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Nocçoes Gerais de Direito

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8
Lição 1 - Noções Gerais de Direito
O Direito surgiu da necessidade de estabelecer regras nas relações exis­
tentes na sociedade para que surgissem mecanismos para melhorar o 
convívio pacífico entre todos, com a criação de procedimentos a serem 
adotados para o bem da coletividade.
Ao término desta lição, você deverá ser capaz de:
a) avaliar as condições possíveis de serem viabilizadas dentro do 
ordenamento jurídico brasileiro;
b) identificar os elementos norteadores do Direito, suas fontes e princípios;
c) Avaliar as condições possíveis de serem viabilizadas dentro do 
ordenamento jurídico brasileiro.
1. O que é o Direito?
O Direito é o conjunto de normas, regras, princípios, costumes, doutrinas, 
jurisprudências, adotado por uma sociedade para estabelecer a organização, 
prevenindo e resolvendo eventuais conflitos. O objetivo do Direito é garantir 
o equilíbrio, a harmonia e a paz social.
O Direito é dividido em: Direito Objetivo e Direito Subjetivo.
• Direito Objetivo: é o sistema legal, é o conjunto de leis e normas, que 
asseguram a ordem social e o bem comum.
• Direito Subjetivo: é a possibilidade de cada um, assegurada por lei, de 
tornar exigíveis e obrigatórios os seus direitos assegurados por lei perante 
terceiros. Exemplo: Direito de Ação.
2. Teoria Tradicional das Fontes do Direito
É uma das mais antigas e todos os autores fazem referência a essa teoria. É o 
ponto comum, citado por todos, seja concordando ou discordando. Vejamos 
quais são as fontes primárias ou diretas de Direito:
• Leis: norma imposta pelo governo, obrigatória em sua observância e cuja 
sua desobediência gera uma pena.
• Costumes: o homem vivendo por meio dos costumes criará para ele um 
Direito que será o consuetudinário.
9
Há outras fontes denominadas indiretas:
• Doutrina: são os autores de livros, estudiosos e juristas do Direito que 
mostram os diversos fatos jurídicos e constroem seu pensamento para 
torná-lo o mais científico possível. Assim, eles apresentam novas vertentes 
para o Direito.
• Jurisprudência: são as decisões proferidas pelos tribunais quando não há 
lei e por ter surgido na sociedade um fato novo, para o qual ainda não há 
uma norma específica. 
2.1 Fontes Diretas
As fontes diretas são formadas pelo costume e pelas leis.
O costume é a prática uniforme e a constante repetição de determinado com-
portamento considerado correto e aceito como regra de Direito. São práticas 
habituais que o juiz pode aplicar na falta da lei. Exemplo: cheque predatado.
A lei é a norma geral – para todas as pessoas – e abstrata – para todas as 
situações semelhantes e futuras – imposta pelo Estado para todos os cidadãos 
de um país. Desconhecer a lei não é razão que justifique o seu descumprimento.
Ponto­chave
A lei é:
a) Geral – vale para todas as pessoas.
b) Abstrata – vale para todas as situações semelhantes e futuras.
2.2 Fontes Indiretas
As fontes indiretas são formadas pela doutrina e pela jurisprudência.
A doutrina é a interpretação que os estudiosos do Direito fazem das leis, 
em seus livros, pareceres e artigos científicos. Não tem força vinculante na 
aplicação da lei, mas influenciam os juízes e os tribunais nas tomadas de 
decisão.
A jurisprudência é o conjunto de decisões de segunda instância, em que se 
aplicam as leis aos casos concretos. Exemplo: você moveu uma Reclamação 
Trabalhista contra seu antigo empregador por meio de advogado e não 
satisfeito com a decisão – sentença – do juiz – primeira instância –, recorreu 
– Recurso Ordinário – fazendo subir sua causa para a segunda instância. A 
decisão que o Tribunal – corpo de três juízes – proferir sobre sua ação receberá 
o nome de Acórdão e passará a fazer parte da Jurisprudência Trabalhista.
As fontes do Direito devem estar antes da divisão do Direito em Público e 
Privado, pois facilita a compreensão do aluno ao estudar.
10
3. Divisões do Direito
O Direito Público rege as relações que envolvem o Estado e os interesses 
gerais da coletividade. Ele trata da organização, da administração e do 
funcionamento do Estado e de seus poderes, da arrecadação e da distribuição 
da receita, da implementação e da prestação dos serviços públicos. 
