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Distribuição de Renda Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitor de Administração Acadêmica Carlos de Oliveira Varella Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Emilio Antonio Francischetti Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Desenvolvimento do material: Anderson Sampaio Ferreira Copyright © 2018, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitora de Ensino de Graduação Virginia Genelhu de Abreu Francischetti Pró-Reitora de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão Nara Pires Sumário Distribuição de Renda Objetivo ........................................................................................... 04 Introdução ........................................................................................ 05 1. Distribuição de Renda ........................................................... 06 1.1 Grau de Progressividade ...................................................... 06 1.2 Despesas Públicas ................................................................ 08 2. Federalismo Fiscal ............................................................... 10 2.1 Características ..................................................................... 12 2.2 Problemas do Federalismo Fiscal ........................................... 15 Síntese ........................................................................................... 16 Referências ....................................................................................... 17 Objetivo Definir os conceitos sobre distribuição de renda e federalismo fiscal. 4 Finanças Públicas Introdução Qual é a sua importância e como o governo atua combatendo a desigualdade social? Como a tributação e o orçamento fiscal são divididos entre os entes da federação (governo, estados e municípios) e quais são suas consequências? Iniciaremos esta unidade abordando o papel do estado na distribuição de renda. Veremos que, tanto a forma como ele tributa (seja a renda ou o consumo) quanto a forma como ele emprega seus recursos podem influenciar a distribuição de renda do país. Em seguida, veremos como funciona o tão questionado federalismo fiscal, que é subproduto do federalismo brasileiro, de onde veio o poder sobre descentralização, com a elaboração da Constituição de 1988; o federalismo fiscal emprega a mesma lógica para o campo fiscal. Veremos tanto as suas características como os problemas causados por ele. 5Finanças Públicas 1. Distribuição de Renda Apesar da discussão que envolve a influência do Estado sobre o fato de a distribuição de renda geralmente girar em torno da esfera tributária, muito pode ser extraído a partir da forma como ele gasta o dinheiro arrecadado. E o Programa Bolsa Família é um dos melhores exemplos existentes sobre a importância dos gastos governamentais na distribuição de renda do país. Países em desenvolvimento, muitas vezes, possuem forte participação da tributação indireta no financiamento das contas públicas. Entretanto, muitas vezes, cria-se um problema, pois esta forma de tributação acaba incidindo mais sobre as classes sociais mais pobres – a chamada carga tributária regressiva. Por outro lado, isso poderia ser corrigido beneficiando mais estas classes na aplicação dos gastos governamentais. De forma semelhante, uma tributação progressiva (que afeta mais as classes ricas) também pode ter seus efeitos compensados por uma política fiscal que as beneficie mais. É necessário analisar se o foco dos gastos orçamentários será combater fatores ligados às causas da pobreza ou os problemas que são consequência dela. 1.1 Grau de Progressividade A forma de tributação sobre o consumo pode ser o fator importante na forma como os impostos vão incidir. A premissa inicial deste raciocínio parte do pressuposto que o ônus dos tributos, que incidem sobre mercadorias e serviços, acaba muito frequentemente incidindo sobre os consumidores, o que impediria, por exemplo, o governo aumentar os impostos para as empresas