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1 Letícia M. Dutra PEDIATRIA Sumário Roteiro de Anamnese e Exame Físico Pediátricos ..................................................................................................................................................... 2 ANOTAÇÕES EXTRAS ................................................................................................................................................................................................ 11 Raio X ....................................................................................................................................................................................................................... 13 HEMOGRAMA EM PEDIATRIA .................................................................................................................................................................................. 15 PRESCRIÇÃO HOSPITALAR E RECEITUÁRIO MÉDICO ................................................................................................................................................ 16 FEBRE ....................................................................................................................................................................................................................... 18 SEPSE ....................................................................................................................................................................................................................... 21 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ............................................................................................................................................................................. 22 REFLUXO VESICOURETERAL ................................................................................................................................................................................ 25 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS ...................................................................................................................................................................... 26 ASMA ....................................................................................................................................................................................................................... 33 TUBERCULOSE ......................................................................................................................................................................................................... 40 APENDICITE .............................................................................................................................................................................................................. 41 DIARREIA.................................................................................................................................................................................................................. 42 DESIDRATAÇÃO........................................................................................................................................................................................................ 43 SORO DE MANUTENÇÃO BASAL .............................................................................................................................................................................. 45 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS ..................................................................................................................................................................................... 46 ANAFILAXIA.............................................................................................................................................................................................................. 48 MENINGITE .............................................................................................................................................................................................................. 51 CRISE CONVULSIVA FEBRIL ...................................................................................................................................................................................... 52 ALGORITMO DE PCR EM PEDIATRIA ........................................................................................................................................................................ 55 QUESTÕES................................................................................................................................................................................................................ 58 2 Letícia M. Dutra Roteiro de Anamnese e Exame Físico Pediátricos ANAMNESE 1- IDENTIFICAÇÃO Nome PESO Data de nascimento e idade (anos e meses) Sexo Cor Procedência Informante: nome, parentesco, grau de informação 2- QUEIXA PRINCIPAL (Qual o problema o trouxe e há quanto tempo sente isso?) 3- HMA Verificar sintomas e descrever, ordem cronológica: - Início e evolução - Localização - Qualidade - Intensidade - Tempo e forma de início; duração e frequência - Sequência de aparecimento - Fatores agravantes/atenuantes/desencadeantes - Sintomas associados: Sinais de desconforto associado (ver: 7 sinais da dor) Consultas, exames, TTO e medicamentos anteriores Indagar sobre o sono e apetite durante a doença atual Como está no dia da consulta? Ex.: Tosse há 12 dias, evoluindo com febre, no outro dia desconforto respiratório, procurou a UBS, inalação e enviado para casa com sintomáticos 4- ISDA: Aspectos gerais (sono, apetite, urina, fezes) COONG: cabeça, olhos, ouvido, nariz e garganta Pele (pápulas, manchas, alterações de cor, descamações) CV (dispneia ao amamentar, edema, cianose) AR (congestão nasal, coriza, tosse, sibilos, roncos, esforço respiratório) AD/ AGU/ALM/SN 5- ANTECEDENTES PESSOAIS HO/NEO – Antecedentes gestacionais (HO: história obstétrica e neonatais - gestação: pré-natal, intercorrências, uso de substâncias não recomendadas, doenças - Condições do parto: tipo, duração, medicamentos, complicações - Condições do RN: nasceu bem? Manobras de reanimação? Cuidados especiais? APGAR; PESO, ESTATURA, PC, CLASSIFICAÇÃO (Termo e IG) TESTES DE TRIAGEM: pezinho; olhinho; orelhinha; coraçãozinho; linguinha COTO UMBILICAL: condições, época de queda e TTO Queda: Normal até 3 semanas, se após 3 semanas imunodeficiência HA - Duração do aleitamento exclusivo - Desmame precoce? O que usou? - Complementação alimentar? Idade? Motivo? AP - Antecedentes pessoais gerais: - Doenças: quais, gravidade, idade do diagnostico; - Uso de medicações contínuas; vitaminas (A, D, sulfato ferroso) - Internações previas; - Cirurgias previas; - Alergias; - Fraturas; - Traumas - Vacinas: perguntar e checar Histórico vacinal Ao nascer BCG e Hepatite B 2 meses Pentavalente, VIP, rotavírus, pneumo- 3 meses Meningocócica C 4 meses Pentavalente, VIP, rotavírus, pneumo- 5 meses Meningocócica C 6 meses: Pentavalente, VIP, influenza 9 meses Febre amarela 12 meses Tríplice viral, meningocócica C, pneumo- 15 meses: VOP, DTP, hepatite A, tetra viral 4 anos VOP, DTP, varicela 9-14 anos para meninas HPV 11-14 anos para meninos HPV 9 HISTÓRIA FAMILIAR Composição da família Irmãos (sexo, idade, saúde) Idade, saúde, profissão, grau de instrução, tabagismo, etilismo, drogas dos pais GPA da mãe Grupo Sanguíneo e Rh dos pais e criança Doença/óbitos familiares 10 HISTÓRIA SOCIAL Moradia: com quem mora e condições Contato com animais/águas naturais/terra Renda familiar Hábitos de vida 3 Letícia M. Dutra ROTEIRO DE EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO 1- ANTROPOMETRIA PESO: ___________ (Média ao nascer 3300g)1º ano: 1º trim 700g/mês 2º trim: 600g/mês 3º trim: 500g/mês 4º trim: 400g/mês 2º ano: ganha 2,5 kg 3º - 5º ano: ganha 2 kg 6º - 10º: ganha 3 kg ALTURA: __________ (Média ao nascer 50 cm) 1º semestre: 15 cm 2º semestre: 10 cm 2º - 5º ano: 7 cm/ano 6º - 10º ano: 6 cm/ano 10º - 12º: 9 cm/ano PERÍMETRO CEFÁLICO: _______ (Média ao nascer 34 – 35 cm) Aumenta 2 cm/mês no 1º trim, 1 cm/mês no 2º trim e 0,5 cm mês no 2ª semestre. PC = (estatura x 0,5) + 10 PT/PA (pela cicatriz umbilical) 2- DADOS VITAIS: T°, FC, FR, PA Sinais Vitais em Crianças FC/min Idade Frequência em vigília Frequência em sono RN a 3 m 85 a 205 80 a 160 3 m – 2 A 100 a 190 75 a 160 2 A – 10 A 60 a 140 60 a 90 > 10 A 60 a 100 50 a 90 FR (respirações/min) Idade Frequência Lactente ( < 1 A) 30 a 60 1 - 3 A 24 a 40 Idade pré-escolar (4 - 5 A) 22 a 34 Idade escolar (6 – 12 A) 18 a 30 Adolescente (13 – 18 A) 12 a 16 Definição de Hipotensão por PAS e idade Idade PAS (mmHg) Neonatos a termo (0 a 28 dias) < 60 Bebês (1 a 12m) <70 Crianças de 1 a 10 anos (5º percentil de PA) <70 + (idade em 2 anos x 2) Crianças > 10 anos < 90 3- ECTOSCOPIA ICTERÍCIA Fisiológica RN a termo pico entre 3º e 5º