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Larissa Filgueira Da Silva Carlos Vinícius Soares Costa Tayná Michele Rocha da Costa Gabriel De Morais Chagas ARTIGO Mito Afrodite GOIÁS - GO 2019 Larissa Filgueira Da Silva Carlos Vinícius Soares Costa Tayná Michele Rocha da Costa Gabriel De Morais Chagas ARTIGO Mito Afrodite Artigo apresentado para obtenção de nota parcial. Professor: Neemias Resumo: Com este artigo objetiva – se compreender a concepção dos mitos para a civilização grega antiga, em especial o mito de Afrodite, deusa do amor e da beleza. Este ensaio tem como finalidade compreender as diversas concepções acerca do mito de Afrodite e relaciona – ló com o contexto atual. Afrodite sendo a deusa do amor e da beleza, cultivou diversos amantes mesmo sendo casada com o deus Hefesto (deus do fogo), em comparação ao mito pode -se relacionar com as relações amorosas do contexto atual, onde as relações se mostram – se cada vez mais suscetíveis a infidelidade aos seus parceiros. Palavras chave: Mito, Deusa, Infidelidade, Amor Introdução O presente artigo tem como objetivo realizar uma analogia entre a deusa grega Afrodite e a infidelidade, além de explicar as relações antigas e atuais entre homens e mulheres no mundo atual. Para a efetuação deste intento, o artigo analisará o pensamento grego, dominado por manifestações mitológicas; apresentará uma breve concepção do termo "mito", bem como seu entendimento, associações e influências. A fim de se compreender a deusa Afrodite, será apresentada uma sintética explicação acerca da deusa grega e, por fim, far-se-á, a partir desta explicação, uma relação entre o mito e atualidade, em que será analisada a questão da infidelidade no contexto atual. Oque é um mito? Os mitos gregos são um conjunto de narrativas, escritas pelos gregos na antiguidade, apresentam inúmeros deuses, heróis, lendários e também criaturas fantasiosas. Além de também possuir suposições sobre o surgimento do universo e da vida. Os antigos gregos eram politeístas e por isso acreditavam na existência de vários deuses, de maneira a qual, as divindades gregas eram uma das características mais marcantes da civilização grega antiga. Os mitos gregos buscam dar características sobre a origem de algum fato como diz a autora Marilena Chauí (2000), o mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras e do poder.). A palavra mito tem a origem grega, que vem do termo mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, designar, nomear). Os gregos acreditavam que o mito é um discurso proferido para ouvintes que recebem a narrativa de forma verdadeira porque confia naquele que a pronúncia. Os mitos são narrativas feitas em público baseada na autoridade e na confiança em que o narrador tem para a sociedade. Em um conceito atual diga - se que é " Uma verdade inquestionável, até que se prove o contrário " Os mitos são sempre associados a realidade cósmica uma vez que estão sempre relacionados ao sobrenatural seja a natureza ou os fenômenos vividos ou admirados pelos povos das civilizações antigas. A importância dos mitos para os gregos A mitologia foi a forma encontrada pelos gregos para compreender o mundo e entender os fatos que na antiguidade eram quase impossíveis de se compreender. Os gregos conceituavam o mito como uma intuição compreensiva da realidade a qual estavam imersos naquele contexto. Para eles os mitos expressam aquilo que o homem deseja e também o que mais teme. Nesse sentido, os mitos eram de extrema relevância para a sociedade grega na medida em que, buscavam explicações para compreender o mundo ao qual estavam inseridos. As representações de cada mito para os gregos se constituíam como uma explicação para algum fato. Na sociedade grega os mitos tinham uma relação estreita com os homens, os mitos muitas vezes eram representados como homens para enfatizam a ideia de um homem perfeito dotado de todas as capacidades sobrenaturais do poder divino. Estes deuses surgiam como forma de explicar e dar sentidos aos fatos do mundo real ao qual se mostrava incompreensível e assustador para a sociedade daquela época. Os gregos acreditavam que o mito é um discurso proferido para ouvintes que recebem a narrativa de forma verdadeira porque confia naquele que a pronúncia. Os mitos são narrativas feitas em público baseada na autoridade e na confiança em que o narrador tem para a sociedade. Em um conceito atual diga - se que é " Uma verdade inquestionável, até que se prove o contrário " Os mitos estão ainda hoje presentes no nosso cotidiano, essas narrativas continuam a deslumbrar diversos grupos sociais que encontram nelas as várias curiosidades a interesses inabaláveis, que se fascinam com os contos dos deuses, das suas relações com os meros mortais, os seres humanos, todo o alvoroço que isso trouxe, todo o encanto que a de trazer. Outros usam eles para a explicação de maneira racional para explicar a existência do universo, uma maneira, entretanto uma quanto primitiva. O mito tem sobrevivido a séculos, para desmistificar essa narrativa que muitas das vezes explicam a vida inconsciente