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FARMACOLOGIA – ANTIPROTOZOÁRIOS E AGENTES SANGUÍNEOS Relevância clínica: • Incidência alta no país – não no país todo • Globalização – viagens internacionais, malária como doença “importada” Problemas com o tratamento: • Pouco acesso imune – intracelulares, precisam-se de antígenos específicos • Poucas opções terapêuticas – menos pesquisas e inovação • Fármacos obsoletos com pouca eficácia • Tem resistência crescente pelo mau uso • Tem um uso comum em outros doenças – fármacos antimaláricos por exemplo Malária: • Critérios diagnósticos: febre, calafrios, dor de cabeça, feito com exame por microscopia óptica – facilmente em locais sem acessos são possíveis de diagnosticar • Malária espécie-específica (?) • Convulsões múltiplas – déficit permanente, mais grave • Ciclo do plasmodium: Mosquito vetor inoculando o hospedeiro – esporozoíto – que pode seguir ciclos diferentes de acordo com a espécie. Ciclo pré-eritrocítico: fora das hemácias, prolifera nos hepatócitos e forma os esquizontes. Os esqeuizontes se rompem e liberam os merozoítos, que infectam os eritrócitos e continuam o ciclo eritrocítico, formando os trofozoítos, e os merozoítos que formam os gametócitos. Cada fármaco pode atuar numa numa fase do ciclo, e de acordo com o as espécies. Fármacos de tratamento de crise aguda: atuam no ciclo eritrocítico, evitando o rompimento dos esquizontes. Segundo ponto de ação: elimina o ciclo pré-eritrocítico, menos pro plasmodium falciparum que não faz esse ciclo. Cura mais radical – cura total. Terceiro ponto de ação: liberação de merozoítos no fígado, qu vão infectar os eritrócitos. Alvo para a quimioprofilaxia. Não é real porque já tem o ciclo, mas impede o ciclo eritrocítico. Prevenção para a transmissão: sem o tratamento de doenças, impede a formação de gametas. Reduzir a proliferação, e não necessariamente a incidência. Idealmente os fármacos antimaláricos teriam que fazer os quatro ao mesmo tempo. Alvos específicos: • Citosol – alteram o metabolismo do ácido fólico • Mitocôndria – atua na cadeia transportadora de elétrons, bloqueia a produção de energia • Apicoplasto – bloqueia a maquinaria de síntese proteica, estrutura presente em alguns protozoários. Tetraciclinas e antibacterianos. • Vacúolo digestivo – atua na hemácia, inibe a desintoxicação da heme • Membranas – inibição da ATPase dependente de Ca++ Antimaláricos que interferem no metabolismo do ácido fólico: • Também são antibacterianos • Os protozoários possuem a síntese própria do folato porém não tem bombas de captação para essa substancia, logo, retirando a síntese própria eles não são capazes de captar do meio externo. • Possuem isoformas enzimáticas particulares: redução de efeitos indesejados. • Folato: ciclo celular e multiplicação celular, cofator para síntese de novas fibras de DNA. Sem folato, sem divisão significativa. • 3 componentes báscios: ácido glutâmico, anel pteridina, PABA • PABA é convertido com Dihidrofolato, e enzima add hidrogênios e ativa o folato, com o tetrahidrofolato que é sua forma ativada. • Vários pontos da rota: a enzima dihidrofolatoredutase só existe nos protozoários. Sulfas: inibem a síntese do folato • Análogo do PABA – competição • Ação antiprotozoário e antibacteriana • Análoga ao próprio folato • Classes que atuam em pontos diferentes na rota • Porções semelhantes do PABA • Dapsona e Sulfadoxina – mais antiprotozoários • Dapsona – hanseníase • Esquizonticida eritrocíticos – acabam com o ciclo eritrocítico, formação de esquizontes e hemólises – crises agudas • Poucos efeitos tóxicos – atuam numa fase de produção que os humanos nem fazem • Exclusivo dos protozoários – falciparem e vivax • Hepatotóxico – comprometimento hepático Inibidores do tetrahidrofolato: • Pirimetamina e proguanil – inibem a síntese do tetrahidrofolato – presença de anel pteridina • Esquizonticida