dia, desaparece até 10º dia RN pré termo: pico entre 5º e 7º dia desaparece até 14º dia Patológica Nas primeiras 24-36 horas de vida - Estado geral - Fácies - Musculatura - Panículo adiposo - Pele (coloração, umidade, elasticidade, turgor, lesões) - Mucosas e Escleras - Extremidades (T°, perfusão, cianose) - Linfonodos - Tireoide 4- COONG 5- PESCOÇO: Inspeção, palpação, ausculta 6- ACV (aparelho ♥vascular) - Inspeção (abaulamento, retrações, cicatrizes, ictus, pulso jugular) - Palpação (ictus, frêmito, batimentos ectópicos, pulsos) - Ausculta Localização do ictus RN Entre 3º e 4º EIE da LHCE Lactente 4º EI na LHCE Criança > 7 anos 5º EID da LHCE 7- AR (aparelho respiratório) - Inspeção (simetria e forma do tórax, padrão respiratório) - Palpação (expansibilidade e frêmito) - Percussão - Ausculta 8- AD - Inspeção (forma e simetria, cicatriz umbilical, movimentos peristálticos, circulação colateral) - Ausculta (Começar pela fossa ilíaca esquerda) - Percussão - Palpação FÍGADO 0 a 6 m Fígado palpável até 3,5 cm rebordo costal direito na LHCD 6 m a 2 A Até 2 – 3 cm 2 A a 10 A Até 2 cm 9- AGU: Genitália externa anatômica compatível com sexo e idade? __________________ MENINOS MENINAS Fimose fisiológica Presença de processos inflamatórios, dermatites, corrimentos Localização do orifício uretral Simetria dos grandes lábios Processos infecciosos no prepúcio ou glande? Pilificação ou tumoração Presença de testículos na bolsa escrotal Coloração da mucosa da vulva Palpação dos testículos Características do clítóris 10- LOCOMOTOR - Mobilidade - Ortolani – Barlow - Proporcionalidade dos membros - Quantidade de dedos 11- SN - Sucção (apresenta o RN normal) - Marcha reflexa (desaparece aos 2 meses) - Moro (desaparece 3 – 4 meses) - Apoio plantar (desaparece até 4º mês) - Preensão plantar e palmar (6 – 8 meses se torna voluntária e não reflexa) - Sinal de Romberg. Fuga ou asfixia 1 mês: segue 180° com o olhar 2 meses: sorri 4 meses: sustenta a cabeça / ri / brinca com as mãos 6 meses: senta com apoio 7 meses: transfere objetos / primeiras sílabas / prefere a mãe 10 meses: engatinha / brinca de cadê / bate palmas 12 meses: faz movimento de pinça / anda com apoio 15 meses: anda sem apoio 2 anos: controle esfincteriano / forma frases 5 anos: coloca e tira a própria roupa ***Sono? Brincadeiras adequadas? Uso de tecnologia? Socialização? 12- OROSCOPIA: aspecto e cor da mucosa, condição dos dentes, língua, palato mole, úvula, amígdalas, secreções 13- OTOSCOPIA: secreções, cerúmen, traumatismos, corpo estranho, membrana timpânica 4 Letícia M. Dutra DATA: ____/____/______ - ANAMNESE PEDIÁTRICA IDENTIFICAÇÃO NOME: _______________________________________________________________ DATA. NASCIMENTO: ____/____/______ IDADE:_______ SEXO: _____________ PESO: ________ Kg COR: __________________ PROCEDÊNCIA: _____________________________________________ INFORMANTE: _______________________________________________ GRAU DE PARENTESCO: __________ PROFISSÃO: ________________ ENDEREÇO: __________________________________________________________________________________________________________ REGISTRO/PRONTUÁRIO: _________________ LEITO: _________________ D. ENTRADA NO HOSPITAL: ___/___/____ D. ENTRADA NA ENFERMARIA: ___/__/___ QP: _________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ HDA: _______________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ISDA: aspectos gerais (sono, apetite, urina, fezes):___________________________________________ ___________________________________ COONG: ( ) nega queixas ( ) ___________________________________________________________________________________________ PELE: ( ) nega queixas ( ) ______________________________________________________________________________________________ CARDIOVASCULAR: ( ) nega queixas ( ) ___________________________________________________________________________________ RESPIRATÓRIO: ( ) nega queixas ( ) ______________________________________________________________________________________ GASTROINTESTINAL: ( ) nega queixas ( ) __________________________________________________________________________________ GENITOURINÁRIO: ( ) nega queixas ( ) ____________________________________________________________________________________ MUSCULOESQUELÉTICO: ( ) nega queixas ( ) ______________________________________________________________________________ NEUROLÓGICO: ( ) nega queixas ( ) ______________________________________________________________________________________ OUTROS: ____________________________________________________________________________________________________________ ANTECEDENTES PESSOAIS GERAIS - Antecedentes gestacionais HO/NEO PRÉ-NATAL: _______________ TIPO DE PARTO: ___________________ TEMPO DA GESTAÇÃO: _______________ GEMELAR: ( ) SIM ( ) NÃO PESO AO NASCER: ______________Kg COMPRIMENTO AO NASCER: ___________ PERÍMETRO CEFÁLICO: ___________ APGAR: _____ - _____ Medicações e complicações durante o parto: _______________________________________________________________________________ NECESSITOU DE ALGUM CUIDADO ESPECIAL AO NASCER? (O², UTI, fototerapia, se sim qual o motivo?) ( ) NÃO ( ) SIM, __________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ Testes de triagem:_____________________________________ coto umbilical: ___________________________________________________ GRAVIDEZ FOI DESEJADA? _______________________________________________________________________________________________ - Crescimento e desenvolvimento: Sustentação de cabeça: ________ sentou: ________ andou: _______ controle de esfíncter: _____________ escolaridade: _____________________________________________________________________ - Antecedentes alimentares: ALEITAMENTO MATERNO: ( ) NÃO ( )SIM, duração: ______________ OUTROS: _________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ 5 Letícia M. Dutra Imunização: _________________________________________________________________________________________________________ - Antecedentes pessoais (internações, alergias, acidentes, fraturas, comorbidades, uso de medicamentos contínuos, vitaminas, hemotransfusão) ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ - Antecedentes familiares (HAS, DM, doenças neuropsiquiátricas; pais, irmãos e avós, hígidos/ óbitos) ____________________________________________________________________________________________________________________ - HISTÓRIA SOCIAL Moradia (com quem mora, condições gerais): _______________________________________________________________________________ SANEAMENTO: água encanada: ( ) SIM ( ) NÃO ___________________, esgoto: _________________ eletricidade: ________________________ ANIMAIS DOMÉSTICOS: __________________________________________ TABAGISTA: ____________________________________________ OUTROS: (religião, hábitos de vida, higiene): ________________________________________________________________________________ EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO ANTROPOMETRIA PESO: _________________ Kg ALTURA:__________________ PERÍMETRO CEFÁLICO: __________________ DADOS VITAIS TEMPERATURA: _______°C FC: ______/bpm FR: ________/ irpm PA: _______________ mmHg ECTOSCOPIA (estado geral, fácies, musculatura, pele (coloração, umidade, lesões, turgor), tecido adiposo, mucosa e escleras, perfusão, linfonodos, edema) ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________ Criança tranquila e colaborativa? Criança com postura ativa? Corada, hidratada, eupneica, anictérica, acianótica e afebril, boa perfusão, panículo adiposo bem distribuído, fâneros nos seus devidos locais de implantação, sem edemas. COONG: Cabeça: crânio de consistência e conformação anatômica. Sem abaulamentos ou retrações. Fontanela anterior aberta, medindo aproximadamente x centímetros e fontanela posterior fechada sem abaulamentos ou retrações. Olhos: pupilas isocoricas fotorreativas. Vias lacrimais e pálpebras de conformações anatômicas. Conjuntivas normocoradas Ouvidos: pavilhão auricular de conformações anatômicas e implantação na altura da linha dos olhos. Membranas timpânicas Translúcidas, ausência de hiperemia ou secreções. Nariz: nariz de conformação anatômica, septo íntegro, ausência de secreções e hiperemia. Garganta: conformação anatômica, tonsilas palatinas normocoradas. PESCOÇO: Movimentos de rotação, lateralização, flexão e extensão preservados. Ausência de linfonodos palpáveis. ACV: Tórax plano e simétrico, sem abaulamentos ou retrações. Ictus cordis não visível em decúbito dorsal e não palpável. Bulhas normorritimicas e normofoneticas em dois tempos. Sem frêmitos. Pulsos radiais, braquiais, carotídeos, femorais e pediosos cheios, simétricos e elásticos. AR: Tórax Plano e simétrico. Sem abaulamentos ou retrações. Ausculta, sons respiratorios fisiologicos em seus devidos locais de ausculta. Percussão, sons claros pulmonares AD: Abdômen plano, simétrico, sem abaulamentos ou retrações. Cicatriz umbilical protrusa. Ausculta, ruídos hidroaéreos presentes. 