e poupar a população. Isto ocorre porque os empresários acabam aumentando os preços das suas mercadorias, a fim de repassar o imposto que eles teriam de pagar. As classes sociais possuem diferentes padrões de consumo. Classes de renda mais baixa gastam um percentual maior da sua renda com produtos essenciais e aqueles que possuem maior renda vão gastar mais com produtos supérfluos. Importante 6 Finanças Públicas Logo, quanto maior a participação dos impostos que incidem sobre os produtos que as classes mais pobres consomem, maior será a regressividade dos impostos, ou seja, maior será o ônus dos impostos que recai sobre as classes de menor renda. O contrário (progressividade da carga tributária) ocorreria se o peso dos tributos arrecadados sobre os produtos que as classes mais ricas consomem fosse maior no valor total arrecadado pelo governo. Caso a alíquota de imposto seja igual sobre todos os produtos, teremos um caso de regressividade, visto que as classes mais humildes gastam um percentual maior de suas rendas com o consumo. Tomemos como exemplo um país cuja carga tributária é de 10% sobre qualquer produto. Uma família que tenha renda de R$1.000,00 e que tenha um gasto de R$900,00, vai ter uma carga tributária de 9% sobre a sua renda, já que gastou 90 por conta dos impostos (90/1.000). Já uma família de classe alta, com renda mensal de R$5.000,00, mas que gasta, mensalmente, R$2.000,00, vai ter pago R$200,00 com impostos e sua carga tributária será de 4% (200/5.000). Visto que a carga tributária das classes com renda mais baixa (9%) foi superior à carga das classes altas (4%), podemos afirmar que os impostos são regressivos, pois incidem de forma mais pesada sobre a renda as classes mais pobres. Uma forma de contornar essa situação é diferenciar as cargas tributárias de acordo com o grau de essencialidade do produto ou do serviço. Entretanto, conforme pontua Silva (2001), existem duas dificuldades em colocar isso em prática: a primeira seria a redução da fonte de receita do governo, já que a parcela proveniente dos bens mais essenciais é bem significativa, afinal, possui maior consumo numa sociedade; a outra questão é que as regiões que possuem maior desenvolvimento são as que possuem maior consumo dos bens tidos como supérfluos. Como consequência, essas áreas seriam as mais afetadas com esse tipo de tributação e o seu desenvolvimento econômico ficaria prejudicado por conta disso. Ainda segundo Silva (2001), essa lógica também se aplica na tributação incidente sobre o faturamento ou lucro das empresas. Entretanto, conforme já dito anteriormente, as empresas acabam repassando o aumento de impostos para o custo dos seus produtos ou serviços, a fim de manterem suas margens 7Finanças Públicas de lucro. Assim, quem acaba arcando passa a ser o consumidor, por conta da alta dos preços; já no caso dos impostos que incidem, a carga tributária funciona de acordo com a renda. Atualmente, no Brasil, a alíquota de imposto de renda segue uma tabela regressiva. São cinco categorias diferentes: isentos, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. Tabela Progressiva do Imposto de Renda - Mensal Base de cálculo mensal, em R$ Alíquota Parcela a deduzir do IR, em R$ Até 1903,98 isento isento De 1903,99 até 2826,65 7,5% 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15% 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5% 636,13 Acima de 4664,68 27,5% 869,36 Tabela 1: Tabela progressiva do Imposto de Renda mensal. Fonte: Receita Federal. Entretanto, as isenções fiscais (como a de dividendos), incentivos fiscais e abatimentos oferecidos pelos governos acabam anulando parte dos efeitos da progressividade fiscal na renda. Entenda o cálculodo IR e veja as alíquotas da tabela em vigor e exemplos de valores a serem pagos ou restituídos de acordo com a faixa salarial, por meio da leitura indicada. 