eritrocítico • Embora atuem em enzimas específicas, nós temos efeitos nas isoenzimas, podem ter problemas na maturação dessas células. Problema comum com a anemia megablástica. • Teratogenese – tubo neural e maturação do sistema nervoso • Todas as espécies de plasmodium • Proguanil – tempo de meia vida 16h – prefere isoformas bacterianos • Pirimetamina – 4 dias – principal usado – seletividade maior para a enzima • Isso quer dizer que quanto maior o tempo de meia vida, mais tempo ficam no organismo. Piretamina tem um tempo de ação muito maior. No caso de uma infecção, é necessário um fármaco com ação de meia vida mais longo para cobrir melhor o desenvolvimento da doença. • Fármaco para impedir a ativação do folato em humanos Sinergismo entre fármacos: • Bloquear as duas etapas para maior efetividade – inibição mais completa da vida • Efeito final da combinação maior que a simples soma dos efeitos esperados • Efetivo nna toxoplasmose • Problema com a resistência crescente entre os usuários – existem outros fármacos que são utilizados por causa disso. Bloqueio da produção de energia – mitocôndria Análogo da ubiquinona – Atovaquona – doadores de elétrons, receptores de elétrons. Recebe o elétron no lugar da ubiquinona e inibe a produção de energia. Diferenças estruturais. • Inibição da cadeia transportadora de elétrons - morte dos protozoários, quimioprofilaxia ou casos resistentes • Tafenoquina – aquilonona com efeito dual • Poucos efeitos indesejados – TGI • Sinergismo supra-aditivo com proguanil – inibidor da ação do folato – forma combinada mais usada na quimioprofilaxia • Efeito em toxoplasma spp. • Antifúngico em Pneumocystis • Inibição da heme-polimerase • Uso da hemoglobina pelo protozoário – enzima específica do protozoário • Grupo heme que contem o ferro não é usado pelo plasmodium, e o acúmulo pode causar uma superóxido e estresse oxidativo e morte celular • Os fármacos impedem a polimerização pelo protozoário que é uma maneira dele de não se prejudicar. Lise do eritrócito. Quinoloinas – anéis com amina, como a primaquina e tafenoquina e a quinina (clássicos) Arilamino=álcoois – lumefantrinas – com grupo álcool, aril e amina Quinina – primeiro antimalárico, desde 1600 • Colonização indígena, jesuítas usavam para tratar febres, calafrios • Isolamento do quinina da planta, síntese do quinina em sulfato da quinina • Águas tônicas • Esquizonticida eritrocítico • Uso em resistência a cloroquina – principalmente ao plasmódio falciparum • Efeitos antitérmicos e antiinflamatorios • Anti-arritmico • Bloqueio neuromuscular – caibras • 2 formas diferentes – levógeno e destrógena – quinidina – com ação anti-arrítmico • Problemas – todas as outras quinolonas o Resistência crescente – monoterapia o Gosto amargo – diminui a adesão o Náusea e vomito – ingestão com alimentos - clinchonismo o Tontura, zumbido, cefaleia, visão turva - clinchonismo o Depressão cardíaca – disritmias e hipotensão – em doses mais altas o Aumento da liberação de insulina – hipoglicemia o Alteração SNC – delírio, coma – potencial complexo Cloroquina • Esquizonticida eritrocítoco • Em várias outras condições – amebíase hepática invasiva • Efeitos anti-inflamatórios • Menos tóxico – psoríase e acúmulo hepático, muito específicos • Acumulo no parasito – aprisionamento iônico • Uso disseminado durante a segunda guerra levou a crescente resistência – plasmodium falciparum principalmente Primaquina • Esquizonticida hepático – pré e exo-eritrocítico • Efeito sobre o P. ovale e sobre o P. vivax. Isso ocorre, pois há a substituição do “Carbono 8” e não “Carbono 4”. • Gameticida – reduzir a perpetuação do ciclo reprodução do protozoário • Acúmulo hepático + radicais livres: acabar com os ciclos dos eritrozoários • Antifúngico em Pneumocystis spp • Sem ação eritrocítica – associação com algum esquizonticida eritrocítico • Tafenoquina – tempo