de uma sociedade, não dá para enquadrar os termos que não vos pertence para desmistificar algo. O mito continuará a existir, e contado de diversas maneira, por diversos narradores diferentes. O mito de Afrodite Existem diversos mitos que citam a Deusa Afrodite. Os textos que narram tais mitos trazem a descrição não somente da sua beleza física, mas das suas aventuras amorosas, dos seus domínios, tudo o que caracteriza essa deusa. Na mitologia grega, ela era conhecida como a deusa vênus que não tinha paternidade, pois as causas em que nasceu foi quando seu respectivo " pai " Urano foi castrado e teve seus órgãos genitais jogados ao mar, e da espuma do mar surge Afrodite, de uma beleza imensurável, a deusa do amor, da sexualidade e da beleza. Era desejada por homens mortais e pelos deuses. Fig.01: Cópia de uma escultura romana do século II localizada no Museu Arqueológico Nacional de Atenas. https://googleweblight.com/i?u=https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Museu_Arqueol%25C3%25B3gico_Nacional_de_Atenas&hl=pt-BR&tg=74&pt=2 https://googleweblight.com/i?u=https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Museu_Arqueol%25C3%25B3gico_Nacional_de_Atenas&hl=pt-BR&tg=74&pt=2 Por medo que Afrodite fosse motivo de discórdia entre os deuses, Zeus se precipitou e decidiu casa - lá com Hefesto, um de seus filhos. Hefesto era filho de Zeus com Hera, mais conhecido como deus do fogo ou vulcão. Ele não era um deus provido de beleza, algum relato diz que ele tinha a aparência de um anão, e mancava de uma das pernas. Entretanto, um deus criativo e cheio de habilidades, inventor de objetos de ouro e metais. Ao casar - se com Afrodite, Hefesto a deu um cinturão de ouro que continha poderes mágicos, assim ela poderia se defender dos assédios dos outros deuses. Porém, Afrodite usou o cinturão e seus poderes para atrair diversos amantes para si, tanto deuses quanto meros mortais. Casada com Hefesto, Afrodite tinha uma relação com Ares irmão de Hefesto, o deus da guerra. O sol viu os amantes e denunciou o caso ao marido traído. Hefesto decidiu se vingar dos dois, com sua arte divina, criou uma rede fininha, de fios invisíveis a olho nu e a colocou o redor do leito em que os dois amantes costumavam se deitar. Fingiu partir em viagem, e Afroditee Ares dormiram juntos mais uma vez, mas de repente a rede os envolveu e mesmo se esforçando m muito não conseguiam sair da armadilha. E então chegou Hefesto furioso e gritou para que todos os deuses do Olimpo pudessem ouvi - lo. - Ó pai Zeus, e todos os deuses bem-aventurados, venham ver de que forma ridícula minha esposa tem me enganado. Troca a mim, por Ares só porque é belo, mas que só pensa em guerras terríveis. Os deuses se divertiram com tal cena. Afrodite teve diversos amantes, e com esses alguns filhos. Com Apolo, um de seus amantes, teve o seu filho Himeneu, um belo rapaz que era sempre confundido com as mocas por sua exuberante beleza. Priapo foi resultado do relacionamento entre Afrodite e Dionísio, era rejeitado pelas mulheres por ser um libertino e pelo tamanho de seu pênis, absurdamente exagerado. Hermafrodito era o nome do filho que teve com Hermes, ele representava a fusão dos dois sexos, sem possuir um gênero definido. Mas o amante preferido dela foi Ares, com qual teve vários filhos: Eros, o deus da paixão. Antero, o deus da razão. Fobos, o medo. Deimos, o terror da harmonia, a deusa da discórdia. Eneias foi o seu único filho nascido do seu relacionamento com Aquises, que era um simples imortal. Com seu marido Hefesto, Afrodite não teve nenhum filho. O mito de Afrodite e suas relações tanto com os humanos quanto com os deuses, mostra a afetividade e a ousadia que que essa teve essa deusa. Mas considerando esse aspecto grego entre o certo e o errado, o que se pode e o que não pode, o que deve e o que não deve, por fim, valores morais, que são estabelecidos pelos homens ao longo dos tempos, eles não existiam como valores entre os gregos antigos. Nesse contexto, a moral de Afrodite é o desejo. Relação do mito de Afrodite com a atualidade Assim como na mitologia grega, no casamento de Hefesto e Afrodite ouve uma infidelidade, nos dias atuais os acontecimentos não tem sido nenhum pouco diferentes. Segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), está cada vez mais comuns escândalos envolvendo traições entre casais. Entre os homens aproximadamente 70,6% dizem já ter traído pelo menos uma vez em sua vida, entre as mulheres o número cai para 56,4%. Os dados informam que apenas 36,3% dos brasileiros nunca traíram um parceiro. A traição é um dos maiores fatores que tem levado casais a se divorciar, um a cada três casamentos termina em divorcio no Brasil. No ano de 2016 foram registradas 344.000 separações no país é o que mostra os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o balanço feito entre 1984 e 2016 aponta que o número de separação matrimonial disparou com o passar dos anos. No ano de 1984, elas representavam cerca de 10% do universo de casamentos, com 93.300 divórcios. Essa relação disparou para 31,4% em 