Regulamenta as relações entre o Estado e os particulares.
4. Ramos do Direito
Como o Direito é um conjunto de normas para estabelecer o equilíbrio na 
sociedade, muitos são os interesses dela para observar os mais diversos 
assuntos. O Direito é dividido em: Direito Público e Direito Privado.
4.1 Direito Público
É o ramo do Direito que rege as relações que envolvem as normas que tem 
por interesse do Estado, como a função e a organização, a ordem e segurança, 
a paz social.
Essas normas regulam as relações entre o Estado e os particulares, visando à 
concretização do interesse público, conforme as previsões da lei. O interesse 
público se concretiza por meio da atuação da Administração Pública, com 
a organização e a prestação dos serviços públicos e utilização de recursos 
financeiros públicos.
O Direito Público se divide em:
• O Direito Público Interno: rege os interesses estatais e sociais. São as suas 
ramificações: Direito Constitucional, Direito Penal, Direito Processual, 
Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito do Consumidor, Direito 
do Trabalho, Direito Eleitoral, Direito Ambiental, Direito Financeiro.
• Direito Público Externo: trata das relações internacionais entre Estados 
soberanos. São as suas ramificações: Direito Internacional Público – rege 
as relações jurídicas dos países entre si – e Direito Internacional Privado 
– rege as relações e os negócios jurídicos internacionais ocorridos no 
exterior.
4.2 Direito Privado
Este tipo de Direito disciplina as relações entre particulares relativas à vida 
privada e as relações patrimoniais ou extrapatrimoniais. As normas de Direito 
Privado encontram-se no Direito Civil e no Direito Empresarial/Comercial.
O Direito Público Interno se subdivide em:
• Direito Constitucional: regido pela Constituição da República Federativa 
do Brasil, a qual contém normas que asseguram direitos e garantias 
11
individuais – art. 5º, por exemplo: direito de propriedade, liberdade de 
expressão, direito a acesso à Justiça – e direitos sociais – art. 6º a 11, por 
exemplo: direitos trabalhistas, direito à saúde, direito à educação – dentre 
outros, e dispõe sobre a organização e o funcionamento do Estado e dos 
poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Contém normas de Direito 
Tributário, Financeiro, Administrativo, Trabalhista, Ambiental e do 
Consumidor.
• Direito Penal: define os crimes, as contravenções e as penas a serem 
aplicadas aqueles que praticarem atos proibidos pelas leis penais. Baseia-
se em várias leis, como: o Código Penal, a Lei das Contravenções Penais, a 
Lei dos Tóxicos e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
• Direito Processual: disciplina a organização e o funcionamento do Poder 
Judiciário, disciplina a atuação de juízes, promotores, defensores públicos e 
advogados nos processos, a resolução dos conflitos de interesses. Divide-se 
em Processo Civil e Processo Penal e é regido pelos Códigos de Processo 
Civil e Penal, respectivamente.
• Direito Tributário: estabelece os limites e as possibilidades da atividade 
estatal de criar, estabelecer e cobrar tributos. É voltada para criação, 
imposição e fiscalização de tributos – impostos, taxas e contribuições 
–, que os particulares devem ao Estado. É o ramo do Direito que regula 
a arrecadação de receita para o Estado. É regido pelo Código Tributário 
Nacional e pela Constituição Federal de 1988, dentre outras leis específicas.
• Direito Administrativo: é o conjunto de regras que disciplina a atividade 
dos órgãos e agentes que integram a Administração Pública, a relação 
entre servidores públicos e o Estado, os procedimentos legais para a 
prestação dosserviços públicos. Estabelece os requisitos para o exercício 
do poder de polícia. As regras de Direito Administrativo estão previstas na 
Constituição e em diversas leis brasileiras.
• Direito do Consumidor: disciplina as relações de consumo, estabelecendo 
os direitos do consumidor e os deveres dos fornecedores, fabricantes e 
prestadores de serviços. Foi introduzido no Brasil pelo Código de Defesa 
do Consumidor.
• Direito do Trabalho: regula as relações de emprego e demais atividades 
de trabalho e produção para proteção do trabalhador. Cuida das relações 
de emprego e das relações sindicais. É previsto na CLT – Consolidação das 
Leis do Trabalho.