demeia vida maior, uma única dose na semana como vantagem na terapia • Problemas: o Resistência – cepas de p. vivax o Alterações do TGI – náuseas e vômitos o Metemoglobinemia – cianose o Contraindicação – deficiência genética de G6P-desidrogenase – suscetabilidade maior a gentes oxidantes, a hemólises, sobrecarga oxidante, dano oxidativo o Produz muitos radicais livres – resistência parcial a formas eritrocíticas, G6P conversão e redução do NAP a NAPH, regenera o efeito da glutationa que reduz os radicais livres, se torna oxidada e quem é responsável por reduzir é a NADPH reduzido que foi gerado na rota da G6P o Pra quem tem malária: quem tem essa deficiência – imunidade parcial a malária nas formas eritrocíticas – se usarem primaquina podem ter anemia hemolítica Mefloquina • Esquizonticida eritrocítico • Maior atividade - > cloroquina > quinina, muito maior, não usado em maneira indiscriminada e guardada pra casos de maior resistência • Meia vida – 30 dias, uma vez por semana • Contraindicação psiquiátrica – 10% • Resistência no sudeste da Ásia – p. falciparum Lumefantrina • Esquizonticida eritrocítico • Tempo de meia vida muito alto, usado em associação com fármacos de meia vida mais baixos • Sempre associada a artemisinas (ACTs) Inibição da ATPase dependente de Ca++ Artemisinas – endoperóxidos • Esquizonticida eritrocitário e gameticida • Eficiente em P. falciparum resistente • Cura rápida e toxicidade baixa • Arteméter e artesunato – substituintes polares com grande quantidade de oxigênio, mais polar, o arteméter não consegue ser usado via oral, baixa adesão • São convertidas na forma ativa, as duas formas só são importantes para a absorção e não para a forma final – dihidroartemisinina • Tempo de meia vida curto – quimioprofilaxia ou monoterapia • Anorexia, vomito, tosse febre, artralgia, mialgia, neutrofilia – efeitos genéricos • Não usado em gestantes • Neurotoxidade – audição perda pode ser irreversível Pesquisar – quimioprofilaxia? Usar antes de viagem pq? Qual a ação no ciclo que é capaz desse feito? Olhar para mecanismo de ação Atovaquona + cloroquina + mefloquina Chagas O ciclo não importa pro tratamento Infecção pelo cruzi que se dissemina pelo sangue e tem tropismo por certos tecidos Ações – no sangue e nos tecidos • Fármacos nitro-heterocíclicos: o Ação oxidante muito grande – radicais livres o Ação em tripomastigotas e amastigotas o Cura parasitológica – aguda: 80%, crônica: 50% o Neuropatia, agranulocitose, supressão MO... o Toxicidade – tratamento opcional em pessoas com mais de 50 anos, muito grande e não vale a pena o Tratamento é longo – 60 a 120 dias, desconfortável para uma pessoa fazer • OBS: Benzoanidazol e Nifurtimax. Adendo: doença do sono, ciclo e sintomas diferentes. Mosca tsé-tsé, causa sanguínea ou linfática, nervosa ou tardia. Leishmaniose: Fármacos insuficientes para formas diferentes da doença Agentes antimoniais pentavalentes – 1945 Antimônio – Sb • Fármacos – átomo de Sb na sua estrutura, valencia de 5 • Dentro do protozoário, ocorre a conversão para a forma trivalente, que aumenta a chance de lesão oxidativa desse fármaco – 40 a 95% de eficácia • Associação com o alopurinol – uricosúrico – redução na capacidade de síntese proteica nos protozoários • Estibogliconato – glucatime • Administração arenteral – intravenosa ou intramuscular • Sem adesão oral • Dor e desconforto • Uso prolongado – 21-28 dias • Anorexia, bradicardia, hipotensão • Hepatoxicidade (aumento ALT ou AST) • Pancreatite química – 100% • Nfrotoxicidade • Supressão medular • Resistência – índia Miltefosina – 2002 • Fragmentação do DNA e indução de apoptose • Ação antitumoral – citotóxico • Uso parenteral ou oral – tempo de meia vida longo • Leishmaniose visceral e tegumentar • Efeitos indesejados mais brandos – náusea e vomito • Teratogênica – gestantes
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