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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

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Bruna Oliveira - 144 
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
• Invasão do sistema urinário, previamente estéril, por bactérias. Apenas a uretra distal tem uma colonização por bactéria. 
• Infecção do rim: pielonefrite 
• Infecção da bexiga: cistite 
• Infecção da uretra: uretrite (geralmente não acontece e quando acontece geralmente é IST) 
Etiopatogênia 
• Acontece de forma ascendente 
• Contaminação por germes do reservatório fecal 
• Agentes: 
✓ E. coli (90%) 
✓ Proteus: costuma colonizar o prepúcio, aumentando as infecção por esse agente em meninos 
✓ Klesbisiella: período neonatal (mais comum a disseminaçãi hematogênica) 
✓ Staphylococcus aureus: via hematogênica 
✓ S. epidermidis: infecções hospitalares após cateterização. 
✓ Fungos: imunodeprimidos, cândida albicans 
✓ Adenovirus: cistite com hemorragia 
• Interleucina 6 e 8 
• Jato urinário tenta “varrer” o TU para retirada de bactérias do epitélio, mas as bactérias dão um jeito de se ancorar 
(fimbrias). Quanto mais você bebe água, mais esse mecanismo é ativado, aumentando a proteção. 
• Fatores de risco: 
✓ Sexo feminino (uretra muito menor que a masculina e proximidade com o ânus); 
✓ Bacteroúria materna (contamina o RN por via hematogênica); 
✓ Maiores receptores para fímbria P; 
✓ Fimose / balanopostite; 
✓ Desmame precoce (diminui imunidade); 
✓ Baixo teor de IgA secretória na urina; 
✓ Estase urinária; 
✓ Resíduo pós-miccional (bexiga neurogênica); 
✓ Cateterismo vesical; 
✓ Constipação crônica (quem prende cocô, também prende xixi pois é a mesma via); 
✓ Alteração da flora intestinal normal com o uso prévio ATB de largo espectro. 
Características 
• Acontece muito nos lactentes 
• Mais comum em meninos apenas no primeiro semestre de vida. 
• Incidência maior em pré-escolares e adolescentes 
• Recorrência é frequente (40%) 
• Possibilidade de desenvolver um processo infeccioso grave e sistêmico (urosepse), podendo levar a meningite e óbito, 
principalmente em RN e lactentes; 
• Atraso no crescimento e desenvolvimento da criança ás custas de infecções de repetição. 
• Possibilidade de lesões renais (cicatrizes), com comprometimento da função renal, devendo haver um diagnóstico precoce, 
preciso e com antibioticoterapia. 
✓ Crianças < 1 ano 
✓ Atraso no tratamento maior que 48h/72h 
✓ Crianças com altos graus de refluxo vesico- ureteral. 
✓ Malformações com caráter obstrutivo. 
✓ ITU recorrentes 
Classificação 
• Localização: cistite (baixa) / Pielonefrite (alta) 
• Quadro clínico: sintomática / Assintomática 
• Patogênese: obstutriva / Não obstutriva 
• Duração: aguda ou crônica 
Quadro 
• Pode ir de uma febre isolada até uma urosepse, dependendo do grupo etário e localização. 
• < 2 meses -> sintomas inespecíficos 
✓ Não tem controle esfincteriano – urina bastante 
✓ SEPSE – bacteremia por via hematogênica 
✓ Imunidade baixa torna os quadros mais graves 
✓ Febre, vômitos, diarreia, irritabilidade/letargia, poliúria/oligúria... 
✓ Suspeita de sepse – colher urocultura 
• Lactentes -> sintomas inespecíficos 
✓ O sistema imune começa a melhorar 
✓ Febre obscura – único sinal 
✓ Vômito, diarreia, oliguria... 
• > 2 anos de idade 
 Bruna Oliveira - 144 
✓ Sabe se expressar um pouco mais. 
✓ Queixa urinarias mais específicas (cistites): disúria, polaciúria, retenção, urgência, incontinência e enurese. 
✓ Sintomas sistêmicos (pielonefrite aguda): anorexia, prostração, febre, vômitos, dor abdominal e nos flancos. 
✓ DD: vaginite, corpo estranho vaginal ou uretral, oxiuriase, irritantes locais: sabonetes líquidos ou maiôs, e abuso 
sexual. 
✓ Giordano + 
✓ Aumento do volume renal, podendo ser palpável no exame físico 
✓ Bexiga palpável por retenção 
Diagnóstico 
• Padrão-ouro: UROCULTURA 
• Sumário norteia, mas não da certeza. 
• Não precisa esperar cultura para iniciar a antibioticoterapia, mas faz, pois, pode direcionar depois. 
• Coleta por jato médio (do potinho) – 1ª urina da manhã, mas não é obrigatório. Lavar o períneo e desprezar o primeiro jato. 
Não tocar o recipiente no períneo. 
• Saco coletor – quando não tem controle urinário. Cola as bordas no períneo ao redor do pênis/vagina até a criança urinar 
(não ultrapassar 30min). Alta chance de contaminação, gerando muitos falso-positivos. SBP diz que você pode colher pelo 
saco, se der negativa ok, é negativa mesmo. Se vier positiva, ai você faz a punção ou o cateterismo pra confirmar. 
• Punção suprapúbica – Pode ser guiado por USG ou não. É invasivo, mas com poucos riscos. 
• Cateterismo vesical – passa uma sonda pela uretra até chegar na bexiga e coleta. 
• Outro método para crianças pequenas: dá bastante água e diz pros pais 
ficarem esperando urinar pra fazer um “jato médio”. 
• Sumario de urina – não é específico, mas da indícios que permitem iniciar a 
antibióticoterapia 
✓ Leucocitúria: aumento de 5 a 8x leucócitos/campo 
✓ Ph urinário 
✓ Albuminíria (inflamação do glomérulo) discreta 
✓ Hematúria (período menstrual) 
✓ Bacteriúria 
✓ Reação do nitrito (se vier negativo, provavelmente não é) 
• Leucocituria (pode não ser por infecção) 
✓ Leucorreia 
✓ Balanopostite 
✓ Gastroenterocolite 
✓ Vacina pólio oral 
✓ Viroses 
✓ Litíase 
✓ Glomerulonefrite 
✓ Tubulo 
• Urocultura: 
✓ Se vier várias bactérias: provavelmente é uma contaminação e não uma infecção. 
✓ Lembrar dos números impares (1, 3 e 5) 
✓ Bacteriúria assintomática -> NÃO TRATAR! 
 