6 Letícia M. Dutra Percussão, timpanismo predominante. Palpação, abdômen normotenso, não doloroso, com fígado palpável a x centímetros abaixo do rebordo costal direito, baço não palpável. Ausência visceromegalias e massas palpáveis. Ânus bem implantado, perfurado, com pregueamento adequado. AGU: Genitália externa de conformações adequadas para o sexo e a idade. Meninos: glande não exposta, ambos os testículos palpáveis no saco escrotal, ausência de sangramentos ou secreções, boa higienização. Meninas: hímen parcialmente perfurado, ausência de sangramentos ou secreções, boa higienização. ALM: Membros simétricos, articulações livres e funcionais, amplitude de movimentos preservada, coluna vertebral de conformação anatômica, músculos eutônicos e eutróficos. SN: _____________________________________________________________________________________________________ OROSCOPIA: ______________________________________________________________________________________________ OTOSCOPIA: ______________________________________________________________________________________________ MEDICAÇÕES EM USO: _____________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS: __________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ NUTRICIONAL: eutrófico ALIMENTAR: adequado VACINAL: atualizado DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR: adequado PATOLÓGICO: doença diarreica aguda 7 Letícia M. Dutra EVOLUÇÃO MÉDICA DIÁRIA NOME: ________________________________________________ IDADE:______________ LEITO: _____________ D. NASCIMENTO: _______________ REGISTRO: ________________ DATA: ____/____/______ D. ADM: ____/____/______ DIH: DATA: ____/____/______ HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: ______________________________________________________ ___________________________________________________________________________ MEDICAÇÕES EM USO: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ CONTROLES: DIURESE: ( ) SIM ( ) NÃO VOLUME _____ EVACUAÇÃO: ( ) SIM ( ) NÃO CONSISTÊNCIA _____ TEMPERATURA: ___-___°C VÔMITOS: ( ) SIM ( ) NÃO ____ XS E ASPECTO___________ ACEITAÇÃO ALIMENTAR: _______________ PAS: _________-__________ mmHg PAD: ______-________ mmHg FC: ____________ FR: _______________ PESO: ______________ SATURAÇÃO DE O2: _______-____________% ( ) AR AMBIENTE ( ) O2 SUPLEMENTAR INTERCORRÊNCIAS: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ EXAME FÍSICO: IG: _______________________________________________________________________ C/P: _______________________________________________________________________ ACV: ______________________________________________________________________ AR: ______________________________________________________________________ ABDOME: _________________________________________________________________ GU: ______________________________________________________________________ EXTR: _____________________________________________________________________ EVOLUÇÃO ENFERMARIA PEDIÁTRICA NOME: ______________________________________________ IDADE:_______________ LEITO: _______________________ D. NASCIMENTO: _______________________ REGISTRO: ________________ DATA: ____/____/______ D. ADM: ____/____/______ DIH: DATA: ____/____/______ HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ MEDICAÇÕES EM USO:________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ CONTROLES: DIURESE: ( ) SIM ( ) NÃO VOLUME _____ EVACUAÇÃO: ( ) SIM ( ) NÃO CONSISTÊNCIA _____ TEMPERATURA: ___-___°C VÔMITOS: ( ) SIM ( ) NÃO ___ XS E ASPECTO ________ ACEITAÇÃO ALIMENTAR: __________________________________________________ PAS: _________-__________ mmHg PAD: ______-________ mmHg FC: ____________ FR: _______________ PESO: ______________ SATURAÇÃO DE O2: ________-____________% ( ) AR AMBIENTE ( ) O2 SUPLEMENTAR EVOLUÇÃO/ INTERCORRÊNCIAS: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ EXAME FÍSICO: ESTADO GERAL: _____________________________________________________________ HIDRATAÇÃO: _______________________________________________________________ CRÂNIO: ___________________________________________________________________ OLHOS: ____________________________________________________________________ CONDUTA: conforme discutido com Dra (a): _________________________ horário: ______ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ INTERCORRENCIAS DURANTE O PLANTÃO E EVOLUÇÃO NOTURNA: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 8 Letícia M. Dutra 9 Letícia M. Dutra 10 Letícia M. Dutra 11 Letícia M. Dutra ANOTAÇÕES EXTRAS IDADE GESTACIONAL PESO AO NASCER ADEQUAÇÃO PESO X IDADE GESTACIONAL Prematuro: < 37 s (Pré-temo tardio 34 s – 36s 6d) A termo: 37 – 41s e 6d Pós-termo:> 42 s Baixo peso ao nascer: 1.500 – 2.499 g Muito baixo peso ao nascer: 1.000 – 1.499 g Extremo baixo peso ao nascer: < 1.000 g Pequeno para IG (PIG): p <10 Adequado para IG (AIG): p 10 - 90 Grande para IG (GIG): p >90 ICTERÍCIA NEONATAL Icterícia fisiológica Fatores para icterícia: baixo peso, prematuro, não mamar, incompatibilidade AB-O Quando Pensar que Não é Fisiológica? 1ªs 24-36 horas de vida; acúmulo de bilirrubina > 5 mg/dl nas 24h; níveis elevados de bilirrubina; icterícia persistente; aumento na bilirrubina direta; presença de outras alterações clínicas. Icterícias Relacionadas à Amamentação - Icterícia do aleitamento materno: mais precoce; má alimentação com perda ponderal excessiva e aumento da circulação êntero-hepática. - Icterícia do leite materno: mais tardia (2ª semana de vida). Fator no leite humano que “prolonga” a icterícia fisiológica. Se bilirrubina muito elevada, suspender temporariamente a amamentação. Icterícia Precoce → Investigar doença hemolítica. Anemia hemolítica por incompatibilidade materno-fetal: Incomp. Rh → mãe Rh negativo com Coombs indireto positivo / RN Rh positivo com Coombs direto positivo. Incomp. ABO → mãe O (mais comum) / RN A ou B com Coombs direto positivo ou negativo e esferócitos no sangue periférico. Icterícia por Aumento da BD → Investigar atresia de vias biliares: icterícia, colúria, acolia. RN em BEG. Diagnóstico urgente para realização de portoenterostomia (Kasai). PADRÃO RESPIRATÓRIO <2 A Respiração abdominal 3 A Torácica 3º ao 7º A Torácica e abdominal >7A Semelhante ao adulto CLASSIFICAÇÃO DOS SONS PLEUROPULMONARES Sons normais Som traqueal Som brônquico Murmúrio vesicular Som broncovesicular Sons anormais Descontínuos: estertores finos e grossos Contínuos: roncos, sibilos e estridor Sopros Atrito pleural Sons vocais Broncofonia, Egofonia Pectorilóquia fônica e afônica. CLASSIFICAÇÃO DOS SONS PLEUROPULMONARES SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS SOM TRAQUEAL: audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e região esternal. Origina-se da passagem de ar da fenda glótica e na própria traqueia. Há componente inspiratório – composto por ruído soproso, um pouco rude – e expiratório – ruído forte e prolongado que ocorre após curto intervalo silencioso. SOM BRÔNQUICO: som traqueal audível na zona de projeção dos brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno. Assemelha-se ao som traqueal, diferenciando-se dele apenas por ter componente expiratório menos intenso. SOM BRONCOVESICULAR: somam-se características do som brônquico com murmúrio vesicular. Desse modo, intensidade e duração da inspiração e expiração são de igual magnitude, ambas um pouco mais forte que murmúrio vesicular, mas sem alcançar a intensidade do som brônquico. Em condições normais, é auscultado na região esternal superior, interescapulovertebral superior e no nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais. Em outras regiões, indica condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou presença de caverna, ou seja, mesmas condições que originam som brônquico. Para que surja esse som é necessário que na área lesionada haja alvéolos mais ou menos normais capazes de originar o som vesicular. MURMÚRIO VESICULAR: os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax são causados pela turbulência do ar circulante ao chocar- se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos ou alvéolos, ou vice-versa. O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de tonalidade mais alta em relação ao componente expiratório que, por sua vez, é mais fraco, de duração mais curta e tonalidade mais baixa. Não há intervalo silencioso entre inspiração e expiração, como no som traqueal. Ao comparar-se o murmúrio vesicular com o som brônquico, nota-se que o murmúrio vesicular é mais fraco e suave. Ausculta- se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção nas regiões de sons brônquicos e broncovesicular. Entretanto, é mais forte na parte anterossuperior, axilas e regiões infraescapulares. Sofre variações em sua intensidade na dependência da amplitude dos movimentos respiratórios e da espessura da parede torácica,sendo mais débil nas pessoas musculosas ou obesas. A diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de presença de ar (pneumotórax), líquido (derrame pleural) e tecido sólido na cavidade pleural (espessamento pleural); enfisema pulmonar, dor torácica que impeça ou diminua a movimentação