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Direito Penal III - Homicídio (Resumo)

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Aula de Direito Penal III
Homicídio (art. 121)
É um crime comum – qualquer um pode praticá-lo, que tem como bem jurídico tutelado a vida humana. É unissubjetivo, admite o concurso eventual de agentes tanto na coautoria quanto na participação. É classificado homicídio qualquer conduta ao menos relativamente capaz de produzir o resultado morte, pois se trata de crime de forma livre. Admite tanto a forma comissiva (atirar em alguém), quanto omissiva imprópria (mãe que deixa de amamentar o filho – é necessário que o agente se coloque na posição de garantidor). É crime material (deixa vestígios), instantâneo de feitos permanentes, de dano, progressivo, plurissubsistente (em regra) e unissubsistente e simples.
A tentativa se dá depois que iniciada a execução, o agente não consegue dar causa ao resultado. Pode ser branca (a vítima não é atingida) ou cruenta (a vítima é atingida). A consumação acontece com a cessação simultânea das atividades circulatória, respiratória e cerebral.
Independentemente o tipo de homicídio, a ação penal será publica incondicionada.
Homicídio Simples (caput): Não havendo qualificadoras, o homicídio é simples.
Homicídio Privilegiado (§1°): Casos de diminuição de pena (de ⅙ a ⅓): 
Matar alguém por motivo de relevante valor social – interesses da coletividade (matar um traidor da pátria) ou moral – sentimento pessoal do agente (eutanásia).
Matar alguém sob o domínio de violenta emoção provocada pela vítima (xingar, flagrante de adultério, tirar o agente do sério, etc)
Homicídio Qualificado (§2°): Todas as qualificadoras são homicídio doloso. Só se incide uma qualificadora. A pena da qualificadora é inicial, não entra em nenhuma das fases.
Os incisos I e II são qualificadoras subjetivas em relação ao motivo e classificam o homicídio como qualificado caso ele tenha sido cometido mediante recompensa, motivo torpe (motivo repugnante – matar para pegar a herança) ou motivo fútil (motivo banal, insignificante – matar esposa por ter feito comida ruim).
O inciso III é uma qualificadora objetiva. É cometer o homicídio por meio cruel (sofrimento desnecessário – Dar muitos tiros ou facadas não é ser cruel), insidioso, que possa resultar perigo comum – seja por meio de veneno (a vítima não pode saber), fogo (morrer queimado), explosivo (explodir a vítima com dinamite), asfixia, tortura (causar intenso sofrimento físico e mental – é diferente da tortura com resultado morte, onde o agente só queria torturar).
O inciso IV qualifica para traição (sendo necessária a quebra de confiança e a surpresa), emboscada (através do fingimento, dissimulação) ou outro motivo que dificulte ou impossibilite a defesa.
O inciso V diz a respeito do homicídio para assegurar a execução ou ocultação de outro crime. Ex: Fulano mata Cicrano para estuprar sua mulher.
Feminicídio (VI): Morte da mulher em razão da condição do sexo feminino, em situações de violência praticada contra a mulher através de uma relação de poder e submissão.
O inciso VII adicionou na modalidade qualificada aos homicídios praticados contra as forças armadas, policia federal, policia rodoviária federal, policia ferroviária federal, policia civil e militar, bombeiros, guarda municipal, agentes do sistema prisional e da força nacional de segurança. É necessário que o crime tenha sido cometido no exercício da função ou em razão dela. Cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo de até terceiro grau também se incluem nesse inciso (caso o crime tenha sido cometido em razão da condição de parente).
Homicídio Culposo (§3°): Ocorre o homicídio culposo quando o agente age com imprudência (agir sem cuidado), negligência (ausência de preocupação) ou imperícia (falta de conhecimento técnico), provocando o resultado lesivo (morte), previsto (culpa consciente) ou previsível (culpa inconsciente), porém jamais aceito ou querido.
Pedido Judicial (§5°): Aplica-se apenas aos casos em que a lei penal prevê (como é o caso do homicídio) e trata-se de um instituto pelo qual o juiz deixa de aplicar a pena ao julgar que as consequências da infração servem como sanção ao agente.
Majorantes (§4°, §6° e §7°): O código penal prevê o aumento de ⅓ da pena nas seguintes hipóteses:
Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: Diferentemente da imperícia, nessa hipótese o agente tem o conhecimento técnico, mas deixa de utilizá-lo por insensatez. Aplica-se ao homicídio culposo.
Omissão de socorro: Quando o agente, agindo com culpa, deixa de prestar socorro a vítima, não procura diminuir as consequências do seu auto ou foge para evitar a prisão em flagrante.
A pena aumenta-se de ⅓ até a metade se praticado por milícia privada – sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, por grupo de extermínio. Ou no caso de feminicídio em que a mulher estava grávida (ou 3 meses após o parto), fosse menor que 14 anos ou maior que 60 anos e se estivesse na presença de descendente ou ascendente (aplica-se o princípio da especialidade ao se tratar do feminicídio).
A pena aumenta-se de ⅓ se a vítima tinha menos de 14 anos ou mais de 60 anos.

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