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RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Eritrograma O sangue é composto por uma parte líquida (plasma) e uma parte sólida, composta por células diferenciadas (leucócitos, eritrócitos e plaquetas). • Essas células são produzidas nos órgãos hematopoiéticos, os quais possuem um microambiente favorável para a manutenção e maturação destas células. • Durante a vida fetal esses órgãos são o baço e o fígado, já no adulto, o microambiente se localiza na medula óssea. Hematopoese: produção das células sanguíneas a partir de células tronco hematopoeticas (CTH). Microambiente medular 1) automanuntenção do pool indiferenciado de CTHs; 2) geração e manutenção do pool de células de linhagem hematológica (chamadas precursoras) 3) proliferação e diferenciação de células precursoras em células diferenciadas que migram para a corrente sanguínea. Células tronco hematopoéticas (CTHs) Capazes de dar origem às mais diversas linhagens hematopoéticas e reconstituir a hematopoese após terapias supressoras como radioterapia ou quimioterápicos. São classificadas em: ➢ LH-HSC (Long Term Hematopooetic Stem Cell). ➢ ST-HSC ( Short Term Hematopooetic Stem Cell). Eritropoeise Um adulto produz cerca de um adulto produz cerca de 200 bilhões de hemácias por dia, substituindo número equivalente de células destruídas mantendo estável a massa total de hemácias do organismo. A eritropoiese possui 3 fases: ➢ a vinculação da célula progenitora pluripotencial com a diferenciação eritroide, ➢ a fase eritropoetina-independente ou precoce ➢ fase eritropoetina-dependente ou tardia RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Reticulócitos: são eritrócitos jovens (células anucleadas). Os fatores de crescimento (eritropoetina e interleucina 3, e os hormônios tireoidianos e andrógenos) estimulam o desenvolvimento e a maturação. Eritropoetina- regula a maturação e também apoptose de hemácias. Eritrócitos As funções primordiais dos glóbulos vermelhos são: ➢ Transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos ➢ Transportar C02 dos tecidos aos pulmões A hemoglobina (tem vida média de 120 dias) é a responsável por essas funções. Dosagem de hemoglobina ➢ Amostra = sangue total colhido com citrato, EDTA ou oxalato. ➢ Armazenamento = 7 dias a 4ºC ➢ Reagente de Drabkin ➢ Padrão de hemoglobina = solução com valor ➢ conhecido de hemoglobina Homogeneizar aguardar 3 minutos e ler 540nm após zerar com o branco. Cálculos Hb (g/dL) (amostra) = absorbância amostra x (concentração do padrão/absorbância do padrão) Valores de referência descritos por Henry (E.U.A.) – usar tabelas em função de sexo e idade 13 a 18g Hb/dL, para o sexo masculino. 11 a 16g Hb/dL, para o sexo feminino. Exemplo: Concentração do padrão = 12 g/dL Ap = 0,32nm Aa = 0,25nm Qual a concentração da amostra? Hb (g/dL) = absorbância amostra x (concentração do padrão/absorbância do padrão) Hb (g/dL) = 0,25(12/0,32)= 9,4 TÉCNICA DO MICROHEMATÓCRITO Preencher um tubo capilar com sangue até ¾ da sua altura. Fechar uma das extremidades na chama do bico de busen (massa de modelar ou outros materiais podem ser utilizados para a oclusão do capilar). Colocar o capilar em uma centrífuga apropriada (centrífuga própria para microhematócrito) por 5 minutos em 10000 a 12000 rpm. Fazer a leitura na placa de leitura de microhematócrito. Teste de falcização *Técnica: Colocar em um tubo 50µl de sangue total + 100µl de solução fisiológica 0,9%, misturar por inversão,adicionar 100µl de metabissulfito de sódio a 2%. Misturar por inversão; *Colocar na lâmina de microscopia 10 a 20µl da mistura e espalhar, cobrir a preparação com lamínula e vedar os quatro lados com esmalte (ou sebo de vela). *Conservar a preparação em câmara Úmida (placas de Petri com algodão embebido com água); *Examinar em microscópio com objetiva 10 ou 40x, após 1 hora, 3 horas, 6 horas, 12 horas e 24 horas RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Hemograma automatizado O exame é realizado em três etapas, chamadas eritrograma, leucograma e plaquetas. Tais etapas analisam as seguintes características: ▪ Contagem de Hemácias; ▪ Hemoglobina; ▪ Hematócrito; ▪ VCM (Volume Corpuscular Médio); ▪ HCM (Hemoglobina Corpuscular Média); ▪ CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média); ▪ Contagem de Leucócitos; ▪ Contagem diferencial de leucócitos: neutrófilos (segmentados e bastonetes), linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos; ▪ Contagem de Plaquetas. HEMATOSCOPIA: Esfregaço sanguíneo (para a realização da contagem diferencial e análise morfológicas das células). Erros mais comuns na confecção do esfregaço Coloração na hematoscopia 1. Cobrir cada lâmina (esfregação sanguíneo) com 10 a 15 gotas do corante (Leishman). Fixar a lâmina com o corante durante 01 minuto. 2. Distribuir sobre a lâmina igual número de gotas de água destilada ou solução tampão. Homogeneizar a mistura de corante com água. A partir deste momento, começa a atividade de coloração. Corar por 3 a 4 minutos. 