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DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS OU HEMODINÂMICOS

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*Patologia Geral e Aplicada 
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS OU HEMODINÂMICOS
· Distúrbios que acometem a irrigação sanguínea e o equilíbrio hídrico – lesões orgânicas;
· CLASSIFICAÇÃO:
1. Aumento do volume do sangue no sist. vascular de um órgão ou tecido – hiperemia/ congestão
2. Edema
3. Hemorragia
4. Trombose
HIPEREMIA E CONGESTÃO
· Aumento do volume sanguíneo dentro dos vasos sanguíneos 
Hiperemia: 
· Tecido adquire cor rósea intensa ou vermelha e temperatura mais elevada (eritema)
· Aumento do fluxo arterial, “incha” os vasos arteriais
· Pode acontecer de forma natural no organismo:
· Tubo gastrointestinal durante refeições; 
· Musculatura esquelética durante exercícios físicos;
· Cérebro durante os estudos;
· Glândula mamária durante lactação;
· Rubor facial após hiperestimulação psíquica.
· Aumento do suprimento de O2 e nutrientes, paralelamente há demanda de maior trabalho (ERITEMA). Forma o transudato (líquido que sai no exsudato).
HIPEREMIA (FORMA PATOLÓGICA)
· Aumento do fluxo sanguíneo durante a liberação de mediadores inflamatórios (agressão tecidual) e diminuição da resistência pré-capilar;
· Também ocorrera expansão do leito vascular – os vasos de reserva se tornam funcionais. Ocorre aumento da permeabilidade – exsudação (saída de líquido – situações inflamatórias). 
· Injuria térmica (queimaduras ou congelamentos);
· Irradiações intensas;
· Traumatismos;
· Infecções;
· Inflamação aguda.
· Características macroscópicas
· Alteração na coloração da pele;
· Aumento da temperatura local;
· Aumento do volume.
· Características microscópicas
· Ingurgitamento de hemácias em posição periférica no fluxo laminar;
· Leucócitos a posição periférica- marginação, pavimentação e diapedese.
HIPEREMIA PASSIVA (CONGESTÃO)
· Diminuição da drenagem venosa ou fluxo sanguíneo local por aumento da resistência pós capilar ou distensão dos vasos
· Impedimento da saída de sangue venoso
· Tecido afetado: cianótico
· Extremidades dos membros ficam arroxeados – grande quantidade de hemoglobina não oxigenada (Congestão localizada)
· Também pode ser sistêmica
Insuficiência Cardíaca
· Causas
· Disfunção sistólica: deterioração progressiva da função contrátil do miocárdio;
· Ex.: infartos, doença valvular, hipertensão, cardiopatia dilatada
· Disfunção diastólica: incapacidade de expansão da câmara cardíaca
· Hipertrofia ventricular esquerda, fibrose do miocárdio, pericardite
· Problemas de válvulas mitral e tricúspide;
· Causa a congestão (ICD e ICE)
1. Insuficiência Cardíaca Esquerda 
· Congestão Passiva Pulmonar (localizada)
· Edema – focos hemorrágicos – asfixia – células de insuficiência cardíaca (hemossierina);
1. Aumento da pressão no V.E; 
2. Diminui o fluxo de sangue do A.E; 
3. Aumenta pressão no A.E; 
4. Diminui o fluxo de sangue dos vasos pulmonares; 
5. Aumento na pressão na circulação pulmonar; 
6. Extravasamento de líquido para dentro dos tecidos pulmonares e alvéolos; 
7. Comprometimento das trocas gasosas (começa um acumulo de sangue venoso dentro do pulmão).
· Consequências
· Retenção de sangue;
· Aumenta a pressão venosa capilar e hidrostática: EDEMA e SEPTOS ALARGADOS;
· Hemorragia pulmonar: macrófagos tentam englobar a hemossiderina, mas não conseguem fazer a digestão;
· Hemossiderina: pigmento endógeno resultante da degradação do Ferro.
· Aguda: capilares alveolares distendidos, edema septal alveolar e hemorragia;
· Crônica: insuficiência cardíaca congestiva, septos espessos e fibróticos, macrófagos com hemossiderina.
