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Av1 Const III - Waldemir Sobral

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AV1 
Constitucional III 
Turma 3001 
 
 
 
IMPORTANTE: 
 A prova deverá ser formatada de acordo com as normas da ABNT. 
 A entrega é individual. 
 PLÁGIO importará na atribuição da NOTA ZERO. 
 A entrega da prova será feita exclusivamente pela aba de tarefas do 
Microsoft Teams. 
 O prazo final de entrega será 20h40min de 8/10/2020. 
 NÃO será admitida prova entregue fora do prazo. 
 
QUESTÃO 1 
(1,5 pts) 
 
 Elabore UM TEXTO DISSERTATIVO acerca da integralidade do atendimento dos 
serviços de saúde, contendo seu fundamento constitucional e exemplificando cada uma 
dessas etapas. 
 
Resposta: 
 
A Constituição Federal é taxativa em afirmar a universalização quanto ao acesso a saúde, 
dentre outros direitos, correlacionados ao tema, em seu art. 196 “A saúde é direito de todos 
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem á redução do 
 
CURSO: DIREITO 
PROFESSOR: PAULO MÁXIMO 
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL III 
ALUNO(A):_WALDEMIR PINTO SOBRAL______________ 
TURMA: 3001 - AV1 - ESTA PROVA VALE 8 PONTOS 
Nota de Trabalho (s): _______________ 
 
 
(+) Nota da Prova: _______________ 
 
 
Média Final: _______________ 
 
 
Assinatura Profº.: ________________________ 
 
 
 
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
a sua promoção, proteção e recuperação”. É livre, o acesso e o direito de usufruir do 
atendimento da rede pública de saúde, por qualquer pessoa (de qualquer nacionalidade) de 
maneira igualitária. Independentemente de contribuição. O ministério da saúde se vale do 
Sistema Único de Saúde para organizar as ações dentro da área de saúde. 
 
Considerando Soares (1991) “o direito à saúde corresponde a um conjunto de preceitos 
higiênicos, referentes aos cuidados para com as funções orgânicas e as medidas de ordem 
preventiva em relação às doenças. Significa o estado e o funcionamento correto de todos os 
órgãos do corpo humano”. 
 
As ações dentro da área de saúde são descentralizas, tais ações serão implementadas por 
políticas sociais direcionadas as SUS, como exemplo, as campanhas de vacinação e campanhas 
de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, dentre outras. Porém a iniciativa 
privada também participa dessas ações de serviços a saúde, por meio de políticas econômicas 
por parte do estado, voltadas para este fim e para o desenvolvimento do mercado privado, 
prestação de serviços e o incentivo a indústria na área da saúde. 
 
Mesmo com as mais variadas e diversificadas ações do estado e da iniciativa privada, com o 
intuído de prevenir a população contra qualquer tipo de enfermidade, é inevitável a 
proliferação de certas doença e/ou evitar que alguém adoeça, e quando, isso ocorre é que se 
lança mão de mais uma etapa, a proteção, é aqui que entra toda a estrutura pública e/ou 
privada para promover todos os tratamentos necessários, a partir do atendimento de 
qualquer pessoa que procure o acesso a tais estruturas, sendo que área pública não necessita 
de contribuição, diferentemente da rede privada. 
 
Após o atendimento para os devidos tratamentos necessários, a depender de cada caso, será 
colocada em prática a terceira etapa, que é a recuperação, nesta fase deve ser disponibilizado 
e facilitado qual que tecnologia disponível para promover a recuperação física ou mental, 
como por exemplo: próteses, fisioterapia, equipamentos de ressonância magnética dentre 
outros, para devolver a pessoa para o convivo em comunidade. 
 
 
QUESTÃO 2 
(1,5 pts) 
 
 O Ministério Público do Estado de Tabajás ingressou com uma ação civil pública junto 
à 4ª Vara Cível da comarca de Carindé, pleiteando a proibição de sacrifícios de animais em 
celebrações religiosas de matrizes africanas e indígenas do Estado. 
 