3. RESULTADOS ESPERADOS I. Hemácias: róseo II. Plaquetas: azul III. Leucócitos: a. Linfócitos: núcleo azul-violeta e citoplasma azul b. Monócitos: núcleo (lobulado) azul-violeta e citoplasma azul claro c. Neutrófilos: núcleo azul escuro, citoplasma rosa pálido e granulações de tons róseos a azul claro d. Basófilos: núcleo púrpura a azul escuro, granulações volumosas cobrindo todo o citoplasma de azul escuro e. Eosinófilos: núcleo azul, citoplasma rosa pálido e grânulos volumosos vermelho a vermelho alaranjado. Histogramas Interpretação do eritrograma Diagnóstico de anemia: Caracterizada por hemoglobina < 13,5 g/dL e/ou hematócrito < 41 % em homens, e hemoglobina < 12,0 g/dL e/ou hematócrito < 36% em mulheres. Volume Corpuscular Médio (VCM): Considera-se normal de 80-100 fL. < 80 fL = Microcitose: Anemia ferropriva; talassemias; anemia sideroblásticas; anemia de doença crônica (tardia); deficiência de cobre; 80-100 fL = Normocitose: Anemia ferropriva (precoce); anemia de doença crônica; perda aguda de sangue; doença renal crônica; anemia aplásica e supressão medular; hipotireoidismo; hipopituitarismo; > 100 fL = Macrocitose: Abuso de álcool; deficiência de ácido fólico; deficiência de vitamina B12; reticulocitose (recuperação de anemias hemolíticas, carenciais e sangramentos); síndromes mielodisplásicas; leucemia mielóide aguda; hepatopatia crônica; medicamentos (ex.: zidovudina, hidroxiureia); hipotireoidismo; >115 fL: Macrocitose > 115 fL é quase que exclusivamente causada por deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): Considera- se normal de 28-34 g/dL de hemácias. < 28 = Hipocromia:Anemia ferropriva; talassemias; > 34 = Hipercromia: Costuma acompanhar macrocitoses. Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): Considera-se normal de 31-36 g/dL de hemácias. < 31:Anemia ferropriva; talassemias; > 36: Esferocitose (hereditária ou adquirida); doença falciforme e hemoglobinopatia C. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Reticulócitos: revela a atividade medular de produção de eritrócitos, estando aumentado em estados hiperproliferativos e diminuído em estados hipoproliferativos: Aumentados: Reflete uma resposta hematopoiética aumentada (hemólise contínua ou perda de sangue); Diminuídos: Reflete uma resposta hematopoiética inadequada (anemia aplásica, invasão medular, infecção, quimioterapia e outras causas de supressão medulares). Distribuição da população de hemácias (RDW): é uma medida quantitativa da anisocitose. Considera-se normal de 11 a 16%, dependendo do equipamento utilizado. Aumentado: Anisocitose é o termo que se dá quando o RDW se encontra aumentado, podendoser visto no esfregaço sanguíneo uma grande variação de tamanho entre as hemácias. O RDW pode estar aumentado em algumas situações, como: anemia por deficiência de ferro; anemia megaloblástica; talassemia; doenças do fígado. Além disso, pessoas em tratamento quimioterápico ou com algum antiviral também podem apresentar RDW aumentado. Diminuído: O RDW baixo normalmente não apresenta significado clínico quando interpretado isoladamente, no entanto, caso sejam verificadas outras alterações no hemograma, pode indicar anemia causada por doença crônica, como doenças do fígado, problemas renais, HIV, câncer ou diabetes, por exemplo. ▪ A presença de coágulos na amostra, principalmente nas punções venosas mais difíceis, continua um importante fator de erro, quando não percebido. ▪ A concentração de hemoglobina média (CHCM) é um dos índices hematimétricos calculados que fornece mais indicações de possíveis erros, uma vez que utiliza o número de eritrócitos, a concentração de hemoglobina e o VCM. ▪ Qualquer desproporção pode causar o falso aumento da CHCM: amostras hemolisadas ou lipêmicas, aglutinação de hemácias e hiperleucocitose. Interpretação do leucograma A primeira análise do leucograma é feita pela verificação da contagem total dos leucócitos: quando os mesmos estão acima do valor padrão para a idade denomina-se por LEUCOCITOSE, e quando abaixo por LEUCOPENIA. Especialmente a leucocitose deve ser adjetivada em discreta (ou leve), moderada e acentuada, de acordo com os valores do leucograma. As leucocitoses ocorrem em três situações: ▪ Leucocitose fisiológica – geralmente de grau leve é comum em gestantes, RN, lactantes, após exercícios físicos e em pessoas com febre; ▪ Leucocitose reativa – estão notadamente relacionadas com o aumento de neutrófilos e se devem às infecções bacterianas, inflamações, necrose tecidual e doenças metabólicas; ▪ Leucocitose patológica – estão relacionadas a doenças mieloproliferativas (leucemias mielóides, policitemia vera,mieloesclerose) e linfoproliferativas (leucemias linfóides e alguns linfomas). RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Desvio a esquerda A neutrofilia pode estar relacionada ao chamado “desvio à esquerda”, situação em que há aumento de células imaturas granulocíticas como mielócitos e metamielócitos, ou uma concentração de bastonetes maior que 10% da concentração dos neutrófilos segmentados. Esses achados ocorrem sobretudo em quadros infecciosos e inflamatórios e em pacientes com doenças mieloproliferativas crônicas. Histograma da contagem diferencial de leucócitos Interpretação do plaquetograma ▪Plaquetas: Os valores considerados normais variam entre 150 a 450 mil por microlitro. ▪ Trombocitopenia: Pode sugerir: anemia aplásica, supressão medular, sepse, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, e hiperesplenismo; ▪ Nesta situaçãopode haver sangramento,dependendo do grau da plaquetopenia: ▪ < 10.000 à risco de sangramento espontâneo. ▪ < 50.000 à risco de sangramento quando submetido a trauma ou procedimentos de pequeno e médio porte. ▪ < 100.000 à risco de sangramento quando submetido a trauma ou procedimentos de grande porte (cirurgia da cabeça, do coração