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QUIROPRAXIA: UMA TERAPIA INTEGRATIVA NA MEDICINA VETERINÁRIA Ariane M. Almeida Siqueira Maria Lídia N. de Resende GMV 132 - Deontologia e Medicina Veterinária Legal Lavras 2020/1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2 2. DESENVOLVIMENTO 3 2.1 A TERAPIA 3 2.2 CUIDADOS PARA A REALIZAÇÃO 3 2.3 RESULTADOS 4 2.4 INDICAÇÃO 4 2.5 CONTRAINDICAÇÃO 5 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5 4. BIBLIOGRAFIA 6 1 1. INTRODUÇÃO Na atualidade, a Medicina Veterinária saiu da sua zona de conforto e vem se ampliando para áreas que ninguém imagina. As terapias integrativas fazem parte dessas novas perspectivas e avanço. Essa nova forma de fazer medicina veterinária vem ganhando espaço e valor. Dentre as terapias integrativas, temos acupuntura, laserterapia, moxabustão, medicina chinesa, reiki e até a quiropraxia, que vem se destacando ultimamente na medicina humana. A quiropraxia teve início em 1895, nos Estados Unidos pelo canadense Daniel David Palmer. Um paciente chegou ao seu consultório com dores nas costas há 17 anos que fez com que houvesse perda de parte da audição. No exame, ele encontrou uma vértebra proeminente na região torácica, local onde o paciente havia se machucado. Logo após a manipulação da vértebra, Lilard, paciente de D.D. Palmer, voltou a ouvir normalmente. Após esse episódio, atendeu mais um paciente com problemas cardíacos e observou mais um caso em que a vértebra estava proeminente. Manipulou-a e o paciente logo se sentiu melhor. Esses dois casos marcaram o início da quiropraxia, cuja origem da palavra vem do grego Quiro Praxis (GLÜTTER, 2007). Porém, na época não havia técnicas ou formação para o uso em animais (WILLOUGHBY, 2002). Hoje em dia se utiliza a quiropraxia veterinária principalmente em cães, gatos e equinos, mas qualquer espécie com coluna vertebral pode se beneficiar de seu uso (TAYLOR & ROMANO, 1999). No final dos anos 80 teve início do primeiro programa de Quiropraxia Veterinária. Hoje em dia, a prática vem sendo utilizada tanto por profissionais com formação específica ou não em técnicas quiropráticas. 2 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 A TERAPIA A quiropraxia é uma ciência bastante antiga. Ela é uma especialidade que tem como foco a coluna vertebral. Baseia-se no princípio de que a saúde da coluna vertebral é vital para a manutenção da saúde global do animal, visto que todos os sistemas do organismo estão inter-relacionados através do sistema nervoso. O conceito de quiropraxia é uma terapia manual que consiste na indução de um movimento vertebral substancial, geralmente além do movimento de extensão normal que ocorre durante a locomoção, através da aplicação de forças controladas em articulações específicas ou regiões anatômicas para produzir uma resposta terapêutica (HAUSSLER, 2000; MENDES et al., 2010). Também visa identificar e procurar as causas mecânicas de doenças, onde há pinçamentos e compressões nervosas, causadas por vértebras rotadas ou bloqueadas ou mesmo por tensão muscular. Deve-se localizar as disfunções vertebrais, que se manifestam por dores musculares localizadas, hipertonicidade muscular e mobilidade articular restrita, e assim estimular reflexos neurológicos, restaurando a mobilidade articular e promovendo alívio de dor e relaxamento muscular (MENDES et al., 2010). Animais apresentando lombalgia e rigidez muscular podem manifestar esta condição por amplitude de movimento reduzida (GOMEZ ALVAREZ et al., 2008). Deve-se levar em consideração que essa técnica não é substituta para qualquer outro tratamento convencional. Terapias integrativas, assim como o nome diz, são usadas para integrar outras terapias. 2.2 CUIDADOS PARA A REALIZAÇÃO As manipulações e os ajustes feitos por um médico veterinário quiroprático, podem ser manuais ou com o auxílio de um instrumento chamado "ativador". Um movimento rápido com as mãos ou com o ativador é o que basta para corrigir uma vértebra fixada ou subluxada. Após a coluna tem sido manipulada e ajustada corretamente, os membros serão examinados da mesma forma, procurando se existem áreas de tensão muscular, áreas mais frias ou mais quentes e checando se a mobilidade das articulações. A fisioterapia, que pode incluir aplicação de bolsas com gelo, calor local e massagens, também pode ser recomendada para ajudar na redução de dores, edemas e para auxiliar no processo de cura (RENALVET,2008) 3 2.3 RESULTADOS Alguns problemas comuns em cães, gatos e cavalos, como a artrite, artrose e displasia coxofemoral respondem bem ao tratamento através da quiropraxia. Um grande número de problemas degenerativos locomotor podem ser tratados com sucesso através da quiropraxia isolada ou associada a outros métodos terapêuticos. Hérnias de disco agudas podem ser aliviadas quando a quiropraxia é iniciada tão logo o problema seja diagnosticado. Outros problemas que respondem bem ao tratamento com quiroprática incluem paralisia do nervo radial e "bambeira" (wobbler). Problemas gastrointestinais crônicos também respondem ao tratamento. A quiropraxia também é recomendada para animais que tenham sofrido qualquer traumatismo físico que tenha comprometido a mobilidade e flexibilidade. 