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Escroto Agudo Fonte: Dr. Arnaldo e Urgências em urologia Definição Escroto agudo é um quadro álgico escrotal de instalação recente (pode ser súbito ou insidioso), comumente seguido do aumento unilateral (podendo ser bilateral) da bolsa testicular e frequentemente acompanhado de edema, rubor e calor. Torção intravaginal É uma emergência cirúrgica, em que há torção de cordão espermático sem o espaço da túnica vaginalis. Acomete adolescente no período puberal. Resulta do rápido crescimento testicular e de um movimento testicular anormal decorrente da inadequada fixação do testículo e epidídimo à túnica vaginal. Pode ter relação com trauma ou atividade física. Em alguns casos, pode haver uma torção intermitente de forma autolimitada, o paciente relata episódios semelhantes que se resolveram de maneira espontânea. 6 horas para salvar a espermatogênese e 12 horas para salvar a produção hormonal do paciente. Quadro clínico: Dor hemiescrotal súbita e intensa Aumento do volume hemiescrotal Náuseas e vômitos (reflexo vagal) Ausência de febre (apenas quando há necrose + infecção do local) Sinal de Angell: o encurtamento do cordão faz com que o testículo fique mais elevado e horizontalizado e há uma anteriorização do epidídimo. Ausência de reflexo cremastérico: faz estímulo da fáscia medial da coxa e há consequente contração do cremaster. Posterior dificuldade de individualização das estruturas Exames complementares: solicitar se não for atrasar a conduta. USG escrotal com doppler Cintilografia escrotal com Tc99 Excepcionalmente pode-se conseguir por meio de palpação escrotal o reposicionamento manual do testículo à sua situação normal. Se isso for possível, haverá pronta referência do paciente a nítido alívio de seu desconforto e da dor. Esse procedimento clínico, apenas resolve a emergência cirúrgica. Conduta cirúrgica: distorção, análise testicular e orquidopexia contralateral. Testículo viável: orquidopexia Testículo inviável: orquiectomia Torção extravaginal Mais frequente em recém-nascidos e crianças de pouca idade. Ocorre geralmente durante o descenso testicular e é causa comum de atrofia ou ausência testicular ao nascimento. Conduta cirúrgica: distorção, análise testicular e orquidopexia contralateral. Testículo viável: orquidopexia Testículo inviável: orquiectomia Torção de apêndice testicular/epididimário São resquícios embrionários do ducto mulleriano (testicular) e ducto de Wolff (epididimário), que sofrem torção em seu pedículo. É mais frequente entre os 7 e 12 anos (pré púbere). Presença de quadro álgico semelhante a torção de testículo (com intensidade menor) e de nódulo doloroso geralmente no polo superior do testículo. As demais estruturas estão normais ao exame físico e complementar. Tratamento: repouso e analgesia. Orquite Está comumente associada a caxumba (o vírus possui tropismo ao parênquima testicular). Ocorre um aumento de volume e dor escrotal unilateral. Na USG e no mapeamento por radiofármaco há aumento do fluxo sanguíneo. Tratamento: elevação escrotal e analgésicos. Epididimite e orquiepididimite Adolescentes e adultos jovens: DST: prosmicuidade e uretrite/descarga uretral. Adultos > 50 anos Obstrução infravesical: STUI grave, ITU de repetição, Retenção Urinária Aguda + cateterismo vesical, cirurgia do trato urinário. Quadro clínico: Dor insidiosa Irradiação para região inguinal homolateral Presença de sinais flogísticos Reflexo cremastérico presente Manobra de Prhem: quando eleva o testículo, o paciente refere alívio. Febre (pode até ter sepse) Exames complementares USG com doppler: espessamento do epidídimo, aumento do volume orquiepididimário, aumento do fluxo sanguíneo. Trato urinário radiograficamente normal; EAS: piúria/bacteriúria Urocultura: estéril em 40-90% dos casos. Tratamento: antibioticoterapia empírica (fluorquinolona – ciprofloxacino, levofloxacino – sulfa, cefalosporina de 2ª ou 3ª geração se alergia), AINE, suspensão escrotal e repouso relativo. Trauma testicular É um traumatismo fechado, com dor de intensidade variada e aumento de volume testicular. A USG define extensão do trauma. O tratamento é feito com: AINE + repouso + suspensão escrotal Quando necessário, podemos optar pela exploração cirúrgica quando houver grandes hematoceles e lacerações da albugínea. Hidrocele Acúmulo de líquido entre as duas túnicas vaginais. 50% das hidroceles são de causa idiopática. Possui aparecimento e progressão insidioso. Seu quadro clínico é indolor e no exame físico possui o achado de sensação de palpação cística e de transluminação escrotal. Na criança, costumam involuir espontaneamente até o 1 ano de vida e é devido a persistência do conduto peritoneovaginal (hidrocele comunicante). Nas crianças se houver hidrocele + hérnia inguinal → indicação cirúrgica. Caso não tenha hérnia inguinal, podemos esperar até 1 ano, a comunicação fechar. Púrpura de henoch-schoelein É uma vasculite sistêmica de causa desconhecida caracterizada por: púrpura trombocitopênica + artralgia + doença renal + dor abdominal + sangramento gastrointestinal. O acometimento escrotal é agudo ou insidioso, com presença de dor, edema e eritema. Geralmente acontece pacientes com < 10 anos. Não tratamento específico, mas pode ter resposta favorável com corticosteroides. Varicocele Dilatação venosa do plexo pampiniforme e principal causa de infertilidade reversível no sexo masculino. Em 80% das vezes, está localizada do lado esquerdo, 10% do lado direito e 10% bilateralmente. Isso ocorre, pois a drenagem do lado esquerdo o fluxo é turbilhonado (vem da veia renal), já do lado direito é laminar (vem da veia cava). Todo paciente com varicocele direita, deve ganhar uma TC de abdome total, para investigação de neoplasia retroperitoneal. Acomete 15% dos homens, comumente assintomática ou com desconforto aos esportes e posição ortostática prolongada. Sua progressão é lenta e insidiosa. Diagnóstico: exame físico e USG de doppler (dilatação + inversão do fluxo sanguíneo). Indicações cirúrgicas: atrofia testicular, infertilidade e dor crônica importante. Tumor de testículo Típico da raça branca, dos 15-35 anos (quanto mais jovem o paciente, mais agressivo é o quadro). É uma massa de evolução insidiosa e indolor. No quadro clínico há ausência de sinais flogísticos e a presença de dor caso haja torção ou necrose. Pode ser a causa da hidrocele (20%) → sempre que o paciente tiver hidrocele é indicativo pedir USG testicular (mesmo que não haja palpação positiva no exame físico). Em 95% dos casos é um tumor de células germinativas. Tumor de células germinativas Seminomas (melhor prognóstico) Não seminomas (pior prognóstico) Clássico TU de saco vitelino Anaplásico Teratoma Espermatocítico Teratocarcinoma Carcinoma embrionário Coriocarcinoma
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