ou dos olhos). ▪ Trombocitose: Pode refletir resposta medular, sugerindo: deficiência de ferro, anemia de doença crônica, sepse, neoplasia e doenças mieloproliferativas e mielodisplásicas RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA TP, TTPA e inibidor circulante Hemostasia é o mecanismo que o organismo realiza para prevenir hemorragia ou para refratá-la quando já esteja estabelecida. Coagulação plasmática- é uma série de reações que tem por finalidade transformar uma proteína solúvel (fibrinogênio) em proteína insolúvel (fibrina). Fibrinólise- Processo de destruição do fibrinogênio e dos coágulos de fibrina que ocorre tanto em estado fisiológico como patológico. A formação do coágulo de fibrina no sítio de lesão endotelial constitui processo crucial para a manutenção da integridade vascular. Os mecanismos operantes nesse processo são dependentes da integridade anatômica e funcional do sistema hemostático, e devem ser finamente regulados de modo a simultaneamente contrapor-se à perda excessiva de sangue e evitar a formação de trombos intravasculares decorrentes de formação excessiva de fibrina. Quando houver uma lesão no vaso sanguíneo, a primeira prioridade (Hemostasia primária) é "formar tampão" nessa lesão (neste extravasamento). Os principais atuantes do sangue são as plaquetas e o fibrinogênio, que reagem juntos e interrompem o extravasamento pela formação de um tampão de plaquetas. Após essa primeira etapa, a formação de um coágulo (coagulação) interrompe qualquer sangramento futuro (Hemostasia secundária). Esse processo consiste em uma série de reações químicas que envolvem diversos componentes do plasma. Até o momento, sabe-se que dez fatores de coagulação importantes estão envolvidos nesse processo. Essas interações complexas levam à transformação de uma proteína solúvel, o fibrinogênio, em uma proteína insolúvel, a fibrina, que forma a estrutura do coágulo. A cicatrização da ferida por fim encerra essa ligação e a fibrinólise dissolve ao coágulo. Fase plasmática O modelo antigo esquema da coagulação era baseado em eventos em cascata, no qual os fatores inativos em circulação eram ativados em cascata. Já o modelo atual apresenta eventos simultâneos. Esquema para avaliação laboratorial TS - Função hemostática das plaquetas, vasos e FVW TC- idem TTPA Prova do laço –fragilidade capilar. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Tempo de protrombina (TP) O tempo de protrombina ou TP é um exame de sangue que avalia a capacidade do sangue para coagular, isto é, o tempo necessário para estancar uma hemorragia, por exemplo. ➢ O TP é mais sensível á deficiência do fator VII e tem menor sensibilidade aos fatores da via comum. TP prolongado: Deficiências hereditárias (fator VII), adquiridas (deficiência de vitamina k), doença hepática, coagulação intravascular disseminada e uso de medicamentos. ➢ O TP é o teste de escolha para monitorar o uso de anticoagulantes orais anti-vitamina k. A origem da tromboplastia interfere na sua sensibilidade, por isso os resultados de um TP podem variar de um laboratório para outro ➢ Todos os fabricantes devem padronizar sua tromboplastina de acordo com a de referência internacional RNI, que define a sensibilidade do reagente e fornece o índice numérico de sensibilidade para o regente = ISI ( ISI mai próximo de 1 , mais sensivel). TP paciente- resultado do TP do paciente em segundos. TP normal- pool de indivíduos normais. ISI – a sensibilidade da tromboplastia. Para analisar o resultado de atividade e NRI, é necessário olhar na 1ª coluna o valor de TP teste e ver qual valor se relaciona com TP pool, ai vê o valor da atividade . Para saber o INR ou RNI, calculamos o R e vemos qual o valor de RNI esta na tabela . R= TP amostra/T pool Exemplo: TP amostra teste = 13 segundos; TP pool = 12 segundos, qual a atividade e qual RNI? NA TABELA 13 segundos para pool de 12 segundos seria relatado como: 14,2 segundos=68,7% Relação seria 14,2/12 =1,18 - com conta = mesmo valor da = 1,18 que RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) Tempo de tromboplastina parcial ativada, TTPa ou KTTp, corresponde ao tempo gasto para ocorrer a coagulação do plasma recalcificado em presença de um fosfolípede (cefalina) após adição tromboplastina parcial. • O TTPA estará aumentado quando o paciente tiver deficiência de fatores da via intrínseca (fatores XII, XI, IX e VII) e de fatores da via comum (X, V, II e fibrinogênio) da cascata da coagulação. • É o caso depacientes com hemofilias A e B, doenças hepáticas, uso de anticoagulantes e deficiência de vitamina K, uma vez que os fatores II, IX e X dependem desta vitamina. • O TTPA é o teste de escolha para monitorizar o uso de heparina. • O TTPA fica aumentado na deficiência de FWV (von WIllebrand), proteína de adesão, atua na fase primária e na fase secundária transporta o fator VIII, fator VIII livre é rapidamente inativado. Hemofilia- doença hemorrágica hereditária caracterizada pela deficiência dos fatores VIII (hemofilia A) ou IX ( hemofilia B). Na forma adquirida há desenvolvimento de anticorpos que inibem fator VIII/IX e causam distúrbio hemorrágico. Também podem surgir por ocasião da terapia , o que dificulta o tratamento. Pesquisa de inibidor Anticorpos neutralizantes da função coagulante do FVIII ou FIX = inibidores. • Inibidor circulante = altera TTPA • Inibidor presente = TTPA aumentado Anticoagulante lúpico :são autoanticorpos produzidos pelo sistema imunológico contra fosfolípides e proteínas associadas a ele. • Aumentam TTPA, mas não causam sangramentos • Aumentam o risco de trombose e abortos recorrentes. Correção Correção (em segundos) do TTPA após a mistura com plasma TTPA deverá ser maior que 50% da diferença entre o TTPA do paciente pré-mistura e o TTPA do pool de plasma normal. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Exercício Pool de plasma normal = 30 segundos Plasma teste (sem mistura) = 90 segundos Plasma teste após mistura com plasma normal = 35 segundos. Houve correção? • Diferença entre corrigido (35) e não corrigido (90) = 55 segundos • Diferença entre o normal e o plasma sem mistura = 90 30 = 60 / 2 = 30 segundos; correção > 30 segundos • 55 (tanto que corrigiu) > 30 que é o limite para indicar correção, portanto indica correção por fator. Sensibilidade dos testes • TP e TTPA= poucos sensíveis, analisam muitas variáveis. • Atualmente fator X e Xa. • Anticoagulação oral direta. Controle da anticoagulação Além das drogas AK, atualmente os anticoagulantes orais diretos (DOAC) vem sendo utilizados. ➢ DOAC inibem seletivamente e de forma reversível: - O fator IIa (Dabigatrano) ou o - Fator Xa (Rivaroxabano, Apixabano e Edoxabano) DOAC: alternativa atrativa à terapêutica convencional vantajosa por: • Administração oral em doses fixas • Sem interações alimentares • Ausência de necessidade de monitorização ➢ Controle (ajuste) por: TTPA, fator X e Xa. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Hematoscopia Tamanho das hemácias Na aglutinação, quando a contagem é automatizada, ocorre um erro na contagem de hemácias. Anisocitose -> quando não há homogeneidade no tamanho eritrocitário. Coloração Hipocromia – centro muito mais opaco. Hipercromia – hemácias 100% coradas. Formato Normal – anucleada, rosada, com palidez central ocupando cerca de 1/3 das dimensões de 7 – 7,5 Poiquilocitose – alterações de vários formatos diferentes (+ de 1 formato). Quando tem 1 formato diferente do normal, descrevemos o formato. Esferócitos Hemácias de biconcavidade e diâmetro reduzidos, geralmente hipercorados, forma esferocítica devido a diminuição da superfície de membrana (pequenas, redondas e hipercoradas). Podem ser encontrados na esferocitose hereditária e anemias hemolíticas. Eliptócitos São hemácias com forma oval ou elíptica decorrente de defeitos genéticos que afetam as membranas do citoesqueleto. Visto aneliptocitose hereditária e pequeno número de eliptócitos (<10%) também pode ser visto nas anemias microcíticas e megaloblásticas e nas síndromes mieloproliferativas. Estomatócitos São hemácias com a membrana retraída em cúpula . Na lâmina é visto a área pálida central em forma de fenda. Associado a um grão de café. Pode ocorrer no RN, estomatocitose hereditária, doenças hepáticas, uso de asparaginase. Drepanócitos Caracteriza-se pela presença de hemácias em foice ou forma de banana. O eliptócitos é mais oval , drepanócitos tem uma curvinha. Pode ocorrer decorrente da presença da hemoglobina S, presente em indivíduos portadores do gene da anemia falciforme. Equinócitos São hemácias que apresentam espículas regularmente distribuídas em sua superfície, também conhecidos por hemácias crenadas. Podem surgir em patologias como uremia, no hipotireoidismo e no uso de heparina intravenosa (o melhor anticoagulante na amostra é o DPA que não altera a morfologia das células). Acantócitos São hemácias com menor número de espículas e dimensões irregulares. São comuns em hepatopatias, pós esplenectomia. LEPTÓCITOS OU TARGET CELLS São hemácias delgados com excesso de membrana. Ao distender-se na lâmina coram-se mais no centro e na periferia, por este motivo são chamadas target cells (hemácias em alvo). Pode ocorrer nas hemoglobinopatias C e S, na ßtalassemia e alterações da composição lipídica do plasma que estão em contínua troca com as moléculas de colesterol e lectina da membrana, como nas icterícias obstrututivas. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Dacriócitos São eritrócitos em forma de gota, hemácias em gota. Quando numerosos são bem característicos de mielofibrose, quando vistos em pequeno número podem estar presentes em diversas anemias. HEMÁCIAS FRAGMENTADAS (HELMET CELLS, BITE CELLS) A hemácia não tem seu aspecto completo (em forma de capacete). As hemácias fragmentadas se originam por vários mecanismos: trauma por colisão em zonas de fluxo turbulento, trauma ao passar por depósitos intravasculares de fibrina ou agregados plaquetários, trauma mecânico (próteses valvares), agressão térmica (queimaduras), agressão química por fármacos oxidativos. Esquisócitos Quando a fragmentação é mais intensa como em microangipatias hemolíticas, geram pedaços de eritrócitos em meia-lua, triângulo ou outras formas, denominados esquisócitos. Quando não tem nenhuma de outras alterações e a hemácia não está normal, chamamos de esquisócitos. CORPOS DE HOWELL-JOLLY São restos nucleares remanescentes, vistos quando há hipofunção esplênica, pela falta de função filtrante do baço. Vistos também em doenças com deseritropoiese (anemias megaloblásticas, mielodisplasias ...) PONTILHADO BASOFÍLICO É um artefato de coloração pela precipitação dos ribossomos, quando muito ricos em RNA. Pode ser visto em grandes policromatocitoses, nos micrócitos da ß-talassemia, deficiência genética de pirimidina 5-nucleotidase, e um pontilhado grosseiro é visto na intoxicação pro chumbo (saturnismo). CORPOS DE HEINZ São corpúsculos maiores de hemoglobina desnaturada , precipitados por corantes como verde de metila, azul cresil brilhante e novo azul de metileno. Pode ocorrer nas variantes instáveis da hemoglobina, crises hemolíticas da deficiência de G6PD. São removidos pelo baço, de modo que são numerosos em pacientes esplenectomizadas. SIDERÓCITOS São grânulos de ferro dispersos de modo irregular na periferia das hemácias. São vistos na coloração de Perls (para ferro-com azul da Prússia). Podem ocorrer nas síndromes mielodisplásicas. ANÉIS DE CABOT São restos de membrana nuclear em forma de filamento que permanece na hemácia. Apresenta-se corado de vermelho violeta e em diferentes formas: nó, oito, anel .. dentro das hemácias. Seu aparecimento constitui sinal de regeneração, ocorrendo em algumas anemias graves e pós intoxicação por chumbo. INCLUSÕES PARASITÁRIAS▪ Os eritrócitos podem conter hematozoários da malária. Presença de células imaturas ERITROBLASTO São eritrócitos imaturos, ainda células nucleadas, não existem normalmente no sangue periférico. Aparecem em hiperegenerações eritróides extremas, metaplasia mielóide em baço e fígado, quando a medula está ocupada por fibrose, disseminação tumoral ou necrose. Contagem de reticulócitos Na medula óssea normalmente encontramos eritroblastos iniciais, intermediários e desenvolvidos. No sangue devem ser encontrados eritrócitos e reticulócitos. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Na prática, a contagem de reticulócitos deve considerar o grau de anemia. ▪ Em um paciente anêmico, a porcentagem de reticulócitos pode parecer aumentada porque estes são liberados mais precocemente da medula óssea (prolongando a fase de “reticulócito” no sangue), e porque há redução na proporção de células maduras. Ao serem liberados mais precocemente, o tempo de maturação dos reticulócitos em circulação aumenta de um dia para dois a três dias. Para corrigir esses efeitos, calcula-se a Contagem de Reticulócitos Corrigida (CRC), levando-se em conta o hematócrito do paciente em relação ao hematócrito normal de 45%. ▪ Contagem de reticulócitos corrigida = Reticulócitos (%) × (Hematócrito/45) ▪ Em indivíduos normais, a CRC deve estar ao redor de 1%; em pacientes com anemia, com hematócrito de 35%, a CRC deve estar em 2 a 3%, e quando o hematócrito está em 25% ou menos, a CRC deve estar em 3 a 5%. Técnica 1. Colocar no tubo 50µl da solução corante (azul de cresil brilhante). Em seguida acrescentar 50µl do sangue colhido com EDTA. 2. Misturar e colocar em banho-maria a 37ºC de 15 minutos. 3. Retirar de banho-maria. Homogeneizar e fazer esfregaço da maneira usual. 4. Secar e examinar ao microscópio sob imersão. 5. Contar mil hemácias, em vários campos microscópicos, anotando o número de reticulócitos encontrados. Expressar o resultado em porcentagem. 6. Cálculos: Reticulócitos por 1000 hemácias/10 = % de reticulócito ou % de Reticulócitos x Hm/mm3/100 = reticulócito/mm3 de sangue. Contagem de reticulócitos: Contagem diferencial de leucócitos CONTAGEM DIFERENCIAL Citopenias e citoses relativas nada significam se não acompanhadas de citopenias ou citoses absolutas. A única exceção em que o valor percentual tem significado interpretativo é no número de neutrófilos bastonados. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA HEMATOSCOPIA DOS LEUCÓCITOS Presença de células imaturas -> desvio a esquerda. PELGER-HUËT É um defeito genético autossômico dominante, sem significado patológico, da segmentação de neutrófilos, com presença apenas de bastonados e bissegmentados. Desvio à esquerda constante, que é normal no caso do portador da anomalia. Poderá ser considerado pelo médico, se não for informado a característica da anomalia VACUOLIZAÇÃO DO CITOPLASMA Vacúolos citoplasmáticos ocorrem pela exocitose de material fagocitado e do conteúdo de conglomerados de lisossomos. ▪ São frequentes em infecções. ▪ A conservação in vitro com EDTA causa vacuolização. HIPERSEGMENTAÇÃO Presença de neutrófilos com 5 ou mais lóbulos são ditos neutrófilos hiper segmentados. É notada em: ▪ Defeito genético ▪ IRC ▪ Neutrofilias de longa duração ▪ Hematopoise megaloblástica ▪ Tratamento com Interferon (para hepatite C) ▪ Queimaduras extensas-neutrófilos botrióides (neutrófilos com hipersegmentaçãonuclear bizarra, com aspecto em cacho de uva). GRANULAÇÕES TÓXICAS Quando a granulopoiese é continuadamente exigida, pela extensão e duração de um foco inflamatório, há encurtamento do estágio intermitótico e diminuição dos prazos de maturação das células precursoras; sendo assim, os neutrófilos chegam ao sangue periférico com granulações primárias, própria dos pró-mielócitos. ▪ São grânulos grandes, ricos em enzimas e coram-se em roxo-escuro. Quando tais granulações estão presentes em neutrófilos são ditas granulações tóxicas. ▪ O tratamento com filgrastima também pode causar o aparecimento de granulações tóxicas. Neutrófilo apoptótico com cromatina picnótica Devido a morte celular ou uma patologia (insuf renal). Neutrófilos com roseta de hemácias observado em anemias hemolíticas autoimune Eosinófilos São células da linhagem mielóide podendo ser metamielócitos, bastonetes, segmentados que apresentam granulação grosseira em núcleo de cor negro-azulada e em citoplasma de cor vermelho-laranja. Basófilos São células da linhagem mielóide podendo ser metamielócitos, bastonetes, segmentados que apresentam granulação grosseira de cor negro-azulada em núcleo e granulações violeta-escuro em citoplasma. Muito difícil ter alterações dos eosinófilos e basófilos. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA MONÓCITOS Os monócitos circulam brevemente no sangue e exercem suas funções nos tecidos, onde se localizam como macrófagos fixos. ▪ É uma célula com cerca de 14- 21μ com núcleo em forma de ferradura ou chanfrado, as vezes com imagens semelhantes a circunvoluções, relação N/C 1:1, sem nucléolos. ▪ Citoplasma azul-acinzentado, com numerosas granulações azuladas finas lembrando poeira, presença ocasional de vacúolos. LINFÓCITOS Os linfócitos pequenos, que predominam no sangue , são células de 7-15μ cromatina densa que oculta os nucléolos, e escasso citoplasma hialino de cor azul-celeste a azulescuro, geralmente sem grânulos. Relação N/C 3:1. ▪ Os linfócitos grandes tem mais citoplasma e o núcleo pode ter pequena chanfradura, que podem confundir- se com monócitos. ▪ Normalmente 70-90% dos linfócitos sanguíneos são T e 5-20% são B. Linfócitos atípicos Os linfócitos vivem longamente, circulam no sangue e na linfa e localizam-se por prazo variável nos órgãos linfóides, onde podem ativar-se e proliferar em resposta a estímulos imunológicos. ▪ Os linfócitos ativados têm cromatina frouxa, nucléolos perceptíveis e citoplasma amplo, quando vistos no sangue periférico são ditos linfócitos atípicos. Plasmócitos Da proliferação terminal de Linfócitos B originam-se os plasmócitos, células de núcleo denso e excêntrico e citoplasma muito basófilico, especializadas na síntese de imunoglobulinas. ▪ Plasmócitos surgem no sangue em respostas imunológicas, principalmente à viroses. HEMATOSCOPIA DAS PLAQUETAS Alterações morfológicas MACROPLAQUETAS Plaquetas grandes, quase do tamanho de hemácias. Problemas cardíacos, diabetes, leucemias e síndromes mieloproliferativas AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA Consequente do processo de coagulação. Formação de pontes de fibrinogênio, que se liga GP IIb/IIIa, que na presença do Ca++ forma um complexo estável na superfície das plaquetas ativadas. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA TAD (Coombs Direito) e PAI (Cooms indireto). Hemólise- dissolução ou destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, tanto fisiológica quanto patológica, com liberação de hemoglobina; sinônimos: hematólise, eritrocitólise, eritrólise. Tubo 1: eritrócitos suspensos, verifica a turvidez. Tubo 2: eritrócitos em sedimentação (depósito no fundo do tubo). Tubo 3: eritrócitos em hemólise. O tom rosado é translucido e propiciado pela liberação da hemoglobina (as células foram rompidas). Caso elas estivessem parcialmente rompidas, apresentaria um botão de eritrócito, mas sempre com o sobrenadante de tonalidade rosa translucido em graus variados – depende de quantos eritrócitos foi lisado. Hemólise in vitro: ocorre fora do organismo e é observada nos testes laboratoriais. Hemólise in vivo: ocorre dentro do organismo e pode ser dividida em intravascular (no vaso) e extravascular (fora do vaso). A hemólise in vivo pode ocorrer emvárias condições e causa anemia hemolítica caso haja um rompimento contínuo de eritrócitos. Nesses casos, os testes são importantes. Principais causas de anemia hemolítica (hemólise “in vivo”):danos mecânicos (danos recorrentes do choque dos eritrócitos entre si, dos eritrócitos com bifurcações de vasos, dos eritrócitos com stents na veia), reações transfusionais (indivíduo pode receber um antígeno estranho e desenvolver anticorpos anti- eritrocitários que vão fazer o rompimento de eritrócitos), deficiência da enzima 6GPD (leva a alterações nos eritrócitos e anemia hemolítica), infecções, anemia hemolítica autoimune (formação de anticorpos), hemoglobinopatias (deficiências/alterações hereditárias das hemoglobinas), hemoglobinúria paroxística noturna e efeitos da membrana eritrocitária. • Os testes que serão abordados são importantes especialmente para diagnóstico das anemias hemolíticas autoimune. Com a formação de anticorpo anti-eritrocitário. Antígenos eritrocitários Os antígenos presentes nos eritrócitos e nas plaquetas desempenham papel preponderante na prática transfusional, pela sua capacidade de induzir resposta imunitária. O eritrócito circulante tem todos os antígenos expressos na sua superfície e estes são determinados geneticamente. Assim, uma pessoa com o antígeno A em suas células sanguíneas tem anticorpos contra o antígeno B no soro ou plasma, e o indivíduo com antígeno B tem anticorpos contra o antígeno A. O “doador universal” não tem antígenos em suas células, mas tem anticorpos circulantes contra A e B no plasma ou no soro. Esses antígenos, quando desconhecidos, podem levar a formação de anticorpos anti-eritrocitários. Anticorpo anti-eritrocitários Aglutininas são anticorpos do plasma sanguíneo específicos contra determinados aglutinogênios (substância antigênica que estimula a formação de uma aglutinina específica). Os aloanticorpos são formados em resposta a uma aloimunização (quando um indivíduo recebe hemácias com antígenos diferentes) mas provenientes de indivíduos da mesma espécie (ex.: transfusão ou gestação), e se organismo o reconhece como não- próprio. Os aloanticorpos correspondem aos antígenos de grupo sanguíneo (ABO) e podem ser divididos em duas categorias: naturais e imunes. Os anticorpos naturais usualmente não atravessam a placenta. Já os anticorpos