2016, com 1,1 milhão de casamentos e 344.000 de separações. Os dados apontam que são cerca de 580 divórcios por dia, os casamentos subiram cerca de 17% enquanto as separações 269%. O Brasil passou a contar legalmente com três gerações de casais separados. No entanto, não podemos pensar essa questão de imoralidade quando falamos da infidelidade de Afrodite quando relacionamos com os dias atuais, pois para os antigos, não existia essa visão de moral ou imoralidade, está é uma visão da idade média com a criação das religiões. Outra questão que devemos analisar e o mito como forma de explicar as relações antigas e atuais entre homens e mulheres, onde a satisfação e frustração do desejo feminino se encaixam, diante disso para poder entender o novo lugar da mulher na sociedade atual, é preciso passar pelos processos históricos que a trouxeram até este ponto, utilizando o seu maior símbolo de sensualidade e feminilidade, a deusa Afrodite. Na sociedade grega antiga, a mulher era submissa, e a grande maioria ficava reclusa ao ambiente domiciliar, como afirma a autora Muraro (1992): "Nas casas dos poderosos havia um recinto reservado para os homens e outro para as mulheres – o gineceu. ”. E nesse sentido que podemos observar que essa separação entre homens e mulheres advém do medo do homem em relação à mulher que e considerada misteriosa, sedutora e perigosa, mas que no caso e uma visão essencialmente patriarcalista. Desde a Antiguidade tem sido concedido à mulher o papel de pecadora e de afastadora do homem para com Deus. Logicamente, a educação concedida à menina influencia no que ela será quando mulher. A educação dada, por exemplo, às atenienses antigas era a doméstica, uma vez que não deviam apresentar interesse pelo sexo; sua função era apenas reprodutora. Porém ao relacionarmos com Afrodite percebemos claramente que falta de interesse Afrodite não apresentava, possuindo diversos amantes e desfrutando de seu prazer, embora pudesse cometer adultério; era uma deusa e não uma mortal. Porém, nos tempos atuais, a mulher ganhou mais liberdade, porque de fato as mulheres estão inseridas num tempo em que é permissível transformar os homens em objetos sexuais, nesse contexto em que apesar dos tempos terem mudado, ainda é perceptível que a mentalidade masculina permanece quase inalterada. O pensamento masculino daquela época refletiu até os dias atuais na ideia de inferioridade feminina em relação ao homem. Desse modo dando destaque a estes sentimentos, ocultados pelas mulheres e mencionado que: Mulheres como Helena de Tróia e Cleópatra eram consideradas perigosíssimas, pois acentuavam mais ainda o medo masculino, resultando, com isso, em imagens distorcidas pela história, como por exemplo: adúltera, causadora de milhares de mortes, e prostituta, apenas porque elas viveram intensamente suas vidas, não só sexuais, sem serem subordinadas aos homens. (MAURARO,1992, p.90) Nessa concepção, devido a necessidade, a mulher passou a exigir seu espaço e prazer, e conseguiu então, um novo lugar na sociedade, nesse aspecto a autora Indianara Melo (2011) menciona que: “nas mulheres de hoje, ainda vivem deusas como Afrodite que, em luta constante, desejam libertar-se do falso moralismo e dos preconceitos da sociedade patriarcal em que vivem, perpetuando, assim, a eterna luta de suas naturezas: A de Afrodite e a de Psiquê. ” Considerações finais Diante das observações, estudos e analise acerca do mito de Afrodite, foi possível compreender de forma sistemática a relação do mito de Afrodite com a infidelidade, visto que no contexto atual e bastante amplo, e a infidelidade e mais comum do que se imagina. Através desse artigo, foi possível compreender que a mitologia nos trouxe a passagem de que, segundo o mito no casamento de Hefesto e Afrodite ouve uma infidelidade, diante disso relacionamos essa questão do mito com a infidelidade trazendo essa visão para os dias de hoje, além de abordar uma outra questão que e de suma importância mencionar, que de fato são as explicações das relações antigas e atuais entre homens e mulheres no mundo atual, colocando em pauta de modo claro e objetivo a satisfação e frustração do desejo feminino. REFERÊNCIAS CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000. GONÇALVES, Mirna Xavier/SANTOS, Lauer Alves Nunes dos. Desdobramentos de Afrodite – Pelotas, RS: [s.n.], 2016 VASCONCELLOS, Paulo Sérgio de. Mitos Gregos. São Paulo: Editora Objetivo, 1998 PEREIRA, Vera Lucia Crepaldi. As deusas gregas virgens face ao poder de Afrodite – Campinas, SP: [s.n.],2009. MURARO, Rose Maria. A mulher do terceiro milênio. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2000. BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. Petrópolis: Vozes Ltda,1997. v. 2. Bíblia Sagrada. Reader’s Digest, 2000. PAGLIA, Camille. Vampes e vadias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S/A,1994. Disponível em:< https://www5.usp.br/>Acesso: 19 de novembro de 2019 Disponível em:< https://www.ibge.gov.br/> Acesso: 19 de novembro de 2019 https://www5.usp.br/
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