• Direito Eleitoral: regulamenta a criação, a formação, o funcionamento, 
a fiscalização e as competências dos partidos políticos. Regulamenta 
as eleições, as propagandas eleitorais e as sanções por infração às leis 
eleitorais.
• Direito Ambiental: é o conjunto das normas que regulamentam o uso 
dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente, natural e cultural. 
12
Exemplos: Lei nº 9.605/1998 que dispõe sobre os crimes ambientais e o 
Código Florestal – Lei nº 12.651/2012.
• Direito Financeiro: trata das regras para o uso e a aplicação das receitas 
arrecadadas pelo Estado na execução do bem comum. Exemplo: Lei das 
Diretrizes Orçamentárias.
O Direito Público Externo organiza as relações internacionais entre Estados 
e entre Estados e Organizações Internacionais por meio de Acordos, 
Convenções, Tratados Internacionais e Decisões de Organizações Inter na-
cionais. Divide-se em:
• Direito Internacional Público: rege as relações jurídicas dos países entre 
si e as relações entre os países e as organizações internacionais. Exemplo: 
instalação de Embaixadas e Consulados estrangeiros em território 
brasileiro ou vice-versa, Acordos Comerciais entre Brasil e outros países.
• Direito Internacional Privado: disciplina as relações jurídicas 
internacionais ocorridas no exterior e em que uma das partes é cidadão 
brasileiro ou ocorridas no Brasil, em que uma das partes é um cidadão 
estrangeiro, dentre outros casos. Por exemplo: um brasileiro que faleceu 
deixando bem imóvel situado no exterior para seus herdeiros aqui no 
Brasil. Uma empresa estrangeira que queira abrir filial ou representação 
no Brasil.
O Direito Privado disciplina as relações privadas entre particulares desde o 
nascimento até depois da morte. Estabelece dois tipos de direitos: os direitos 
patrimoniais – propriedade, responsabilidade civil, contratos, obrigações, 
direito das empresas, herança – e os direitos existenciais – família, estado 
civil, direito ao nome, direito à imagem, entre outros. É formado pelo Código 
Civil, Código Comercial, entre outras leis.
5. Conceitos Gerais
5.1 Fato Jurídico
É todo ato voluntário e consciente que cria, modifica, extingue, resguarda 
ou transfere direitos. Pode ser lícito ou ilícito, voluntário ou natural. Os fatos 
jurídicos voluntários dividem-se em: Atos Materiais e Negócios Jurídicos. O 
Novo Código Civil, no artigo 185, define Ato Jurídico Lícito e, no artigo 186, traz 
o conceito de Ato Ilícito.
5.2 Bem e Coisa
Coisa é sempre um bem material, físico. Os bens nem sempre são uma coisa, 
pois podem ser imateriais e impalpáveis. Existem bens imateriais que por 
sua própria natureza não possuem um valor econômico definido, não são 
13
comercializáveis, mas são passíveis de indenização pecuniária1 face à sua 
preciosidade e valoração subjetiva de seu titular. Exemplos: a vida, a honra e 
a liberdade.
5.3 Bem de Família
Está previsto nos artigos 1.711 a 1.722 do Código Civil. Os cônjuges ou entidade 
familiar podem destinar um terço de seu patrimônio líquido, com escritu-
ra pública ou testamento, para constituição do bem de família, mantendo-se 
a impenhorabilidade do imóvel residencial, com a Lei nº 8.009/90. Todos os 
pertences e os acessórios existentes na residência são considerados bens de 
família e, portanto, impenhoráveis. O bem de família, para ter validade contra 
terceiros, deve obrigatoriamente ter seu título de constituição registrado no 
registro de imóveis.
Os tribunais aplicam a proteção do bem de família também aos domicílios 
dos solteiros, dos separados e dos viúvos, pois a moradia é um direito 
fundamental previsto na nossa Constituição.
O bem de família só pode ser objeto de execução por suas respectivas dívidas 
tributárias e de condomínio, e perdurará enquanto viver um dos cônjuges ou 
na falta deles até que todos os filhos completem a maioridade.
Atenção!
A jurisprudência recente dos Tribunais afastou a proteção do bem de família do fiador de 
contrato de aluguel, ou seja, o bem de família do fiador responde pelas dívidas do contrato 
de aluguel.
