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Aula 2 – Estruturas de sólidos importantes Introdução à Química do estado sólido – QES 3261 Prof. Dr. Bruno H. Vilsinski Estruturas AX Cloreto de sódio (NaCl) Arranjo CFC dos ânions O ocupado; T+ e T- vazios Número de coordenação 6:6 Célula unitária da estrutura do sal gema (NaCl) mostrando octaedros sendo compartilhados pelas bordas Estrutura do cloreto de sódio (NaCl) • Maioria dos haletos alcalinos, MX, e AgF, AgCl e AgBr; • Todos os hidretos alcalinos: MH; • Monóxidos (MO) de Mg, Ca, Sr e Ba; • Monossulfetos (MS) de Mg, Ca, Sr e Ba; Estrutura do cloreto de sódio (NaCl) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do sal gema (NaCl) , a/Å Estrutura do cloreto de césio (CsCl) A mesma estrutura é adotada por CsBr, CsI, TlCl, TlBr, TlI e NH4Cl Número de coordenação 8:8 Obs: a célula unitária não é cúbica de face centrada... Por que? NÃO se trata de uma estrutura de arranjo compacto. Estrutura do cloreto de césio (CsCl) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do CsCl Estrutura da Blenda de Zinco (ZnS) - esfarelita Arranjo CFC dos ânions T+ (ou T-) ocupados; O, T- (ou T+) vazios A ligação é menos iônica do que no NaCl; Esfarelita Figura. Estrutura da esfarelita (blenda de Zinco) mostrando (a) a célula unitária e (b) uma rede mais estendida de tetraedros compartilhados Diamante → Estrutura idêntica à da esfarelita (Blenda de Zinco); → Arranjo cúbico de face centrado dos átomos de carbono com um conjunto de sítios tetraédricos (T+ ou T-) ocupado por átomos de carbono; • Haletos de cobre; • Sulfetos de Zn, Cd e Hg; Estrutura da esfarelita (ZnS) Estrutura da esfarelita (ZnS) Tabela. Alguns compostos com a estrutura da esfarelita (blenda de zinco), a/Å Estrutura da Wurtzita (ZnS) Ou seja... A wurzita e a esfarelita são polítipos! T+ (ou T-) ocupados; T- (ou T+), O vazio A diferença em relação à esfarelita está no empacotamento dos ânions, que aqui é hexagonal compacto! Número de coordenação 4:4 Estrutura da Wurtzita (ZnS) Tabela. Alguns compostos com a estrutura da wurzita, a/Å Compostos considerados iônicos! Estrutura do Arseneto de níquel (NiAs) Sítios octaédricos ocupados; T+, T- vazios Os ânions se arranjam na estrutura de empacotamento compacto hexagonal Neste sólido, o número de coordenação é o mesmo, mas os cátions e ânions têm diferentes ambientes de coordenação. Este arsênio está coordenado a outros 3 átomos de níquel a c=1/4 e a outros três em c=3/4 Estrutura do Arseneto de níquel (NiAs) O ambiente deste arsênio é trigonal prismático! Estrutura do Arseneto de níquel (NiAs) Estrutura do arseneto de níquel (NiAs) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do NiAs, a/Å Compostos considerados mais metálicos! Estrutura do Rutilo (TiO2) Ti+4 O-2 Apresenta uma célula unitária tetragonal: a = b = 4.594 A° , c = 2.958 A° Número de coordenação 6:3; Estrutura comumentemente descrita como sendo um arranjo de empacotamento compacto hexagonal distorcido dos oxigênios com metade dos sítios octaédricos ocupados pelo titânio. Estrutura do Rutilo (TiO2) a) Célula unitária do rutilo e b) diferentes orientações do octaedro TiO6 na célula unitária. Ti é coordenado octaedricamente a seis oxigênios, no entanto os oxigênios são coordenados trigonalmente à três átomos de titânio! Estrutura do Rutilo (TiO2) Estrutura do Rutilo (TiO2) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do Rutilo → Óxidos de metais tetravalentes; → Fluoretos de metais divalentes; Compostos essencialmente iônicos Estrutura do iodeto de cádmio (CdI2) Metade dos sítios octaédricos são ocupados por cátions; Número de coordenação 6:3 CdI2 Empacotamento compacto hexagonal dos ânions Estrutura do iodeto de cádmio (CdI2) Um I- em c=1/4 Figura. Ambiente de coordenação do iodo Estrutura do iodeto de cádmio (CdI2) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do Iodeto de cádmio → Iodetos, brometos, cloretos e hidróxidos de metais de transição; CdCl2 Empacotamento compacto cúbico dos ânions Estrutura do cloreto de cádmio (CdCl2) Metade dos sítios octaédricos são ocupados por cátions; Nesta estrutura, os cátions de Cd+2 são “ensanduichados” por