2.4 INDICAÇÃO A prática da quiropraxia deve ser realizada por médicos veterinários especializados e capacitados para que não haja manipulação inadequada do animal. Muitos médicos veterinários utilizam a quiropraxia como método auxiliar de diagnóstico e tratamento de lesões musculoesqueléticas relacionadas à baixa performance, mas o ideal é usá-la no estágio inicial da doença (HAUSSLER, 2000; MENDES et al., 2010). Esse método terapêutico é muito útil no tratamento de cães, gatos e cavalos que apresentem problemas neurológicos, articulares e musculares. Os animais tendem a alterar a sua cinética de alternância de distribuição de peso, como tentativa de poupar a área que foi afetada. Com o passar do tempo, sem o tratamento adequado, a compensação acaba prejudicando o outro membro do animal, por exemplo. Animais tratados com quiropraxia apresentam grande sucesso, sendo ela isolada ou associada a outras terapias. Paralisia do nervo radial, problemas gastrointestinais crônicos, pacientes que tenham sido acometidos com traumatismo físico com comprometimento da mobilidade e flexibilidade e sub-luxações de coluna vertebral tendem a responder bem ao tratamento quiroprático. Quadros de dor em equinos de esporte, devido à sobrecarga e grande esforço também são indicados para técnicas quiropráticas. Nos casos de equinos, sela não adequada, técnicas de equitação incorreta, ferrageamento inadequado ou conformação defeituosa são algumas causas de dores por sobrecarga. Além de longos períodos de confinamento, treinamento incessante e estresse também levam a baixa de desempenho dos animais. 4 Em cães com relatos de diminuição da movimentação, dor aguda em pescoço e coluna, posição anormal da cauda e cabeça, problemas digestivos, claudicação inespecífica, incontinência urinária e síndrome da cauda equina, associada a uma anamnese do profissional, são alguns dos casos indicadospara a técnica de quiropraxia. Além de tratamento preventivo em animais que têm predisposição a problemas locomotores, como o Golden Retriever predisposto a Displasia coxofemoral. 2.5 CONTRAINDICAÇÃO A técnica sa osso e músculo como veículos para a manipulação, então deve-se tomar cuidado para cada caso e devido a isso ela é contra indicada em casos de fratura, infecções, locais onde houve recente intervenção cirúrgica, neoplasias, malformações, luxações, estiramentos e em alterações articulares não mecânicas (HAUSSLER, 1997). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, as terapias integrativas vem ganhando espaço, como uma forma de auxiliar em tratamentos medicamentosos e de proporcionar maior bem estar ao paciente, seja ele um equino atleta que sobrecarrega muito a sua coluna nos exercícios diários ou um cão que não consegue mais subir e descer do sofá devido a uma subluxação vertebral que impede a comunicação correta entre corpo e cérebro. Os animais respondem de forma diferente as sessões de quiropraxia, sendo alguns com melhora significativa logo na primeira sessão e outros que necessitam de maior tempo para responder. Cada organismo é de um jeito e deve ser tratado de forma única. 5 4. BIBLIOGRAFIA 1. SILVA, D. T., ALVES, G. C., FLADELPHO, A. L. Medicina alternativa: acupuntura e quiropraxia aplicadas em medicina veterinária – Revisão. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/e9GaKvrKksbakst_20 13-6-13-15-52-11.pdf>. Acesso em 05 agosto 2020. 2. PATRICIO, C. R. Perfil de complexos de subluxação da coluna vertebral de equinos de salto na avaliação quiroprática veterinária. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/172305/001059166.pdf?sequence =1>. Acesso em 05 agosto 2020. 3. TAYLOR, L. L.; ROMANO, L. Veterinary chiropractic. Can. Vet. J. v. 40, pp. 732- 735, 1999. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10572672/>. Acesso em 05 agosto 2020. 4. HAUSSLER, K. K. Equine chiropractic: general principles and clinical applications. Proceedings of the Annual Convention of the AAEP. v. 46, p. 84-93, 2000. Disponível em: <http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.730.8248&rep=rep1&typ e=pdf>. Acesso em 05 agosto 2020. 5. GOMEZ ALVAREZ, C. B. et al. Effect of chiropractic manipulations on the kinematics of back and limbs in horses with clinically diagnosed back problem. Equine Vet J., v. 40, n. 2, p. 153-159. Mar. 2008. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18089466/>. Acesso em 05 agosto 2020. 6. MENDES, A. B. et al. Lombalgia Equina: diagnóstico e tratamento. PUBVET, v 7, n.17, Ed. 240, Art. 1583, 2013. Disponível em: <https://www.pubvet.com.br/uploads/b20b06ce500b848cc3d0634b07eab2fd.pdf>. Acesso 05 agosto 2020. 7. RENALVET. Quiroprática em Medicina Veterinária. (online).Disponível em <http://www.renalvet.com.br/index1.php?topic=artigo1&idioma=portugues&cd_seleci ona do=22>. Acesso em 05 agosto 2020. 8. PET FISIO. Quiropraxia veterinária: o que é? (online). Disponível em <https://petfisio.com.br/quiropraxia-veterinaria/>. Acesso em 06 agosto 2020. 6 http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/e9GaKvrKksbakst_2013-6-13-15-52-11.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/e9GaKvrKksbakst_2013-6-13-15-52-11.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/172305/001059166.pdf?sequence=1 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/172305/001059166.pdf?sequence=1 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/172305/001059166.pdf?sequence=1 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10572672/ http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.730.8248&rep=rep1&type=pdf http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.730.8248&rep=rep1&type=pdf https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18089466/ https://www.pubvet.com.br/uploads/b20b06ce500b848cc3d0634b07eab2fd.pdf https://petfisio.com.br/quiropraxia-veterinaria/
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