· Manifestações clínicas
· Tosse;
· Edema pulmonar;
· Fadiga;
· Cardiomegalia, taquicardia, pulso acelerado, arritmias;
· Confusão mental, dificuldade de concentração, cefaleia, insônia e ansiedade.
2. Insuficiência Cardíaca Direita (congestão sistêmica)
· Sangue venoso subindo dos órgãos pela veia cava inferior, chegando no átrio direito, ventrículo direito e vai para o pulmão. Sobe contra o gradiente de concentração (precisa de alta pressão sanguínea);
· Na doença, enquanto o sangue sobe, um pouco desce para os órgãos abdominais (fígado, baço, etc);
· Congestão sistêmica (geralmente órgãos abdominais e membros inferiores por questões gravitacionais).
Manifestações clínicas
· Hepatomegalia;
· Edema de membros inferiores;
· Ganho de peso;
· Ascite;
· Anorexia;
· Náuseas;
· Fraqueza.
Congestão Hepática
· Pode ser aguda ou crônica;
· Fígado fica com edema e derramamento de sangue; 
· Na maioria das vezes ocorre por causa da insuficiência congestiva e por obstrução das veias hepáticas ou da veia cava inferior;
· Os hepatócitos periportais são mais oxigenados;
· Congestão passiva crônica: fígado com manchas vermelhas (hemácias) por conta do derramamento de sangue;
· Fígado congesto cronicamente – aspecto de noz moscada
· Hepatócitos centrolobulares – hipertrofia/atrofia (pontos escuros do fígado);
· Hepatócitos de periferia do lóbulo – tumefeitos
Congestão Passiva Esplênica – baço:
· Congestão aguda: causa ICD, órgão pouco aumentado, cianótico e congestão;
· Congestão crônica: causa hipertensão portal (cirrose, esquistossomose). O baço aumenta de volume e endurece por fibrose. Possui focos de hemorragia. 
· Ocorre esplenomegalia congestiva – hiperesplenismo
· Soluços, problemas na digestão, aumento do volume abdominal (ascite), dor, febre (só na crônica), anemia, palidez, petéquias e hematomas.
· Febre: Sistema imune reconhece que tem algo errado, envia os macrófagos que vão englobar as células e estimulam resposta inflamatória.
· Consequências:
· Aumento da pressão hidrostática: edema (EDEMA – HEMORRAGIA)
· Aumento do tamanho dos órgãos e cianose;
· Isquemia/hipóxia: atrofia, degeneração ou morte/necrose
EDEMA E HEMORRAGIA
Edema
· Inchaço, tumefação;
· Definição: acumulo de liquido intersticial em excesso em tecidos ou cavidades do corpo, podendo ser localizado ou sistêmico;
· Gerado pela hiperemia e congestão.
· Edema exsudato e edema transudato
· Transudato: quando se aumenta muito a pressão hidrostática, e o fluxo sanguíneo começa a comprimir a parede do vaso, e o liquido precisa sair, por isso ocorre o extravasamento de liquido – ocorre no eritema – casos de insuficiência cárdica, insuficiência renal, alguns problemas hepáticos. 
· Exsudato: pressão é tão grande que começa a sair o liquido + proteínas – só quando tem espaço entre as células do endotélio (a pressão gera esse espaço, e assim as proteínas escapam também) – ocorre em processos inflamatórios SOMENTE.
· Quando envolve o lado direito do coração, é sistêmico; quando envolve o lado esquerdo, é localizado (edema pulmonar).
· O maior exemplo é insuficiência cardíaca congestiva
· Principais causas:
· Aumento da pressão hidrostática: 
· Insuficiência cardíaca;
· Imobilização das bombas venosas;
· Varizes – veias perdem a elasticidade e ficam tortuosas.
· Dilatação arteriolar;
· Obstrução do retorno venoso; 
· Causada por trombos 
· Compressão externa.
· Diminuição da pressão oncótica no plasma: diretamente ligada ao armazenamento proteico.
· Lesões no sistema renal – síndrome nefrótica, glomerulonefrite – ex.: albuminúria.
· Cirrose hepática – falência hepática (através de diminuição de síntese de proteínas – albumina).
· Desnutrição proteica grave – anasarca – ascite.
· Bloqueio da circulação linfática:
· Ocorre comprometimento da circulação por drenagem de líquidos intersticiais comprometida – linfedemia.