duas camadas de ânions iodeto; A interação entre os sanduiches adjacentes é de natureza de van der Walls; Número de coordenação 6:3 Ponto de fusão: 387oC Ponto de ebulição: 742oC (Fracas interações intermoleculares) Estrutura do cloreto de cádmio (CdCl2) Ocupado por Cd+2 Vazio Estrutura do cloreto de cádmio (CdCl2) Tabela. Alguns compostos com a estrutura do cloreto de cádmio Haletos de metais de transição Estrutura da fluorita – CaF2 Arranjo compacto cúbico dos cátions (Ca+2) com os ânions ocupando todos os sítios tetraédricos Número de coordenação 8:4 Cátions Ânions Estrutura da Fluorita Estrutura da antifluorita Aqui são ânions que ocupam todos os sítios tetraédricos; Posições octaédricas vazias: 7 Semelhante à estrutura do Na2O Número de coordenação: 4:8 Cátions Ânions Na2O Arranjo CFC dos ânions Estruturas ABX3 Estrutura da Perovskita (SrTiO3) → Arranjo compacto cúbico envolvendo uma mistura Sr e O; → Os cátions Ti+4 ocupam ¼ dos sítios octaédricos; Estrutura da Perovskita (SrTiO2) Camada de empacotamento compacto da Perovskita Estrutura da Perovskita (SrTiO3) Tabela. Alguns compostos com a estrutura da perovskita → Centenas de óxidos e haletos adotam esta estruturação; → A combinação de cátions tem que dar o número de oxidação igual a +6; Estrutura do BaTiO3 Deslocamento da posição do Ti+4 em 6% da distância Ti-O Estrutura do espinélio (MgAl2O4) → Arranjo de empacotamento compacto cúbico dos átomos de oxigênio; → Mg+2 ocupa 1/8 dos sítios tetraédricos; → Al+3 ocupam metade dos sítios octaédricos; Sítio octaédrico vazio Sítio octaédrico ocupado Estrutura do Espinélio Esta figura deixa clara a alternância entre sítios octaédricos ocupados e vazios Estrutura do espinélio Tabela. Alguns compostos com a estrutura do espinélio Estrutura da Olivina de LiFePO4 → Arranjo hexagonal compacto do oxigênio; → Sob altas pressões a estruturação das olivinas passam a ser a mesma do espinélio; Estrutura das Olivinas No manto superior da terra a estrutura adotada é a de menor volume (espinélio). No entanto, na superfície da terra (condições de baixas pressões) a estrutura adotada é a de maior volume→ Olivinas! As cordilheiras surgem desta expansão de volume! A transformação Olivina para Espinélio é o principal fator para a causa de terremotos! Estrutura da β-Cristobalita (SiO2) O silício adota as mesmas posições do zinco na blenda de zinco; Entre dois átomos de silício podemos encontrar um átomo de oxigênio no meio; O BeF2 também adota esta estrutura; Número de coordenação 4:2 Sobre o modelo de esferas rígidas: • Serve bem para íons pequenos pouco polarizáveis, como os ânions fluoreto (F-) e oxigênio (O-2); • Para os outros elementos há distorções: efeitos relacionados à polarizabilidade e ambiente do cristal; • No entanto trata-se de um modelo simples e que descreve bem a estrutura de cristais; A razão de ser das estruturas • Vimos que o íon césio no CsCl tem oito vizinhos cloro, enquanto que o sódio no NaCl tem seis vizinhos... Por que? Resposta: diferença de tamanho dos cátions!!!! Raios iônicos Qual dos seguintes arranjos denota uma situação de estabilidade química? AQUI TEMOS A RESPULSÃO ÂNION- ÂNION! A razão dos raios e o número de coordenação •𝜌 = 𝑟𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑜 𝑟𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒 Observação: esta modelo é simplista (50% de acuracidade). Polarizabilidade Ânion altamente polarizável → Sua nuvem eletrônica é facilmente distorcida Poder polarizante: Habilidade que um íon tem de polarizar a nuvem eletrônica do outro F Cl Br I Aumento da polarizabilidade Maior quanto menor o tamanho do cátion e quanto maior a sua carga A razão de ser das estruturas • Na prática a polarizabilidade implica em um maior grau de covalência na ligação.Esta covalência faz com que as ligações sejam mais direcionais; A razão de ser das estruturas Estrutura do diamante Por que o número de coordenação do Carbono é 4? R: Porque aqui só temos ligações covalentes e este é o número “máximo” de ligações que o carbono pode fazer! β-quartzo (SiO2) NC do Si = 4 Novamente aqui vemos o poder da covalência! Próxima aula Defeitos em sólidos