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Direito Penal - Homicídio Parte 2 (última)

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Direito Penal 
Homicídio
Causa de diminuição de pena: 
- Relevante valor social ou moral: relevante valor é algo importante ou de elevada qualidade 
(patriotismo, lealdade, fidelidade, amor paterno ou materno etc.). Na ótica social, esses valores 
envolvem interesse de ordem geral ou coletiva (matar o traidor da pátria). Na visão moral, os 
valores concentram-se em interesse particular. 
- Domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima: emoção é a 
excitação de um sentimento (amor, ódio, rancor). Se o agente está dominado (fortemente 
envolvido) pela violenta (forte ou intensa) emoção (excitação sentimental), justamente porque 
foi, antes, provocado injustamente (sem razão plausível), pode significar, como decorrência 
lógica, a perda do autocontrole que muitos têm quando sofrem qualquer tipo de agressão sem 
causa legítima. Desencadeado o descontrole, surge o homicídio.
Qualificadoras: 
a) motivo torpe, dentre os quais a paga ou promessa de recompensa: torpe é atributo do que 
é repugnante, indecente, ignóbil, logo, provocador de excessiva repulsa à sociedade (ex.: o 
traficante elimina o rival para dominar o comércio de drogas em determinada região). Dentre 
vários outros motivos desse naipe, enumeraram-se no tipo penal dois: paga (receber prêmio) ou 
promessa de recompensa (ter expectativa de receber prêmio). Cuida-se, nestes últimos dois 
casos, de peculiar forma de homicídio cometido por mercenário;
b) motivo fútil: significa que a causa fomentadora da eliminação da vida alheia calcou-se em 
elemento insignificante se comparado ao resultado provocado. Portanto, é a flagrante 
desproporção entre o motivo e o resultado obtido. Ex.: matar o dono do bar porque se recusou a 
vender bebida fiado;
c) emprego de meio insidioso, cruel ou que provoque perigo comum, tais como veneno, 
fogo, explosivo, asfixia ou tortura: meio insidioso é o enganoso, constituindo o veneno típica 
forma de ação camuflada do agente; meio cruel é o gerador de sofrimento desnecessário à 
vítima, representado tanto por algumas espécies de veneno, que matam de modo agônico, como 
pelo fogo, gerador de queimaduras bastante doloridas, além da tortura (suplício extremo, que 
poderíamos visualizar como a forma pura da crueldade) e da asfixia (supressão da respiração por 
qualquer meio, como, exemplificando, enforcamento, esganadura e estrangulamento), 
constituindo sofrimento atroz; meio que provoca perigo comum é o construtor de cenário extenso 
o suficiente para atingir terceiros além da vítima. Tipicamente representado pela explosão de uma 
bomba ou artefato similar, também pode ser simbolizado pelo emprego de fogo, desde que sua 
expansão seja vasta e temível de se concretizar;
d) recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, consubstanciado, como 
exemplos, na traição, emboscada e dissimulação: quando o agente aborda o ofendido de 
maneira inesperada, gera um contexto próprio para a aplicação desta qualificadora, pois a defesa 
é dificultada ou até mesmo impossível. A surpresa é normalmente aquilo que é imprevisível. 
Formas disso são a traição (investida do agente por trás da vítima, que nem mesmo vê o algoz), a 
emboscada (ficar à espreita, aguardando a passagem inocente da vítima) e a dissimulação 
(apresentar-se pela frente da vítima, mas ocultando sua verdadeira intenção e simulando gestos 
opostos à agressão iminente). Lembremos que a surpresa é o gênero que dá origem às demais 
espécies retratadas no inciso IV do § 2.º. Mas não é qualquer surpresa, uma vez que todo ataque 
tem um toque de inesperado, até para que dê certo. Cuida-se, nesse cenário, da surpresa 
autenticamente imprevisível, impossível de calcular, prognosticar, imaginar.
e) torpeza particular conexa a outro delito: criou a lei uma situação de peculiar repugnância, 
consistente na atuação do agente com o fim de assegurar (garantia de que dê certo) a execução 
(desenvolvimento dos atos de realização da empreitada criminosa), ocultação (encobrimento do 
fato), impunidade (evitar o castigo, a punição do autor, ainda que o fato seja conhecido) ou 
vantagem (lucro obtido) de outro crime. Ex.: matar a pessoa que o viu cometendo um roubo 
anteriormente, somente para ter certeza de que não irá testemunhar; 
f) contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: denominado, pelo título inserido 
pelo próprio legislador, feminicídio, trata-se da eliminação da vida da mulher, que sempre foi 
tutelada pelo Direito Penal, na forma do homicídio. O feminicídio não pode ser confundido com o 
femicídio. E qual a diferença entre eles? O mero homicídio da mulher é denominado de femicídio. 