torácica, obstrução das vias aéreas superiores (espasmo ou edema de glote, obstrução da traqueia), oclusão parcial ou total de brônquios ou bronquíolos. Pode haver alteração do murmúrio vesicular chamada prolongamento da fase expiratória, que, em condições normais, é mais curta e suave que fase inspiratória. Esse prolongamento aparece na asma brônquica em crise e na DPOC avançada, traduzindo dificuldade de saída de ar. Som Local de Ausculta Inspiração Expiração Som traqueal Áreas de projeção da traqueia +++ ++++ Som brônquico Áreas de projeção dos brônquios principais +++ +++ Som broncovesicular Região esternal superior e interescapulo-vertebral superior ++ ++ Murmúrio vesicular Periferia dos pulmões +++ ++ 12 Letícia M. Dutra SONS OU RUÍDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS: ESTERTORES são ruídos audíveis na inspiração ou expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. Podem ser crepitantes (finos) ou subcrepitantes (grossos). Os ESTERTORES FINOS OU CREPITANTES ocorrem no final da inspiração e têm frequência alta, isto é, são agudos. Curta duração. Não se modificam com a tosse. Podem ser comparados ao ruído produzido pelo atrito dos fios de cabelo. Auscultados principalmente nas zonas pulmonares influenciadas pela força da gravidade quando originados por congestão pulmonar. Estertores finos são produzidos pela abertura sequencial das vias respiratórios anteriormente fechadas, devido à pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima pulmonar – isso explica a presença de estertores finos na pneumonia e congestão pulmonar da IVE – ou por alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas – doenças intersticiais pulmonares. Os ESTERTORES GROSSOS, BOLHOSOS OU SUBCREPITANTES (barulho do fundo do mar/bolhas) têm frequência menor e maior duração que os finos. Podem desaparecer com tosse e são audíveis em todo o tórax. São audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Surgem por causa da abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas. Comuns na bronquite crônica e bronquiectasias. Tipos Fase do ciclo respiratório Efeito da tosse Efeito da posição do paciente Áreas em que predominam Estertores crepitantes Final da inspiração Não se alteram Se causa inflamatória, não se modificam. Caso sejam 2ªrios à congestão pulmonar, podem aumentar ou reduzirem-se Bases se originados por congestão pulmonar. Variam se a causa for inflamatória (lobos superiores na TB) Estertores subcrepitantes Início da inspiração e toda expiração Podem desaparecer Não se modificam Todas as áreas do tórax CONTÍNUOS: Roncos, sibilos e estridor. Os RONCOS são constituídos por sons graves, portanto de baixa frequência e os SIBILOS por sons agudos (miado de gato), portanto, alta frequência. Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento desses ductos, seja por espasmo, edema da parede ou secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas. Embora apareçam na inspiração e expiração, predominam nessa. Surgem e desaparecem em curto período. Os sibilos também se originam de vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, aparecendo na inspiração e na expiração. Em geral são múltiplos e disseminados por todo o tórax, quando provocados por enfermidades que comprometem a árvore brônquica, como acontece na asma e bronquite. Quando bem localizados, indicam semiobstrução por neoplasia ou CE. O ESTRIDOR é um som produzido pela semiobstrução da laringe ou traqueia, o que pode ser provocado por difteria, laringites agudas, CA de laringe e estenose de traqueia. Quando a respiração é calma e pouco profunda, sua intensidade é pequena. Entretanto, na hiperpneia, o aumento do fluxo de ar intensifica esse som. SOPROS: em certas regiões torácicas (C7 no dorso, traqueia e região interescapular), percebe-se sopro brando, mais longo na expiração que inspiração. Nesses casos é normal. Porém, quando o pulmão perde sua textura normal, como na pneumonias bacterianas, grandes cavernas e pneumotórax hipertensivo ocorrem, respectivamente sopro tubário, cavitário e anfórico. ATRITO PLEURAL: em condições normais, os folhetos parietal e visceral deslizam um sobre o outro, durante movimentos respiratórios, sem produzir qualquer ruído. Na pleurite, estão recobertas de exsudato e produzem ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro atritado. SONS VOCAIS (AUSCULTA DA VOZ) Para terminar o EF, ausculta-se a voz nitidamente pronunciada e a voz cochichada. Para isso, o paciente pronúncia “33” enquanto faz a ausculta comparando regiões homólogas, semelhante ao exame de FTV. Os sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica são ressonância vocal. Normalmente, são sons incompreensíveis, isto é, não distinguem sílabas que formam as palavras. Porque o parênquima pulmonar normal absorve muitos componentes sonoros. Porém, quando está consolidado (pneumonia, infarto pulmonar) a transmissão é facilitada. A ressonância vocal é mais intensa nas regiões onde se ausculta respiração broncovesicular. Costuma ser mais forte em homens do que em mulheres e crianças. O aumento da ressonância é chamado BRONCOFONIA e ocorre quando há condensação pulmonar – RI, neoplasia ou peri-cavitária. Na atelectasia, espessamento pleural e nos derrames, ocorre diminuição da ressonância vocal. Os resultados coincidem com a manobra do FTV, porque as vibrações são facilmente percebidas no tórax pelo tato (FTV) e orelha (ausculta). Por isso, a ausculta da voz é pouco usada. Quando se ouve com nitidez a voz falada, chama-se PECTORILÓQUIA FÔNICA. Com a voz cochichada, PECTORILÓQUIA AFÔNICA. BRONCOFONIA é quando se ausculta a voz sem nitidez. EGOFONIA é forma especial de broncofonia, broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido de cabra. Aparece na parte superior dos derrames pleurais e nas condensações pulmonares. Na ausculta da voz, a ressonância vocal pode estar aumentada, diminuída ou normal. 13 Letícia M. Dutra SIBILO (Causas de obstrução de saída de ar) o Internas: Muco, edema, musculatura (broncoconstricção), inflamação, corpo estranho o Externas: tumor, gânglio de TB, linfonodo Linha do tempo da SIBILÂNCIA < 2 A 3 – 5 anos >5 A 1ª crise de sibilo: Bronquiolite (VSR) 2ª – 3ª crise de sibilo: Lactente sibilante - Após 3 m pode usar broncodilatador (teste terapêutico) e já tem receptor. - acalmar a mãe Medicações: Broncodilatador: Salbutamol (aerolin®) Corticoide: Solumedrol (EV) Alta: Salbutamol + Predinisolona (VO) - Medicamento contínuo para melhorar a crise Corticoide inalatório: Beclometasona (Clenil®) – Atua em VA alta e pulmão, menos efeitos colaterais sistêmicos Crises de sibilo: Pré-escolar sibilante - Pré-escolar sibilante Recorrente: Se chia > 3 vezes ao mês: Beclometasona (Clenil®) - Pré-escolar sibilante Intermitente: só chia no inverno (só fazer Aerolin se crise) > 3 crises de sibilo: ASMA ÍNDICE PREDITIVO DE ASMA – IPA Crianças de risco: > 2 – 3 A, > 4 episódios de sibilância no último ano (pelo menos 1 episódio diagnosticado por médico) + 1 critério maior OU 2 critérios menores Pais com ASMA Dermatite atópica (MD) Sensibilização para aeroalérgenos Eosinofilia periférica (>4%) Sibilância sem IVAS Sensibilização para alérgenos alimentares Rinite alérgica Tempo para indicaçãode Lavagem: 5 a 7 dias sem evacuar Aleitamento exclusivo: pode ficar até 10 dias sem evacuar Aleitamento mixto: pode ficar até 5 dias sem evacuar 1º se faz Rx ou USG para confirmar se não é cirugico Lavagem com glicerina ou soro Se fecaloma pétreo = cirurgico RN se faz estimulo anal: cotonete, glicerina, xilocaína (Não utiliza óleo mineral pelo risco de bronco-aspiração, o corpo não reabsorve, e não é possível retirar = Bronquite pneumonia) Indicar água, dieta laxativa Raio X RX para visualizar ♥ e pulmão: PA (póstero-anterior) e perfil PA: pct de frente para a placa, o raio entra pelas costas e sai pela frente. (Quanto mais perto da placa, melhor fica a imagem (igual a sombra)) AP (antero-posterior) - Na criança geralmente fazem AP (com a criança deitada na placa de barriga para cima – facilita a execução do exame) - Como identificar que é AP? No Rx AP a COLUNA é visualizada; pois o pct encostou a vétebra na maca/placa. Como descrever o RX? 1º qual parte do corpo (Tórax, abdômen) 2º incidência 3º avaliar de fora para dentro: tecido adiposo parte óssea (fratura, vertebras coladas) contar espaços intercostais. - Obs.: geralmente o RX está “rodado” pq a criança não para quieta. 4º Avaliar: Seio cardio-frênico e seio costo-frênico Livre Borrado: sinal indireto de derrame ( fazer USG) 5º Medir o ♥ Adulto 1/3 do lado direito e 2/3 do lado esquerdo Criança: traçar uma linha imaginária entre o maior diametro do ♥ e esse tamanho tem que caber dentro de um hemitórax. 