1.2 Despesas Públicas Entre as funções do governo, está a redução da desigualdade social. Além de medidas referentes à tributação, o governo também pode atuar contra a desigualdade ao aplicar os seus recursos. O governo pode optar por transferir a renda diretamente aos necessitados ou lhes fornecer os bens e serviços que eles precisam, como o bolsa família. Saiba Mais Leia mais 8 Finanças Públicas https://g1.globo.com/economia/imposto-de-renda/2018/noticia/imposto-de-renda-2018-entenda-como-e-calculado-o-valor-devido-e-formula-da-restituicao.ghtml No primeiro caso, são estabelecidos critérios para definir aqueles que irão receber os benefícios de acordo, geralmente, com a classe de renda. No caso do Bolsa Família, o alvo são famílias que se encontram em situação de pobreza ou pobreza extrema. São consideradas famílias extremamente pobres aquelas cuja renda mensal é de até R$ 89,00 por pessoa. Já para ser considerada como família pobre, a renda mensal deve estar situada entre R$ 89,01 e R$ 178,00 por pessoa. Neste caso, para participar do programa, é necessário que seja composta por alguma gestante, criança ou adolescente até a idade de 17 anos. O valor do benefício básico concedido às famílias em situação de pobreza extrema é de R$ 89,00. Os valores dependem da composição da família, se existem gestantes, nutrizes (mães que estão amamentando), crianças ou adolescentes de até 15 anos. O valor máximo que se pode receber, nesse caso, é de R$ 205,00. Existem também outros adicionais referentes às gestantes, jovens entre 16 e 17 anos, nutrizes e extrema pobreza. Nesses casos, o benefício máximo pode chegar até R$ 372,00 por mês. Em agosto, o palácio do planalto abriu uma licitação para contratar serviços de jardinagem, cuja previsão de gasto é de R$ 6 milhões de reais. Com esse dinheiro, é possível pagar um mês de bolsa família para quase 30.000 famílias que recebem R$ 205,00 ou, aproximadamente, 120.000 pessoas. Já a opção de fornecer diretamente os bens e serviços à população de baixa renda apresenta mais dificuldade para quantificar e segregar os benefícios gerados. A mensuração dos benefícios gerados pelos bens públicos também pode encontrar dificuldades por conta das suas características. Isto se deve ao fato de que certos serviços não podem ter seus benefícios quantificados por pessoa. Como exemplos, podemos citar os programas governamentais para redução da poluição ou até mesmo os gastos com defesa nacional. Não é possível quantificar quanto alguma pessoa obteve de benefício vindo da manutenção da defesa nacional, já que toda a sociedade se beneficia por ela; o mesmo se aplica a diversos outros bens e serviços. Existem também os casos em que o Estado fornece bens e serviços de natureza privada, como os Correios, a Petrobras e o Banco do Brasil. Estas três empresas atuam em mercados em que é possível efetuar a exclusão do consumo e atuam, como no caso do Banco do Brasil, em concorrência com os outros participantes do mercado. Importante 9Finanças Públicas De acordo com Silva (2001), o lucro dessas empresas poderia ser entendido como um imposto e o prejuízo como um imposto negativo. Tivemos a oportunidade de observar esse acontecimento nos últimos anos na Petrobras. Visto que a produção da empresa não consegue suprir toda a demanda interna, a Petrobras precisa importar petróleo e derivados para atender essa demanda. Como é de conhecimento, os preços do petróleo no mercado internacional flutuam bastante e a forma como a empresa repassa essas flutuações para o consumidor irá se refletir no seu balanço. Com a alta do petróleo no exterior, além das pressões inflacionárias internas, a empresa foi impedida de repassar a alta do petróleo que comprava no exterior ao preço que pratica no mercado interno, obtendo assim prejuízos em seus balanços. Com as mudanças ocorridas na direção da empresa este ano, a política de reajustes da empresa passou a repassar com frequência maior os preços praticados no exterior. Com isso, gerou-se instabilidade nos preços dos combustíveis, que passaram a flutuar de acordo com o mercado. Então, os balanços da empresa tenderam a melhorar, mas acabou desencadeando a tão falada greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio de 2018, por conta dos aumentos constantes nos preços do diesel. Quanto menos a empresa repassar as altas do petróleo aos seus preços, menor será o impacto na inflação e no bolso do cidadão, entretanto, a companhia tenderá a ter prejuízo nos seus balanços. Leia o livro indicado, que apresenta o balanço de 10 anos de existência do programa Bolsa Família. 