 
 Alega que a Constituição proíbe o tratamento cruel a animais e esses sacrifícios seriam, 
portanto, inconstitucionais. Rememora que o Supremo Tribunal Federal tem vasta 
jurisprudência sobre o tema, como nos casos das rinhas de galo, farra do boi e vaquejada. 
 Citados os grupos religiosos indicados na inicial, todos apresentaram defesa alegando 
que os sacrifícios dos animais fazem estariam abarcados pela liberdade religiosa e pela cultura 
de cada um dos grupos. Afirmaram que por ser laico, o Estado não poderia intervir na 
liberdade de crença de seus adeptos. Por isso, requereram que o pedido seja julgado 
improcedente. 
 Os autos vieram conclusos para V. Exª. Elabore UM PEQUENO TEXTO DISSERTATIVO 
acerca da lide, considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e os dispositivos 
constitucionais atinentes ao caso. 
 
Resposta: 
 
O caso concreto em questão nos traz uma discursão a respeito do sacrífico de animais em 
celebrações de matrizes religiosas. Rememora ainda o Ministério Público do Estado de Tabajás 
que há jurisprudência do STF referente ao tema, e cita como exemplo, os casos das rinhas de 
galo, farra do boi e vaquejada. Em relação estes exemplos trazidos ao caso concreto, trata-se 
de mais um conflito principiológico, entre a vedação a crueldade contra os animais, previsto 
no art. 225, § VII CF/88 e o outro princípio constitucional referente a liberdade de expressão 
e do direito a manifestação cultural, assegurado no art. 5º, VI CF/88, bem como ao do direito 
ao patrimônio cultural e material, art. 216 CF/88. 
 
O STF entendeu que a farra do boi, RE 153.531 foi considerada inconstitucional por ocorrer a 
matança do boi tão somente pela prática esportiva, logo não poderá ser considerada 
patrimônio cultural, prevalecendo em sua decisão a vedação da crueldade contra os animais 
violando o dispositivo do art. 225, § 1º, VII. No que tange a rinha de galo ADI 2514 – SC e ADI 
1856 RJ, apesar de apenas um dos galos vir a óbito, mas o outro sai bastante machucado, e 
também ser uma prática tão somente esportiva, o entendimento do STF foi baseado de acordo 
com a decisão, proferida em relação a farra boi. 
 
Vaquejada (ADI 4983), a vaquejada tem em comum com o caso da farra do boi e a rinha de 
galo, são os mesmos princípios que foram levados em consideração para a tomada de decisão 
do STF, que julgou as duas normas anteriores. Na vaquejada os bois não vão a óbitos, porém 
não deixam de ser menos cruel a prática deste esporte. Sendo assim, foi também considerada 
inconstitucional. 
 
Para todos os casos julgados, é de suma importância observamos de qual ponto de vista, 
doutrinária, a cultura é protegida pelo ordenamento jurídico. 
 
 
 
A cultura a ser protegida pelo ordenamento jurídico constitucional é marcada por ser plural, 
comportando uma diversidade de conceitos, como o abarcado pela visão semiótica (semiótica 
da cultura) e a antropológica (antropologia cultural). (BORGES, 2016, p. 251-253). 
 
A cultura sintetiza o modo de expressão de um povo, a forma como ele vive, a sua identidade 
própria. Por sua importância fundamental, o Estado deve garantir a todos o acesso a ela, 
apoiando-a e valorizando-a (AGRA, 2018, p. 852). 
 