14 Letícia M. Dutra Analise dos RX RX de tórax AP (vizualisação da coluna) Presença de tecido adiposo, 8 espaços intercostais Seio cardio-frênico e seio costo-frênico livres Tamanho do ♥ normal - Pct que engoliu moeda: Se moeda até estomago = internação + endoscopia (pq a passagem do estomago intestino é pequena, com chance de ficar parada no locar e fazer abdome agudo Se passou o intestino = vai sair nas fezes, pode ir para casa, e orientar a mãe a usar um coador de café durante as evacuações para encontar a moeda, se não encontrar em 2 dias voltar para fazer RX. Rx de abdome, onde é possível vizualiar que a moeda “virada” Se pilha ou bateria: sempre TIRAR!!! - Se até o estomago: EDA - Se depois do estomago: laparo Rx de tórax, incidência AP, 8 espaços intercostais, sem fraturas, TA, ♥ de tamanho normal Imagem opacificada (branca) em ápice D do pulmão - Broncoaspiração (se for por comida, só é visualizada no Rx após 6 hs – devido o processo inflamatório) - Pneumonia aspirativa Rx de tórax, AP, 8 EI, seio cardio e costo frênico sem alterações Imagem que está opacificada é o TIMO. (sinal da vela) RX de tórax, AP, 8 EI, ♥ tamanho normal - Atelectasia em apice D (“V”) (obstrução por muco ou corpo estranho) – complicação comum na Bronquiolite. - Retificação de arcos costais (Bronquiolite) – pq o ar entra, mas a saida é prejudicada, e ao acumular ar, a caixa torácica vai “abrindo” – hiperinsuflação A incidência PERFIL auxilia a fechar o diagnóstico AP: retificação de arcocostal, ♥ borrado PERFIL: ATELECTASIA (TTO: fluidificante e fisioterapia para “tirar o catarro”) - Também é possível identificado que o pct “chia” e está mal tratado evidenciado pelo espaço/AR entre ESTERNO E ♥. - PAC (tosse + febre, com ou sem dispneia), estertor (fino) Obs.: Broncopneumonia (alastrada) X Pneumonia (focada) RX: Broncopneumonia atípico - micoplasma (difusa e bilateral); apresenta muitas bolinhas pretas (processo de inflamação com ar) - TTO: claritromicina Broncopneumonia atípica (avançada) - Coração perde as margens (coração felpudo) 15 Letícia M. Dutra HEMOGRAMA EM PEDIATRIA HEMATÓCRITO (Ht) 35 a 40% de sangue total - Na desidratação: hematócrito está Após a hidratação o hematócrito estará devido ao aumento do plasma (Ht diluído) HEMOGLOBINA (Hb) Valor de normalidade depende da idade da criança: RN: Hb 15,0 – 16 g/dL < 3 m o BB tem uma anemia fisiológica (pq antes a mãe estava “passando Fe para ele” – período até iniciar a sua própria podução de Hb) Hb 7 – 8 g/dL > 3m: Hb > 11 g/dL Suplementação de Fe: 3m até 2ª Por esse motivo a suplementação de Fe é feita após os 3 m (1mg/kg/dia), mas no BB prematuro a introdução de Fe é feita a partir do 1º mês a depender do peso e semana gestacional ao nascer. # Doença hipertensiva específica da gestação, tabagismo ou anormalidades vasculares. *Má nutrição materna (anemia, desnutrição, obesidade, baixo consumo de alimentos-fonte de ferro). ** Na ausência de informação precisa, o clampeamento precoce e a necessidade de atendimento imediato podem ser consideradas se Apgar 1 min ≤ 5. *** Perda sanguínea materna (sangramento uterino disfuncional ou perda sanguínea secundária a doenças); SH: Síndrome Hemorrágica; DPP: Descolamento Prematuro de Placenta; CU: Cordão Umbilical. Quadro 1. Recomendação de suplementação medicamentosa profilática de ferro em lactentes SEM fator de risco. Situação Recomendação RN a termo, peso adequado para a idade gestacional, em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 180 dias de vida até o 24º mês de vida Quadro 2. Recomendação de suplementação medicamentosa profilática de ferro em lactentes COM fator de risco Situação Recomendação RN a termo, peso adequado para a idade gestacional, em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º mês de vida RN a termo, peso adequado para a idade gestacional, independentemente do tipo de alimentação 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º mês de vida RN a termo com peso inferior a 2.500 g. 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano RN prematuros com peso superior a 1.500 g 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano RN prematuros com peso entre 1.500 e 1.000 g 3 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano RN prematuros com peso inferior a 1.000 g 4 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano RN prematuros que receberam mais de 100 mL de concentrado de hemácias durante a internação Devem ser avaliados individualmente pois podem não necessitar de suplementação de ferro com 30 dias de vida, mas sim posteriormente RDW O RDW é particularmente útil no diagnóstico diferencial das anemias por deficiência na síntese da hemoglobina. - ex.: anemia + RDW + cor morena = anemia falciforme LEUCOGRAMA Sempre ver o valor numérico total, na criança: 5 – 15 mil/mm³ - Sempre falar qual é o predomínio celular! NEUTRÓFILOS/ segmentados ( bacteriana) BASÓFILOS - Bastões: 0 (sempre zero!!!) - Metamielócito - Mielócito MONÓCITO EOSINÓFILOS: ( alergia ou parasitose) LINFÓCITOS ( viral) Ausência de clínica infecciosa na criança, porém com a presença de mielócito no sangue pensar em LEUCEMIA. Na doença viral os Linfócitos estarão aumentados, mas não pode ter monócitos e nem linfócitos atípicos. Linfócitos atípicos: Rotavírus, Covid (60% de atipia), Mononucleose, Bordatella Pertusis (coqueluche), TB. PLAQUETOGRAMA - Valor de normalidade: 150.000 a 450.000/mm³. Dengue: plaquetas (plaquetopenia) < 50 mil = internação 50 – 150 mil = avaliar a presença de sinal de sangramento e dor abdominal (se presente = internação) . 16 Letícia M. Dutra PRESCRIÇÃO HOSPITALAR E RECEITUÁRIO MÉDICO Estrutura geral da PRESCRIÇÃO MÉDICA A- Segurançado paciente (identificação incluindo nome e registro na Instituição ou documento, data e hora em que a prescrição foi feita) B- Esquema terapeutico/ Hieraquia a ser seguida: DEVO: Dieta, Endovenoso, Via Oral, Outras vias e cuidados DIETA Via de administação Enteral: associada ou não ao uso de sonda nasogástrica ou nasoentérica) Parenteral (EV) Apresentação Líquida, branda, pastosa ou geral Composição Em situações de: diabéticos, hipertensos, ou intolerância à lactose Fracionamento nº de refeições apresentadas, como por exemplo, a ênfase no lanche noturno em diabéticos DDVI - detalhar a posologia da medicação Droga Dose Via de administração Intervalo C- Segurança do profissional (assinatura e identificação do médico responsável) 1- Dieta (Dieta laxativa, dieta para diabético, jejum) 2- Soro (de manutenção para reposição) 3- Medicações EV (antibiótico, corticoide, sintomáticos) 4- Medicações IM, VO, inalatório, retal Características a serem observadas para cada item da prescrição DROGA Nome do medicamento: • É preferível prescrever o nome genérico da medicação. • Cuidado com nomes parecidos ao prescrever no computador. Apresentação: • Descrever qual a unidade da medicação prescrita e quanto há do medicamento nessa unidade. Ex: uma ampola de cloreto de sódio 20% - 10 ml por ampola ou enalapril 10mg/comprimido. DOSE Quantidade: • Determinar a quantidade a ser administrada do medicamento. Ex: 1 comprimido (10 mg) de enalapril de 12 em 12 horas. VIA DE ADMINISTRAÇÃO Via de administração: • Especificar a via de administração – endovenosa, por via oral, subcutânea, aerossol, etc. Cuidados especiais na administração: • Especificar cuidados que possam interferir com o efeito da medicação, como por ex. a velocidade na aplicação de adenosina endovenosa em taquicardias supraventriculares. • Evitar misturas de substâncias em soros que precipitem quando interagem entre si. INTERVALO Intervalo entre as doses • Determinar o intervalo entre as doses dos medicamentos. É importante conhecer se há horários padronizados de aplicação de medicação pela equipe de enfermagem para facilitar o trabalho. • Tome cuidado ao prescrever várias medicações para que elas sejam aplicadas conjuntamente se possível. Por exemplo, se prescrever duas medicações, uma com intervalo de 8/8horas e outra com intervalos de 12/12 horas, veja se é possível conciliar pelo menos um dos horários (dar os dois medicamentos no primeiro horário da manhã) para facilitar o trabalho. Isso não terá impacto apenas no trabalho da enfermagem, mas também na aderência do paciente após a alta hospitalar. Quando iniciar a primeira dose • As instituições têm diferentes horários para quando a Prescrição começa a valer. Por exemplo, para medicações feitas no período da manhã, as instituições estabelecem que a Prescrição começará a valer a partir das 16h00, por exemplo. Se houver necessidade de se aplicar algum medicamento de imediato, isso deve ser explicitado, para que a medicação seja providenciada antes do horário de validade da Prescrição. Doses com intervalos maiores do que um dia • O exemplo clássico é a correção de antibióticos para a função renal. Isso ocasiona que medicamentos como a vancomicina sejam administrados a cada 3 dias, por exemplo. Para não se esquecer de prescrever esses medicamentos, o médico inclui esse item todos os dias na Prescrição. Isso induz ao erro, mesmo que faça a observação de que a medicação só deve ser aplicada a cada 3 dias. Prescrição hospitalar 1º identificação do pct (nome, IDADE, dia de internação, data e hora vigente da prescrição) 2º PESO (> 40 Kg = dose de adulto) Prescrição: 1º DIETA: Jejum (tempo/objetivo – para procedimento), Pausa alimentar (pós-operatório, admitido