2. Federalismo Fiscal Segundo a Constituição de Federal de 1988, a República Federativa do Brasil é formada pela união dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, Saiba Mais Leia mais 10 Finanças Públicas http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/bolsa_familia/Livros/Bolsa10anos.pdf conforme diz seu artigo 1°: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito (...)”. O modelo federalista do Estado Brasileiro distribui o poder entre os entes da federação, garantindo-lhes certa autonomia, com Estados, Municípios e União possuindo Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário (exceto municípios) executando suas atribuições que são estabelecidas na Carta Magna. Assim, essa forma de Estado promove a descentralização do poder, tendo seus entes da federação a prerrogativa de se auto-organizar e normatizar, autogovernar e autoadministrar, mas com certos limites. Outra característica marcante é que, apesar de o governo federal possuir a exclusividade no exercício de certas funções (segurança nacional, por exemplo), não existe hierarquia em relação aos poderes Estaduais ou Municipais. Ainda segundo a Constituição, no que diz respeito ao nosso federalismo, a sua união é indissolúvel, o que significa dizer que nenhuma das partes poderá romper o pacto federativo. Uma das cláusulas pétreas que constam na Constituição é a impossibilidade de dissolução da federação. Assim, tentativas de separação que ponham em risco a unidade da federação podem sofrer intervenção do governo federal, com o propósito da manutenção do federalismo. Os princípios federativos também se aplicam a termos tributários, e a Constituição também estabelece os tipos de tributos e as competências que cada um possui em termos tributários. Sobre esse assunto, ela possui um capítulo com seis seções, estabelecendo as regras tributárias que devem ser seguidas por todas as partes, o que envolve receitas próprias de cada ente da federação e transferências, sendo obrigados a fazerem uns com os outros; são ainda estabelecidas isenções tributárias como as aplicadas a templos religiosos, partidos políticos e jornal. Podemos concluir, então, que o federalismo fiscal é um subproduto do princípio do Federalismo, ao particionar entre Governo, Estados e Municípios, as competências de cada um no que se refere à tributação, assim como também está estabelecida na Constituição essa repartição do poder referente a outras matérias. Esse compartilhamento de poder estabelecido na Constituição foi fruto de um movimento que há muito tempo já existia, mas que ganhou força no período de transição da ditadura para a democracia, moldando a elaboração da nossa Carta Magna. 11Finanças Públicas É preciso entender o momento político que o país se encontrava naquele momento. A ditadura militar instaurada em 1964 tinha aproximadamente 20 anos e o país encontrava-se em dificuldades. Os estados e municípios alcançaram autonomia política em 1982, e em 1985, ocorreram as eleições indiretas que elegeram Tancredo Neves como presidente e José Sarney seu vice. Em 1986, ocorreram as eleiçõesque escolheram os parlamentares que elaboraram a nova Constituição. Entretanto, essa descentralização das responsabilidades culminou em desequilíbrios que ainda necessitam de ser equacionados. Podemos citar também a má utilização da autonomia financeira de Estados e Municípios. Eles acabaram gerindo suas contas de forma irresponsável, ficando, por fim, endividados. 