Vale lembrar, que o STF também julgou, por meio do RE 1494.601 o sacrifício de animais por 
religiões de matriz africana. Diferentemente dos casos acima citados e trazidos como exemplo 
pelo Ministério Público do Estado de Tabajás, e que a crueldade dos animais se davam por 
entretenimento a prática esportiva, no caso em tela o sacrifício dos animais existe em função 
da liberdade religiosa, assim o STF decidiu pela manifestação da liberdade de crença, da 
liberdade religiosa, pela liberdade expressão, assegurados no art. 5º, VI da CF/88 e pelo 
patrimônio cultural e material, versados no art. 216, I da CF/88. Considerando constitucional 
pelo STF, tal prática. 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM 
REPERCUSSÃO GERAL. PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. LIBERDADE RELIGIOSA. LEI 
11.915/2003 DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. NORMA QUE DISPÕE SOBREO 
SACRIFÍCIO RITUAL EM CULTOS E LITURGIAS DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA. 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE DOS ESTADOS PARA LEGISLAR SOBRE FLORESTAS, 
CAÇA, PESCA, FAUNA, CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, DEFESA DO SOLO E DOS 
RECURSOS NATURAIS, PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E CONTROLE DA POLUIÇÃO. 
SACRIFÍCIO DE ANIMAIS DE ACORDO COM PRECEITOS RELIGIOSOS. 
CONSTITUCIONALIDADE. 1. Norma estadual que institui Código de Proteção aos 
Animais sem dispor sobre hipóteses de exclusão de crime amoldam-se à 
competência concorrente dos Estados para legislar sobre florestas, caça, pesca, 
fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do 
meio ambiente e controle da poluição (art. 24, VI, da CRFB). 2. A prática e os rituais 
relacionados ao sacrifício animal são patrimônio cultural imaterial e constituem os 
modos de criar, fazer e viver de diversas comunidades religiosas, particularmente 
das que vivenciam a liberdade religiosa a partir de práticas não institucionais. 3. A 
dimensão comunitária da liberdade religiosa é digna de proteção constitucional e 
não atenta contra o princípio da laicidade. 4. O sentido de laicidade empregado no 
texto constitucional destina-se a afastar a invocação de motivos religiosos no espaço 
público como justificativa para a imposição de obrigações. A validade de justificações 
públicas não é compatível com dogmas religiosos. 5. A proteção específica dos cultos 
de religiões de matriz africana é compatível com o princípio da igualdade, uma vez 
que sua estigmatização, fruto de um preconceito estrutural, está a merecer especial 
atenção do Estado. 6. Tese fixada: “É constitucional a lei de proteção animal que, a 
fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em 
cultos de religiões de matriz africana”. 7. Recurso extraordinário a que se nega 
provimento. 
(RE 494601, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON FACHIN, 
Tribunal Pleno, julgado em 28/03/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 
18-11-2019 PUBLIC 19-11-2019) 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 3 
(1,5 pts) 
 
 Elabore um pequeno texto dissertativo acerca da seguridade social e seus subsistemas, 
indicando as principais diferenças entre eles em relação ao acesso e contributividade. 
 
Resposta: 
 
A Constituição Federal de 1988, conceitua seguridade social em seu art. 194 “A seguridade 
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à 
assistência social”. 
 
Porém, a doutrina procurou também, definir seguridade social, como podemos ver abaixo: 
 
A rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, 
incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no 
sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando a 
manutenção de um padrão mínimo de vida. Motta (2018 apud IBRAHIM, 206). 
 
A Seguridade social, tem por finalidade proporcionar aos cidadãos qualidade de vida, no 
momento que objetiva assegurar o direito à saúde, à previdência social e à assistência social. 
Que são um conjunto integrado, financiados por ações de iniciativa dos poderes públicos com 
a participação da sociedade. Um Dos pilares da seguridade social é a saúde que é um direito, 
ou seja, todos deverão ter acesso a todos os mecanismos e ações do governo que visem 
prevenir doenças e/ou prover a saúde e para isso a saúde não tem caráter contributivo, não 
sendo necessário, o cidadão contribuir par ter acesso universal e igualitário a ela, pois é dever 
do estado promover a saúde que estar prevista no art. 196 CF/88. O poder público tem a 
função de regulamentar, fiscalizar controlar de que maneira a saúde deverá ser efetivada, 
conforme preconiza o art. 197 CF/88. Logo, a Constituição Federal, trata a saúde em seu título 
VIII, capítulo II, seção II que compreende os artigos 196 ao 200. 
 
O Segundo pilar da Seguridade Social é a Previdência social que estar prevista nos artigos 201 
ao 202 da CF/88. Diferentemente da saúde, este pilar tem caráter contributivo e filiação 
obrigatória, o acesso é exclusivo, assim, somente aquele que contribui para o sistema 
previdenciário e seus dependentes previstos em lei, é que terão direito às prestações da 
 
 
previdência social, como por exemplo, o auxílio acidente, salário família, aposentadoria por 
invalidez, idade e tempo de serviço, seguro desemprego dentre outros. Quanto aos 
dependentes cabe as prestações de pensão por morte e auxílio reclusão. Logo, as prestações 
que tanto o segurado quanto o depende tem em comum, são: serviço social e reabilitação 
profissional. 
O terceiro pilar é à assistência social, esta não tem caráter contributivo e o acesso é restrito, 
sendo destinada apenas aqueles que realmente necessitam dela, ou seja, as pessoas mais 
carentes, aquelas pessoas em estado de miserabilidade. Podemos citar aqui como exemplo 
de assistência social o programa do bolsa família. A assistência Social estar prevista nos artigos 
203 ao 204 da CF/88. 
 