com vômito, desconforto respiratório), dieta quando bem acordado. DGI - Dieta geral para idade Dieta para patologia ou dieta de uso habitual (liquida, pastosa) Amamentação/ Leite materno Fórmula infantil: volume e intervalo Ex.: Formula infantil de partida (até 6m) 60 ml – 3 em 3 horas via oral 2º HIDRATAÇÃO endovenosa: (ml) Soro de manutenção (Componentes, apresentação, infusão e intervalos): suprir a oferta hídrica e eletrolítica necessária em 24 horas - Ex; Soro glicosado 5%, NaCl 20%, KCl 19,1% - Ex. SORO - 500 ml [EV] 8 em 8 horas Soro de expansão: Aporte volêmica (expandir): etapa única (correr em 30 min, aberto): RL, SF OH (oferta hídrica) todo o volume que o paciente vai receber Ex. OH de X ml nas 24 horas 17 Letícia M. Dutra 3º MEDICAÇÃO: (mg/Kg/dia) NOME APRESENTAÇÃO ([ ] da solução) DOSE (mg/Kg/dia) VIA INTERVALO NOME APRESENTAÇÃO DOSE (mg/Kg/dia) VIA INTERVALO Predinisolona EV e VO Exemplo VO: sibilância ou asma VO: 3 mg/ml Dose asma: 1 mg/kg – 12 em 12 horas Se 10 kg: receber 10 mg 5 mg de 12 em 12 horas Ordem: 1- EV 2- Inalatórias 3- IM 4- VO 5- Retal Dentro das EV: 1ª ATB via – horário – data que foi iniciado D0: não completou as primeiras 24 horas D1: quando a medicação completou as primeiras 24 horas Dentro das inalatórias: dispositivo inalatório (nº de puff e intervalo) (PUFF – Salbutamol 4 puffs de 4 em 4 horas) Salbutamol 100 mg/puff - Até 5 anos prescreve com espaçador e máscara para evitar a perda da medicação - 1 Puff a cada 3 kg Dentro das VO: depende da condição/patologia do pct 4º CUIDADOS ESPECÍFICOS para a patologia/ PROCEDIMENTOS: Ex. limpeza da ferida inalatória Cuidados com dreno, cateter, sonda OXIGENOTERAPIA: Tipo de dispositivo: cateter nasal, máscara de Venturi, cânula Quantidade de litros GLICEMIA CAPILAR Controle de sinais vitais (padrão 6 em 6 horas) Controle de PA, restrição no leito, repouso absoluto, decúbito elevado, fisioterapia 5º CCG: CUIDADOS CLÍNICOS GERAIS Banho RECEITUÁRIO - IDENTIFICAÇÃO - Via - Uso interno ou externo - “Dar por boca” 1) Amoxacilina (250 mg/5 ml) ______________ nº de frascos Dar 3,5 ml por boca de 8 em 8 horas por 7 dias Regra de 3: 250 𝑚𝑔 𝑋 𝑚𝑔 × 5 𝑚𝑙 1 𝑚𝑙 𝑥 = 250 𝑚𝑔 5 𝑚𝑙 = 50 𝑚𝑔 Resposta: 1 ml = 50 mg Apresentação da Amoxacilina: 250 mg/5 ml Dose convencional da Amoxacilina: 50 mg/kg/dia Posologia 8/8 horas ( = 3 vezes ao dia) - Se 10 kg 50 mg x 10 Kg = 500 mg/dia -Calcular posologia por dose = 500 𝑚𝑔 3 = 166 𝑚𝑔 Regra de 3: 250 𝑚𝑔 166 𝑚𝑔 × 5 𝑚𝑙 𝑋 𝑚𝑙 𝑥 = 5 𝑚𝑙 ×166 𝑚𝑔 250 𝑚𝑙 = 830 250 𝑚𝑙 = 3,32 𝑚𝑙 Resposta: 166 mg = 3,32 ml arredondar para 3,5 ml Outra opção: 𝑑𝑜𝑠𝑒 ×𝑝𝑒𝑠𝑜 ×𝑚𝑙 𝑚𝑔 = 𝑥 𝑚𝑙/𝑑𝑖𝑎 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠/𝑑𝑖𝑎 50 ×10 ×5 250 = 10 mg/dia ÷ 3 = 3,3 𝑚𝑔 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 8 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 Como saber se a dose está correta? Ex.: Oxacilina (500 mg/ml) 1.700 mg (EV) 6 em 6 horas Apresentação: 500 mg/ml Peso: 33 kg Dose: Crianças: 100 a 200 mg/kg/dia, de 6/6 h dose máxima: 12 g/dia. 1- 1.700 mg x 4 = 6.800 mg/dia 2- 6.800 mg/dia ÷ PESO (33 kg) = 206 mg/kg/dia . 18 Letícia M. Dutra FEBRE Febre: contato com pirógenos, quadros alérgicos e inflamatórios, processos tumorais entram em contato por via hematogênica atingem o centro termorregulador (hipotálamo), que produz PGL = a T ° Obs.: se a T° com um banho fresco, não é febre! Hipotermia < 35° Febre 37,8° a 39,5° Normal 36° a 37,5° Febre alta 39,5° a 41° Hipertermia > 41° Lembrar: Variações de Tº durante o dia, o lactente chega a variar 1°C durante o dia. Condições fisiológica de de T°: atividade física, stress, roupa, final do dia, banho, alimentação. de T° por: radiação, evaporação, contato Clínica: prostração, irritação, choro, gemente, ↑ FC, ↑ FR, hiperemia (ouvido, garganta). O ideal é não examinar o pct em vigênciade febre, devido as alterações, por isso 1º a T° para depois poder examinar Se quadro infeccioso: Hiperemia bacteremia (pálido) rendilhado sepse TTO antitérmico Dipirona 10 – 15 mg/Kg/dose Novalgina ® - 1 ml = 20 gotas Dose EV: 0,05 ml (Máx. 2ml/dose) Dipirona liquida: 1 gota/kg Dipirona solução/xarope: 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 Ex.: 18 𝑘𝑔 3 = 6 𝑚𝑙 Ibuprofeno 5 mg/Kg/dose Apresentação em gotas: 50 mg: (2 gotas/kg) 100 mg (Alivium ®): 1 gota/kg 200 mg: ½ gota/Kg Paracetamol 10 – 15 mg/Kg/dose 1 gota/kg Xarope: 𝑝𝑒𝑠𝑜 3 Ex.: 18 𝑘𝑔 3 = 6 𝑚𝑙 Quando medicar? com 38°C As drogas começam a fazer efeito a partir de 40 min Banho fresco “ajuda” Uso de álcool está contra-indicado, pode ser feita a compressa de álcool sob supervisão Tempo entre as drogas: Drogas iguais: tempo de 6 horas Drogas diferentes: ideal 3 horas (intervalo min. 2 horas) FOI – FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA Febre > 7 dias com exame físico 0 e história 0 Febre inexplicável que persiste por > 1 semana em uma criança justifica investigações preliminares, pois a febre de infecções virais geralmente desaparece dentro desse período de tempo. Portanto, as séries de casos mais recentes de FOI pediátrica requerem persistência da febre por apenas 1 ou 2 semanas com investigações preliminares negativas, e as investigações necessárias variaram de acordo com o estudo. Etiologia - Bacteriana: Bartonella, brucelose, febre tifóide, tuberculose, infecções por riquetsias (são parasitas de artrópodes como piolhos, pulgas e carrapatos) e abscessos - Etiologias virais: EBV. Ao analisar síndromes infecciosas, a pneumonia era muito mais comum em países em desenvolvimento, presumivelmente porque o diagnóstico pode ser atrasado devido ao acesso precário à oximetria ou à radiografia de tórax. Um estudo recente da Grécia demonstrou que mais de 85% dos adultos com FOI tinham infecção se tivessem 2 dos seguintes: ferritina sérica Eosinófilos Ptn C reativa <500 ug/L < 40/mm >60 mg/L Na Ped a FOI, possui um diagnóstico diferencial extenso. Diagnóstico: hemograma completo, Hemocultura, urina, Rx tórax, sorologia para EBV, teste cutâneo para TB. Outras investigações para íons de infecção, como a leishmaniose, devem ser consideradas em regiões endêmicas. Outros testes sugeridos para a avaliação inicial incluem, eletroforese de proteínas séricas, exame de esfregaço de sangue, velocidade de hemossedimentação, fator reumatoide, anticorpos antinucleares e anticorpos antirreptolis em O seguido de exame de medula óssea se nenhum diagnóstico tiver sido feito, também pode ser realizado perfil metabólico abrangente, incluindo ácido úrico e lactato desidrogenase e imunoglobulinas séricas. Dada a grande variedade de possíveis etiologias, antibióticos empíricos devem ser evitado a menos que haja um alto índice de suspeita de um infeção bacteriana grave não tratada. FSSL - FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS Febre de até 7 dias com exame físico 0 e história 0 A FSSL é a febre com duração menor que uma semana, sem outros sinais ao exame físico. Esta condição se constitui em um dilema clínico, especialmente em <3 anos, pelo maior risco de infecção bacteriana grave (bacteremia oculta). A infecção bacteriana grave é aquela que acarreta em risco de morbidade ou mortalidade caso ocorra atraso no seu diagnóstico. Inclui quadros como: infecção urinária, pneumonia, bacteremia oculta e meningite. Sinais de alerta da febre Criança < 2 meses (se febre = internação (min 7 dias) – sem vacinação, devido ao sistema imune em formação risco de bacteremia oculta) - Questionar a mãe da febre, confirmada? É febre mesmo? se medicou? - Exames: Hemograma, PCR, urina, Rx de tórax, hemocultura, líquor; - Iniciar ATB (amplo espectro que atravessa a BHE) mesmo antes do resultado < 1m: ampicilina > 1m: ceftriaxona (dose: 100 mg/kg/dia) - Se Hemocultura +, TTO conforme o agente - Se Hemocultura –, manter internação com Ceftriaxona pelo menos 7 dias 3m até 3 A: avaliar o passado – pré-natal complicado e/ou prematura e/ou internação ao nascer e/ou doença crônica e/ou não imunizado Se não tem passado voltar em 48 horas Com passado ou febre > 39° solicitar exames: - Hemograma: se viral ou bacteriana e a condição dessa doença - Urina: principal causa de infecção (ITU) é a infecção bacteriana mais comum nas crianças com FSSL, principalmente nas meninas, foi a IBG mais encontrada. Ex. amigadalite faz febre alta Se a febre continuar (após 7 dias) pedir sorologia: Citomegalovirus, mononucleose, ... se após 12 dias de febre e: sorologias negativas, exame 0, história 0, hemograma e urina normal pensar em: leucemia e linfoma (solicitar mielograma) Crianças com FSSL de 3 a 36 meses de idade que não têm IU e que não receberam vacinas conjugadas para pneumococo, ou que possuem imunização incompleta (2 doses ou menos), devem seguir a seguinte orientação: Coleta de hemograma nas crianças com temperatura > 39 ºC com introdução de antibioticoterapia empírica quando o nº total de leucócitos for > 15.000/mm3 e radiografia torácica quando o número de leucócitos for > 20.000/mm3. 