5.4 Prescrição e Decadência
Prescrição é um modo de acabarem os direitos pela perda da ação em razão 
da inércia do titular do direito que não o exerceu no prazo legal, isto é, que 
não propôs a ação para fazer valer seus direitos, no prazo de lei. Decadência é 
a perda do direito pelo decurso do tempo.
5.5 Procuração
É o instrumento público ou privado de representação judicial, isto é, peran-
te os tribunais, ou extrajudicial, para casos que podem ser resolvidos fora da 
Justiça. A procuração é particular quando é feita entre particulares, sem a 
presença do tabelião, ou seja, fora de cartório; mas com reconhecimento de 
1. Pecuniária
1 relativo a dinheiro
Ex.: transação p. 
2 que consiste ou é representado em dinheiro
Ex.: reservas p. 
fonte: dicionário Houaiss digital
14
firma da assinatura do outorgante. A Procuração Pública é feita pelo cartório 
de títulos e documentos.
A procuração é um documento em que alguém, chamado de outorgante, 
transfere poderes a outra pessoa, chamado de outorgado, para que ela, em 
seu nome, pratique atos ou administre interesses.
Quando a procuração atribui apenas poderes de representação extrajudicial 
ao outorgado, significa que ele tem poderes limitados e não poderá utilizá-
la para representar o outorgante em processos judiciais. Pode ocorrer da 
procuração deferir poderes de representação judicial e extrajudicial, ou 
apenas poderes representativos judiciais ou extrajudiciais.
Toda vez que a procuração atribuir poderes que envolvam representação 
judicial, será denominada de procuração ad judicia e a assinatura do 
outorgante deverá ser reconhecida em cartório.
Para ter validade, a procuração de pessoa física deverá estar acompanhada 
de cópia autenticada do CPF/MF e/ou da cédula de identidade do outorgante. 
Já a procuração conferida por pessoa jurídica deverá ser validada com cópia 
completa e autenticada, do contrato social da empresa outorgante.
5.6 Obrigações
As obrigações nascem das relações mercantis, gerando direitos e deveres 
entre as partes, que recebem a denominação de credor, que é o titular do 
direito, e devedor, que é o titular do dever.
As obrigações classificam-se, pelo Novo Código Civil, quanto às partes e ao 
objeto, em:
• Simples: quando existe um só credor, um só devedor e um só objeto.
• Complexas: quando há mais de um credor ou vários devedores ou mais de 
um objeto.
• Cumulativas: quando o devedor tem que cumprir mais de uma prestação e 
só se isenta da obrigação cumprindo todas.
• Alternativas: quando existe mais de uma prestação e o devedor se exonera 
da obrigação cumprindo apenas uma delas.
• Solidárias: quando há multiplicidade de credores ou de devedores, 
sendo que cada credor pode cobrar do(s) devedor(es) a obrigação em sua 
totalidade, devendo posteriormente se entender com os demais credores. 
Quando houver solidariedade de devedores, a prestação pode ser exigida 
em sua totalidade de qualquer um deles, ficando o que saldar a obrigação 
com direito regressivo contra os demais codevedores.
Quanto ao fim, as obrigações se dividem em:
• De Resultado: o devedor só se exime quandoatingir o resultado para 
15
o qual foi contratado. Exemplo: um pedreiro que foi contratado para 
construir um muro. A obrigação só será extinta quando terminar 
totalmente o muro.
• De Meio: o devedor deve empenhar-se para realizar a prestação, 
considerando-se satisfeita a obrigação mesmo que o resultado não seja 
positivo. Exemplo: o advogado tem uma obrigação de meio, que consiste 
na defesa dos interesses de seu cliente. Sua obrigação é considerada 
satisfeita mesmo que ele não ganhe a Ação Judicial, desde que efetue seus 
serviços – propositura e andamento da ação, se pelo autor, ou defesa, se 
pelo réu, atuação em audiências etc.
6. Exercendo seus Direitos
O acesso à Justiça para fazer valer os seus direitos é assegurado consti-
tucionalmente. O Código de Processo Civil exige que sejam cumpridos 
determinados requisitos para que a lide2 se estabeleça e prospere a demanda 
até a decisão final. Esses requisitos são:
• Legitimidade de partes: as partes têm que ter relação com a lide.
• Interesse de agir: a parte requerente deve ter tido um direito violado ou 
ameaçado efetivamente.