• Estudo morfológico do TU: 
✓ Após o 1º episodio bem documentado de ITU 
✓ Quanto menor a faixa etária, maior a incidência do refluxo vesico-
ureteral. O ureter vai ficando como armazenador, gerando uma 
deformação do sistema pielo-calicial. 
✓ Objetivos: detectar malformações, avaliar presença de lesão renal e 
melhorar o prognóstico do paciente. 
• DMSA: Cintilografia renal. Usa radiação (pouca) e é caro, mas avalia função 
renal, forma, tamanho e cicatrizes renais. Após resolução de fase aguda. 
Intervalo maior que 5 meses entre os exames. Alta S e E. 
• UCM: uretrocistografia miccional. Injeta contraste na uretra do paciente por 
cateterismo, que “pinta” o TU (uretra e bexiga). Se tiver RVU (vai pintar o 
ureter – padrão ouro) ou uma obstrução, vai alterar. Fazer 6 semanas após fim do tratamento, com urocultura negativa 
(pode transportar bactéria). Uso de quimioprofilaxia até fazer o exame. 
• USG: Independe da função renal. É um exame de triagem (detecta apenas se for malformações grosseiras). 
• Urogragia Excretora (UGE): Avaliação estrutural dos rins para planejamento cirúrgico. Usa o contraste iodado, risco de 
reações alérgicas. Pode ser normal na fase aguda da infecção. Muita radiação. 
 
 Bruna Oliveira - 144 
: 
Tratamento 
• Período neontal: 1. Ampicilina + Gentamicina 
 2. Cefalosporina + Amicacina 
 
• Antibioticoterapia hospitalar: quando há sinais de sepse (torpor, oligúria, choque etc). 
• Tratamento de pielonefrite é controverso, podendo ser hospitalar ou não. 
• Primeiro quadro é EV e o segundo é oral (domiciliar) 
• Nitrofurantoina – não tem ação nos rins 
• Tempo de ATB é controverso. 
✓ 10 a 14d para pielonefrite 
✓ 7d – cistite 
✓ Tem tentado se reduzir esse tempo e tratar cistite por 3d 
• Ela disse que não vai pedir dose, só saber os principais. 
 Bruna Oliveira - 144 
Quimioprofilaxia 
• Controvérsia 
• Em crianças susceptíveis deve fazer ou não? 
• Fica mais entendido que se faz quando há malformações 
• RCU (controverso se deve fazer em todos os graus ou só nos mais 
graves) ITU de repetição, patologia cirúrgica (estenose da junção 
uretero pélvica e usar ate a realização da UCM 
 
 
 
Referência: aula de Mara 2020.1

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