QUESTÃO 4 
(1,5 pts) 
 
 O “tradicional” festival de punk-rock Facada Fest causou polêmica em sua edição de 
2020 ao trazer em seu cartaz a imagem alusiva de um palhaço com uma faixa presidencial, 
empalado por um lápis. 
 Após a divulgação do cartaz, figuras públicas, como o deputado federal Éder Mauro e 
os filhos do atual Presidente da República foram às redes sociais afirmando que o cartaz seria 
uma "homenagem" ao atentado sofrido pelo presidente em 2018. 
 Os organizadores do evento foram, inclusive, intimados a comparecer na Polícia 
Federal e prestar depoimentos, sendo investigados por crimes contra honra do Presidente da 
República e apologia ao homicídio. (fonte: https://www.oliberal.com/policia/autor-do-cartaz-
do-facada-fest-vai-prestar-depoimento-a-policia-federal-nesta-quinta-02-1.281900) 
 Considerando as informações trazidas, e seus conhecimentos de direito constitucional 
sobre a comunicação social, caso o Ministério Público Federal propusesse uma ação civil 
pública para impedir a realização do festival ou a divulgação do cartaz, qual seria o resultado? 
Justifique sua resposta. 
Resposta: 
 
Considerando Lenza (2018), é nítido notar que a constituição prever que a comunicação social 
tem relação direta com a exteriorização do pensamento, somada à criação, à expressão e à 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo de comunicação. 
 
A comunicação social estar prevista no capítulo V do Título VIII da CF/88, preconizada em seus 
artigos 220 ao 224 da mesma constituição. Sendo assim, o cartaz exposto pelo “tradicional” 
 
 
festival de punk-rock Facada Fest, trata-se de uma livre expressão de pensamento do autor, 
também compartilhada, pelos promotores do evento, não podendo ser censurado de forma 
alguma, uma vez que o artigo 220 caput, § 2º da CF/88 veda qualquer censura de natureza 
política, ideológica e artística; não deixando de ser observado, também, o § 1º deste mesmo 
artigo, onde podemos observar uma interligação com o art. 5º, IV, V, X, XIII E XIV. 
 
“Assim, a liberdade de comunicação social se implementa, como já se disse, por qualquer 
forma, tais como o jornal, a revista, o periódico, o rádio, a TV, o fax, o telefone, a Internet, 
shows, teatro etc.” (LENZA, 2018, p. 1475). 
 
Diante do exposto, qualquer ação do Ministério Público Federal, contrário a publicação do 
cartaz, em questão, seria totalmente irrelevante e ineficaz diante do amparo constitucional, 
que norteiam e protegem a liberdade de expressão. Vejamos uma decisão a baixo: 
 
Tema: 987 - Discussão sobre a constitucionalidade do art. 19 da Lei n. 12.965/2014 
(Marco Civil da Internet) que determina a necessidade de prévia e específica ordem 
judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização civil de provedor de 
internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais por danos decorrentesde atos ilícitos praticados por terceiros.Ementa: Direito Constitucional. Proteção aos 
direitos da personalidade. Liberdade de expressão e de manifestação. Violação dos 
arts. 5º, incisos IV, IX, XIV; e 220, caput, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal. Prática 
de ato ilícito por terceiro. Dever de fiscalização e de exclusão de conteúdo pelo 
prestador de serviços. Reserva de jurisdição. Responsabilidade civil de provedor de 
internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais. Constitucionalidade ou 
não do art. 19 do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14) e possibilidade de se 
condicionar a retirada de perfil falso ou tornar indisponível o conteúdo apontado 
como infringente somente após ordem judicial específica. Repercussão geral 
reconhecida. (STF, Tema nº 987, RE 1037396 RG , Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI 
Julgamento: 01/03/2018 Órgão Julgador: Tribunal Pleno - meio eletrônico , 
julgado em 01/03/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-063 DIVULG 03-04-2018 
PUBLIC 04-04-2018) 
 