induzidos atravessam a placenta, podendo atingir os eritrócitos e ocasionar hemólise. Nos indivíduos A e B, os anticorpos naturais são predominantemente IgM e as imunoglobulinas dessa classe reagem muito pobremente a 37oC, essa é uma das razões que tem poucas doenças hemolíticas do recém-nascido relacionado a grupo sanguíneo e não Rh. Os aloanticorpos do sistema Rh não existem de forma natural no soro, dessa forma, são anticorpos imunes/induzidos e predominantemente da classe IgG. Causam maiores danos, pois sobrevivem em 37°C, produzindo hemólise. Ex.: anticorpos dirigidos contra as substâncias de grupo que se desenvolvem por transfusão de sangue incompatível ou por gravidez heteroespecífica (por exemplo, feto B em mãe A ou O, feto Rh+ em mãe Rh-). RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA 2Hemólise imune/ auto imune Contato com agente estranho (gestação, transfusão, etc) -> anticorpo induzido ->produção de IgG (também são produzidos um pouco de IgM) ->reage bem a 37°C ->hemólise. Sistemas / anticorpos • ABO: expressiva produção de anticorpos. Causa 20% das Doenças Hemolíticas dos Recém-nascidos (DHRN), ou seja, tem pouca expressão fetal, por essa razão na gravidez é incomum o desenvolvimento de doenças hemolíticas. Ocorre mais em reações tranfusionais imediatas/tardias. • Rh: causa expressivamente a DHRN e ocorre em reações transfusionais imediatas/tardias. • Lewis: não causa DHRN. Induz a formação de anticorpos IgM, que não se ligam bem aos eritrócitos para promover hemólise; • MNSs: raramente causa DHRN; Diego: induz produção de anticorpos IgG. Ocorre em reações tranfusionais imediatas/tardias; • Kell: mais imunogênico que os sistemas ABO e Rh. Causa DHRN e ocorre em reações transfusionais. • Duffy: causa moderada de DHRN; • Kidd: causa DHRN e ocorre em reações transfusionais moderadas. Doenças hemolíticas dos recém-nascidos (DHRN) Mãe Rh- e filho Rh+ ->mãe recebe esse antígeno e produz anticorpo IgG -> IgG vai para o feto e se liga às hemácias -> hemólise -> aumenta a produção de eritrócitos na medula óssea para compensar a perda celular -> ao nascer, RN tem o sangue rico em eritroblastos que são liberados devido ao esforço da medula na tentativa de compensar perda -> eritroblastose fetal. Obs.: ocorre na 2ª gestação, pois a mãe está se sensibilizando ao antígeno na 1ª. Existe a vacina que consiste em inibir os anticorpos durante a segunda gravidez para evitar a Doença Hemolítica. ERITRÓCITOS SENSIBILIZADOS/ANTICORPOS NO PLASMA Laboratorialmente é preciso pesquisar anticorpos nos eritrócitos e pesquisar anticorpos no soro ou plasma. São dois os objetivos: 1. detectar hemácias sensibilizadas por anticorpos in vivo (TAD/Coombs direto); 2. detectar anticorpos antieritrocitários circulantes no plasma (PAI/Coombs indireto). Obs: a gravidez e/ou transfusão não são as únicas condições que induzem a produção de anticorpos. Algumas doenças ou medicamentos também induzem. Provas de antiglobulina humana (soro de COOMBS) Aplicar o plasma humano no coelho, assim o organismo dele vai produzir anticorpo antiglobulina humana (AGH) que é o soro de Coombs. Soros poli-específicos: anti-IgG, anti-IgM, anti-IgA, anti-C3b, anti-C3c, anti-C3d. Soros mono-específicos: anti-IgG, anti-IgM, anti-IgA, anti-C3b, anti-C3c, anti-C3d. OBS: Tanto no Coombs direto quanto para o Coombs indireto, não necessita do preparo especial do paciente ou doador para a coleta da amostra. O sangue deve ser colhido com técnica asséptica e o soro ou plasma separado o mais breve possível para realização do teste. As amostras devem ser estocadas entre 2° e 8° C se as análises não forem realizadas imediatamente. Contaminação bacteriana pode falsear os resultados. PROVA DIRETA DE ANTIGLOBULINA TAD COOMBS DIRETO É realizada para a detecção de eritrócitos sensibilizados “in vivo” por anticorpos ou por frações do complemento. Aplicações: doença hemolítica perinatal, anemias hemolíticas auto-imunes, anemias hemolíticas induzidas por drogas e reações hemolíticas pós- tranfusionais. Procedimento: Em geral é realizado com uma suspensão a 5% de eritrócitos em soro fisiológico, que é lavada por algumas vezes para remover os resíduos de soro. O soro de Coombs (anti-Ig humana) é então adicionado à solução, misturado e centrifugado para a verificação da aglutinação. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Resultados: um resultado negativo do teste significa que o sangue não tem anticorpos ligados aos eritrócitos. Um resultado positivo do teste significa que o sangue tem anticorpos contra os eritrócitos. Pode ser causado por uma transfusão incompatível ou estar relacionado a certas condições, como a anemia hemolítica ou a doença hemolítica do recém-nascido. Prova indireta da antiglobulina (Coombs indireto) É utilizado para detecção de anticorpos anti- eritrocitários no plasma do indivíduo utilizando sensibilização de hemácias “in vitro”. O material utilizado será o soro ou o plasma. Na parte inferior ficam os eritrócitos, e na superior o plasma com anticorpos. Pode ser realizada em meio salino, em meio albuminoso, em solução de baixa força iônica, com hemácias tratadas com enzimas, com uso de poli- etileno-glicol (PEG), em tubos, em micro-placas, em gel-card, em fase sólida, automatizadas. Aplicações: pesquisa de anticorpos irregulares no soro de pacientes politransfundidos (recebeu várias transfusões, recebe eritrócitos compatíveis ABO e Rh, mas pode haver incompatibilidade em relação a outros sistemas e o indivíduocomeça a produzir anticorpos irregulares), gestantes, doadores, etc, identificação das especificidades de anticorpos irregulares em painel de hemácias, investigação das reações hemolíticas pós-tranfunsionais e identificação de antígenos eritrocitários (fenotipagem). Procedimento: sensibilização dos eritrócitos “in vitro” (primeira fase), detecção dos eritrócitos sensibilizados (segunda fase). 