· Doenças inflamatórias;
· Doenças parasitárias – ex.: elefantíase;
· Cirurgias;
· Obstrução mecânica.
· Aumento da permeabilidade vascular: Exsudato
· Inflamação aguda – aumento da POm;
· Mediadores inflamatórios;
· Principalmente nas vênulas;
· Queimaduras, traumas físicos, repostas alérgicas (ex.: testes alérgicos).
· Edema Generalizado
· Distúrbios renais
· Insuficiência cardíaca
· Cirrose hepática
· Redução da pressão oncótica
· Pacientes acamados – região sacral
· Edema localizado
· SIGNIFICADO CLÍNICO: presença de líquidos pode gerar infecções – complicações no órgão afetado:
· Edemas pulmonares: pneumonia e insuficiência respiratória
· Edema cerebral: pode ser mortal. 
Teoria de Starling:
· Equilíbrio entre a filtrageme a reabsorção entre capilares e vasos linfáticos.
· A diferença entre a pressão hidrostática (extremidade arterial) e oncótica (extremidade venosa) da concentração de macromoléculas (proteínas);
· Pressão hidrostática = pressão oncótica (condições normais)
· Quando há desequilíbrio, gera o edema; 
· Hiperemia aumenta a pressão hidrostática, congestão diminui a pressão oncótica – ambos geram edema. 
· Durante as trocas gasosas, ocorre a saída de líquidos, que é reabsorvido pela extremidade venosa e vasos linfáticos; (condições normais)
SINAL DE CACIFO
· Edema pelo acumulo de liquido na MEC;
· Exsudato – consistência mais firme (por causa da proteínas);
· Transudato – facilmente compressível;
· Pressionar a pele por até 15 segundos para ver a marca (marca pode levar até dois minutos para voltar ao normal)
Hemorragia
· Extravasamento de sangue dos vasos ou do coração para as cavidades ou interstícios ou para fora do organismo
· Hemorragia por rexe: ruptura da parede do vaso ou do coração – cirurgia, acidente automobilístico, etc.;
· Trauma mecânico ou cirurgia;
· Aneurisma;
· Arteriolosclerose – microaneurismas cerebrais – artérias perdem a elasticidade, e ao fazer um grande esforço, ela se rompe;
· Ulcera duodenal – choque hipovolêmico;
· Tumores invasivos, tuberculose pulmonar.
· Hemorragia por diapedese: ocorre saída de sangue por espaços formados pelo afastamento das células endoteliais (sem lesão) 
· Aumento da pressão nos vasos sanguíneos, fazendo com que as hemácias passem entre as células endoteliais (é o que ocorre na congestão); ex.: vênulas e capilar durante a congestão que gera aumento da pressão hidrostática.
· Nomenclatura das hemorragias
· Petéquias: pequenas hemorragias (1 a 2 mm) na pele, mucosas ou nas superfícies serosas;
· Purpura: hemorragias pequenas (>/= 3mm) na pele, mucosas ou nas superfícies serosas.
· Causas: 
· Pequenos rompimentos de vasos (petéquias);
· Aumento da pressão hidrostática;
· Trombocitopenia;
· Função plaquetária deficiente;
· Déficit de fatores de coagulação.
· Esquimose: hematoma subcutâneo amplo (1 a 2 cm)
· Hematoma: hemorragia em que o sangue acumula formando tumoração
· Hemopericardio, hemotórax, hemopertônio: sangue em vlumes maiores que se acumulam dentro de cavidades corporais por ruptura do coração, tórax, etc
SIGNIFICADO CLÍNICO
· 10 a 15%: não tem comprometimento muito grande 
· Acima de 15% (hemorragia sistêmica): choque hemorrágico – diminui a quantidade de ATP, assim, dimiui a respiração celular e o aporte sanguíneo periférico;
· ISQUEMIA – MORTE CELULAR
· Da velocidade da perda: sangramento crônico e repetido – perda de ferro – anemia/icterícia.
· Do órgão afetado: 
· Perda de sangue local sem envolvimento de órgão vitais – sangue é reabsorvido;
· Hemorragias cerebrais – pode levar à morte cerebral;
· Hemorragias intraoculares – pode chegar à cegueira muito rapidamente;
· Hemorragia alveolar – insuficiência respiratória – asfixia (casos muito avançados).

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