2.1 Características De acordo com Silva (2001), as duas características marcantes do federalismo fiscal brasileiro são as disparidades regionais e a forte tradição municipalista. No meio destes dois lados opostos, encontra-se o governo federal, que busca reduzir as disparidades no desenvolvimento das diferentes regiões. Nesse sentido, a maneira como tributa e como emprega seus recursos pode ser utilizada para alcançar essa finalidade. As fortes disparidades de desenvolvimento das regiões levam a posições divergentes entre elas mesmas. De um lado, as regiões mais desenvolvidas economicamente clamam por mais autonomia em termos tributários; já os Estados menos desenvolvidos desejam sempre mais recursos vindos do poder central. Podemos citar como exemplo dessas posições divergentes o movimento de viés separatista “O Sul é o Meu País”, que busca viabilizar a emancipação do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em termos políticos e administrativos. Na página do movimento, entre os fatores de motivação, estão a insatisfação com a maneira como os recursos federais são distribuídos entre os Estados: A abominável sangria tributária da região Sul, sempre submetida à má distribuição do bolo tributário, que privilegia regiões, discriminando outras, bem como a má distribuição do nosso esforço 12 Finanças Públicas tributário que apenas contempla o fortalecimento das oligarquias políticas clientelistas do Norte e Nordeste, em prejuízo das próprias populações daquelas regiões. A permanente discriminação orçamentária, que relega a Região Sul à quase inexistência de investimentos federais. (SUL LIVRE, 2018, n.p) A outra característica marcante é a forte tradição municipalista, que é fruto do poder que é garantido pela Constituição e lhes coloca de forma igual aos Estados, no que se refere a direitos e deveres, o que lhes garante competências em cobranças tributárias e transferências federais de caráter compensatório. Não só as fontes de receita foram incrementadas, mas também as responsabilidades, e com isso, foram ampliadas as despesas, como por exemplo, os programas sociais. A complexidade dos tributos e a sua repartição entre os entes da Federação geram dificuldades e desequilíbrios, que, somados ao desequilíbrio da representação dos Estados no Congresso, dificultam a votação e adoção de propostas que visam o equacionamento de diversos problemas. No Quadro 1, temos os tipos de impostos que são cobrados. Competências Tributárias Transferências intergovernamentais e partilhas de receitas 1967 1988 1967 1988 UNIÃO Renda - IR Produção Industrial - IPI Combustíveis e Lubrificantes Energia elétrica Transporte e Telecomunicações Minerais - IVM Operações Finaceiras Importação Exportação Propriedade Rural - ITR Renda Produção Industrial - - - - Operações Finaceiras Importação Exportação Propriedade Rural Grandes Fortunas Lucro (Contribuição Social) Faturamento (Contribuição Social) Fundo de participação dos Estados (10% do IR+IPI) Fundo de participação dos Municípios (10% do IR+IPI) 40% do IUCI, 60% do IUEE e 90% do IUM, transferido a Estados, Distrito Federal e Municípios Receita do ITR atribuída aos Municípios Fundo de participação dos Estados (21,5% do IR+IPI) Fundo de participação dos Municípios (22,5% do IR+IPI) Fundo de ressarcimento das exportações (10% do IPI)* 50% da receita do ITR atribuída aos Municípios Fundos de Desenvolvimento Regional (No, Ne e C.O.), 3% da Receita do IR+IPI 13Finanças Públicas ESTADOS Circulação de mercadorias - ICM Transmissão de propriedade imobiliária Circulação de mercadorias e serviços - ICMS Transmissão de propriedade imobiliária causa-mortis Propriedade de Veículos - IPVA Adicional do IR Federal 20% do ICM atribuído aos Municípios 50% do IPVA atribuído aos Municípios 25% do ICMS atribuído aos Municípios 50% do IPVA atribuído aos Municípios MUNICÍPIOS Prestação de serviços Propriedade Imobiliária Urbana Prestação de serviços Propriedade Imobiliária Urbana Transmissão de Propriedade Imobiliária inter-vivos *Compensação pela imunidade tributária à exportação de manufaturados. Quadro 1: Federalismo fiscal no Brasil: 1967 e 1988. Fonte: Constituições Federais de 1967 e 1988 Entre os entraves à reforma tributária, também podemos citar