Haverá feminicídio quando estiverem presentes as razões do sexo feminino como causa do 
delito.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Para parte da doutrina a violência doméstica deve ter sempre uma motivação de gênero, ou seja, 
é necessário o dolo de explorar situação de vulnerabilidade da vítima mulher.
g) contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: O presente inciso foi incluído no 
Código Penal pela Lei 13.142/2015, com a finalidade de tornar mais severa a pena do homicídio, 
consumado ou tentado, praticado contra integrantes dos órgãos de segurança pública ou 
pessoas a estes ligadas pelo casamento, pela união estável ou pelo parentesco. O homicídio 
contra integrantes dos órgãos de segurança pública é uma qualificadora do homicídio doloso, de 
competência do Tribunal do Júri, razão pela qual deve ser submetida à votação pelos jurados. 
Além disso, esse delito tem natureza hedionda, a teor da regra contida no art. 1.º, inc. I, da Lei 
8.072/1990. O fundamento da qualificadora repousa na maior gravidade da conduta criminosa, 
atentatória da estrutura do Estado Democrático de Direito.
Homicídio privilegiado-qualificado 
Homicídio híbrido 
1° posição - Não é possível o homicídio privilegiado-qualificado: Sustenta ser impossível essa 
conjugação, pois a causa de diminuição de pena não se aplica ao homicídio qualificado. A 
interpretação geográfica ou topográfica da figura do privilégio (§ 1.°) não autoriza sua incidência 
no tocante às qualificadoras (§ 2.°), mas somente ao caput do art. 121 do Código Penal. 
2° posição - É possível o homicídio privilegiado-qualificado: Essa posição admite a 
compatibilidade entre o privilégio e as qualificadoras, desde que sejam de natureza objetiva. São 
de índole subjetiva as relacionadas aos motivos do crime (incisos I, II e V), e também a traição 
(inciso IV), enquanto as demais são de natureza objetiva, ligadas aos meios e modos de 
execução do crime (incisos III e IV, com exceção da traição).
Pluralidade de qualificadoras 
Na hipótese de estarem presentes duas ou mais qualificadoras (exemplo: homicídio qualificado 
pelo motivo torpe, pelo meio cruel e pelo recurso que dificultou a defesa do ofendido), o 
magistrado deve utilizar uma delas para qualificar o crime, e as demais como agravantes 
genéricas, na segunda fase, pois as qualificadoras do homicídio encontram correspondência no 
art. 61, inciso II, a, b, c e d, do Código Penal.
É a posição do Supremo Tribunal Federal: As circunstâncias evidenciadas na espécie refletem o 
entendimento da Corte, preconizado no sentido de que, “na hipótese de concorrência de 
qualificadoras num mesmo tipo penal, uma delas deve ser utilizada para qualificar o crime e as 
demais serão consideradas como circunstâncias agravantes.
Majorantes 
1- Homicídio culposo 
Temos quatro majorantes no homicídio culposo, todas elas aumentam em 1/3:
1- se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: Essa 
inobservânciaregulamentar não se confunde com a imperícia. Nesta, o sujeito não reúne 
conhecimentos teóricos ou práticos para o exercício de arte, profissão ou ofício (exemplo: 
médico ortopedista que mata o paciente ao efetuar uma cirurgia cardíaca).
2. se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima 
3. não procura diminuir as consequências do seu ato 
4. foge para evitar prisão em flagrante.
2- Homicídio doloso 
Temos três majorantes no homicídio culposo, todas elas aumentam em 1/3:
Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos = 
aumenta em 1/3 
Se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio = 1/3 a ½ 
3- Majorantes do feminicídio, do art. 121, §7º CP = 1/3 a 1/2
Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio: a pena do homicídio deve ser 
aumentada, de um terço até a metade, “se o crime for praticado por milícia privada, sob pretexto 
de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio”. 	 
Milícia privada, conforme o art. 288-A, do CP, é a organização paramilitar, milícia particular, grupo 
ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP.
Caso o integrante da “milícia privada” ou do “grupo de extermínio”, conforme acima definido, 
perpetre, de fato, delito de homicídio, além de estar incurso na pena de reclusão do art. 288-A, 
do CP, responderá pela morte dolosa, com a incidência da majorante. 
Feminicídio: consiste na morte dolosa de mulher por razões da sua condição de sexo feminino. 
A pena do homicídio qualificado será aumentada nessas circunstâncias, quando o fato for 
praticado: 
1º durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; 
2º contra mulher menor de quatorze anos, maior de sessenta ou com deficiência; 
3º na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

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