 
QUESTÃO 5 
(2,0 pts) 
 
 Eva Primeira, brasileira, casada, procura seu escritório de advocacia interessada em 
saber sobre a possibilidade de ajuizamento de uma ação permitindo que ela e seu marido 
possam educar seus filhos em casa. 
 Ela alega que as escolas estão alienando as crianças e ensinando coisas contrárias aos 
bons costumes e à sua religião. Afirmou ainda que não concorda que homens e mulheres 
tenham que ter a mesma educação. 
 
 
 Além disso, considerando que estamos em tempos de pandemia, agora seria o 
momento ideal para que as crianças que já não estão frequentado a escola possam manter-
se em casa para seus “estudos devidos”. 
 Afirmou que viu em um noticiário que o Supremo Tribunal Federal disse ser possível o 
ensino domiciliar, motivo pelo qual quer que seus filhos sejam educados assim, sem nenhuma 
ingerência do Estado. 
 Considerando seus conhecimentos sobre o tema e o recente julgado do STF acerca do 
ensino domiciliar, elabore UM TEXTO DISSERTATIVO contendo as principais informações 
sobre a resposta da consulta de Eva Primeira. 
 
Resposta : 
O caso em tela, nos coloca de frente com o anseio de uma família se valer do ensino domiciliar, 
e dessa forma educar seus filhos, sem a obrigatoriedade de matriculá-los em uma escola. 
Lembramos que o STF ao julgar o RE 888.815, afirmou que o ensino domiciliar, não possui uma 
proibição definitiva pela nossa Constituição Federal de 1988, havendo possibilidade para tal. 
Vejamos abaixo uma decisão do STF, a respeito do tema: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ENSINO 
DOMICILIAR. HOMESCHOLING. REQUISITOS. NÃO PREENCHIMENTO. CASO 
CONCRETO. No que tange à concessão da tutela de urgência, gize-se que a 
discricionariedade do juiz em antecipar a tutela jurisdicional deve preceder de 
análise criteriosa do pedido, conforme dispõe a regra do art. 300 do CPC. Da leitura 
do dispositivo, extrai-se que a tutela poderá ser concedida mediante os seguintes 
requisitos, em particular: a probabilidade do direito - em analogia ao fumus boni 
iuris, de forma a convencer o juiz da das alegações -, e o fundado perigo de dano 
(periculum in mora) ou de resultado útil ao processo. O STF, no julgamento do 
Recurso Extraordinário nº 888.815/RS, com repercussão geral reconhecida, decidiu 
que o Estado não possui dever de fornecer o ensino domiciliar (homeschooling), 
diante da ausência de previsão legal. Dessa forma, foi definida, no Tema nº 822 do 
STF, a seguinte tese: "não existe direito público subjetivo do aluno ou de sua família 
ao ensino domiciliar, inexistente na legislação brasileira". Portanto, ainda que seja 
dever do Estado o fornecimento de educação, não há nenhuma previsão na 
legislação quanto à modalidade homeschooling. No caso concreto, neste momento 
de cognição sumária, tenho que não restaram preenchidos os requisitos 
autorizadores de concessão de tutela antecipada. RECURSO DESPROVIDO. RECURSO 
DESPROVIDO. (TJ-RS; Agravo de Instrumento, Nº 70083769620, Vigésima Quinta 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Léo Romi Pilau Júnior, Julgado em: 
26-05-2020) 
 
Porém, a justificativa de Eva e seu marido, é que as escolas estão “pecando” nas seguintes 
situações: 1) Estão ensinando coisas contrárias aos bons costumes e à sua religião; 2) Discorda 
que homens e mulheres tenham a mesma educação e 3) afirmam que em decorrência da 
pandemia, este seria o momento de manter os estudos dos filhos em casa, já que não estão 
frequentando a escola. 
 