a falta de entendimento em questões que giram em torno da redução das desigualdades regionais, da autonomia financeira dos estados e municípios e dos papéis dos entes federativos quanto aos programas sociais. Se, por um lado, a descentralização favorece que as diferenças regionais reflitam, por exemplo, em suas leis penais, por outro lado, ela pode acabar gerando dificuldades. Para a ilustração desse raciocínio, podemos imaginar que determinada ação pode ser considerada crime em determinado estado, mas não ser encarada da mesma maneira em outro estado. A descentralização garantiria que as leis se adaptassem à cultura e costumes locais, entretanto, ela gera maior complexidade sobre esse assunto em termos nacionais. Assuntos como distribuição e renda e emissão de moeda, caso fossem descentralizados, poderiam trazer grandes desequilíbrios, se obedecessem a lógica da descentralização. Já a centralização, além de favorecer o entendimento legal a nível nacional, visto que faz com que todos tenham o mesmo entendimento, também faz com que o entendimento legal seja o mesmo para estados desenvolvidos e os menos desenvolvidos, forçando assim o seu desenvolvimento. Entretanto, se olharmos para matérias como licitações 14 Finanças Públicas e contratos, veremos que tais características são as mesmas tanto para a União quanto para os municípios. É razoável supor que, não necessariamente, as mesmas regras que se aplicam a um município como o Rio de Janeiro devam ser as mesmas para municípios menores como Teixeira de Freitas, na Bahia. 2.2 Problemas do Federalismo Fiscal União, estados e municípios se queixam da atual configuração do federalismo fiscal. Na visão dos municípios, sobram encargos em relação às poucas receitas para atendê-los e a maior fatia ficaria com estados e a União. Apesar de terem suas próprias fontes de tributos, elas correspondem a apenas 6% do total de receitas. Os estados se queixam da forma como as receitas privilegiam os mais pobres em detrimento dos mais ricos. Já a União necessita fazer frente à indisciplina fiscal dos demais com maior controle orçamentário. Existem conflitos verticais em que União, Estados e Municípios disputam entre si recursos e responsabilidades. E há também os conflitos horizontais, em que os estados disputam com outros estados e municípios disputam entre si. Tais disputas, muitas vezes, se traduzem em guerras fiscais para atrair investimentos privados; no meio do fogo cruzado, encontram-se os contribuintes. Se, em 1988, ano em que nossa Constituição foi celebrada, buscou-se atender ao clamor que era por descentralização e que gerou a atual complexidade e variedade de tributos, nos dias atuais, o clamor é por redução e simplificação de impostos. Muito se fala da responsabilidade do peso e complexidade dos diversos impostos existentes e na dificuldade de crescimento econômico do país, que por sua vez, diminui a arrecadação de impostos. 15Finanças Públicas Síntese Iniciamos esta unidade falando do papel do governo na desigualdade de renda do país. Abordamos tanto a forma como é feita a tributação da renda e do consumo e como isso afeta a distribuição de renda. Em seguida, vimos o impacto que a forma como o governo gasta seu orçamento pode influenciar adistribuição de renda do país. Posteriormente, vimos os mecanismos de funcionamento do tão falado federalismo fiscal, e aprendemos que ele é consequência do federalismo brasileiro, que tem por objetivo a descentralização do poder, sendo fortemente influenciado pelo momento político em que se encontrava o país na elaboração da Constituição de 1988. Por fim, vimos que o federalismo fiscal emprega a mesma lógica para o campo fiscal para promover a descentralização das receitas. 16 Finanças Públicas Referências BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituicao.htm>. Acesso em: 08 out. 2018. ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67. htm>. Acesso em: 08 out. 2018. ______. Receita Federal. Ministério da Fazenda. Disponível em: <http:// idg.receita.fazenda.gov.br/>. Acesso em: 08 out. 2018. G1. Imposto de Renda 2018: entenda como é calculado o valor devido e fórmula da restituição. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/imposto-de-renda/2018/noticia/imposto- de-renda-2018-entenda-como-e-calculado-o-valor-devido-e-formula-da- restituicao.ghtml>. Acesso em: 08 out. 2018. IPEA. Programa Bolsa Família: Uma década de inclusão e cidadania. 2013. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/bolsa_ familia/Livros/Bolsa10anos.pdf>. Acesso em: 08 out. 2018. SILVA, Fernando Antonio da. Finanças Públicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001. [Minha Biblioteca]. SUL LIVRE. O sul é meu país. Disponível em: <https://www.sullivre.org/ carta-de-principios/#>. Acesso em: 08 out. 2018. 17Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm http://idg.receita.fazenda.gov.br/ http://idg.receita.fazenda.gov.br/ https://g1.globo.com/economia/imposto-de-renda/2018/noticia/imposto-de-renda-2018-entenda-como-e-calculado-o-valor-devido-e-formula-da-restituicao.ghtml https://g1.globo.com/economia/imposto-de-renda/2018/noticia/imposto-de-renda-2018-entenda-como-e-calculado-o-valor-devido-e-formula-da-restituicao.ghtml https://g1.globo.com/economia/imposto-de-renda/2018/noticia/imposto-de-renda-2018-entenda-como-e-calculado-o-valor-devido-e-formula-da-restituicao.ghtml http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/bolsa_familia/Livros/Bolsa10anos.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/bolsa_familia/Livros/Bolsa10anos.pdf Título da Unidade Objetivos Introdução 1. Arquitetura no Brasil Fundamentos da Teoria do Estado Objetivos Introdução 1. Fundamentos da Teoria do Estado 1.1 O Peso do Estado 1.2 Os Serviços Públicos 1.3 Concessão Pública 1.4 Permissão Pública 1.5 Prestação de Serviço Mista 2. Atribuições Econômicas do Estado 2.1 Função Alocativa 2.2 Função Distributiva 2.3 Função Estabilizadora Síntese Referências Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público Objetivos Introdução 1. Classificação das Despesas Públicas 1.1 Classificação Institucional 1.2 Classificação Funcional 1.3 Classificação por Programas 1.4 Classificação Segundo a Natureza Síntese Referências _44sinio Estrutura Funcional das Despesas Federais Objetivos Introdução 1. A Estrutura das Despesas Federais: Classificação de Despesas Segundo a Norma Federal 2. Contratos Administrativos 3. Concessão de Serviço Público Síntese Referências Natureza dos Bens Públicos Objetivos Introdução 1. Natureza dos Bens Públicos 2. Bens Semipúblicos 3. Externalidades Síntese Referências Financiamento dos Gastos Objetivos Introdução 1. Conceitos e Estrutura das Receitas Públicas 1.1 Estágios 2. Receitas Orçamentárias 2.1 Classificação por Natureza de Receita 2.2 Classificação por Identificador de Resultado Primário 2.3 Classificação por Fonte/Destinação de Recursos 2.4 Classificação por Esfera Orçamentária 3. Principais Categorias de Tributo Síntese Referências _gjdgxs _mbfcjna7gcs6 Orçamento Público Objetivos Introdução 1. Princípios Orçamentários 1.1 Princípio da Unidade 1.2 Princípio do Universalidade 1.3 Princípio da Anualidade 1.4 Princípio do Orçamento Bruto 1.5 Princípio da não Afetação das Receitas 1.6 Princípio da Discriminação ou Especialização 1.7 Princípio da Exclusividade 1.8 Princípio do Equilíbrio 1.9 Princípio da Clareza 1.10 Princípio da Publicidade 1.11 Princípio da Exatidão 2. Conceitos e Classificação 2.1 Planejamento Orçamentário 3. Processo Orçamentário no Brasil Síntese Referências _gjdgxs Princípios Teóricos de Tributação Introdução 1 Teoria da Tributação no Brasil 1.1 Princípios Teóricos de Tributação 2 Política Fiscal 2.1 Efeitos da Política Fiscal na Economia 3 Déficit e Dívida Pública 3.1 Déficit Público 3.2 Dívida Pública Síntese Referências Distribuição de Renda Objetivo Introdução 1. Distribuição de Renda 1.1 Grau de Progressividade 1.2 Despesas Públicas 2. Federalismo Fiscal 2.1 Características 2.2 Problemas do Federalismo Fiscal Síntese Referências
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