• Possibilidade jurídica do pedido: a proteção a este direito deve estar 
assegurada pela lei. Exemplo: não se pode pleitear em juízo uma dívida de 
jogo que não é legalizado.
Além das condições da ação, para que possa ingressar em juízo, a parte tem 
que ter capacidade civil e estar devidamente representada por profissional 
habilitado e inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Quanto à capacidade civil – capacidade de ser sujeito de direitos e deveres e 
exercê-los por si só, como parte em uma relação jurídica –, temos:
• Capacidade civil plena: a partir dos 18 anos.
• Capacidade civil relativa: devem ser assistidos por pais, tutores ou 
curadores.
 • entre 16 e 18 anos;
 • ébrios habituais e viciados em tóxicos;
 • os pródigos;
 • os que têm a capacidade de discernimento reduzida face à deficiência 
 mental;
2. Lide
1 trabalho penoso; faina, labuta
2 luta, peleja, combate
3 Rubrica: termo jurídico.
pleito judicial pelo qual uma das partes faz um pedido e a outra resiste; pendência, litígio
Fonte: dicionário Houaiss digital
16
 • deficientes mentais com deficiência mental incompleta.
• Incapacidade civil absoluta: devem ser representados por pais, tutores ou 
curadores.
 • menores de 16 anos;
 • os que por deficiência mental não têm o mínimo discernimento para os 
 atos da vida civil;
 • os que por enfermidade não puderem exprimir a sua vontade.
7. Arbitragem
Atualmente, como via alternativa, vem sendo utilizada de modo crescente 
e com sucesso na solução dos conflitos a justiça privada pelo instituto 
da arbitragem. As partes capazes podem resolver questões de direitos 
patrimoniais disponíveis, pela aplicação da Lei nº 9.307/96, mediante a 
cláusula compromissória ou compromisso arbitral – cláusula contratual 
que prevê a possibilidade de se resolver pendências ou problemas durante 
o cumprimento do contrato perante um árbitro privado, uma espécie de juiz 
escolhido e contratado pelas partes, e não mediante ação judicial. Essa forma 
de resolução de conflitos é, normalmente, mais rápida que um processo na 
Justiça, mas é realizada por grandes empresas devido ao seu alto custo. Esse 
instituto está também referendado e aprovado pelo Código Civil – artigos 851 
a 853.
A arbitragem é uma forma pura de diminuir controvérsias e resolver 
interesses de duas partes, que de livre e espontânea vontade, pactuam a 
forma, o local e a competência do Tribunal ou árbitro(s), mantendo o sigilo de 
seus conflitos e resguardando-se de qualquer consequência danosa, que uma 
eventual publicidade do fato poderia acarretar.
A arbitragem proporciona às partes envolvidas o exercício do livre arbítrio 
e do direito de escolha, conduzindo-as a uma reflexão, na medida em que 
são elas que estabelecem, de certa forma, as regras gerais que permearão e 
ordenarão o procedimento.
Essa liberdade é amparada pela Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, que 
em seu artigo 2º, determina que:
Nota Jurídica
“A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes:
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na 
arbitragem desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos 
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais do comércio.”
Essa liberdade das partes não é total, pois, em defesa da ordem pública, da 
moral e dos bons costumes, o legislador estabeleceu limites no primeiro 
parágrafo do artigo.
17
A ordem pública é mais ampla que o conjunto de leis e normas que visam a 
assegurá-la, engloba a moral, o bom senso dos cidadãos e o desejo expresso 
desses respeitarem uns aos outros e ao Estado, buscando um equilíbrio e a 
paz social.
A arbitragem é a representação e a expressão da vontade das partes, na 
medida em que elas escolhem renunciar à apreciação de sua causa pelo 
Poder Estatal e elegem um árbitro ou um Tribunal de Justiça Privada, de sua 
confiança, para trazer de volta a paz entre elas, restituindo patrimonialmente 
a parte efetivamente lesada.
No procedimento arbitral, o demandante e o demandado são aproximados 
pelo árbitro, que os coloca frente a frente para declararem suas razões um ao 
outro e chegarem a um meio termo, conciliando-se espontaneamente.
Por acordo e transação, as partes convencionam o valor e os termos da 
indenização e a forma de pagamento dela, podendo o árbitro estipular uma 
multa para o eventual inadimplemento da devedora.