19 Letícia M. Dutra RN ou < 30 dias Em Lactentes de 1 – 3 m 3 m a 3 A ● Etiologia: bactérias: Streptococcus agalactiae (grupo B), E. coli, Listeria monocytogenes; vírus: herpes simples, enterovírus. ● O risco de um neonato clinicamente bem e com febre ter uma bacteremia é de 7%. ● Caso suspeite-se de que a temperatura corporal esteja elevada pelo excesso de roupas ou por aquecimento do ambiente, recomenda-se que o neonato seja descoberto, medindo-se a T° após 30 minutos. Uma vez confirmada a febre, o neonato, em função da imaturidade do seu sistema imune e inespecificidade dos sinais clínicos nesta faixa etária, a conduta é: Internação em unidade hospitalar; Realização de exames complementares: hemograma, hemocultura, urinocultura e avaliação do liquor (glicose, proteínas, células, coloração pelo Gram, cultura para bactérias, PCR para herpes simples e enterovírus). Cultura de fezes e radiografia de tórax podem complementar a investigação; Início de antibioticoterapia empírica: ampicilina + gentamicina ou ampicilina + cefotaxima. Acrescentar aciclovir ao esquema se houver história de herpes genital na mãe, se o lactente apresentar pleocitose no liquor, crises convulsivas, hipotensão ou elevação das transaminases. ● Etiologia: nesta faixa etária a grande maioria das infecções são virais. Dentre as bactérias, as mais frequentes são: Escherichia coli (principal), seguida do Streptococcus agalactiae (grupo B) e Staphylococcus aureus. Outros agentes incluem: Listerina monocytogenes, Salmonella enteritidis, Neisseria meningitidis, S. pneumoniae e H. influenzae. ● Síndromes clínicas: a principal infecção bacteriana deste período é a pielonefrite (principalmente provocada por E. coli), mais prevalente em meninos não circuncidados e naqueles lactentes com anomalias do trato urinário. Outras localizações incluem: otite média, pneumonia, onfalite, mastite, e infecções de pele/subcutâneo. ● Conduta: Se o lactente não tem o aspecto comprometido, deve ter seu risco de infecção bacteriana grave determinado: o risco pode ser baixo ou alto. As crianças de baixo risco são apenas acompanhadas diariamente, As de alto risco devem ser hospitalizadas, realizar culturas de sangue e liquor e receber antibioticoterapia empírica. Esta estratificação pode ser feita com base em diversos critérios, sendo um deles o critério de Rochester. Este critério considera que a criança de baixo risco tem as seguintes características: Critérios de Rochester para avaliação de risco de infecção bacteriana em lactentes jovens febris Critérios de baixo risco para infecção bacteriana grave Critérios clínicos Critérios laboratoriaisPreviamente saudável Contagem de leucócitos entre 5.000 e 15.000/mm³ Nascido a termo sem complicações durante hospitalização no berçário Contagem absoluta de neutrófilos jovens < 1.500/mm³ Sem aparência tóxica e sem evidência de infecção bacteriana ao exame físico Microscopia sedimento urinário com contagem < 10 leucócitos/campo Sem doença crônica Microscopia de fezes com contagem < 5 leucócitos/campo nas crianças com diarreia ● Etiologia: nesta faixa etária a grande maioria das infecções são virais. As bactérias mais comuns desta faixa etária são: S. pneumoniae, N. meningitidis e Salmonella. ● Fatores de risco para bacteremia oculta: temperatura ≥ 39ºC, leucometria ≥ 15.000 céls/mm³, neutrofilia, bastonemia (aumento de bastões), elevação da proteína C-reativa e da velocidade de hemossedimentação. ● Conduta: Se “tóxica”: internação + exames Temperatura entre 38ºC e 39ºC e bom estado geral: Não colher exames complementares nem iniciar antibióticos empíricos, pois provavelmente se trata de infecção viral benigna; Garantir aos pais a observação domiciliar e retornar se T° > 39ºC ou aparecerem sinais de piora. T° > 39ºC e bom estado geral: Avaliar a caderneta de imunizações; ❯ Se recebeu vacinas contra pneumococo e hemófilos: colher urina (nitrito, esterase, EAS e cultura) para todas as meninas, meninos < 6 meses, meninos não circuncidados e crianças com ITU de repetição ❯ Se não recebeu vacinas contra pneumococo e hemófilos, e tem uma leucometria > 15.000 céls/mm³: iniciar antibiótico empírico. ● É importante salientar que há mais de uma possibilidade de acompanhamento, especialmente nas crianças com >3m. . 20 Letícia M. Dutra SÍNDROME NEFRÍTICA SÍNDROME NEFRÓTICA Está intimamente relacionada com a glomerulonefrite pós estreptocócica. o AC que combate o estreptococo acaba formando imunocomplexos, os quais grudam na membrana basal e a alteram. Desta forma, o corpo passa a atacar a membrana basal com produção de C3 (complemento) e com infiltração de agentes imunológicos e interleucinas. - A inflamação do néfron, então, permite a passagem de sangue acarretando na hematúria. Características Hematúria glomerular (cilindros hemáticos e dismorfismo) HAS por hipervolemia Edema (não gravitacional e não tão evidente) de C3 Ramps (depósito de imunocomplexo na membrana basal) Quadro clínico Início abrupto dos sintomas inespecíficos + comum em crianças > 3 anos Hematúria (muitas vezes macroscópica) Edema Diagnóstico Clínico e laboratorial: Confirmação de infecção estreptocócica (Strep Test, cultura...) Descartar outras etiologias (Lúpus, hepatites virais e HIV) Exames gerais: uréia, creat, hemograma, eletrólitos Indicações de biópsia: > 3 dias de aligoanúria > 4 sem de HAS, Hematúria, Proteinúria ou Azotemia >8 sem de queda do C3 *Na maior parte das vezes, A glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica aguda (GNPE) resulta numa biópsia com glomerulonefrite difusa aguda (por neutrófilos, se fosse por linfócitos, seria crônica). Tratamento Repouso, restrição hídrica, dieta hipossódica Diurético Não faz captopril Acontece por conta de uma fusão dos podócitos e, então, ocorre a passagem de Albumina, ApoB, ATIII e IgG pela perda da capacidade de filtração renal . 2 – 7 A Características ● Proteinúria nefrótica importante (50mg/kg/dia) ● Hipoalbuminemia (<2,5mg/dL) ● Passagem de líquido para o 3º espaço: edema gravitacional é mais pronunciado ● Hiperlipidemia *Urina de amostra isolada: Proteinúria/Creatinúria > a 2,0. Quadro Clínico ● Início insidioso ● Urina espumosa ● edema gravitacional ● ganho ponderal (por edema ou ascite) ● A criança pode apresentar-se no exame com as complicações: a principal complicação são as infecções por conta da perda de IgG na urina (pneumonias, peritonite bacteriana (Pneumococo), ITU...) e também pode ocorrer eventos tromboembólicos Diagnóstico ● Clínico e Laboratorial Ocorre pela tríade: edema + proteinúria nefrótica + hipoalbuminemia Podendo estar associados a: hiperlipidemia e hipogamaglobulinemia ➔ Indicações de biópsia: ● Se, além da tríade a criança apresentar quaisquer sintomas de síndrome nefrítica Se < 1ano Se>10anos Se for resistente ao corticoide ou corticodependente *80% dos resultados da biópsia: Lesão Histológica Mínima Tratamento Corticoterapia: Prednisolona/Prednisona - 60mg/m2 21 Letícia M. Dutra SEPSE Caracteriza-se pela presença de 2 ou + sinais de SIRS, sendo um deles hipertermia/hipotermia e/ou alteração de leucócitos, concomitantemente à presença de quadro infeccioso confirmado ou suspeito. (SIRS): presença de pelo menos 2 dos seguintes critérios, sendo que um deles deve ser alteração da T° ou do nº de leucócitos. Alteração de temperatura corporal - hipertermia ou hipotermia. Taquicardia – FC inapropriada para idade na ausência de estímulos externos ou bradicardia para criança <1 A; Taquipneia – FR inapropriada para idade OU necessidade de ventilação mecânica para um processo agudo não relacionado à doença neuromuscular de base ou necessidade de anestesia geral. Alteração de leucócitos – leucocitose ou leucopenia não secundárias à quimioterapia, ou presença de formas jovens de neutrófilos no sangue periférico. Choque séptico na pediatria: definido como sepse e disfunção cardiovascular. Entretanto, para fins práticos, a hipoperfusão não responsiva a volume caracteriza choque séptico. Lembrar: em pediatria, a hipotensão é um sinal tardio de descompensação e sua presença não é necessária para caracterizar o choque. Pacote de 1 hora: 1-MOV: Monitorização + O2 + Acesso Venoso 2- O kit sepse é composto por exames que confirmam possíveis disfunções orgânicas: gasometria e lactato arterial, hemograma completo, creatinina, bilirrubina, coagulograma, hemoculturas e culturas de sítios suspeitos. 