1ª etapa: é feita em temperatura ambiente e meio salino. Coloca-se 2 gotas do plasma e 1 gota de cada uma dessas suspensão de eritrócitos. Observar se houve hemólise. Se a hemólise acontecer, é indicativo de anticorpo IgE. 2ª etapa: chega anticorpos da classe IgM. Eles são detectados em meio proteico, então adiciona-se 2 gotas de albumina bovina e a antiglobulina humana. Se houver hemólise ou aglutinação é positivo, a ausência de aglutinação ou hemólise e formação de botão é negativo. Resultados: um resultado negativo do teste significa que o sangue não possui anticorpos livres que possam atacar eritrócitos. No caso de transfusões, o sangue do receptor é compatível com o do doador. Além disso, um teste negativo de Coombs indireto para o fator Rh (titulação de anticorpos Rh) em uma mulher grávida significa que ela não desenvolveu anticorpos contra o sangue Rh-positivo do bebê, ou seja, a sensibilização Rh não ocorreu. Um resultado positivo do teste significa que o sangue analisado é incompatível com o sangue do doador. Se o teste de título de anticorpos Rh for positivo em uma mulher grávida ou que planeja engravidar, isso quer dizer que ela tem anticorpos contra o sangue Rh + positivo (sensibilização ao Rh). Portanto deverá realizar o teste no início da gravidez para verificar o tipo sanguíneo do bebê. Se o bebê tiver sangue Rh + positivo, a situação da mãe será acompanhada durante a gravidez para evitar riscos à criança. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Controle de PAI: é necessário usar um controle positivo e um controle negativo. O controle negativo não tem aglutinação e no positivo haverá aglutinação. Na pesquisa de anticorpos irregulares deve-se colocar um tubo com o soro do indivíduo a ser testado, com os eritrócitos do próprio indivíduo. Ao invés de utilizar eritrócitos do triacel 1 e 2, utiliza-se o eritrócito do próprio indivíduo. Se o resultado for positivo, o indivíduo tem auto-anticorpos e não deve utilizar o próprio sangue. É muito utilizado na auto-transfusão (antes de cirurgias). TRIACEL: REAGENTE DE GLÓBULOS VERMELHOS HUMANOS PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS IRREGULARES Consiste em um teste para detecção do(s) anticorpo(s) testando o soro ou plasma com as hemácias conhecidas do TRIACEL. TRIACEL I e II pode levar a diagnóstico de presunção e auxiliar na identificação de um anticorpo irregular. No entanto, identificação de especificidade somente poderá ser feita após teste do soro com o painel de hemácias. Coleta e preparo da amostra: não é necessário nenhum preparo especial do paciente ou doador para a coleta da amostra. O sangue deve ser coletado com técnica asséptica, com ou sem anticoagulante e o soro ou plasma separado o mais breve possível para realização do teste. As amostras devem ser estocadas entre 2°C a 8°C se as análises não forem realizadas de imediato. A contaminação bacteriana da amostra pode causar falsos resultados. PROCEDIMENTO TRIACEL: 1ª. Etapa: Meio salino em temperatura ambiente Esta etapa visa detectar anticorpos salinos (aglutininas salinas da classe IgM das imunoglobulinas) reativos em temperatura ambiente (20°C a 25ºC). 1. Ressuspender os glóbulos vermelhos de TRIACEL® I e II invertendo os frascos pelo menos 10 vezes. NÃO HOMOGENEIZAR BRUSCAMENTE. 2. Dispensar em cada um de dois tubos de ensaio (10x75mm ou 12x75 mm), previamente identificados I e II, 2 gotas* do soro ou plasma a ser testado. 3. Acrescentar 1 gota* da suspensão de TRIACEL® I ao “tubo I” e 1 gota* de TRIACEL® II ao “tubo II”. HOMOGENEIZAR BEM. 4. Centrifugar os tubos durante 15 segundos a 3.400 rpm (900 - 1000g) ou 1 minuto a 1.000 rpm (100- 125g). 5. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias em cada tubo, observando a presença ou não de hemólise e/ou aglutinação. 2ª.Etapa: Meio protéico em temperatura ambiente Esta etapa visa detectar anticorpos salinos (IgM) que tem sua ação intensificada em meio protéico (potencializador Albumina Bovina a 22%) e anticorpos incompletos albumínicos mais potentes (anticorpos da classe IgG das imunoglobulinas). 6. Adicionar a cada tubo 2 gotas* de ALBUMINA BOVINA A 22%. Homogeneizar bem. 7. Centrifugar os tubos durante 15 segundos a 3.400 rpm (900 - 1000g) ou durante 1 minuto a 1.000 rpm (100 - 125g). 8. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias em cada tubo, observando a presença ou não de hemólise e/ou aglutinação. 3ª. Etapa: Meio protéico em temperatura de 37ºC Esta etapa visa detectar anticorpos incompletos albumínicos reativos a 37ºC, como os anticorpos do sistema Rh. 9. Incubar os tubos em banho-maria a 37ºC, durante 15 minutos. 10. Centrifugar todos os tubos durante 15 segundos a 3.400 rpm (900 - 1000g) ou durante 1 minuto a 1.000 rpm (100 - 125g). 11. Ressuspender delicadamente o “botão” de hemácias em cada tubo, observando a presença ou não de hemólise e/ou aglutinação. RESUMO LABORATÓRIO UC XII - HEMATOLOGIA Sistema ABO e Fator RH
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