Toda a transação é reduzida a termo pelo árbitro na sentença arbitral, que 
deverá analisar cada ponto de divergência enumerado no compromisso ar-
bitral, sob pena de nulidade, declarando ao final se a questão foi resolvida 
por equidade, ou por acordo e transação das partes ou com base no direito 
vigente, caso em que fundamentará com o dispositivo legal pertinente. Se as 
partes na primeira audiência não chegaram a uma conciliação, o juiz arbitral, 
após a produção de provas – se houverem, decidirá a questão.
O juízo arbitral ao avaliar o caso concreto e durante todo o procedimento e a 
produção de provas pelas partes, quando necessário, deverá dar entendimento 
de ambas as faces da legislação pertinente e com base no conjunto probatório 
e na situação de fato e de direito apresentada, decidir o objeto da lide em sua 
totalidade.
Poderá o árbitro, ao sentenciar de acordo com o Direito, utilizar-se de outra 
norma não citada pelas partes, mas que se aplique melhor ao caso e traga 
uma decisão mais justa.
A arbitragem pretende ser bem mais ampla que a Justiça estatal, ter mais 
flexibilidade de interpretação da lide e satisfazer ambas as partes, com 
celeridade3 e de forma definitiva.
Os limites do poder de atuação do juízo arbitral devem ser preestabelecidos 
por acordo e transação voluntária das partes, na convenção arbitral, entendida 
como “cláusula compromissória” e/ou compromisso arbitral.
3. Celeridade
característica do que é célere; agilidade, rapidez, velocidade
Ex.: a c. dos meios de comunicação 
Fonte: dicionário Houaiss digital
18
O objetivo da arbitragem é a solução do conflito de forma rápida e eficaz, 
sendo que a prevalência da vontade das partes é imperativa em relação à 
vontade de terceiros.
Exercícios Propostos
1. O que é Direito?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2. Associe as duas colunas, relacionando o ramo do Direito com a sua defi­
nição:1. Direito Constitucional
2. Direito Judiciário ou Processual
3. Direito Privado
4. Direito do Trabalho
5. Direito do Consumidor
A sequência correta dessa associação é:
( ) a) (1), (2), (3), (4), (5)
( ) b) (2), (3), (4), (5), (1)
( ) c) (3), (4), (2), (1), (5)
( ) d) (4), (3), (5), (2), (1)
( ) e) (4), (5), (3), (2), (1)
3. Para dar início a uma ação na Justiça, é preciso satisfazer as condições 
exigidas no ________________, que são as chamadas condições da 
ação. Essas regras de _____________ se aplicam a todo tipo de causa 
judicial civil. Um bom advogado conhece todas essas regras e também 
____________ dos Tribunais.
( ) É o conjunto de regras sobre rela-
ções de emprego.
( ) É o conjunto de regras que disci-
plina as relações privadas entre 
particulares desde o nascimento 
até depois da morte.
( ) É o conjunto de regras que disci-
plina as relações de consumo.
( ) É o conjunto de regras que 
disciplina a atuação de juízes e 
advogados nos processos.
( ) É o conjunto de regras que prevê 
as garantias individuais e os 
direitos sociais dos cidadãos 
brasileiros.
19
Assinale a sequência que preenche as lacunas de forma correta:
( ) a) Código de Processo Civil, Direito Processual, a Jurisprudência.
( ) b) Código Penal, Direito Processual, a Doutrina.
( ) c) Constituição, Direito Privado, os Costumes.
( ) d) Código de Processo Civil, Direito Privado, a Jurisprudência.
( ) e) Código Civil, Direito Processual, a Doutrina.
4. Direito Subjetivo é possibilidade de cada um de tornar exigíveis e obriga­
tórios os seus direitos assegurados por lei perante terceiros, como no 
direito de ação:
 ( ) Verdadeiro ( ) Falso
5. Leia as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
III. Os tribunais aplicam a proteção do bem de família também aos domicílios dos 
solteiros.
III. Doutrina é a interpretação que os estudiosos do Direito fazem acerca das leis, 
em seus livros, pareceres e artigos científicos.
III. A lei é geral e concreta.
IV. Desconhecer a lei é motivo para descumpri-la.
São corretas as assertivas:
( ) a) I e IV.
( ) b) II e IV.
( ) c) II e III.
( ) d) III e IV.
( ) e) I e II.

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