3- Antibioticoterapia empírica de amplo espectro endovenosa visando o foco sob suspeita, dentro da 1ª hora da identificação da sepse; 4- Pacientes com sinais e sintomas de hipoperfusão tecidual (principalmente com TEC lentificado e/ou alteração nível de consciência), independente da ocorrência de hipotensão, têm indicação de ressuscitação hemodinâmica (fase de expansão) Choque Frio: sinais de hipovolemia (pele fria e úmida, pulso fino e filiforme) - Choque séptico FRIO s/ resposta a administração de volume = ADRENALINA Choque quente: Sinais de inflamação, toxemia e vasodilatação (extremidades ruborizadas, pulsos amplos, tempo de enchimento instantâneo) – Choque séptico QUENTE s/ resposta a administração de volume = NORADRENALINA 22 Letícia M. Dutra INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO A ITU é caracterizada pela fixação e multiplicação de um patógeno em algum ponto das vias urinárias. Tal processo pode acometer todo o trato urinário ou permanecer restrito a uma região. A confirmação diagnóstica é estabelecida pela identificação de crescimento bacteriano significativo em amostra de urina obtida de modo adequado. Classificação de acordo com a localização: ● ITU alta: infecção do parênquima renal (pielonefrite); ● ITU baixa: infecção vesical (cistite). Importância + frequentes na infância e em lactentes Tendência a recorrência (30%) Podem desenvolver sequelas por comprometimento do parênquima renal: HAS, DRC; Mecanismos: - Principal: via ascendente (bactéria chega a bexiga – ITU baixa), podendo migrar para o parênquima e fazer uma pielonefrite (ITU alta) - Via hematogênica (RN): canal de parto, processo perinatal, amamentação falha. Mecanismo de defesa para ITU: esvaziamento vesical regular Fatores de risco Refluxo vesicoureteral (risco para pielonefrite) Sexo feminino (3%): Uretra <, uroepitélio que facilitaa adesão bacteriana Sexo masculino: Ausência de circuncisão, Válvula de uretra posterior* Obstrução urinária/ estase vesical: VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR (membrana na uretra prostática que impõe resistência ao esvaziamento vesical), clínica: - Hidronefrose fetal bilateral, -Distensão vesical (Identificado no exame de imagem, e no exame físico com o globo vesical palpável) conduta: ao nascer, colocar sonda para promover a descompressão – geralmente não identificável! - Jato urinário fraco TTO: cirúrgico (ablação da membrana) Disfunção vesical (alteração no esvaziamento vesical) - Esvaziamento incompleto - Incoordenação no esvaziamento (fluxo turbilhonado) Constipação intestinal (causa alteração mecânica no esvaziamento vesical) Uropatia obstrutiva. Instrumentação uretral. Fontes de irritação externa (como o uso de roupas apertadas ou oxiuríase). Anomalias anatômicas (adesão de lábios). Bexiga neurogênica, Atividade sexual, gravidez Quando avaliamos uma criança com febre, os seguintes dados aumentam o risco de tratar-se de uma ITU. ● Sexo feminino: etnia branca, idade inferior a 12 meses, temperatura ≥ 39°C, febre >2 dias, ausência de outros sinais. ● Sexo masculino: etnia não negra, temperatura ≥ 39°C, febre > 24 horas, ausência de outros sinais de infecção. A proporção de acometimento varia entre os sexos e idades. - 1º pico (6m - 1 A): meninos (anomalias) - 2º pico (2 - 3 A): meninas (controle esfincteriano) - 3º pico (adolescência): meninas (atividade sexual) ETIOLOGIA Bactérias Gram – (enterobactérias): Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Pseudomonas e Enterobacter spp. Bactérias Gram + (menos frequente, ocorre por contaminação) Enterococcus spp. e Staphylococcus saprophyticus. Micro-organismos: Lactobacillus spp., Corynebacterium spp., Staphylococcus spp. Coagulase negativo e Streptococcus α hemolítico. Virus: Adenovírus 11 e 21 ● A E. coli é responsável por 75-90% de todos os quadros de ITU no sexo feminino. As cepas isoladas em crianças com quadros de ITU febril apresentam fatores de virulência que explicam está frequência tão elevada. Na superfície destas bactérias, identificamos a presença de fímbrias ou pili, que facilitam a ascensão ao trato urinário por mecanismo de contracorrente, ao permitirem a adesão ao epitélio da bexiga e do trato urinário superior; ● As bactérias do gênero Proteus podem causar infecção em cerca de 30% dos meninos e o prepúcio de meninos não circuncisados funciona como um reservatório para estes germes. Alguns levantamentos indicam que, nos meninos maiores de um ano, a frequência das infecções por Proteus é semelhante à frequência das causadas por E.coli. Uma outra particularidade deste agente é a associação com a formação de cálculos de estruvita (fosfato de amônio magnesiano). Isto é uma consequência do desdobramento da ureia e maior formação de amônia, levando à alcalinização da urina, que favorece a formação dos cálculos; ● As infecções por Pseudomonas são menos comuns e devem ser consideradas, principalmente, quando há história de hospitalização recente, episódio prévio de ITU ou uso recente de antimicrobianos, manipulação do TGU. ● Os adenovírus tipos 11 e 21 podem levar ao desenvolvimento de um quadro de cistite hemorrágica aguda – hematúria macroscópica – (que também pode ser causado pela E. coli). É um quadro mais comum no sexo masculino e costuma ser autolimitado. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações clínicas da infecção urinária são heterogêneas, variam de acordo com a localização do processo inflamatório (cistite × pielonefrite) e de acordo com a faixa etária (quanto menor for a criança, mais inespecíficos serão os sinais e sintomas identificados). CISTITE, as crianças maiores (em especial as >5 anos) podem apresentar urgência urinária, aumento da frequência, estrangúria ou disúria. A dor abdominal ou suprapúbica também pode ser referida, bem como a descrição de urina fétida e turva. A incontinência urinária ou enurese em crianças que já tinham o controle esfincteriano pode ser uma manifestação de ITU. PIELONEFRITE: com ou sem sintomas de cistite, podem cursar com calafrios, FEBRE e queixas de dor lombar. Algumas manifestações gastrointestinais podem estar associadas, em especial os vômitos. Além disso, as manifestações que indicam o acometimento do TGU inferior podem ou não ser evidentes. Nos RN são descritas manifestações bem inespecíficas, como dificuldades alimentares, irritabilidade, icterícia e perda ponderal. RN e lactentes com pielonefrite, podem apresentar apenas febre sem outros sinais de localização (FSSL). É aceito que os quadros de cistite, isoladamente, não levem ao desenvolvimento de febre. Durante o exame físico, cabe destacar alguns cuidados: a PA deve ser avaliada (crianças que desenvolvem repetidos episódios com DRC podem ter hipertensão); a avaliação do crescimento é fundamental, pois alterações no crescimento podem indicar doença crônica subjacente; e a palpação abdominal sempre deve ser cuidadosa, bem como a inspeção perineal (permite a identificação de lesões, vulvovaginites ou sinéquia de pequenos lábios). Não se esqueça, ainda, de avaliar a região lombar, pois alterações nesta região podem indicar malformações subjacentes da medula que também são fatores de risco. DIAGNÓSTICO Difícil diagnóstico na ped, manifestações inespecíficas, por isso a confirmação diagnóstica é feita pela demonstração qualitativa e quantitativa de bactérias na urina URINOCULTURA é obrigatória para a confirmação do diagnóstico. URINOCULTURA com bacteriúria significativa. A interpretação dos resultados deve ser feita de forma criteriosa e de acordo com o método de coleta. Os resultados falso-negativos podem estar relacionados com: pH urinário < 5, diluição urinária (DU < 1.003), presença de agentes bacteriostáticos na genitália, uso de antimicrobianos, micções frequentes, obstrução total do ureter do lado do rim afetado, bactérias de difícil crescimento. Já os resultados falso-positivos podem ser observados quando: a coleta é inadequada, há demora no processamento da urina, há contaminação vaginal ou balanoprepucial durante a coleta. - Obs.: fazer URINOCULTURA antes de realizar a uretrocistografia miccional Obs.: nem todo crescimento bacteriano indica uma ITU que deve ser tratada. Algumas crianças apresentam uma condição denominada BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA (crescimento de bactérias, sem inflamação). O quadro se caracteriza pela presença de 3 urinoculturas consecutivas com bacteriúria significativa em um período de 3 dias a 2 semanas, podendo ser transitória ou persistente, e é mais comum no sexo feminino. O TTO não é recomendado, salvo em gestantes e indivíduos que serão submetidos a alguns procedimentos urológicos. BACTERIOSCOPIA: uma gota de urina não centrifugada é colocada em lâmina e corada pelo método de Gram. O achado de 1 ou + bactérias por este método se correlaciona fortemente com bacteriúria significativa na urinocultura. 23 Letícia M. Dutra INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE URINOCULTURA SEGUNDO O TRATADO DE PEDIATRIA – SBP (4ª EDIÇÃO – 2017). UFC (unidade formadora de colônia) Punção suprapúbica Qualquer crescimento bacteriano (Exceto 2 a 3 × 10³ UFC/ml de estáfilococo coagulase negativo): ITU. Método invasivo, porém seguro, principalmente quando guiado por USG. É indicada em quando a coleta por via natural suscita dúvidas (diarreia aguda, dermatite perineal, vulvovaginites e balanopostites); Cateterismo vesical 1.000 e 50.000 UFC/ml de um patógeno urinário único: ITU. Método bastante empregado em crianças com idade entre 2 e 24 meses sem controle esfincteriano Jato médio > 100 mil UFC/ml de um patógeno urinário único: ITU Saco coletor Negativa > 100.000 Usado para o EAS; Higiene apropriada Adesivo deve estar bem adaptado ao contorno da genitália. O saco deve ser trocado a cada 30 min, até que a amostra de urina seja
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