAÇÕES, diminuir manifestações EXTRA-ARTICUALES Geral – encorajar os pcts a MANTER POSTURA ERETA, dormir em DECÚBITO DORSAL em COLCHÃO FIRME, e a PRATICAR EXERCÍCIOS DE BAIXO IMPACTO, como natação. Lembrar da ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL, principalmente com a fisio... exercícios respiratórios. Thaís Pires 9 Farmacológicos AINES – eficazes para o controle da DOR E RIGIDEZ, então são primeira linha de tto! Dados recentes mostram que os AINES podem retardar a progressão radiológica da doença. Alguns autores usgerem iniciar com INDOMETACINA (75-150mg/dia) – Para os que não tem melhora sintomática com AINE, pode indicar PARACETAMOL OU OPIOIDES! Obs: NÃO PRESCREVER GLICOCORTICOIDES SISTÊMICOS, pois eles não melhoram os sintomas e pioram a osteoporose vertebral! Sulfassalazina – antes do início com agentes biológicos, pode-se laçar mão da SULFASSALAZINA, principalmente naqueles pcts com artrite periférica. MTX sem evidências consistentes. A leflunomida, a talidomida e o pamidronato já foram sugeridos como tratamentos alternativos com discreto benefício. Agentes Biol. Bloq. TNF alfa – causa melhora sintomática, melhora radiográfica, MESMO EM PCTS DE LONGA DATA COM EA. Indicado para pacientes com doença ativa que não obtiveram resposta ao uso de pelo menos dois AINEs diferentes. Antes do início do tratamento, todos os pacientes devem realizar teste tuberculínico (PPD) e radiografia de tórax. Pacientes com PPD ≥ 5 mm devem receber profilaxia para tuberculose. A resposta da uveíte a esses agentes não é previsível Efeitos colaterais - infecções graves, incluindo a tuberculose disseminada; distúrbios hematológicos, como a pancitopenia; distúrbios dismielinizantes; piora da insuficiência cardíaca congestiva; aparecimento de autoanticorpos para LES, além de sintomas clínicos da doença; reações de hipersensibilidade nos locais de aplicação; e doença hepática grave Artrites Reativas - formas de inflamação articular, não supurativas, que têm origem em um processo infeccioso à distância → na maioria das vezes, é uma inflamação NO TRATO DIGESTÓRIO OU NA GENITÁLIA / Utilizamos o termo síndrome de Reiter quando a artrite reativa está associada a outras manifestações inflamatórias, compondo a síndrome: URETRITE + CONJUNTIVITE + ARTRITE– mais frequentemente Shigella e Chlamydia HLA-B27 – para os soropositovos para HLA, há 5x MAIS chances de desenvolver artrite reativa e, dentre os já com a doença, 60-85% são HLA-B27 POSITIVOS. Nos soropositivos para HIV, nem sempre há essa associação HLA- AR. A presença do HLA-B27 prolonga a sobrevida das bactérias dentro dos leucócitos, permitindo a sua disseminação para as articulações, onde causa a artrite! PCTS COM HLA-B27 POSSUEM PIOR PROGNÓSTICO Epidemio – indivíduos entre 18-40 anos – quando se fala de infecção entérica, a proporção entre sexos é 1:1; quando se fala em infecção venérea, há predomínio dos homens. Agentes Etiológicos Diarreias Infecciosas – Shigella, Salmonella, Campylobacter, Yersinia – diarreia invasiva, com sangue, muco e pus Doenças Venéreas – Chlamydia trachomatis Existem duas formas clássicas da artrite reativa: PÓS DISENTÉRICA/EPIDÊMICA ou PÓS VENÉREA/ENDÊMICA, sendo a primeira mais frequente em crianças e a segunda mais frequente em jovens após uretrites ou cervicites. Manifestações Clínicas – vai desde uma MONOARTRITE EFÊMERA até uma MULTISSISTÊMICA GRAVE, sendo ambos desenvolvidos após 1-4 SEMANAS DA INFECÇÃO PRIMÁRIA (diarreia ou relação sexual que transmitiu a doença) Sintomas Constitucionais – fadiga, mal estar, febre, perda ponderal Thaís Pires 10 Artrite – oligoarticular, assimétrica, aditiva e PRINCIPALMENTE MMII. Pode manifestar: dactilite, artralgia, tendinite aquiles, fasciíte plantar... entesopatias! Apx 20% dos pcts desenvolvem sacroileíte ascendente, semelhante a EA Manifestações Associadas Balanite Circinada – inflamação da glande – é manifestação do ceratoderma blenorrágico, que ocorre em até 30% dos casos como forma pós venérea da Are → pápulas escamosas com crostas na palma das mãos Uveíte Anterior Úlceras Orais Artrite Psoriásica - artropatia inflamatória crônica que afeta até 30% dos PORTADORES DE PSORÍASE GRAVE - cerca de 80% das vezes as lesões cutâneas da psoríase precedem o surgimento das MANIFESTAÇÕES articulares, mas é importante ter em mente que em 20% a artrite começa antes !!! (até dois anos antes) ou ao mesmo tempo em que as lesões cutâneas! POR DEFINIÇÃO, se um portador de psoríase abrir um quadro articular semelhante à artrite reumatoide, porém, o fator reumatoide em seu sangue for negativo, o correto será classificá-lo como artrite psoriásica! Por outro lado, se o fator reumatoide for positivo, o correto será classificá-lo como AR + PSORÍASE CONCOMITANTE... Desse modo, a diferenciação com AR se dá pela ausência do fator reumatoide e pelo acometimento das IFD, além da frequente presença de sinais clínicos de entesite, como dactilite (“dedo em salsicha”) e inflamação do calcâneo 3. Discutir o diagnóstico diferencial das espondiloartropatias soronegativas. 4. Conhecer os principais exames complementares (e suas alterações), assim como os critérios adotados para o diagnóstico de espondilite anquilosante. 5. Conhecer como se realizar o exame físico da coluna e o exame osteoarticular, essenciais para fazer-se o diagnóstico de espondilite anquilosante, assim como para o diagnóstico diferencial com as outras espondiloartropatias. 6. Conhecer a relação das espondiloartropatias soronegativas como HLA-B27. 7. Relacionar os medicamentos utilizados no tratamento da espondilite anquilosante.
Compartilhar