 
 
Em relação a primeira justificativa, Eva e seu marido, podem optar em não matricular seus 
filhos na disciplina de religião, pois segundo STF o estado é obrigado a disponibilizar dentro 
do ensino público o estudo religioso, porém é facultado o aluno a cursar ou não. O Brasil possui 
concordadas com a Santa Sé, prevendo a contratação de padres para ministrar o ensino 
religioso. Por sermos um estado laico, tal faculdade nos leva a uma liberdade de crença, bem 
como, a tolerância entre os credos. 
ENSINO RELIGIOSO NAS ESCOLAS PÚBLICAS. CONTEÚDO CONFESSIONAL E 
MATRÍCULA FACULTATIVA. RESPEITO AO BINÔMIO LAICIDADE DO 
ESTADO/LIBERDADE RELIGIOSA. IGUALDADE DE ACESSO E TRATAMENTO A TODAS 
AS CONFISSÕES RELIGIOSAS. CONFORMIDADE COM ART. 210, §1°, DO TEXTO 
CONSTITUCIONAL. CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 33, CAPUT E §§ 1º E 2º, DA 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (...) e §§ 1º e 2º, da Lei 
9.394/1996, e do art. 11, § 1º, do Acordo entre o Governo da República Federativa 
do Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, e 
afirmando-se a constitucionalidade do ensino religioso confessional como disciplina 
facultativa dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. (STF, 
ADI 4439, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, Julgado em: 
27/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-123 DIVULG 20-06-2018 PUBLIC 21-06-
2018) 
 
A segunda justificativa, neste sentido, o STF reconhece que há alguns tipos de ensinos 
domiciliares que são considerados inconstitucionais, a saber: a) desescolarização radical, que 
podemos citar como exemplo, o entendimento por parte de certas culturas de que a mulher 
não deve ser escolarizada; b) A desescolarização moderada, que entende que a educação dada 
ao homem deve ser diferente a que será apresentada a mulher, ou seja, a melhor educação 
deve ser voltada ao homem. Neste caso, já podemos demonstrar a inconstitucionalidade no 
pedido de Eva primeira e seu marido, ao apresentar como uma das justificativa para o ensino 
domiciliar, o desejo na diferenciação no ensino entre homens e mulheres e finalmente c) A 
desescolarização pura, que quem decide oque os filhos irão aprender, fica a cargo da família. 
Que de certa forma é oque pretendem Eva e seu marido. 
 
Porém o STF entende, em decisão do RE 888.815, que existe a possibilidade do ensino 
domiciliar, mas é taxativo em afirmar que não é um direito subjetivo do aluno ou de sua 
família, sendo possível tal modalidade desde que regulamentada por uma lei federal que 
respeite: a obrigatoriedade do ensino às crianças e adolescentes de 4 a 17 anos; o dever 
solidário Família/Estado; o núcleo de matérias acadêmicas; a supervisão, avaliação e 
fiscalização pelo poder público; as demais precisões impostas diretamente pelo texto 
constitucional, inclusive no tocante às finalidades e objetivos do ensino, em especial, evitar 
 
 
evasão escolar e garantir a socialização do indivíduo, por meio da ampla convivência familiar 
e comunitária (CF, art. 227). 
 
A terceira justificativa, não se trata de ensino domiciliar, pois as aulas ministradas a distância 
são elaboradas e seguem as instruções das instituições de ensino, bem somo, são avaliadas 
por elas, ou seja, não são aulas elaboradas pelas famílias dos estudantes. Em decorrência da 
pandemia que assola o mundo, o Brasil tomou esta decisão por meio da Lei nº 14.040/2020 
que permite essa modalidade de ensino, quanto for necessário,diante desta pandemia. 
 
Contudo devemos trazer a luz, desta discursão, o art. 205 da CF/88 que elucida a educação 
como direito de todos e dever não apenas do estado, mas também da família. Partindo desse 
pressuposto Eva Primeira e seu marido, estariam tolhendo um direito de seus filhos, e 
deixando de cumprir com os seus deveres, indo de encontro com o que estar previsto no 
referido artigo. 
 
Vale ressaltar que a União possui a competência privativa pra legislar a respeito das diretrizes 
e bases da educação nacional, como reza o art. 22 CF/88, não cabendo a família optar por 
qualquer outra forma, a não ser a prevista na carta maior. Logo, não terá amparo legal a 
solicitação de Eva Primeiro e seu marido, sendo totalmente improcedente qualquer pedido 
que venha ser formulado, com esta questão.

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